Cores escrita por Dreamy


Capítulo 1
As Mil Maravilhas Do Azul




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As tardes primaveris de Copacabana eram deliciosas. A sensação de o mundo estar mais vivo, o colorido, o charme, tudo era ótimo. Exceto para Dalila, uma moça que era quase perfeita. Linda, de olhos azuis, com os cabelos loiros, porém era cega.

Não só ela, mas sua mãe, Solange, também sofria com a cegueira da filha, que queria saber como o mundo realmente era. Gostaria de ver as cores, uma por uma.

As duas estavam a caminhar pela praia. Dalila com sua bengalinha, sendo apoiada pela mãe:

- Quer voltar para casa, filha?

- Não, mamãe. Amo esse cheiro de água salgada que tem por aqui. Sem falar que esse ventinho é delicioso!

- Eu sei que você adoraria ver como essa praia é linda!

- Realmente. Mas, não gosto de me lembrar disso. Gosto de pensar que todos são cegos, me alivia um pouco.

***

Bernardo era um excelente pintor. Era o mais majestoso gênio das pinturas abstratas. Mas, devido ao fracasso de seus quadros, não conseguia ascender no mercado.

Vivia em um apart-hotel em Copacabana, junto com seu melhor amigo, Emerson, que também era um grande pintor. Os dois chegaram das compras e colocaram tudo em cima da mesa:

- Compramos tudo que faltava, Emerson?

- Ih. . . Esquecemos o chuchu?

- Não esquecemos nada. Nem colocamos na lista, eu odeio chuchu!

- Odeia por quê? O que foi que o pobre do chuchu te fez?

- Nasceu! – riu ele

***

- Essa roupa está boa, tia? – perguntou Yolanda

- Mais brega impossível! Troca!

- Merda, assim não dá! Todas as roupas que eu visto você me manda trocar!

- Porque eu achava que você tinha bom gosto, Yolanda.

- Eu tenho. Está me confundindo com a insossa da Dalila!

- Cruzes, Yolanda! A coitada é tão lindinha! Um doce!

- Tão doce que dá diabetes! Por mim, ela mudava para Marte!

***

Bernardo fez o almoço e serviu a ele e Emerson, que não gostou muito da comida:

- Que comida ruim, Bernardo!

- Nada a ver. É o famoso bife a parmegiana da minha avó Berenice! Foi o que ela me deixou de herança.

- Bom, em respeito a essa tal de Berenice, estava razoavelmente mediana, essa receita estranha.

- Pensando bem, eu era o único que gostava daquela gororoba! Bom, vou para a praia buscar inspiração para o fim do meu quadro. Tomara que alguém invista nele, porque viver da mesada dos meus pais é um saco!

Bernardo foi à praia, para buscar inspiração. Levou algumas tintas, um pincel e a tela, com o quadro inacabado. Quando chegou, sentou, sentiu o aroma marinho e começou a pintar. A pintura era abstrata, mas o pintor sentia muita inspiração na praia.

Dalila, que estava passando, disse a mãe:

- Sinto cheiro de tintas. Quais são?

- Eu respondo. – disse Bernardo – Azul, vermelho, amarelo e verde.

- Azul. . . Acho esse nome tão lindo! Eu não te conheço, mas você poderia me dar o significado dessa cor?

- Claro! O azul, que para mim é a mais linda das cores, significa serenidade, tranquilidade, simboliza a água, o céu e o infinito. O azul nos ajuda a exercitar a mente, a intelectualidade, azul é considerado a cor mais fria de todas as cores frias.

Dalila ficou encantada com as palavras de Bernardo. Achou tudo aquilo o máximo:

- Posso encontrar você de novo?

- Claro. Meu nome é Bernardo.

- Dalila, encantada.


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Notas finais do capítulo

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