Laços escrita por Darlan Ribeiro


Capítulo 1
Capitulo 1 x 1




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Noah

Noah já estava em sua nona aula do dia e ainda tinha a formatura do Balé de sua irmã mais nova Victória. Os Fins de tarde no mês de março em Nova Friburgo eram quase sempre agradáveis, e naquele dia estava formidável. O sol começava a se esconder entre as nuvens. Como se quisesse se retirar sem ser notado.

Noah foi retirado de seu devaneio pelo sinal da escola

– Vamos lá pessoal acabou o tempo, entreguem as provas. – disse ele se levantando da cadeira para recolher as provas.

Era engraçado para ele, ver seus alunos com uma cara de decepção consigo mesmos. Noah não se considerava um professor ruim, mas não discordava de que suas provas eram difíceis. Ele recolheu a ultima prova e enfim dispensou a turma para ir embora. Ele guardou as provas em sua bolsa e se dirigiu a saída da sala. Era mais um dia que terminava e era sexta feira, dia em que a farra era permitida para alguns e censurada para outros.

Ele estava no portão principal da escola quando sentiu alguém apalpar sua bunda com vontade o fazendo deixar o celular cair.

– Nossa a apalpada foi tão gostosa assim que te fez deixar o celular cair? – perguntou Beatriz com aquele sorriso irônico dela.

Noah olhou para trás e como sempre respirou três vezes antes de responder.

– Tinha que ser você Bia. Eu não entendo essa sua admiração pela minha bunda.

_ É que ela é gostosa de apalpar! – respondeu ela. – Vamos beber hoje? Preciso de companhia já que Sophie vai estar ocupada hoje. Acho que é aniversário do pai do Gustavo.

– Foi mau peste, mais hoje é formatura da Victória e não posso faltar. – respondeu Noah.

Ele sabia que Beatriz Alighieri, sozinha em plena sexta feira à noite, significava que algum motel teria sua ilustre presença no final da noite com algum cara que ela iria conhecer enquanto estivesse na mesa de um bar bebendo.

– Marcamos alguma coisa amanhã, tudo bem? – perguntou ele tentando compensar a amiga de alguma forma. – Mais agora eu tenho que ir.

Ele deu um beijo no rosto da amiga e ela retribuiu. E saiu andando pela calçada. Enquanto dava passadas conseguiu escutar o barulho do carro de Beatriz dar aquela arrancada. Ela passou do seu lado com o seu Fusca 69 buzinando que nem uma louca.

Noah se deu conta de que já eram cinco da tarde e a qualquer momento seu irmão mais velho Diogo estaria chegando ao seu apartamento. Isso se ele já não estivesse lá. Noah apertou os passos e em menos de seis minutos estava a duas ruas de seu apartamento. Ele se vangloriava por morar no centro de Nova Friburgo, principalmente na Avenida Alberto Braunes. Tudo era próximo, o seu trabalho e os lugares, onde gostava de frequentar. A porta do Edifício Elionor onde morava, estava à dona Vera, uma senhora que vendia rosas. Uma senhora muito agradável, deveria ter 55 anos. No entanto tinha uma saúde de uma jovem de 23 anos.

– Boa tarde Dona Vera! – disse Noah, entrando as pressas.

– Boa Tarde meu filho. – disse Ela, a senhora estava com uma mulher de meia idade escolhendo uma rosa.

Ele nem sequer chegou tentar pegar o elevador foi correndo escadas acima dando passadas e abrindo espaço entre dois degraus. Noah morava no sexto andar. Chegou à porta pingando suor. O apartamento dele não era grande, consistia em uma cozinha, um quarto com uma pequena sacada, uma sala, um banheiro, área de serviço e tinha a vaga na garagem. Ele jogou a pasta no sofá e foi correndo para o banho. Antes de entrar debaixo do chuveiro ele se deu uma olhada no espelho. Ele tinha os cabelos negros cacheados como de um anjo, e os olhos negros como a noite. Sua barba estava por fazer e decidiu deixar como estava.

