Dois é demais escrita por Mortífera


Capítulo 4
Capítulo 4




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Acordei com dor de cabeça e logo de cara percebi que estava sem meus óculos já que tudo estava embaçado e me desesperei.

– Droga, eu tenho eles há tanto tempo...

– Não se preocupe garoto - Uma voz falou ao meu lado e quase caí do sofá. Como ele estava bem próximo, quase com o rosto colado ao meu, eu pude perceber que ele estava na faixa dos cinquenta anos e era calvo.

– É isso que você está procurando não é? - Ele estendeu os meus óculos e quase que imediatamente uma onde de alívio me atingiu.

– Sim! muito obrigada senhor...

– Arthur Walter. Mas você pode me chamar de Arthur, eu sou o inspetor do colégio. Você deve ser um aluno novo, nunca te vi por aqui.

– Sim, cheguei hoje. Me diga Arthur, onde é que eu estou? - Perguntei curioso observando o lugar já podendo enxergar melhor. O local era bem apertado, cheio de remédios e coisas do tipo.

– Você está aqui há pouco mais de vinte minutos. É uma enfermaria improvisada que fiz quando Daniel e seus amigos começaram a dar ''boas vindas'' para os alunos novos.

– E por que o diretor não toma uma atitude? - Indaguei indignado.

– Daniel, o líder do grupo, é filho dele. Você teve muita sorte garoto, o último garoto que passou por essa brincadeira idiota ficou no hospital por duas semanas.

Engoli em seco e logo uma ideia me veio a cabeça. Eu não apanhei por que alguém me salvou e Arthur devia saber quem foi.

– Arthur, quem foi que me ajudou no banheiro?

– Foi William Oliveira, ele está na diretoria agora. O garoto deve ter gostado muito de você Cadu.

– Como assim?

– William é sinônimo de problema. Onde ele vai pessoas saem machucadas e problemas acontecem. Nunca o vi andando com ninguém da escola, todos parecem ter medo dele. Ouso dizer que ele é pior que Daniel.

Engoli em seco. Meu plano era agradecer, mas se ele batesse em mim? se ele me salvou de apanhar por que ele bateria em mim? Saí de meus devaneios quando ouvi a voz de Arthur.

– Você ainda está vivo? - Abandonei o sofá que estava e fui em direção a porta.

– Onde é a diretoria Arthur?

– No primeiro andar, logo na entrada. Você vai ver uma porta branca, é só entrar lá.

Agradeci e saí da enfermaria. Percebi que todos ainda estavam no recreio e provavelmente meus novos amigos estavam procurando por mim. Tudo bem, eu agradeceria o tal garoto bem rápido e depois me justificaria para eles.

Por sorte eu já não me perdia mais, pelo menos não no primeiro andar. Já estava na frente da tal porta branca quando ouvi duas vozes conversando.

– Se você continuar assim terei que te expulsar Sr.Oliveira. Entendo que estava defendendo um estudante, mas não pode sair batendo em todos que estiverem na sua frente! - Parecia ser o diretor

– Como não? o seu filho caçula faz isso todos os dias e ele não está aqui! - Uma segunda voz disse sarcástica.

– Chega! - Gritou o diretor - Vou te dar uma advertência apenas, mas da próxima vai se arrepender moleque. Pode sair, o intervalo já está para acabar.

Ouvi o som da cadeira sendo arrastada e logo depois passos. Estava tão concentrado na conversa que nem notei onde estava. Quando abriram a porta, ela bateu no meu rosto e eu fui de encontro ao chão, pela segunda vez naquele dia. Eu me sinto um inútil.

– Foi mal, não te vi. Levanta daí - A voz dele era grave como a de um cantor. Senti meu corpo colidir contra seu peito quando ele me puxou para cima. Com as bochechas mais vermelhas que um tomate, eu o analisei discretamente. Ou ao menos eu pensava que estava sendo discreto.

Sua pele era negra e seu corpo bem definido. Perto dele eu parecia uma formiga, tinha certeza que ele tinha quase dois metros. Seu cabelo era cortado de forma disforme com algumas mechas negras caindo em seus olhos, talvez a parte que eu mais gostei nele. Seus olhos eram claros, em uma mescla de verde com castanho claro. Hipnotizantes, eu não conseguia parar de olhar para eles.

Ele usava uma jaqueta de couro e uma calça jeans rasgada. A blusa da escola definia bem seu abdômen.

– Você devia tirar uma foto pequeno. Vai durar mais - O ouvi com um sorriso sarcástico nos lábios. Seus lábios também eram lindos. Tão carnudos...O QUE EU TO PENSANDO? ELE É UM GAROTO, COMO EU!

– Desculpe - Disse corado me desvincilhando dele - Então, William Oliveira?

– Sou eu. O que você quer comigo?

– Queria agradecer por você ter me ajudado. Se não fosse por você eu estaria cheio de machucados agora. Muito obrigado.

Ele sorriu para mim. Um sorriso amigável e não sarcásticos como os outros. Mas quando ele abriu a boca sua resposta não foi amigável como o sorriso. Me senti um completo idiota.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? por favor deixem suas opiniões no comentaram digam o que faltou nesse capítulo, deixem algumas dicas, o que poderia acontecer no próximo capítulo. Comente, suas opiniões são importantes para a fic andar. Desculpem pelo capítulo MINÚSCULO, mas foi preciso pra causar o...suspense.