Laços escrita por Darlan Ribeiro


Capítulo 26
Capítulo 2 x 2




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Sophie

Sophie estava preparando o café da manhã. Ela havia passado uma noite ótima com Hudson. Já ia fazer quatro meses que eles estavam juntos. E tudo estava dando certo, ela não tinha do que reclamar. Enquanto preparava o café, ela ficava olhando Hudson ir até o varal e colher as roupas, já que estava chovendo naquela manhã.

Ele recolhia as roupas numa velocidade enorme, mesmo assim isso não conseguiu evitar que ficasse ensopado. Hudson agora corria em direção à varada da casa. Ele colocou as roupas sobre um pufe e pegou uma toalha para se secar.

– Nem preciso mais tomar banho. – disse ele entrando em casa –, depois desse banho que tomei. Vou gastar mais água pra que?

Sophie colocou sobre a mesa uma caneca cheia de chocolate quente. E um prato com torradas recém-tiradas do forno.

– Pensei que fossemos tomar banho juntos. – disse Sophie, fazendo uma carinha de desapontada.

– Ai as coisas mudam um pouco. – respondeu Hudson pegando uma torrada.

Ela adorava quando ele a provocava daquela maneira, estreitando os olhos e mordendo os lábios, eram coisas que faziam toda diferença. Eles haviam transado pela primeira vez na noite passada. E foi tudo muito diferente para Sophie, pois não foi uma mera transa. Ela havia feito amor com Hudson

– Vem cá. – chamou ele

Sophie estava vestindo uma de suas camisas, quando ela se aproximou dele. Ele a tomou em seus braços a fazendo se derreter por dentro.

– Muito obrigado pela noite de ontem, foi tudo muito mágico pra mim, pois eu estava fazendo amor, com a mulher da minha vida. – disse Hudson, enquanto acariciava os cabelos dela.

– Sou eu quem tem que agradecer por você nunca ter desistido de nós. Por manter viva essa esperança de que um dia, ficaríamos juntos novamente. Obrigado por me dar a chance de poder recomeçar ao seu lado. – disse Sophie pousando a cabeça sobre o peito dele e sentindo sua respiração suave e controlada.

Os dois tomaram café juntos, Sophie achava engraçado ele não ter empregada. E gostar de cuidar da casa sozinho. Ela então o ajudou a arrumar o quarto, lavar o banheiro, limpar a cozinha e por fim passar pano na casa inteira. Estava ali o homem que toda mulher pedira a Deus. Sophie concluiu que ele realmente era O Homem Da Casa.

Ela estava no banho, pois tinha que ir ao consultório entrevistar algumas garotas, para a vaga de secretária, já que Juliana havia passado para a faculdade, ela e Antônio. E os dois iriam morar em Campos. Os dois mandavam toda semana fotos de como estava sendo a vida dos dois juntos e isso era lindo de se ver.

– Amor? – Chamou Hudson

– Oi amor! – respondeu ela.

– Seu celular está tocando.

– Quem é?

– Laura. Quer que eu atenda?

– Não precisa, ligo pra ela assim que sair do banho.

Quando saiu do banho, Hudson já estava pronto. Esperando que ela ficasse pronta para poderem sair para almoçar. Na parte da tarde Hudson sempre ficava em casa trabalhando. Ele cuidava de seus afazeres profissionais tudo por meio do computador.

– Onde vamos almoçar hoje? – perguntou Hudson deitado na cama, sem tirar os olhos da tela de seu celular.

– Um lugar próximo ao meu trabalho. – respondeu ela.

Sophie já estava vestida, agora só faltava secar o cabelo. Ela pegou o secador dentro de sua pequena mala e foi para o banheiro. Um barulho de turbina se ouviu de dentro do banheiro. Depois de 40min ela finalmente ficou pronta para sair de casa.

– Estou pronta, só tenho que pegar minha bolsa. – informou ela.

– Então vamos. – sugeriu Hudson.

Sophie pegou sua bolsa, no momento em que iria colocar seu celular dentro da bolsa, por descuido sua bolsa caiu no chão. Esparramando todo seu conteúdo. Sophie soltou um palavrão de leve, enquanto se agachava para colocar as coisas de volta na bolsa. Ela de repente viu algo do passado que ainda a atormentava. Era o chaveiro com a chave do apartamento que Gustavo havia comprado para eles. Ela não via Gustavo desde a festa de natal na casa de Beatriz.

A chave ainda tinha um significado para os dois. Ela tinha que abrir a porta do apartamento no dia em que ela estivesse disposta a dar uma nova chance ao relacionamento. No entanto Sophie não sabia se queria viver ao lado de Gustavo novamente, não sabia se queria perder a chance de viver ao lado do grande amor da sua vida. Ela não sabia por quanto tempo mais poderia adiar sua decisão.

Sophie guardou o chaveiro de volta na bolsa e se levantou.

– Está tudo bem Sophie? – indagou Hudson.

– Sim, foi um descuido. – ela o respondeu.