O seu banho foi rápido, enquanto estava se enrolando na toalha, ele ouviu a campainha tocar, correu até a porta para abrir, pois já tinha uma noção de quem se tratava. Quando abriu a porta, lá estava Diogo, com uma camisa de malha preta, calça jeans, cabelos arrepiados e os dois alargadores na orelha e o seu olhar de mau como sempre teve. A camisa estava tão justa sobre os músculos que dava impressão de que se ele prendesse a respiração, a camisa rasgaria.

– Oi mano! – disse Noah. – Eu até lhe daria um abraço, mas estou molhado.

– Você ainda não está pronto? – perguntou Diogo, já passando as mãos nos cabelos.

Noah sabia muito bem o que, aquela mão no cabelo significava estressado.

– A menos que você queira que eu vá à formatura da nossa irmã, enrolado numa toalha, Não, eu não estou pronto! – disse ele deixando o irmão na porta.

Ele sabia que o melhor a se fazer era se arrumar o mais rápido possível e evitar o estresse total do irmão. Diogo entrou e se acomodou no sofá. Ele ficou ali sentado quando um painel na parede da esquerda bem acima da pequena adega de vinho chamou sua atenção. Ali estavam fotos de sua falecida mãe, de seus filhos, de sua esposa, de seus irmãos. Momentos que marcavam a vida de seu irmão e de certa forma a sua também.

– Porque você está olhando tão fixamente para o painel? – perguntou Noáh cautelosamente.

Diogo pareceu não se assustar com a pergunta inesperada do irmão.

– Nada. – respondeu ele friamente como sempre fora. – Eu apenas tento entender o porquê de você ser tão apegado as lembranças.

Noah caminhou até a mesinha de canto e deu um sorriso para o irmão.

– É porque, as lembranças irmão, são flores do jardim da vida. – disse ele pegando as chaves e caminhando em direção à porta, esperando que o irmão fizesse o mesmo.

No carro seu irmão estava escutando rock, como sempre gostou de fazer quando andava de carro acompanhado, ou sozinho.

– Onde está Camila? – perguntou Noah, abaixando o som do carro.

Diogo o olhou com um olhar meio que de banda.

– Ela já deve estar no Teatro Municipal, junto com Mirella, o papai e o Matheus. – respondeu Diogo.

– E o D. Luccas e a Perolla? – perguntou ele novamente e dessa vez um pouco impaciente.

– Eles ficaram em casa com a Lurdinha. – respondeu Digo esperando por um fim ao questionário.

Lurdinha era a empregada da casa de Diogo. No entanto ninguém a considerava como empregada, mais sim da família. Eles chegaram ao estacionamento do Teatro Municipal, era uma construção que de certa forma dava orgulho se de vê, Mirella estava na porta do teatro os esperando.

– Andem a formatura já começou. – ela os apressou.

Camila havia conseguido lugares na segunda fila. Antes de se acomodar Noah pediu a benção ao seu pai. Costume que levaria para o resto da vida. Estava tudo muito lindo, as luzes faziam Jus ao espetáculo que se esperava ver naquela noite. Os holofotes começaram a exibir uma mixagem de cores e luzes e então elas entraram. As lindas bailarinas do Balé de Friburgo. Fazia dois anos que o Balé de Friburgo havia surgido dando a chance a muitas crianças e jovens. A chance de se expressarem através da musica e da dança.

Victória estava deslumbrante o seu loetard era azul coral, seu tutu e sapatilhas eram brancos. Ela tinha um par de asas presa as costas o que se deixou a deduzir que eles iriam apresentar o Lago dos cisnes. A suavidade com que sua irmã tocava o chão com os pés, fizeram Noah imaginar sua irmã dançando sobre nas nuvens. As outras bailarinas a seguiam sem perder o compasso.

