Laços escrita por Darlan Ribeiro


Capítulo 36
Capítulo 2 x 12


Notas iniciais do capítulo

Simplesmente Aconteceu - Ana Carolina



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Noah
Depois de uma longa tarde com seu irmão. Noah estava dando graças a Deus por estar em casa. Ele seguiu para seu quarto se despindo da camisa e dos sapatos, mas antes que pudesse cair sobre a cama sua atenção se voltou para a sacada. Lugar onde ele havia sido beijado por Lucas pela primeira vez.
Desde aquele dia ele e Lucas nunca mais se falaram. Noah não sabia se estava fazendo o certo em deixar o rapaz no escuro daquela forma. Mas ele precisava daquele tempo para tentar por os pensamentos em ordem. Ele queria entender o que estava se passando dentro de si próprio. Apesar de que quando se trata de amor não há o que entender, pois o amor não fora feito para se entender e sim para se deixar sentir.
Ele se jogou sobre sua cama e se deixou embrenhar no mais singelo sonho que lhe era apresentado.
***
Noah acordou na terça feira com a campainha de sua porta sendo tocada e a porta sendo esmurrada. Ele levou uns segundos para tentar se situar com o barulho e com a claridade que invadia seu quarto pela janela.
– JÁVAI! – gritou ele.
Ele recolheu sua camisa e seu sapato que estavam espalhados pelo chão da sala e os jogou no quarto. A pessoa pelo visto havia escutado, pois os murros e o som da campainha pararam. Ele abriu a porta de modo que ele estava pronto para falar mal dia para quem quer que fosse a pessoa que estivesse lhe incomodando naquela hora da manhã. Porém ele não conseguiu brigar com a pessoa, pois ele estava vendo uma pessoa que ele não esperava ver.
– Vamos acordar primo, pois o galo já cantou anunciando o raiar de um novo dia. – disse a pessoa.
– O que você está fazendo aqui Aline. – Noah estava sem palavras, pois não esperava nunca ver a sua prima ali parada em sua porta. Não depois do que ele havia feito.
– O que foi primo? – Aline tirava seus óculos escuros do rosto. – Parece até que você viu um fantasma.
– Não deixa de ser verdade, para quem disse que eu devia lhe considerar morta. Você realmente parece um fantasma pra mim. – respondeu ele fazendo um gesto para que a prima entrasse.
Enquanto sua prima se acomodava no sofá, Ele parou para recolher duas correspondências que estava no chão.
– Mas o que lhe traz a Friburgo, Aline? – perguntou ele vendo sobre o que se tratava as correspondências e depois indo se juntar a sua prima no sofá.
– Caio e eu, tivemos de vir a Friburgo, para resolvermos assuntos da confecção com Mirella. Mas antes eu tinha de vir aqui falar com você. – explicou Aline pousando a mão solenemente sobre a coxa esquerda de Noah.
Noah não queria lembrar-se daquela tarde de primavera horrorosa de dois anos atrás. Quando sua prima que estava bem ali a sua frente estava a dois dias de seu casamento. Mas que acabou flagrando seu noivo com ele na cama. Mas o olhar solene de sua prima o fez voltar àquela trágica tarde. Tarde em que ele havia destruído o sonho de alguém.
– Eu sei que você nunca vai me perdoar prima. Mas por favor... – ela levou o dedo até a boca dele o impedindo de pronunciar seja lá qual for o ele pretendia dizer.
Aline ainda continuava olhando para ele com o mesmo olhar de 15seg atrás. E aquilo o deixou ainda mais confuso e sem graça. Mas foi quando ele viu um sorriso se formar no rosto dela. Era o mesmo sorriso que ela lhe dava quando os dois eram crianças. E um queria procurar entender o outro.
– Dois anos se passaram primo querido. Eu tentei lhe odiar de todas as formas possíveis. Mas toda vez que eu tentava. Uma lembrança da nossa infância, adolescência... Todos os momentos maravilhosos que passamos juntos me rebanhavam a uma única certeza. A certeza de que lhe amo muito. – ela deu tapinhas na perna dele.
Não havia mais o que falar.
Noah queria poder dizer o quanto estava feliz. Mas as palavras pareciam não querer sair. E então ele deixou que um único gesto falasse por ele. O abraço envolvente e caloroso que ele deu em sua prima disse o quanto ele estava aliviado e feliz por aquela atitude.
Os dois se entreolharam e os olhos estavam cheios d’água, porém nenhum deles queria dar o braço a torcer.
– Você já tomou café? – perguntou Aline.
– Pra falar a verdade prima eu nem tomei banho. – respondeu Noah fazendo uma careta. – Cheguei em casa ontem bati na cama e dormi.
– Vamos fazer o seguinte então. Enquanto você vai tomar um banho. Eu preparo o café. – disse sua prima.
Noah balançou a cabeça concordando. Sua prima deixou a bolsa no sofá e foi para cozinha preparar o café, enquanto ele seguia para o banheiro a fim de tomar um belo e relaxante banho.
