Laços escrita por Darlan Ribeiro


Capítulo 7
Capitulo 1 x 7




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Beatriz

Beatriz adorava passar pelo pátio da escola em plena terça feira. Ver a cara de desanimo de seus alunos. O que a fazia se divertir ainda mais era perguntar a algum deles “estudaram pra prova galera?”, eles sentiam uma imensa vontade de fuzilar a professora. Ela estranhou por não ver Noah na sala dos professores, ele deveria se atrasar um pouco.
O sinal para que o dia começasse finalmente tocou, ela iria aplicar uma prova para o pessoal do segundo ano do ensino médio. Era sua primeira prova do ano, e dali os alunos iam perceber como seria até o final do ano. Enquanto passava pelo corredor a caminho da sala de aula, ela reparou em como alguns alunos a olhavam. O olhar de desejo, e vontade de pegar a professora. Isso a fazia se sentir ainda mais convencida. Assim que chegou a porta da sala viu alguns alunos sentados na sua mesa, um grupo lá no fundo da sala conversando e outros dando uma última olhada na matéria.
– Bom dia! – cumprimentou Beatriz.
Alguns alunos responderam outros não. O que não a deixava surpresa.
– Vamos lá gente arrumem a sala para a prova, vocês já sabem como é uma fileira habitada, outra não. – a instruiu.
E assim começou a arrastamento de carteiras, o que durava uns 2min. Beatriz já estava com as provas nas mãos, Mas Noah estava à porta e a chamava, ele estava segurando umas sacolas de padaria.
– Bom dia turma! – cumprimentou ele. – Gente a prova dela é mole, mole. Vocês teriam de se preocupar se fosse eu a estar aplicando essa prova.
– Para Noah, assim você me desmoraliza. – falou Beatriz fazendo uma careta.
Ele deu um beijo na testa de sua amiga e lhe entregou uma das sacolas.
– O que é isso? – perguntou ela.
– Bolo de cenoura com cobertura de chocolate. – disse ele.
– Obrigado mano!
– De nada!
Ele seguiu para sua sala de aula. Noah havia pegado as quatro turmas de terceiro ano e uma do primeiro ano do ensino médio para dar aula de História. Beatriz adorava ter o amigo por perto. Eles haviam cursado a faculdade juntos e se haviam se divertido muito naqueles tempos.
Beatriz distribuiu as provas e deu o sinal para que a turma começasse. Eles tinham 50min, para terminarem a prova. Já que eles tinham apenas uma aula naquele dia. Ela sentou-se na sua mesa de começou a comer o seu bolo de cenoura de modo que também pudesse vigiar a turma. Alguém estava batendo na porta. Ela pensou que fosse Noah querendo um piloto para o quadro, mas não era ele e sim um de seus alunos, Dimitry. Ele estava atrasado.
– Bom dia professora! – disse ele. – Será que eu ainda posso entrar?
– Entra menino. – disse ela.
Ela achou engraçado, ter o chamado de menino. Dimitry era um adolescente alto moreno, cabelo negro arrepiado e uma cara de mal. Que ela adorava, todas as garotas da escola queriam ficar com ele. Ele por sinal já havia pegado metade das garotas da escola, mais ele a olhava com um olhar de desafio. Ela se sentia tentada às vezes a aceitara o desafio. No entanto ele só tinha dezessete anos e era um aluno e ela tinha vinte e cinco, e era sua professora. Ele pegou a prova e se sentou em uma carteira no fundo da sala.
_ Vamos lá gente. Vocês tem 40min. – avisou Beatriz.
Ela voltou a se deliciar com seu bolo, que por sinal estava ótimo.
***
A prova havia terminado, muitos alunos deixaram questões em branco o que deixava a entender que ela teria que passar trabalhos extras para que seus alunos não fossem reprovados. Ela não tinha nenhuma turma para dar aula naquele momento, por isso decidiu ir à sala dos professores. Iria aproveitar aquele tempo para corrigir as provas de uma vez. Assim poderia entregar as provas na próxima aula.