– Mamãe ficaria orgulhosa em ver isso. – comentou Matheus secando uma lagrima que escorria pelos seus olhos.

Ninguém respondeu, pois não tinha o que falar. Já havia se passado quatro anos que sua mãe havia morrido depois de um trágico acidente de carro. Mesmo depois do acidente ela havia lutado bravamente pela sua vida durante cinco dias no hospital, mas acho que Deus decidiu por ela que já era hora de parar de lutar. Sandra Honório já havia lutado 44 anos pela sua felicidade e a de seus filhos. Era a nossa vez de lutar pela nossa felicidade, como se estivéssemos lutando pela dela.

Noah foi puxado para realidade pela sua irmã cutucando seu ombro.

– Noah? – ela o chamou.

– O que foi Mirella? – perguntou ele.

Ela não precisou responder. Ele percebeu que estavam todos de pé aplaudindo, Victória estava fazendo uma reverencia de agradecimento ao publico e ele não resistiu em fazer um sinal de “O.K” para ela. Ela respondeu com um sorriso e se posicionou a esquerda junto com as outras bailarinas. A diretora da escola de balé pegou o microfone. Era uma mulher alta deveria ter uns 38 anos beirando os 40. Era uma mulher elegante tinha longos cabelos negros que lhe chegavam às nádegas. Ela começou falar algumas coisas que sempre tinham de falar como era de praxe em toda formatura.

Finalmente começou a entrega dos diplomas. Nesse caso uma pessoa da família era quem entregava o diploma e quem entregou o diploma a Victória foi Diogo. Depois da morte de sua mãe Diogo tomou a guarda de Victória de seu pai biológico e começou a exercer o papel de irmão e pai. No entanto Diogo sempre havia ocupado aquele papel, até mesmo quando sua mãe era viva. Noah e seus irmãos sempre tiveram um respeito enorme por Diogo, mesmo ele sendo filho adotivo sempre nos tratou como irmãos de sangue.

A formatura acabou Victoria correu e abraçou Sr. Ely, o pai de seus irmãos. Victória sempre teve um grande carinho pelo pai de Noah, Mirella e Diogo e mesmo assim ela sempre foi amável o Sr. Ely. Ela abraçou a todos, até que percebeu que faltava alguém. Ela queria chorar.

– Ela viu a linda apresentação que você fez e com certeza, está lá no céu, com os outros anjos te aplaudindo. – consolou Camila dando um abraço em Victória.

Camila era a melhor cunhada do mundo e ninguém podia dizer o contrário. Ela e seu irmão Diogo já estavam casados há 12 anos e tinham uma linda família.

– Gente, tenho que levar papai para casa, esta tarde. – disse Mirella dando um beijo no rosto de Diogo

– Eu estou atrasado, para um compromisso. – falou Matheus dando um beijo na testa de Victória. – Você estava deslumbrante maninha.

Eles se foram, enquanto Noah iria jantar com os outros. Camila havia feito uma reserva no Brasas. O jantar foi apenas uma maneira de não deixar se passar em branco a formatura de sua irmã. O jantar foi rápido com direito a muita conversa e risos.

Noah se despediu de seus irmãos e seguiu a pé pra casa, ele foi seguindo olhando para lua vendo o esplendor de sua grandeza e sua luz pálida. Quando trombou com um rapaz. Ele rapidamente se apressou em pedir desculpas ao rapaz, mas fixou assustado ao vê quem era.

– André? – perguntou ele meio que assustado.

O rapaz pareceu ficar ainda mais assustado.

– Noah! – disse o rapaz em meio a um turbilhão de ventos no estomago devido à situação; – Quanto tempo!

– Quanto tempo realmente. – replicou Noah

André havia sido seu namorado na época da faculdade, ele fazia administração. No mês em que eles iriam fazer três anos de namoro. André simplesmente desapareceu, trancou sua matricula na faculdade, seu apartamento estava vazio, havia trocado de numero, e-mail; ele simplesmente havia sumido e agora três anos depois. Ali estava ele na sua frente como se nada tivesse acontecido.

