Somos um caso perdido. escrita por gabbecarruthers
Notas iniciais do capítulo
capitulo narrado por Damien, espero que gostem. Eu amei escrever esse capitulo, principalmente porque coloquei muitos dos meus sonhos na casa dele. :3 quem me dera ser uma Caspian pra poder ir morar na casa perfeita deles.
–então é aqui que você mora. – ela perguntou quando passamos pela porta da frente. – sua casa é enorme. E seus pais, estão aqui? – meu sorriso sumiu do meu rosto, eu não tinha contado a ela... mas eu não podia contar pra ela, eu confiava nela, mas será que eu podia mete-la na minha confusão? Não, não posso contar pra ela.
–eles estão viajando. – menti.
–e você está aqui sozinho? A quanto tempo eles estão viajando? – porque ela tinha que ser tão curiosa?
–eles viajam muito, não faz mais diferença. E não, eu não estou sozinho aqui. Eu fico com meu irmão, Brandon. – disse. – ele tem 21 anos e está trabalhando agora.
–você nunca me disse que tinha um irmão. – ela disse.
–você nunca perguntou. – dei de ombros e peguei a mão dela, o toque dela era quente e reconfortante, enviava uma corrente elétrica por todo o meu sistema nervoso. – então, o que vamos fazer agora?
–eu estou com fome, porque não me mostra o resto da casa e depois, podemos fazer um lanche? – ela disse enquanto bagunçava meu cabelo. – vou me aproveitar de você, porque você vai fazer a comida.
–eu não sei cozinhar, então eu acho que isso vai ficar por sua conta.
–não mesmo, eu também não sei cozinhar, então se vira. – ela disse sorrindo. – agora, me mostra a casa. – bufei e comecei a puxa-la pelo corredor.
–vamos começar pelas partes principais. – disse. – essa é a sala de estar. – a sala não era muito decorada, tinham alguns quadros enormes nas paredes brancas, dois sofás marrons no centro e uma mesinha com um abajur branco entre eles, uma TV enorme na parede e um Xbox ( meu e do Brandon) no rack que ficava logo abaixo dela, encostada na parede. – e essa é a sala de jantar. – essa também não era muita coisa. Tinha um lustre no teto e uma mesa com 12 lugares, branca com detalhes dourados, as cadeiras combinavam com ela ( cortesia da minha mãe) e a parede esquerda era, na verdade, um grande espelho. Essa sala sempre foi o xodó da minha mãe, ela tinha escolhido todos os moveis e por isso era o cômodo que eu mais evitava, me trazia lembranças dela e isso doía, lembranças dela sorrindo enquanto mandava os homens arrumarem cada móvel em seu devido lugar, sempre achando uma maneira de melhorar e encaixar tudo na mais perfeita harmonia. Minha mãe era uma mulher incrível, e ele se foi, tudo porque somos...
–Damien? – keyla me acordou dos meus devaneios. – acho que você meio que dormiu. – ela disse rindo. – sua casa é linda, mas eu ainda não vi nem metade.
–ah, claro. – disse e continuei puxando-a, querendo me distanciar daquele lugar o mais rápido possível. – esse é o meu cômodo favorito. – eu disse assim que entramos na academia particular. Ela não era muito grande, mas tinha de tudo. Haviam duas esteiras em um canto e um conjunto de barras de balé em frente a uma parede de espelhos. Minha mãe era dançarina, e minha irmã também. Tinham vários outros aparelhos de musculação, em um outro canto tinha um conjunto de pesos e um saco de box pendurado no teto.
–quem dança? – ela perguntou se referindo a ala de balé da minha mãe.
–minha mãe e minha irmã. – eu disse sem pensar, estava muito perdido em meus pensamentos.
–irmã? – ela perguntou confusa. – você também não me falou de irmã nenhuma. Ela está viajando com eles?
–está. – menti. Eu perdi os três, meu pai, minha mãe e minha irmã, Andy. Voltei minha atenção para keyla quando vi que ela tinha soltado minha mão e estava tirando os sapatos para calçar uma sapatilha de balé que estava no armário de vidro da minha mãe, encostado na parede ao lado dos espelhos. Ela pegou a sapatilha que minha mãe costumava usar e coube perfeitamente em seu pé. Keyla e minha mãe eram bem parecidas, o cabelo loiro longo e as pernas definidas, keyla tinha um corpo incrível, assim como minha mãe, e suas feições eram delicadas como as dela. Ela puxou os cabelos pra trás e fez um coque usando o próprio cabelo. – o que você vai fazer? – perguntei já imaginando a resposta.
