Laços escrita por Darlan Ribeiro


Capítulo 15
Capítulo 1x 15




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Noah

Era noite do dia 26 de julho, um dia especial para Noah, pois era o seu aniversario. Ele decidira fazer a festa naquele ano, no sitio de sua família, sua cunhada havia preparado todo o Buffet. Com todos os tipos de iguarias deliciosas e absolutamente apetitosas. Havia cinquenta e três mesas espalhadas pelo jardim. Seu irmão Matheus iria ser o DJ da noite, sua irmã Mirella cuidou de toda a decoração. Estava tudo perfeito. Seria uma grande festa.

Noah estava vestido com uma camisa social branca, blazer, calça jeans e um AllStar preto. Ele ficou na porta da casa principal do sitio, recebendo os convidados. A maioria de seus tios e primos já haviam chego, seus amigos iam chegando pouco a pouco. Ele viu seu irmão chegar. Diogo estava usando uma camisa vermelha, bermuda e tênis, Camila trajava um vestido curto azul. Que fazia jus a sua tonalidade de pele e a toda sua beleza que era estonteante. Ela trazia no colo à pequena Pérola que usava um vestidinho lilás e D. Luccas vinha logo atrás de mãos dadas com um homem que ele certamente não conhecia. Seu sobrinho usava uma camisa xadrez clara, uma mine calça jeans e um mini AllStar branco. O rapaz desconhecido era alto, olhos verdes, loiro e muito bonito por sinal. Ele estava vestindo uma camisa polo vermelha calça jeans escura e tênis. Sem falar que trazia consigo uma espécie de maleta.

– Parabéns irmãozinho! – disse Diogo lhe dando um abraço.

– Obrigado! – disse Noah

– Camila eu vou entrar e falar com meus familiares. – informou Diogo.

– Leve Pérola e D. Luccas com você. – sugeriu Camila.

Antes de seus sobrinhos seguirem com seu irmão, Noah deu um beijo em cada um deles. Eles estavam lindos e como sempre alegres. Era um lindo casal de filhos que seu irmão e sua cunhada haviam concebido ao mundo.

– Noah, quero te apresentar uma pessoa. – disse sua cunhada fazendo um sinal para que o rapaz que havia vindo com ela se aproximasse.

O rapaz se aproximou a passos lentos e um pouco acanhados.

– Esse é meu primo Lucas. Ele vai morar em Nova Friburgo agora.

– Prazer... Seja bem vindo e divirta-se na festa! – disse Noah lhe estendendo a mão para cumprimenta-lo.

– Obrigado! – agradeceu o rapaz apertando-lhe a mão. – A propósito será que eu poderia fotografar sua festa? Acho que é o mínimo que posso fazer para lhe presentear,

Noah não conseguiu distinguir no momento o que era aquilo que estava passando dentro de si. Mas algo naquele rapaz o atraia.

– Por favor, sinta-se a vontade. – ele respondeu, lançando ao rapaz o seu melhor sorriso.

Lucas lhe devolveu o sorriso e entrou com Camila para festa.

Noah ficou por mais alguns minutos e nesses minutos chegaram seus amigos, Beatriz, Pierre, Alex, Helena, Flavio e Mariana e por ultimo chegou a Sophie sozinha em seu carro.

– Parabéns, amigo! – disse Sophie lhe dando um forte abraço e logo em seguida um embrulho.

– Obrigado Sophie! Mas cadê Gustavo? – perguntou Noah abrindo o embrulho para vê qual era o seu presente e vendo que era uma carteira de couro da Giorgio Armani.

– Ele deve chegar daqui a pouco com o Konrad. – explicou ela.

– Ta tudo bem entre você e Gustavo? – o indagou, querendo ser o mais amigo possível.

– Sim, está tudo bem. – respondeu ela deixando clara sua resposta final.

– Então vamos curtir a festa. – convidou Noah pousando uma das mãos sobre o ombro dela e a levando para dentro.

Noah Ficou feliz em ver que todos estavam se divertindo o jardim estava cheio de convidados, os garçons passando toda hora não deixando de servir ninguém. Na pista de dança, aqueles que gostavam de dançar estavam de esbaldando.