– Como você está? – perguntou André

Noah teve vontade de lhe dar um soco na boca, por causa de sua cara de pau de perguntar como ele estava depois de ter sumido por três anos.

– Bem! – respondeu ele. – Apesar de estar me segurando para não lhe dar um soco.

– Hei! Calma. – censurou André. – Eu sei que fui um imbecil por ir embora daquela forma sem nem mesmo lhe dar uma explicação. No entanto eu tive os meus motivos e posso lhe explicar. Se você quiser.

Noah não sabia se estava pronto para escutar o que ele tinha a dizer, porém o desejo por André ainda falava alto dentro dele. O que o fazia se sentir um garotinho do colegial.

– Quero sim saber o motivo de seu desaparecimento. – disse ele com toda a frieza possível que pudesse impregnar em suas palavras.

– Então vamos a minha casa, lá eu te conto o que aconteceu. – disse André

Noah aceitou o convite e foi com ele. André morava em frente à Praça Demerval Barbosa Moreira no centro de Nova Friburgo. Ele estava morando em uma cobertura de amplo espaço e com uma bela vista da praça.

Antes de começarem a conversa André foi até sua cozinha pegar algo para beberem. Noah ficou surpreso quando o viu voltando da cozinha com uma garrafa de vinho e duas taças. O que o deixou ainda mais surpreso foi o vinho que ele estava trazendo consigo já que era sua marca de vinho favorita. O que significava que ele ainda lembrava-se do seu vinho favorito. Os dois seguiram para uma ampla sacada que continha uma jacule, com um pequeno arredondo de madeira a sua volta.

– Agora me fale o que houve? – perguntou Noah sem delongas.

– Eu tive que ir às pressas para Dallas, eu queria me despedir, mas você sabe... Nunca é fácil se despedir de alguém que se ama muito. – respondeu ele. – Não espero que você acredite, mais não teve um dia sequer, que eu não tenha sentido a sua falta.

Noah sentiu seu rosto ficar vermelho e quente, com se alguém tivesse o esbofeteado.

– Nossa! Isso pra mim é novo, já que você foi embora sem ao menos se despedir. – falou ele.

Ele sabia que André se sentia culpado por isso, porém não podia perder a oportunidade de jogar aquilo na cara.

– Eu sei que fiz mal, por isso deixe eu te pedir desculpas de um jeito que só você entende. – disse André colocando as mãos na nuca de Noah e colando seus lábios no dele

Noah teve vontade de empurra-lo, mas sentir seus lábios colados aos dele, sua respiração leve e suas mãos se entrelaçando entre seus cabelos o fizeram ceder completamente. Ele conseguia sentir seu membro enrijecer junto ao seu. André tirou sua camisa e a calça, ele usava uma cueca branca toda estampada de pimentinhas. Noah ergueu uma das sobrancelhas a fim de demonstrar sua surpresa pela cueca.

Os dois se engalfinharam num beijo onde André suspendeu Noah. Fazendo com que ele enroscasse as pernas em seu quadril e o levou para dentro em direção ao seu quarto. Pelo caminho eles derrubaram a porta retrato. Noah se deixou cair sobre a cama e logo em seguida Andre foi deslizando o seu corpo sobre o dele, aquecendo seu corpo ao dele. Os gemidos de André e a ferocidade fizeram ambos esquecerem o passado e se entregarem aquele momento de prazer.


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Notas finais do capítulo

Galera esse é o primeiro capitulo da serie Laços. Estarei postando dois capítulos toda sexta feira. Lembrando que, está é a primeira temporada a segunda só vira no inicio do ano que vem. Desde já o meu abraço e espero que gostem da história. Ass: Darlan Ribeiro



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