–dançar, oras!
–com essas calças? – perguntei.
–elas são folgadas, olha. – ela colocou a perna pra frente e balançou ela de um lado pro outro. – e antes de eu me mudar e me tornar uma antissocial da vida, eu era líder de torcida e dançava balé desde os 7 anos. – ela deu um sorrisinho de lado. – velhos hábitos não morrem. – eu sorri e fui até o som, coloquei um CD que minha mãe adorava, era a musica principal de ‘’o lago dos cisnes’’
Ela se posicionou nas barras e fez um alongamento curto, apertei o play e ela me olhou surpresa.
–você conhece essa peça? – ela disse sorrindo. Assenti com a cabeça.
–minha mãe a apresentou uma vez, e ela vivia dançando. – disse. Ela começou a dançar, no começo estava tímida, mas depois se soltou e eu percebi que nunca tinha visto coisa igualmente linda antes. Ela tinha uma habilidade incrível, e a forma como movia as pernas... Logo ela estava dançando perfeitamente livre e demonstrando a emoção perfeita em cada movimento, interagindo perfeitamente com a musica. Quando a musica parou de tocar, ela me olhou e sorriu.
–você não terminou de me mostrar a casa. – disse enquanto se levantava e tirava as sapatilhas e as guardava no armário.
–você nuca me disse que dançava. – eu disse, ainda surpreso.
–você nunca perguntou. – ela respondeu. Eu ri e peguei a mão dela.
–você vai amar o próximo cômodo. – disse puxando-a para a porta no final do corredor. Ao abri-la, keyla soltou um suspiro e me olhou com os olhos brilhantes de entusiasmo, junto com tudo aquilo, minha mãe também havia deixado sua enorme biblioteca, mas eu e Brandon nunca entravamos lá, era o maior quarto da casa toda, tinha dois andares e era cheio de prateleiras por todas as paredes, e algumas formavam pequenos corredores. Tinham cinco poltronas no centro e uma escada que levava para o segundo andar, aonde haviam mais estantes com mais livros. Também havia uma mesinha com bancos embutidos, parecida com aquelas de piquenique. Cada estante tinha uma plaquinha dourada com o assunto do qual se tratavam os livro. Ela estava encantada, e eu estava encantado com seu sorriso.
–meu Deus! – ela disse e soltou a minha mão, saiu correndo e passando a mão pelas prateleiras. – tem de tudo aqui, olha. – ela apontou para a estante com a plaquinha com o nome ‘’Shakespeare ‘’ – tem todos os livros dele aqui. – ela puxou um dos livros com o maior cuidado do mundo. – a megera domada, é meu livro favorito. Na minha antiga escola tinha um, mas era a versão resumida, eu o pegava toda semana. – ela disse enquanto folheava o livro com cuidado, pegando em cada pagina como se fossem de cristal. – isso é demais.
–você já pode respirar, keyla. – o nome dela dançava em minha língua.
–respirar? Quem disse que eu preciso respirar? – ela perguntou enquanto colocava o livro de volta na prateleira, com o mesmo cuidado anterior. – eu não mereço respirar o ar desse local. – ela continuou andando entre as prateleiras. – olha ali, tem Sócrates – ela correu até a estante com a placa de Sócrates passou a mão nos livros como se eles pudessem desaparecer ao seu toque. – esse lugar é perfeito, eu poderia morar aqui. – ela disse rindo.
– você quer continuar olhando? Nós podemos comer e voltar aqui depois.
–não, eu quero ver o resto da casa antes. – ela disse enquanto voltava para mim. – sua mãe deve ser uma mulher incrível. – ela disse enquanto pegava novamente minha mão. – não vejo a hora de conhecê-la. – meu coração encolheu no peito, doía saber que ela nunca iria conhece-la, e elas tinham tanto em comum. E era tudo culpa deles, tudo culpa minha.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
uii, começou o mistério. o que será que aconteceu com a família de Damien? O que eles são? huehue