Ele foi até ela e lhe deu um beijo e os dois saíram para almoçar. No carro Sophie aproveitou para retornar a ligação de Laura, o celular chamou três vezes e então Laura atendeu.

– Oi Sophie! – disse Laura deixando esvair simpatia pela sua voz do outro lado da linha.

– Oi Laura! – retribuiu Sophie a simpatia.

– Gostaria de saber se podemos nos encontrar hoje à tarde? – perguntou Laura

– Espera ai, você está em Friburgo? – a indagou.

– Sim, cheguei hoje pela manhã! – respondeu Laura. – E ai podemos?

– Claro!

– As 4hrs. É bom para você?

– Perfeito!

– Tudo bem então, lhe vejo mais tarde. Beijos!

– Beijos!

Sophie guardou o celular na bolsa com muita empolgação, pois já fazia anos que ela não via Laura, desde que Laura havia se mudado para o Sul, a fim de estudar agronomia. Ela havia se distanciado um pouco do Grupo. Não vinha nem nas festas mais importantes do Grupo.

– Pelo visto você vai se divertir hoje à tarde! – comentou Hudson.

– Assim espero! – disse ela na expectativa de ter uma conversa prazerosa com a amiga.

***

De todas as meninas que Sophie havia entrevistado naquela tarde, apenas uma tinha o perfil adequado para ser sua secretaria. Seu nome era Nicole. Nicole tinha 21 anos e estava cursando Recursos Humanos, e parecia ser uma garota bem inteligente, sem falar de ser atraente, sue pele cor de chocolate e seus cabelos escovados lhe davam uma aparência de mulher decidida, e guerreira. Sophie iria ligar para ela no fim da tarde para dizer que a vaga era sua.

Sophie terminou de ajeitar algumas coisas no consultório, ela olhou no relógio faltavam vinte minutos para as quatro, tinha de ligar para Laura para saber o local onde se encontrariam. Ela pegou o celular que estava em cima da mesa e discou seis segundos se passaram até que Laura atendeu.

– Oi Sophie! – disse Laura.

– Oi! – falou Sophie. – Estou ligando para saber aonde vamos nos encontrar.

– Eu estou na praça aqui do centro, sentada em um banco em frente ao antigo Fórum.

– Chego ai em dez minutos, vou apenas fechar o consultório e já estou indo. – explicou Sophie.

– Tudo bem! Tchau! – se despediu Laura.

Sophie pegou sua bolsa e as chaves, enquanto trancava o consultório, ficou imaginando qual seria o motivo da volta de Laura, o que teria acontecido para a amiga voltar assim do nada e sem ao menos avisar que estava voltando à cidade. Ela tinha certeza de que dentro de alguns minutos ela iria descobrir. Ela trancou o consultório e foi ao encontro de sua amiga.

Quando chegou a praça e viu Laura, Sophie estranhou um pouco, pois Laura estava diferente. Seu cabelo estava grande, ela não estava usando maquiagem, sem falar de sua roupa. Ela usava uma saia longa preta e uma camisa de manga curta amarela. Sophie lhe cumprimentou com um beijo no rosto como de costume.

– Você está diferente Laura. – comentou Sophie.

– Você notou amiga? – indagou Laura dando uma olhada em si mesma.

– E tem como não notar? – retrucou Sophie um pouco sem saber o que falar.

As duas se sentaram no banco da praça, para poderem conversar melhor.

– Ai Sophie aconteceu uma coisa maravilhosa na minha vida.

– E que coisa maravilhosa foi essa? Encontrou um homem que te pegasse de jeito? Casou? Tá grávida? O que foi? – perguntou a amiga louca para saber o que havia gerado aquela mudança tão estrondosa e estranha por sinal.

– Eu aceitei Jesus! – respondeu Laura.

Sophie parecia ter acabado de levar uma tapa na face. Ela não sabia o que dizer, pois era Laura quem estava dizendo aquelas palavras Eu aceitei Jesus. Era Laura, depois de Beatriz, ela era a pessoa mais eloquente do Grupo, a mais porra louca, a mais filha da puta do Grupo.

– Que bom amiga! – disse ela –, mas como foi isso?

– Uma amiga da faculdade, um dia me convidou para ir a sua igreja com ela. Como eu não tinha nada a perder. Eu topei ir com ela, mal sabia que naquele dia já estava escrito por Deus. Naquele dia eu iria encontrar o caminho da salvação. E foi o que encontrei. – explicou Laura.

Sophie ainda continuava embasbacada com tamanha mudança que Laura havia sofrido.

– Você tá pronta para rever o pessoal? – perguntou Sophie tentando se desvencilhar do assunto.

Antes de responder Laura pousou a mão sobre as mãos de Sophie e suspirou.

– Faz cinco anos que estou louca para rever o pessoal. – respondeu ela. – Mas bem que você podia ir me adiantando os últimos babados do grupo de amigos mais louco do mundo.

Sophie percebeu ali que velhos hábitos não morriam.


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