Deveria ter umas 120 pessoas naquela festa. Juntando amigos e familiares. Um garçom parou em sua frente e lhe ofereceu um Martini de frutas vermelhas. O Martini estava ótimo. Sentiu alguém cutucar seu ombro e quando se virou viu seu amigo Ycaro.

– Bela festa Noah! – comentou Ycaro dando uma mordiscada em sua minipizza.

– Pensei que você não fosse vir. – disse Noah tentando falar um pouco mais alto que o som.

– Eu nunca perdi nenhum aniversario seu.

– verdade.

– Agora me fala uma coisa. De onde você conhece aquela mulher? – perguntou Ycaro apontando para uma mulher que estava na pista de dança dançando totalmente à vontade.

Noah demorou um tempo até vê para quem ele estava apontando. E não ficou surpreso ao ver de quem se tratava.

– Aquela ali é minha melhor amiga, Beatriz Alighieri, e eu sei que você dormiu com ela há uns meses atrás. – respondeu Noah o olhando com divertimento nos olhos. – Cara você é casado.

– Eu nunca neguei isso. – disse Ycaro sorrindo para o amigo e indo em direção à pista de dança.

***

Beatriz estava totalmente solta, dançava feito, louca. A noite estava propicia a extravagância comportada. Enquanto dançava Ela sentiu alguém agarrar seu braço com força e se estressou um pouco com a brutalidade e se virou para ver quem era. No entanto ficou desconcertada quando viu quem era.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou ela totalmente assustada com o que via.

Ycaro sorria como quem estivesse se divertindo com a situação.

– Eu vim para a festa do meu amigo. – respondeu ele com uma piscada de olho pra ela.

– Espera ai, você conhece o Noah?

Agora Beatriz realmente estava com raiva, chateada... Tudo o que levava a crer que seu mundo estava se quebrando.

– Eu e Noah somos amigos de escola. Só não temos muito contato um com o outro, mas somos amigos. – explicou Ycaro bebendo um pouco de sua Marguerite.

No momento em Ycaro levava o copo até a boca. Beatriz viu aquilo que lhe chamou ainda mais a sua atenção. Ele estava usando aliança.

– Você é casado? – perguntou ela incrédula.

– Sou e espero que isso não nos impeça de sairmos outras vezes. – resondeu Ycaro com todo charme que tinha.

Ela se aproximou com toda delicadeza até os ouvidos dele e disse.

– Se você for inteligente. Você nunca mais chegara perto de mim de novo.

Ela o olhou bem nos olhos e dessa vez foi ela quem lhe dirigiu o sorriso. Ele fez o mesmo. E ali Beatriz havia posto um ponto final naquela conversa, naquele sexo de fim de semana.

Beatriz saiu da pista de dança e foi até a mesa, onde estava sentado com Pierre, Alex e Sophie. No caminho até a mesa ela viu Noah cumprimentando alguns parentes, ele estava transbordando de felicidade pelo que parecia. Ela ficou feliz em ver o amigo feliz. Ela viu André indo na direção de seu namorado com um embrulho. Tudo para Noah estava indo bem nos últimos meses. No entanto ele não contou a ela que conhecia o Ycaro, e o mais grave ele não contou que o filho da mãe, era casado.

Beatriz se deu conta de que precisava beber, para descontrair e esquecer aquilo. O problema é que ela não sabia se queria esquecer, pois uma voz no seu interior lhe dizia para não deixar barato. E assim ela preferiu dar ouvidos a sua voz interior, mas teria que beber primeiro.

***

Noah foi surpreendido pela pegada que André.

– Ei! Vai com calma, Flavio e sua noiva estão aqui. – Noah o repreendeu

Ele viu que André não havia gostado, mas entendia os seus motivos e se contentou apenas com o seu abraço.

– Acho que já está passando da hora de você contar a verdade a ele. – comentou André entregando seu presente ao amado.

– Você sabe muito bem que não é assim que funciona. – rebateu Noah. – E não vou discutir isso com você agora.

– Tudo bem! – finalizou Andre.

André se afastou de Noah e foi até alguns parentes de Noah que ele conhecia a fim de cumprimenta-los.

