Her Puppet escrita por Miss Vanderwaal


Capítulo 2
It's immortality, afterall, my darlings




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De fato cumprira a promessa. Não derramara uma lágrima sequer nas horas que me restaram daquele dia. Mas a madrugada veio como um chute no estômago. E assim vieram as seguintes madrugadas. E Alison continuou agridoce como sempre.

Vê-la na escola todos os dias costumava ser a maior das minhas alegrias, mas também não havia agonia maior. E eu não sabia mais o que fazer. Não era como se eu pudesse contar para alguém sobre isso ou me juntar a um grupo anônimo na PFLAG (eu definitivamente não me sentia no clima para celebrar a minha orientação sexual).

Antes de Alison desaparecer, eu pensava que esse segredo iria ser enterrado comigo. Mas acabou que fora enterrado com ela.

O peso do benefício da dúvida, porém, antes de anunciarem oficialmente que nenhum corpo havia sido encontrado e que, portanto, Alison seria dada como morta, fora demais até para manter o grupo unido. Hanna, Spencer, Aria e eu nos separamos por este meio tempo, que pareceu interminável, e minha vida passou a ser oca e sem sentido.

Pensara em acabar de vez com aquele sofrimento diversas vezes, mas só não o fazia por respeito à minha mãe e porque não queria acabar em uma manchete do Rosewood Observer que provavelmente sairia como “Amiga de garota misteriosamente desaparecida comete suicídio”.

Recebi um pouco de alento quando o segundo ano finalmente começou e as garotas e eu voltamos a nos falar. Não como antes, obviamente, mas aos poucos, como se estivéssemos construindo uma nova relação.

Na igreja, porém, no dia do velório simbólico de Ali, foi onde trocamos nosso primeiro abraço coletivo em meses. Banco da frente, fileira da esquerda. A sra. DiLaurentis havia nos pedido que ficássemos em “primeiro plano”. Era o que Alison iria querer, disse-nos, vocês eram quem ela mais amava.

Ouvimos o discurso do padre de mãos dadas. E, pela primeira vez em muito, muito tempo, senti-me grata pois vi que ainda não me haviam tirado tudo.

E assim íamos reconstruindo nossas vidas, tentando estreitar nossos laços o máximo que nos era possível. E estávamos começando a sorrir mais. A respirar mais profundamente.

Mas ainda era doloroso quando nos entreolhávamos e víamos em nós, fosse nas vestimentas ou no jeito de andar, traços de Alison.

Ela nos moldara. Fizera de nós o que éramos. E ainda estava em todo o lugar. Presente. Como uma mancha na história daquela cidadezinha.

Ainda agora, sentada em meu próprio gramado, via um ou dois dos cartazes de “Garota Desaparecida” enferrujando junto com os postes, pois ninguém se dava o trabalho de arrancá-los dali.

Deitei as costas na grama e comecei a olhar as núvens. Você conseguiu, afinal, o que sempre quis, não é Ali?, pensei comigo, popularidade na vida e na morte. E essa é, enfim, uma ótima definição para “imortalidade”.


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