Somos um caso perdido. escrita por gabbecarruthers


Capítulo 8
Minha casa.


Notas iniciais do capítulo

capitulo narrado por Damien, espero que gostem. Eu amei escrever esse capitulo, principalmente porque coloquei muitos dos meus sonhos na casa dele. :3 quem me dera ser uma Caspian pra poder ir morar na casa perfeita deles.



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–então é aqui que você mora. – ela perguntou quando passamos pela porta da frente. – sua casa é enorme. E seus pais, estão aqui? – meu sorriso sumiu do meu rosto, eu não tinha contado a ela... mas eu não podia contar pra ela, eu confiava nela, mas será que eu podia mete-la na minha confusão? Não, não posso contar pra ela.

–eles estão viajando. – menti.

–e você está aqui sozinho? A quanto tempo eles estão viajando? – porque ela tinha que ser tão curiosa?

–eles viajam muito, não faz mais diferença. E não, eu não estou sozinho aqui. Eu fico com meu irmão, Brandon. – disse. – ele tem 21 anos e está trabalhando agora.

–você nunca me disse que tinha um irmão. – ela disse.

–você nunca perguntou. – dei de ombros e peguei a mão dela, o toque dela era quente e reconfortante, enviava uma corrente elétrica por todo o meu sistema nervoso. – então, o que vamos fazer agora?

–eu estou com fome, porque não me mostra o resto da casa e depois, podemos fazer um lanche? – ela disse enquanto bagunçava meu cabelo. – vou me aproveitar de você, porque você vai fazer a comida.

–eu não sei cozinhar, então eu acho que isso vai ficar por sua conta.

–não mesmo, eu também não sei cozinhar, então se vira. – ela disse sorrindo. – agora, me mostra a casa. – bufei e comecei a puxa-la pelo corredor.

–vamos começar pelas partes principais. – disse. – essa é a sala de estar. – a sala não era muito decorada, tinham alguns quadros enormes nas paredes brancas, dois sofás marrons no centro e uma mesinha com um abajur branco entre eles, uma TV enorme na parede e um Xbox ( meu e do Brandon) no rack que ficava logo abaixo dela, encostada na parede. – e essa é a sala de jantar. – essa também não era muita coisa. Tinha um lustre no teto e uma mesa com 12 lugares, branca com detalhes dourados, as cadeiras combinavam com ela ( cortesia da minha mãe) e a parede esquerda era, na verdade, um grande espelho. Essa sala sempre foi o xodó da minha mãe, ela tinha escolhido todos os moveis e por isso era o cômodo que eu mais evitava, me trazia lembranças dela e isso doía, lembranças dela sorrindo enquanto mandava os homens arrumarem cada móvel em seu devido lugar, sempre achando uma maneira de melhorar e encaixar tudo na mais perfeita harmonia. Minha mãe era uma mulher incrível, e ele se foi, tudo porque somos...

–Damien? – keyla me acordou dos meus devaneios. – acho que você meio que dormiu. – ela disse rindo. – sua casa é linda, mas eu ainda não vi nem metade.

–ah, claro. – disse e continuei puxando-a, querendo me distanciar daquele lugar o mais rápido possível. – esse é o meu cômodo favorito. – eu disse assim que entramos na academia particular. Ela não era muito grande, mas tinha de tudo. Haviam duas esteiras em um canto e um conjunto de barras de balé em frente a uma parede de espelhos. Minha mãe era dançarina, e minha irmã também. Tinham vários outros aparelhos de musculação, em um outro canto tinha um conjunto de pesos e um saco de box pendurado no teto.

–quem dança? – ela perguntou se referindo a ala de balé da minha mãe.

–minha mãe e minha irmã. – eu disse sem pensar, estava muito perdido em meus pensamentos.

–irmã? – ela perguntou confusa. – você também não me falou de irmã nenhuma. Ela está viajando com eles?

–está. – menti. Eu perdi os três, meu pai, minha mãe e minha irmã, Andy. Voltei minha atenção para keyla quando vi que ela tinha soltado minha mão e estava tirando os sapatos para calçar uma sapatilha de balé que estava no armário de vidro da minha mãe, encostado na parede ao lado dos espelhos. Ela pegou a sapatilha que minha mãe costumava usar e coube perfeitamente em seu pé. Keyla e minha mãe eram bem parecidas, o cabelo loiro longo e as pernas definidas, keyla tinha um corpo incrível, assim como minha mãe, e suas feições eram delicadas como as dela. Ela puxou os cabelos pra trás e fez um coque usando o próprio cabelo. – o que você vai fazer? – perguntei já imaginando a resposta.