Noah respirou fundo e foi até a mesa de seu amigo Flavio para conversar um pouco. Assim que chegou a mesa foi recebido pela enorme simpatia de Mariana.

_ Menino sua festa está linda! – ela comentou com toda suavidade de sua voz.

– Que bom que você gostou. – disse ele. – Vocês estão sendo bem servidos?

– Está tudo muito bem organizado meu irmão. – enfatizou Flavio

Era bom ver que todos estavam se divertindo e que a noite estava linda e perfeita, mesmo estando no inverno. A noite não estava fria, muito pelo contrario a noite estava agradável.

Ele ficou por minutos ali conversando com seu amigo e sua noiva. Quando ouviu seu irmão Matheus te chamando lá do posto de onde ele estava comandando a festa.

– Noah vem cá! – chamou Matheus falando no microfone.

Ele fez o que seu irmão pediu e foi até a pista de dança onde estava seu posto. Enquanto ia até seu irmão ele viu que Konrad e Gustavo havia chego. Depois de vê o que seu irmão queria. Ele logo iria até eles para cumprimenta-los.

– O que foi Matheus? – perguntou ele.

Matheus se dignou apenas em lhe dar uma piscada de olho.

– Bom pessoal ta na hora de cantar os parabéns. E que tragam o bolo! – gritou Matheus no microfone.

Enquanto o pessoal ia cantando os parabéns o bolo foi sendo trazido pelos garçons em uma espécie de mesa com rodinhas. O bolo era enorme e era decorado com vários papiros feitos de chocolate branco. As luzes do sitio estavam apagadas a não ser pelas luzes do caminho do jardim. Noah estava prestes a assoprar a vela quando uma voz ecoou do fundo do aglomerado de pessoas que estava a sua volta.

– Espera ai Noah. – disse a voz.

Um corredor se abriu para mostrar quem era dona daquela voz. E a dona da voz se mostrou ser sua melhor amiga Beatriz, mas Noah viu que tinha algo de errado com ela. Seu olhar estava sombrio e ela vacilava algumas vezes na tentativa de se manter em pé. Pierre tentou detê-la, mas ela se desvencilhou dele.

– Falta cantar uma musica. – disse ela com a voz totalmente embriagada pela bebida

E ela numa medida drástica começou a puxar a canção.

Com quem será? Com quem será? Que o Noah vai casar? Vai depender. Vai depender se o Flavio vai querer.

Noáh sentiu seu rosto ficar vermelho, seu coração acelerar. Sentiu todo o seu corpo vacilar. Os olhares não se concentravam mais nela e sim nele.

– Sim Flavio seu amigo é gay e sempre foi apaixonado por você! Pronto Noah, eu fiz em 3min o que você não teve coragem de fazer em seis anos. – disse Beatriz com sua sobrancelha direita arqueada como se esperasse alguma reação dele.

– Tirem-na daqui! – pediu André.

Noah olhou em volta procurando no meio daquele aglomerado de pessoas a única que na qual ele devia uma explicação. Ele viu Flavio e Mariana seguindo em direção à saída. Flavio estava andando na frente a passos largos.

E a única coisa que lhe restou fazer foi sair correndo atropelando todo mundo que estava no seu caminho, quando sentiu alguém segurar seu braço.

– Aonde você vai? – perguntou Diogo e pelo seu tom de voz estava com raiva.

– Me larga! – disse Noah com os dentes cerrados de fúria.

Seu irmão no mesmo instante soltou seu braço e ele voltou a correr feito um louco quando chegou à varanda da casa viu que Flavio já estava próximo ao seu carro

– Flavio? – chamou Noah.

No entanto Flavio não se dignou nem a olhar para ver quem era com exceção de Mariana que se virou para ver quem era. Noah correu até ela.

– Eu preciso falar com ele Mariana. – falou ele tentando retomar o fôlego,

– Hoje não Noah. – disse Mariana pousando sua mão no peito dele na intenção de para-lo. – Ele vai precisar de um tempo.

– Mais eu...

– Eu sei que você precisa, mas hoje não. – ela o interrompeu.

