Beatriz

Beatriz estava deitada na cama vendo um programa de culinária, a receita era lasanha de abobrinha, nos primeiros passos estava tudo indo muito bem, mais assim que Beatriz viu o queijo se misturando com a obobrinha lhe veio uma vontade imensa de vomitar e então ela correu até o banheiro.

Sem falar que na noite passada ela teve um desejo louco de tomar caldo de cana, fazendo com que Konrad e Gustavo saíssem na rua que nem loucos a procura. Mas ter desejos pra ela era normal e seus amigos quererem lhe agradar. Era mais que justo.

Ela estava no banheiro, ajoelhada perante o vaso, quando ouviu Gustavo lhe chamar,

– Bia, onde você ta?

– Eu to aqui, no banheiro. – respondeu ela.

Konrad e Gustavo brotaram na porta segurando uma sacola com o logotipo de alguma farmácia local.

– Nossa Beatriz, você ta péssima. – comentou Konrad.

– E você é um amor Konrad. – disse ela sarcasticamente.

– Beatriz, você precisa fazer isso. – pediu Konrad lhe entregando a sacola.

Beatriz pegou a sacola para ver o conteúdo, quando abriu a sacola olhou para os dois com as sobrancelhas arqueadas.

– Sério? – a indagou, pegando uma das pequenas embalagens.

– Só faça. – falou Konrad dessa vez.

– Tá bom! – concordou ela, fechando a porta do banheiro na cara deles.

Beatriz achava aquilo perda de tempo, porém não custava tentar, lhe passou pela cabeça tudo o que iria mudar na sua vida, caso aquilo se confirmasse. Ela não sabia se estava pronta para assumir uma responsabilidade daquela. Mas ela sabia que tinha que fazer aquilo logo.

Ela abriu o pacote e começou a fazer um por um, no entanto não teve coragem de olhar o resultado. Só faltava fazer mais um teste. Ela o fez e colocou na pia do banheiro e saiu.

– E ai, o que deu? – perguntou Gustavo.

– Não tive coragem de olhar. – respondeu Beatriz.

– Ei, estamos aqui com você e vamos estar com você sempre. Esqueceu-se, que somos amigos. – disse Konrad.

Ela abraçou os dois e deu um beijo no rosto de cada um. Ela sabia que tinha o grupo de amigos mais fabuloso do mundo. Ela era a melhor e queria ter os melhores ao seu lado.

– Vamos fazer isso junto. Cada um de nós pega um dos testes. – disse Konrad.

Gustavo foi até o banheiro e pegou os testes que estavam em cima da pia. Ele segurava os três testes em uma mão e com a outra tapava os olhos. Cada um pegou um teste de sua mão com os olhos fechados. Gustavo foi o primeiro a dizer o que o teste havia dado.

– Positivo. – disse ele.

– Positivo. – concordou Konrad

Beatriz começou a chorar antes de falar.

– Positivo.

Beatriz começou a chorar, mas ela não chorava de tristeza. Ela chorava de felicidade, pois de tantas coisas que haviam sido negativas para ela naquele ano. Estavam ali três testes de gravidez lhe mostrando algo de positivo. Estavam lhe dizendo que era hora de se preparar para ser mãe.