–dançar, oras!

–com essas calças? – perguntei.

–elas são folgadas, olha. – ela colocou a perna pra frente e balançou ela de um lado pro outro. – e antes de eu me mudar e me tornar uma antissocial da vida, eu era líder de torcida e dançava balé desde os 7 anos. – ela deu um sorrisinho de lado. – velhos hábitos não morrem. – eu sorri e fui até o som, coloquei um CD que minha mãe adorava, era a musica principal de ‘’o lago dos cisnes’’

Ela se posicionou nas barras e fez um alongamento curto, apertei o play e ela me olhou surpresa.

–você conhece essa peça? – ela disse sorrindo. Assenti com a cabeça.

–minha mãe a apresentou uma vez, e ela vivia dançando. – disse. Ela começou a dançar, no começo estava tímida, mas depois se soltou e eu percebi que nunca tinha visto coisa igualmente linda antes. Ela tinha uma habilidade incrível, e a forma como movia as pernas... Logo ela estava dançando perfeitamente livre e demonstrando a emoção perfeita em cada movimento, interagindo perfeitamente com a musica. Quando a musica parou de tocar, ela me olhou e sorriu.

–você não terminou de me mostrar a casa. – disse enquanto se levantava e tirava as sapatilhas e as guardava no armário.

–você nuca me disse que dançava. – eu disse, ainda surpreso.

–você nunca perguntou. – ela respondeu. Eu ri e peguei a mão dela.

–você vai amar o próximo cômodo. – disse puxando-a para a porta no final do corredor. Ao abri-la, keyla soltou um suspiro e me olhou com os olhos brilhantes de entusiasmo, junto com tudo aquilo, minha mãe também havia deixado sua enorme biblioteca, mas eu e Brandon nunca entravamos lá, era o maior quarto da casa toda, tinha dois andares e era cheio de prateleiras por todas as paredes, e algumas formavam pequenos corredores. Tinham cinco poltronas no centro e uma escada que levava para o segundo andar, aonde haviam mais estantes com mais livros. Também havia uma mesinha com bancos embutidos, parecida com aquelas de piquenique. Cada estante tinha uma plaquinha dourada com o assunto do qual se tratavam os livro. Ela estava encantada, e eu estava encantado com seu sorriso.

–meu Deus! – ela disse e soltou a minha mão, saiu correndo e passando a mão pelas prateleiras. – tem de tudo aqui, olha. – ela apontou para a estante com a plaquinha com o nome ‘’Shakespeare ‘’ – tem todos os livros dele aqui. – ela puxou um dos livros com o maior cuidado do mundo. – a megera domada, é meu livro favorito. Na minha antiga escola tinha um, mas era a versão resumida, eu o pegava toda semana. – ela disse enquanto folheava o livro com cuidado, pegando em cada pagina como se fossem de cristal. – isso é demais.

–você já pode respirar, keyla. – o nome dela dançava em minha língua.

–respirar? Quem disse que eu preciso respirar? – ela perguntou enquanto colocava o livro de volta na prateleira, com o mesmo cuidado anterior. – eu não mereço respirar o ar desse local. – ela continuou andando entre as prateleiras. – olha ali, tem Sócrates – ela correu até a estante com a placa de Sócrates passou a mão nos livros como se eles pudessem desaparecer ao seu toque. – esse lugar é perfeito, eu poderia morar aqui. – ela disse rindo.

– você quer continuar olhando? Nós podemos comer e voltar aqui depois.

–não, eu quero ver o resto da casa antes. – ela disse enquanto voltava para mim. – sua mãe deve ser uma mulher incrível. – ela disse enquanto pegava novamente minha mão. – não vejo a hora de conhecê-la. – meu coração encolheu no peito, doía saber que ela nunca iria conhece-la, e elas tinham tanto em comum. E era tudo culpa deles, tudo culpa minha.


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Notas finais do capítulo

uii, começou o mistério. o que será que aconteceu com a família de Damien? O que eles são? huehue



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