Ele sabia bem no fundo que ela estava certa e preferiu não insistir mais. Ela se inclinou e deu um beijo no rosto dele. Noah ficou ali parado observando ela entrar no carro. O vidro que dava para o assento do motorista estava abaixado. Flavio olhava fixamente para o volante e em momento nenhum ele desviou o olhar.

Noah então entendeu que sua amizade de anos, talvez tivesse chegado ao fim.

– Noah? – ele ouviu André chama-lo.

– Por favor, eu quero ficar sozinho! – disse ele sem nem mesmo se virar para olha-lo.

Ele ficou esperando o seu namorado insistir, mais ele não o fez. Sem força de vontade para voltar a sua própria festa. Noah decidiu ir até o açude, pois aquele era o local mais longínquo do sitio e que dava para ficar pensando por algumas horas, sem ser interrompido pelo som e comentários sobre o ocorrido.

Tinha uma pequena ponte de madeira que cruzava o açude e Noah decidiu ficar exatamente sentado na borda da ponte com os pés balançando no ar. E sua única companhia no momento eram as cigarras, grilos que emitiam seus sons pela mata e a única luz que o iluminava era as que vinham dos vagalumes. Ele ouviu a madeira da ponte ranger com os passos de alguém que estava se aproximando.

– Você pretende ficar a noite toda aqui? – perguntou a voz.

Noah reconheceu a voz de imediato era seu amigo Konrad.

– Eu não consigo voltar pra lá. – disse ele. – Não agora.

Konrad se sentou ao lado dele e suspirou como se seu dia tivesse sido exaustivo, o que de certa forma não havia deixado de ser.

– Sabe Noah, eu fiquei meio que surpreso por isso ter acontecido. – falou Konrad olhando para o breu que se estendia alem do açude.

– Como assim? – indagou Noah.

– Você sempre exigiu a verdade de todos nós. No entanto não teve coragem de contar a verdade sobre você ao seu melhor amigo... Lembre-se, você não pode exigir uma estrutura que você mesmo destrói. – falou Konrad.

Verdade, Noah se viu totalmente encurralado por ela. Tudo havia desmoronado simplesmente pelo fato dele não ter tido a coragem de contar a verdade. Ele sabia que contar a verdade sobre aquela questão era difícil. Mas ele agora entendia que, contar a verdade sobre quem você realmente é pode te machucar de imediato, já a mentira vai te machucar todos os dias em que você insistir viver uma farsa sobre quem você realmente é.

– Será que ele vai me perdoar um dia? – perguntou Noah.

– Isso só o tempo vai dizer. – respondeu Konrad. – Falando em tempo toma aqui o seu presente.

Noah pegou o presente, estava embrulhado com um papel de presente azul e era uma caixa de madeira. Quando ele abriu a caixa viu que tinha um relógio de pulso em volto de uma espuma sintética.

– Que irônico! – exclamou Noah sorrindo.

– Juro que não foi proposital! – falou Konrad lhe devolvendo o sorriso. – Creio que o que vocês três mais vão precisar nesses próximos dias, vai ser tempo.

– três?

– Você vai precisar de tempo para ver se valeu ou não a pena guardar esse segredo do seu melhor amigo. O Flavio pra ver se uma amizade pode superar um segredo não contado e Beatriz para vê se vale a pena contar uma verdade que não lhe diz respeito.

Beatriz, assim que ouviu aquele nome Noah sentiu um turbilhão de sentimentos se agitando dentro dele, mais nenhum era negativo em relação a ela. Todos os sentimentos o levavam a sentir pena dela, porém ele não sabia se queria voltar a falar com ela, não sabia qual seria sua reação ao vê-la.

– Onde está Beatriz? – perguntou ele como quem não se importasse.

– Ela está em um dos quartos, com Sophie e pelo visto caiu no sono. – respondeu Konrad.

– Levem-na embora amanhã cedo. Não quero ver ela aqui assim que eu acordar amanhã. – disse Noah totalmente decidido.

– Não jogue no lixo toda a história de vocês por um simples erro. Seria hipocrisia demais, de ambas as partes. – aconselhou Konrad.

– Hipocrisia seria fingir que nada disso aconteceu. – falou Noah se levantando e indo em direção a sua festa.


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