A sala dos professores estava vazia, ela colocou sua pasta e sua bolsa em uma cadeira vazia e foi até a cafeteira e se serviu de um pouco de café. Ela pegou as provas e sua caneta vermelha. Iria começar o show de horrores.
– Professora? – chamou alguém da porta.
Ela interrompeu o que estava fazendo para vê quem a estava chamando. E lá estava ele o seu aluno Dimitry, ele trajava uma blusa de linho de gola alta, azul fosco e uma calça jeans preto.
– Oi Dimitry. – disse ela num tom de simpatia.
– Será que eu posso falar com a senhora? – perguntou ele todo tímido.
– Senhora está no céu! – ironizou Beatriz. – Pode sim, por favor, entre.
O garoto entrou na sala ainda com vergonha. Beatriz ficou reparando no jeito como ele andava. Ele demonstrava segurança em cada passo que dava, sabia impor sua presença.
Ela tirou suas coisas da cadeira para que ele pudesse se sentar ao seu lado. Ele reparou que ela estava corrigindo as provas, mas não queria saber daquilo ali no momento. Ele tinha certeza de que havia se saído bem.
– O que posso fazer por você Dimitry? – perguntou ela.
– É que eu sou de família russa e gostaria de aprender sobre a cultura russa, eu pedi umas dicas de livro ao professor Noah. Ele até me indicou um, mas falou para que falasse com você. – explicou Dimitry.
Noah estava certo. Ela realmente tinha um enorme acervo de livros sobre a cultura russa em sua casa. Ela também havia passado um ano e meio lá logo assim que se formou na faculdade.
– Dimitry eu realmente posso lhe ajudar. Eu tenho vários livros lá em casa. – falou Beatriz colocando as provas novamente na pasta.
Beatriz sentiu as pernas do garoto se aproximarem da sua. Um arrepio subiu por suas costas. Ela queria desesperadamente fazer sexo com aquele garoto. Mas ela não podia isso a deixava frustrada e ainda com mais desejo.
– Você poderia me emprestar um desses livros? – perguntou ele inocentemente.
– Eu não sei. - disse ela
– Prometo que terei cuidado!
– Onde você mora Dimitry? – perguntou ela.
– Moro no Cônego. Respondeu ele afastando sua perna da perna de Beatriz.
Beatriz olhou rapidamente e não pode deixar de perceber que o pênis do garoto estava ereto e pronto para brincar e tinha um volume agradavelmente intrigante.
– Eu também moro lá. Eu te dou uma carona até em casa. Espere-me na rotatória do Paissandu em frente à igreja Metodista. Você vai comigo até minha casa e pega os livros. – falou ela.
A conversa dos dois foi interrompida pela chegada da inspetora Kátia. Ela era uma mulher de 52 anos. Ela era baixinha, gordinha e muito simpática por sinal.
– Dimitry, você sabe que não pode ficar na sala dos professores. – disse a inspetora
– Ele só estava tirando umas duvidas comigo Kátia, já estávamos terminando. – explicou Beatriz.
O garoto deixou a sala, antes que a inspetora falasse novamente. Beatriz piscou um dos olhos para o garoto o que fez seu rosto corar de vergonha. Kátia pelo visto só havia ido ali para avisar Dimitry que ele não poderia ficar na sala dos professores. Beatriz viu que ainda faltavam algumas provas para corrigir e decidiu dar continuidade. Dessa vez quem entrou na sala rapidamente foi Noah. Ele colocou uma apostila na maquina de Xerox que ficava na sala dos professores.
– Muitas notas vermelhas? – perguntou ele, enquanto colocava no painel a quantidade de cópias que iria querer.
Beatriz deu um suspiro antes de responder, ela estava meio que chateada com a turma, pois ela havia revisado a matéria milhares de vezes e mesmo assim parecia não ter sido o suficiente.
