Kaos - A Lenda de Asay escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 6
Incoveniente


Notas iniciais do capítulo

Mario está passando dos limites à bordo do Embaixador e parece que quanto mais nervosa Kaos fica, mais Mario se diverte.



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Eu analisava um mapa para verificar o caminho até a caverna. Era até bem simples, pois parecia que minha mãe havia encontrado toda a rota, nossa, que mulher incrível era minha mãe, como eu queria ter crescido ao lado dela, eu saberia muito mais do que sei hoje.

– Parece uma rota bem complicada.

Levei um susto e olhei para o lado. Mario estava ali dentro.

– O que está fazendo aqui? - perguntei nervosa.

– A rota, parece confusa...

– Seu lugar é lá fora - eu disse fechando o livro da minha mãe e me colocando de pé para encará-lo.

– Não quer minha ajuda? Sou o melhor para analisar mapas em Siracusa - ele disse com um sorriso de lado.

– Eu nem queria você aqui Mario, para início de conversa.

– Acho que você precisa de um descanso - ele veio tocar em mim, joguei sua mão para o lado, tirei minha espada, a peguei do lado contrário, empurrei ele contra a parede e pressionei a espada contra sua garganta.

– Não se atreva a tocar em mim.

– Calma, eu só... - ele deu uma risadinha.

– Você não tem autorização pra entrar aqui e eu não sou uma mocinha estúpida da realeza que tem como maior sonho o casamento, entendeu? - eu o olhei bem no fundo dos olhos.

Ficamos nos encarando por longos segundos, eu conseguia ver sua alma através dos olhos dele. Ele tinha muito orgulho, mas naquele momento, o medo estava sobre seu orgulho e seu coração disparava loucamente contra minha mão que o prendia na parede. Aquela batida não era de medo, ele queria uma luta de olhares, ele queria invadir a minha alma, mas eu não ia deixar, ele era um simples mortal, um ridículo principezinho.

– Kaos? - escutei Jack chamar.

– Oi Jack - respondi sem olhar pra ele.

– Está tudo bem aí?

– Sim, Mario está de saída - eu disse sem parar de encará-lo. Eu o soltei e ele foi caminhando até a porta. Jack o encarou com superioridade durante o trajeto e quando ele chegou na porta, lancei uma faca contra a porta que passou de raspão na orelha dele. Ele congelou e olhou pra mim. - Da próxima vez que entrar na minha cabine, eu vou acertar bem no meio do seu crânio.

Mario arrancou a faca, a girou na mão, olhou pra mim e deu um sorriso sedutor. Aquilo me deixou com mais raiva. Ele deu uma breve risadinha e saiu pela porta. Dei um ataque rápido de nervos.

– Eu odeio esse Mario - eu disse.

– O que aconteceu aqui? - disse Jack perto da mesa.

– Ele entrou aqui sem que eu notasse e ficou dando palpites nas anotações da minha mãe. Além de dizer que queria me acalmar.

– Ele sabe é te deixar mais nervosa, isso sim - disse Jack passando a mão por baixo dos meus cabelos e pegando minha nuca.

Ele sorriu e eu sorri de volta pra ele.

– Fiquei surpreso que não estragou o navio - ele disse.

– Sou mais forte que ele, isso não é necessário.

– Vem cá - ele me puxou pela cintura pra perto dele. - Quando pretende devolvê-lo?

– Assim que pegar os ovos, prometi ao meu avô que passaria lá para que ele visse que eu estava bem.

– O quê? Vamos voltar para Tárcia?

– Só por causa do meu avô. Mas só para mostrar que estou bem e vamos embora.

Jack respirou fundo.

– Tudo bem. Eu também me preocuparia se você fosse para um lugar onde ninguém voltou. Espera, você está fazendo isso e eu estou preocupado - ele foi irônico.

– Tudo vai ficar bem - eu sorri e o beijei.

Alguns dias se passaram, com Mario me perturbando e me olhando com um sorriso desafiador - pelo menos ele nunca mais entrou na minha cabine, o que já era excelente - e com todos preocupados se eu voltaria dessa aventura.

Então finalmente vimos a ilha onde estava a caverna. Kyle desceu a âncora do navio e Jack e eu descemos em um bote para ir até a ilha.

– Ainda não concordo com você fazer isso - disse Jack enquanto remava. Ele não olhava pra mim.

– Vai ficar tudo bem, calma. Eu vou voltar.

