Hazel POV´s

– Eu acho que Héfia não foi com a minha cara! – exclamou Frank

– O amor que Héfia não lhe deu – falei –, eu lhe dou ainda maior.

Nos beijamos sob o luar. A noite estava linda, mas um péssimo clima entre os tripulantes. Annabeth e Percy sempre foram o casal animador, que mostrava o sentido do namoro entre nós, mas agora que Annabeth e Percy romperam, acho que o humor de todos se perdeu também.

– Bem, eu vou para minha cabine – disse Percy – Boa noite pessoal.

– Ei, Percy! Quer conversar? – perguntou Piper

– Estamos a ouvidos... – completou Jason

– Valeu galera, mas acho que vou tentar dormir mesmo. Obrigado! – então Percy se retirou.

– Nossa, estou muito cansado também! – disse Leo – Vou deitar. Calipso, você vem?

– Ah, claro. Já estou indo meu amor – respondeu ela, e assim estendeu as mãos para Leo para descer as escadas, sumido corredor adentro.

– Bem, acho que tem algo errado. A primeira vigia tem que acontecer, mas Percy e Annabeth não farão a mesma vigia. Alias, acho que temos que vigiar aqueles dois. Annie está muito chateada, e está pronta para matar Percy. – disse Piper

– Tudo bem. Um casal será separado. – disse Jason – que não seja o nosso pipes.

– Não Jason, acho que podemos fazer a primeira vigia das garotas, e a segunda dos garotos. Que tal? – sugeriu Piper

– Por mim, O.K. – respondi

– Legal! Jason, avise os garotos que... – uma enorme batida – Ah, deuses, o que foi isso?

– Annabeth, pare com isso. Essa atitude é altamente infantil. Não tem como evitar me ver dentro de um navio. – Percy gritava

– Cale a boca e vá embora – disse Annabeth, num som abafado

– Vamos, antes que eles se matem – disse Piper já correndo

Corri junto a Frank e Jason logo atrás. Leo e Calipso saíram de dentro da cabine dela e vieram ver o que havia acontecido.

– Por Ares, parem, não precisamos de mais esta guerra! – dizia Piper – O que houve aqui? Respondam civilizadamente, por favor.

Annabeth abriu a porta tão rápido que Frank e Leo se assustaram.

– Ele... ele... Ah – então ela bateu a porta novamente

– Annabeth Chase, abra a porta agora. Fique quieta e abra a porta. Vamos conversar. – acho que Piper usara o charme, pois Annabeth fez exatamente o que ela mandou - O que aconteceu aqui? Percy...

– Eu lembrei da vigia, e estava indo lá encima, já que era meu turno.

– Annabeth...

– Eu queria pedir para troca-lo de vigia.

– Annabeth, você tem que ser forte. Uma filha de Atena não faz besteira por causa de um namorado. Isso é coisa de filhas de Afrodite. Mas percebi que iriam se matar se fizessem o mesmo turno de vigia, então garotas no primeiro turno e garotos no segundo. Ultimamente os maiores monstros vem aparecendo no segundo turno, o que tem feito Jason ou Percy acordar usar seus poderes. Então agora, garotos, durmam. Boa noite. – concluiu Piper

– Boa noite minha princesa – disse Jason

Depois de Jason beijar Piper, Leo beijar Calipso, Frank me beijar e deixarmos Annabeth e Percy muito sem jeito, fomos fazer nossa vigia.

O primeiro monstro que enfrentamos foi um caranguejo gigante, pois viajávamos pelo mar. O segundo foi uma alcateia de lobos marinhos nada amistosos.– eu não sei o nome que se da ao plural de lobos marinhos, O.K.? –. Então o terceiro... Estávamos parando em uma cidadezinha de algum país da costa estadunidense para no amanhecer tomarmos um café normal. Havíamos nos dado esse direito devido ao meu enjoo em alto mar, que piorava quando eu comia. Chegando a costa, atracamos o navio. Continuaríamos nossa vigia até os garotos se levantarem, mas então recebemos a visita do terceiro e pior monstro que enfrentamos desde nosso embarque. Eu não sei dizer o que era. Era meio humanoide, meio tubarão. Sua mandíbula poderia abrigar uma família de oito pessoas, tipo nós. Tinha um rosto de tubarão, pernas e braços em formato humano, porém haviam quatro pernas com pele de tubarão. A barriga era comprida, fazendo-o parecer um salsicha com cara de tubarão.

– Ah deuses, tenho a impressão de que precisaremos chamar os garotos! – disse Piper

– Não, parem. Ele não identifica uma pessoa pela visão nem pelo cheiro, a não ser que tenha sangue derramado. Sem movimentos bruscos. – dizia Annabeth.

Ainda bem que tínhamos ela, mas os garotos chegaram para estragar. Estava ocorrendo tudo bem, mas eles quatro abriram a porta num movimento e som estridente. Eles atacaram, então atacamos também.

Annabeth tentava explicar o plano. Correriam para dentro, enquanto eu usava névoa para ele ver que tínhamos pulado no mar e Percy faria as ondas se mexerem. E assim tentamos, mas falhei. Eu estava nervosa, e fazia tempo que não mexia com névoa. Ele acabou me vendo, mas graças aos deuses, só eu paguei pelo meu ato. Percy e eu fomos pegos, mas ele conseguiu se soltar. Os outros foram para fora para me ajudar, mas eu sabia que se não me concentrasse, todos meus amigos morreriam, e eu não queria isso.