– Noah, eu não sei mais o que fazer, pelo visto terei de passar trabalhos extras. – disse ela. – A nota mais alta até agora foi 6,5... Isso é frustrante para um professor.
– Você vai saber o que fazer Bia. – falou Noah se servindo um pouco de café, enquanto esperava as cópias ficarem prontas.
– Assim espero. – disse Beatriz aproximando a ponta da tampa da caneta na boca.
– Adivinha quem voltou e foi lá em casa ontem me fazer um convite mega intrigante? – instigou Noah enquanto assoprava o café a fim de esfriá-lo um pouco.
Beatriz no mesmo instante em que ele finalizou a pergunta. Recostou-se totalmente na cadeira endireitou os óculos e observou com aquele olhar.
– Flávio. Ele voltou do Canadá e me convidou para ser seu padrinho de casamento. – falou ele, quase que tremendo. – O complicado é que enquanto ele estava lá em casa ontem. O André chegou e quase me beijou na frente dele. Eu desviei, é claro, mesmo assim é tão ruim ter que fingir ser outra pessoa para o meu melhor amigo.
– Qual é o seu medo Noah? – perguntou Beatriz cruzando os braços. – Você tem medo de perder a amizade dele?
Ela queria entender, que medo era esse. Esse medo que o impossibilitava de contar a verdade sobre sua opção sexual ao melhor amigo.
– Eu não tenho medo de perder. Eu tenho medo de não conseguir superar a perda. – disse ele jogando o copo plástico que estava com café no lixo.
_ Você o ama! – concluiu ela.
Ali estava ela se vendo nos problemas do amigo. Ele queria sair de um abismo de mentira que o estava sufocando. Beatriz sabia o que era aquilo ela mentia pra si mesma o tempo todo.
– Conte a verdade. – ela o aconselhou. Afinal é muito fácil aconselhar uma pessoa a dizer a verdade. Quando você mesmo não consegue enfrentar a sua.
***
Era meio dia, Beatriz estava olhando pela janela da sala de aula. O dia havia amanhecido com um sol fazendo jus a sua magnificência, porém os seus raios não conseguiam transpor as nuvens negras que se manifestavam no céu naquele momento. Significava chuva. Os alunos estavam esperando o sinal tocar para que fossem liberados. Aquela turma estava exausta depois de votarem da aula de Educação Física, o que já havia consumido bastante energia deles. Ela pediu um resumo do capitulo oito. Valendo nota, o que decepcionou os alunos foi à quantidade de paginas, que aquele capitula continham. Eram 138 paginas para resumir em 1hr40mim.
– Professora, quanto que vai valer o resumo? – perguntou uma aluna que estava sentada na primeira carteira da fileira do meio. O seu nome era Flora, uma menina bonita, porém sem senso de moda. Ela era uma das melhores alunas de Beatriz. No entanto lhe faltava um pouco de confiança em si mesma.
– Vai valer 2,0. – disse Beatriz
O sinal tocou e os alunos saíram da sala, andando num ritmo normal. Beatriz enquanto saia da sala observou que alguns saiam em bando e outros sozinhos como se trocassem passos com a solidão. Dimitry era um dos alunos que ia sozinho. Ela imaginou que ele fosse sozinho para poder espera-la no local marcado.
Enquanto atravessava o pátio sentiu uma gota de chuva pingar bem no seu nariz. Iria começar a chover em breve. O seu fusca estava parado bem em frente à escola. Ela entrou nele sentiu o cheiro do coro e o aspirou fundo. Seu carro saiu dali numa velocidade frenética
Quando chegou a frente da Igreja Metodista, viu Dimitry encostado no muro da igreja. Ela buzinou três vezes, o garoto veio em direção ao carro olhando de um lado para o outro, como se estivesse fazendo algo de ilegal. O que na verdade era um pouco incomum. Algumas pessoas não enxergavam com bons olhos os professores que davam carona aos alunos.
– Professora. Espero não estar atrapalhando. – disse Dimitry com toda a sua educação.