– Você me garante isso da mesma forma que garantiu que nenhum de nós ia morrer naquele ataque do Kraken? - ele ainda não olhava pra mim.

Me calei. Eu não tinha argumentos. Ele tinha razão, eu prometi algo que não tinha certeza, mas por outro lado, a culpa não foi minha.

– Sim, pois eu tinha razão. Você não ia morrer se não tivesse beijado Elizabeth Swan - eu disse encarando-o e ele finalmente olhou pra mim, parando de remar.

– Por que eu resistiria? - ele me olhou com um sorriso de lado.

– Talvez porque estava interessado em mim - eu disse com vergonha dos meus ciúmes.

– Quem disse que eu estava interessado em você?

Eu ia falar, mas nada saiu da minha boca, pois eu não sabia se ele realmente estava interessado só por mim. Droga, eu detestava quando ele me deixava confusa.

– Idiota - ele disse rindo. - Acha que estou preocupado com você porque estou interessado pela Elizabeth? Criança ingênua. Eu deixei aquilo acontecer para que você visse e decidisse se gostava de mim ou não, só que eu não sabia que ela ia me prender.

– Ridículo - eu disse morrendo de vergonha, cruzei os braços com um pouco de raiva e ele riu ainda mais.

De repente Mario aparece no canto do bote, quase fazendo-o girar.

– Mas o quê...? - Jack perguntou nervoso.

– Mario o que você está fazendo aqui? - perguntei.

– Vou com vocês, ele disse subindo no bote, ficando entre Jack e eu.

– Volte para o navio, agora! - eu disse séria.

– Não - ele disse se ajeitando e limpando a água do seu rosto.

– A vontade que eu tenho é de te encher de socos até você parar de respirar - eu disse.

Mario riu.

– Você é ótima - ele disse rindo.

De repente Jack deu um soco nele e ele segurou o nariz com força depois de um grito. Jack balançou a mão, ele não era muito fã de socar.

– Meu nariz! Você quebrou meu nariz! - ele disse desesperado enquanto um pouco de sangue descia entre os dedos dele. Com certeza ele sentia muita dor.

Olhei para Jack sorridente, meus olhos deviam estar brilhando pois ele sorriu de volta se achando o maioral. Mario ainda gemia de dor enquanto Jack continuava a remar. Eu não ia conseguir fazer isso por causa de Tio Proteu e isso era um pouco do que eu queria fazer. Por isso Jack e eu nos dávamos tão bem, nos compreendemos facilmente.

– É bom parar de choramingar, estamos chegando na ilha - disse Jack.

Jack deu uma risada enquanto Mario tentava parar de gemer de dor. Ele tirou a mão e olhou para as mãos sangrentas.

– Vou ficar com o nariz torto! Não! Não! - ele dizia desesperadamente.

Puxei o rosto de Mario pelo queixo, olhei bem para o nariz dele, o peguei e dei um puxão para o lugar certo. Ele afastou as minhas mãos com brutalidade e segurou o nariz de novo.

– Agora está no lugar certo, devia me agradecer - eu disse limpando as mãos no mar.

Mario me olhou com ódio e eu comecei a rir.

Finalmente chegamos na ilha. Jack desceu, me entregou a mão para me ajudar a descer. Eu o olhei sem acreditar que ele ainda queria fazer isso. Suspirei pesadamente e entreguei minha mão a ele. Ele pegou minha mão, jogou no ombro dele, me pegou pela cintura e me tirou do bote. Eu ia reclamar que eu não era uma mocinha indefesa que precisava de ajuda para descer do bote, mas ao invés disso, eu fiquei olhando cada detalhe de seu rosto, agora eu estava com medo de nunca mais vê-lo de novo. Será que eu ficaria presa naquela caverna?

– Eu gosto de você pra caramba - foi a única coisa que consegui dizer enquanto memorizava cada detalhe do seu rosto.

– Pra caramba mesmo - ele respondeu enquanto parecia memorizar cada detalhe do meu rosto também.

– Então vamos achar essa caverna - dei uma risadinha e Jack me acompanhou.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora leitores! De verdade.
Fiquei muito ocupada nas férias, tive trabalho temporário e minha melhor amiga veio da cidade dela pra cá pra passar duas semanas, logo em seguida as aulas começaram e começaram acabando comigo. DESCULPA MESMO A DEMORA, mas não se preocupem, sempre que eu tiver um espacinho eu virei postar mais Kaos



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