– Piper, mande-o solta-la – gritava Frank

Eu sabia que era a única coisa a fazer, então me concentrei e manipulei a névoa. Piper gritou e o monstro me soltou. Caí encima do navio, mas não me machuquei, então Jason e Percy fizeram um ciclone de água e vento e mandaram o monstro embora. Todos soltaram um som de alívio – pelo menos é o que eu acho -, seguido de um de desespero. Frank logo se deu por conta de que era um truque da névoa, então começou a chorar. Eu temia que o monstro olhasse para trás, mas ele não o fez.

Talvez estivessem bravos comigo, talvez furiosos, mas eu sabia que era eu ou todos nós. Estava a deriva, dependente de um monstro, mas sabia que Frank estaria bem. Ainda bem que o graveto não estava comigo.

Leo POV´s

– Hazel! – Frank estava desesperado – Hazel!

– Ei, Hazel vai ficar bem. – tentei consola-lo – Ela é uma garota forte, eu sei disso. – mas era difícil não chorar

– Frank, eu acho que isso é seu... – disse Piper, num tom acolhedor. Ela lhe entregou seu graveto vital, e isso o fez chorar ainda mais.

– Hazel jamais me devolveria, a não ser que soubesse que não vai voltar... – choramingou ele – Ela não podia ter manipulado a névoa, nós podíamos ter a salvado e...

– Ei Frank! Se lembra de quando pedi para vocês para forjarem aquela história para vencermos Gaia? Hazel fez o mesmo. Toda vitória tem um sacrifício, não é? E veja, eu estou aqui de novo! – tentei anima-lo, mas não tinha animo suficiente nem para me animar

– Eu vou atrás dela! – disse ele, decidido – Vou pedir a alguém que acompanhe vocês e...

– E nada! Você não vai atrás de Hazel sozinho! – disse Piper

– Ele não vai sozinho – disse Calipso –, Leo e eu vamos junto. Não tenho muita utilidade neste navio, mas para contrabalancear Leo é a alma da viagem.

– Além do mais, me lembro da vez em que eu, Hazel e Frank saímos a procura de Nico. Demos um ótimo trio, mas agora, Calipso é quem ajudará. – disse

– Mas Leo, quem vai comandar o navio? – perguntou pipes

– Você belezura. Você e Annabeth. Ela é esperta, e você aprende rápido. Peça á ela que te ensine. Vou conferir o Argo III e construir algo para nos servir de transporte! – eu disse, já virando as costas

– Ei, Leo. Festus serve de transporte? Haha! – riu pipes

– É, serve. Haha

Fui até minha cabine, peguei umas roupas e umas ferramentas e corri para fora. Encontrei Frank e Calipso no convés, já prontos. Chamei Festus, mas ele não queria sair de perto de Héfia. Depois de alguns minutos, nos despedimos e partimos. Já estávamos em terra firme mesmo...

– Tudo bem, por onde começamos? – perguntei

– Ah, esqueci disso – falou Frank

Calipso começou a cantar, então um rastro prateado muito sutil apareceu no chão.

– Por ali – apontou ela, e assim Festus seguiu – Lembrando que não posso fazer isso muitas vezes. É cansativo e requer muito mais voz do que parece.

– Tá brincando? Isso exigiu muito mais voz do que eu já vi alguém usar. – falei

– Ei pessoal, olhem aquilo! – Frank apontou – Não seria lá o lar do monstro não é? – era uma caverna muito grande, perfeita para o monstro. Na entrada apareciam duas estatuas enormes. Um tubarão gigante, com uns dezoito metros de altura e um Cão Infernal, com uma enorme cabeça e também dezoito metros.

– O-ou. Vamos ter que entrar lá? – perguntei

– Você não precisa ir Leo, mas eu vou com Frank! – disse Calipso

– O que deu em você? – perguntei

– Não me leve a mal, meu herói. É só que tenho um pressentimento estranho a respeito daquela caverna.

A caverna estava muito longe de onde estávamos. Prometemos nos comunicar com o Argo III por uma Mensagem de Íris, mas temia que não desse nem tempo de ligar para dizer “adeus”.

Estava clareando o dia, e já que Hazel havia sido raptada, optamos por pular o café da manhã. Eu também perdera a fome com a aparência da caverna. Dentro dela só se via... bem, não se via nada. Aquele tubarão fazia Festus e eu estremecer. Falando em Festus, Estavamos eu, Calipso e por fim, Frank.

– Estamos em Barnstable, na cidade de Chatham. Diz na placa. – falou Frank

– É? Bem, eu acredito em você Zhang – respondi –, mas andamos muito pouco para nove dias. Tem algo errado... Nossa próxima parada a bordo do Argo III é so em Santo Isodro, e levaremos muitos, muitos dias até lá.

– Ei, tivemos de desviar e... bem, não queria lhe contar, mas ficamos parando em várias cidades a procura de um remédio mortal para você. – disse Calipso

– Fizeram isso por mim? – eles realmente se importavam comigo, e não me contaram para que eu não me culpasse.

– É claro que sim Leo. Você é membro dessa família de semideuses – falou Calipso, mas percebi a tristeza, por não se encaixar em “semideuses”

– Família de milhares de semideuses e imortais, e primos, e mortais e tudo que existe... – falei

– Eu me refiro a família do Argo...

– Ah, sim. Uma família de oito membros. – falei

– São sete semideuses Leo, eu não sou uma de vocês. Não se sinta mal por isso meu amor.

– Ei! Você pode não ser uma semideusa – lembrou Frank – mas ainda sim é uma de nós.

– É isso ai – concordei

– Oh, obrigado garotos – disse ela, encerrando o assunto

Festus abriu suas imensas asas e decolou. Desse jeito não demoraríamos muito para chegar na caverna do monstro!