Enquanto estava no quarto Noah conseguiu sentir o cheiro de café fresco exalar pela casa. Ele apenas vestiu uma bermuda e camiseta. Arrumou sua cama e depois parou para contemplar o lindo dia que estava fazendo.
Chegando a cozinha, viu que Aline não havia perdido o jeito e ainda conhecia muito bem. Ela havia feito pão torrado na manteiga, uma coisa que os dois sempre comiam quando passavam o fim de semana na casa de sua avó.
– Onde está o Caio? – perguntou Noah indo ajudar Aline a terminar de arrumar a bancada.
– Ele foi ao banco rapidamente e disse que viria aqui me buscar para irmos à casa de sua irmã e de lá ir para confecção. – ela respondeu enquanto colocava a jarra com leite sobre a bancada.
Os dois se acomodaram para desfrutar do humilde café da manha entre primos.
Noah não conseguia acreditar que estava ali com a prima. Cujo um dia ele destruiu o sonho. E o mais ele não conseguia acreditar que ela o havia perdoado. Mas aquilo o fez refletir. Sobre o que é mais difícil. Perdoar ou se deixar perdoar?
– O que foi primo? – perguntou sua prima se servindo com um pouco mais de café. – Parece que tem algo lhe incomodando.
– Na verdade tem e o nome dele se chama Lucas. – respondeu ele observando o relógio que marcava nove e meia.
– Ele está lhe fazendo sofrer? É isso? – pelo que Noah conhecia de sua prima sabia que ela compraria uma briga só para defendê-lo.
– Antes fosse linda. – ele relaxou os ombros como se os seus problemas tivessem sido resolvidos, coisa que não era bem assim. – Mas é uma história que tenho que lhe explicar com tempo. Que tal saímos para jantar hoje?
– Perfeito. – respondeu Aline batendo palminhas de felicidade.
A conversa foi interrompida pelo som campainha.
– Deve ser o Caio. – falou Noah indo atender a porta.
Noah abriu a porta e viu seu primo parado. Caio não mudara nada, pois continuava alto, magrelo quase raquítico e com o restante de cabelo que lhe restava.
– Bom dia, Caio! – ele o saudou.
– Bom dia Noah! – falou Caio secamente sem nenhum resquício de simpatia. – Aline ainda está aqui?
– Sim! Estamos terminando de tomar café. – Noah conseguiu ver a surpresa de Caio.
Caio não disse nada apenas seguiu para a cozinha e primo foi logo atrás dele.
– Aline anda logo, pois eu quero terminar o que tenho que fazer nessa cidade e voltar para casa o quanto antes. – disse Caio fazendo uma varredura pela cozinha de seu primo.
– Nossa! Primo você continua o mesmo chato de sempre. Não muda. – Noah fez o comentário sem ter a intenção de provocar o primo, mas sabia que o havia provocado.
– E você Noah? Destruindo muitos casamentos? – Caio o olhava desafiadoramente, pois esperava que seu primo lhe desse uma resposta.
Noah não pode dizer nada para se defender. Ele teve que ficar quieto, no entanto sua prima interveio por ele.
– Cala essa boca, Caio. – Aline o exortou. – E vamos embora logo sua tralha.
– Você não fala comigo assim, ou eu vou...
– Ou se não você vai o que? Contar para o papai e para mamãe que eu lhe mandei calar a boca? – Aline agora estava de pé e falava debochando da cara do irmão.
Noah teve que morder o braço para não gargalhar na cara do seu primo, que continuava a ser o mesmo babaca de sempre.
– Noah onde fica o banheiro? – perguntou Aline e logo em seguida bebendo o restante do café.
– Segunda porta a esquerda. – explicou Noah.
Caio continuou parado encostado no armário enquanto Noah terminava de tomar seu café. Um silencio desconfortável se instaurou entre os dois. Mas foi por poucos segundos, pois Caio o rompeu.
– Eu vou fazer você pagar muito caro, pelo que você fez a minha irmã. – Caio o ameaçou.
– Sabe Caio, se eu não o conhecesse de verdade. Juro que depois dessas suas palavras, eu estaria com um pouco de medo. – Noah se virava para ele e sorria debochadamente. – Mas sabendo o merda que você é. A única coisa que você me instiga a fazer é rir dessa sua cara.
Nesse momento Caio saiu de onde estava e foi até seu primo e os dois ficaram cara a cara.
– Eu vou acabar com você. – disse Caio apontando o dedo na cara de Noah
– Guarde suas ameaças para quem realmente tem medo de você. – Noah tirava lentamente o dedo de seu primo de sua cara.
Cada um deu um passo atrás quando escutaram a porta do banheiro se abrir.
– Vamos embora Caio. – disse sua prima da sala.
Noah seguiu para sala e viu Aline se ajeitando para ir embora.
– Primo eu te ligo hoje à tarde para marcarmos um horário para irmos jantar. – Aline estava prendendo o cabelo com uma presilha para cabelo.
– Tudo bem! – respondeu ele.
Sua prima lhe deu um beijo de despedida, já seu primo estava na porta do elevador esperando impacientemente a irmã.
Depois que seus primos foram embora. Noah arrumou a cozinha e logo em seguida foi para rua pagar as contas e aproveitar o que podia daquele lindo dia que estava fazendo.


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