Beatriz achou fofo, a sua preocupação. Ela viu nele uma um aluno com muito potencial, além de ser muito charmoso e bonito.
– Que isso Dimitry. E pode me chamar de Beatriz, pois não estamos mais na escola.
Ela viu que ele estava sorrindo e seu sorriso, era ainda mais encantador.
***
Em 20min eles estavam em frente à casa de Beatriz. Ela morava em um chalé a garagem ficava do lado do chalé. A propriedade era cercada por uma cerca de madeira envernizada. Antes que Beatriz pudesse sair do carro foi surpreendida pelo seu labrador. O Bruce era grande com sedosos pelos negros, o cachorro notou a presença de Dimitry e foi brincar com ele. O garoto atendeu ao pedido do cão e o afagou carinhosamente.
– Belo cão, Beatriz! – comentou o garoto enquanto continuava a brincar com o cachorro.
_ Obrigado!
Beatriz pegou sua bolsa no banco de trás do carro e fez um sinal para que Dimitry a seguisse. O chalé era dividido em três quartos, um banheiro, uma sala, um escritório e uma cozinha. O garoto ficou estupefato ao ver o tamanho do chalé por dentro. A porta principal da casa dava direto para a cozinha. Ela colocou a bolsa em cima da mesa e seguiu para um corredor entrando na segunda porta a esquerda. Dimitry ficou parado na cozinha, ele sentiu o cheiro de madeira da casa e era agradável como também sentiu o cheiro de capim limão. Logo deduziu que a professora gostava de incenso. Beatriz saiu do cômodo e viu o garoto parado na cozinha com as mãos nos bolsos olhando para cima.
– Dimitry? – chamou ela.
Ele se assustou um pouco devido a sua admiração pela casa.
– Oi.
– Vem cá.
Ele seguiu pelo corredor e viu algumas fotos que estavam penduradas na parede. Eram fotos recentes dela, com os amigos e os familiares também. Beatriz seguiu e entrou numa porta no final do corredor a diretita. Quando Dimitry chegou à porta da sala ficou boquiaberto com o que via. Eram três paredes da sala completamente repleta de livros. A sala tinha uma mesa, uma poltrona e sobre o chão um tapete de veludo negro.
– Bem vindo a minha humilde biblioteca particular. – se gabou ela encostada-se a uma das prateleiras.
– Nossa, que humildade. – ironizou Dimitry.
Beatriz foi andando em sua direção, mais tropeçou em um pequeno relevo do tapete, ela sentiu alguém lhe acudir. Ele a ajudou a se recompor. Seus olhos a fitavam com um desejo descomunal. Sua respiração se tornou ofegante. Os lábios dele pareciam um imã que através da estática chamava os seus para se unir aos dele. E foi o que aconteceu, deixando se levar.
– Dimitry, sou sua professora. – a exortou, mas querendo loucamente apreciar aqueles lábios novamente.
– Só na escola. – sussurrou ele em seu ouvido a fazendo se derreter ainda mais.
As palavras soaram aos seus ouvidos como um grito de liberdade. Beatriz se deixou levar pelas mãos escorregadias de Dimitry, que deslizava sobre seu corpo de uma forma excitante. Os seus lábios cobria os dela numa suavidade que ela nunca havia experimentado. Ela começou a desabotoar o vestido e ele as calças jogando sua mochila em um canto da sala. Ele a jogou contra a parede, fazendo ficar com os olhos arregalados.
– Você parece saber lidar com uma mulher. – ela comentou em sussurros de desejo e prazer.
– Ainda nem começamos. – disse ele arrancando o sutiã de Beatriz com uma veracidade de dar medo.
Ela viu pela cueca Box de tecido vermelho, que seu membro já estava de prontidão. Esperando para ser convocado. Ele a deitou com suavidade no tapete. E foi beijando suavemente cada parte do corpo de Beatriz.
Beatriz estava se arriscando, mas essa pessoa realmente era ela. Ela sempre gostou de viver o proibido. Sua vida se baseava em sua paixão por se arriscar.






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