Caminhando em Gelo Fino escrita por Ditto


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

eeeei, desculpa a demora, não tenho justificativas, é porque eu sou escrotinho mesmo :v



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Depois daquela quinta-feira, Naruto e Kiba não se falaram mais. Os outros amigos do grupo tentaram amenizar o conflito, mas Kiba recusava-se a voltar atrás com suas palavras e Naruto recusava-se a simplesmente fingir que nada havia acontecido.

—Ele não fez por mal – tentou explicar Hinata – é que ele não entende, então teve uma reação idiota. Ele já se arrependeu do que disse, só é muito orgulhoso pra admitir.

A garota, como os outros do grupo, se mostraram bastante simpáticos a respeito da situação, ainda assim, Naruto foi categórico ao afirmar com todas as letras “sou hétero, aquilo não significou nada”. Repetia aquilo com tanta frequência e convicção que já estava quase convencendo a si mesmo.

Ao mesmo tempo que se afastou bruscamente de Kiba, Sasuke voltou a ser uma pessoa presente em sua vida. Os dois passaram a se cumprimentar diariamente e a conversar com cada vez mais regularidade. Também, para o alívio de Naruto, os outros alunos foram perdendo interesse na história do beijo, em pouco mais de uma semana já haviam cessado os olhares indiscretos por onde passava.

—Você tem melhorado muito – Sai corrigia os exercícios de física para o loiro com um olhar admirado – nesse ritmo dá pra tirar no mínimo um sete na próxima prova.

—Já posso virar um físico famoso, vou ganhar até Nobel!

Naruto tinha no rosto um sorriso animado, empostou-se na cadeira com orgulho e passou a mão nos cabelos, arrepiando os fios.

—Eh, não é pra tanto.

Sai pousou os papéis na mesa e mirou Naruto com seu típico olhar escuso, o garoto deu uma gostosa gargalhada, arrancando do outro um raro sorriso genuíno e adornando sua feição com um profundo carinho.

—É tão bom te ver alegre novamente – um leve tom rosado tingiu as bochechas de Naruto, o sorriso de Sai voltou à frieza de costume – Pena que eu desconfio qual seja o motivo.

Apesar da recente reaproximação, Sai não mais o aporrinhava a respeito de Sasuke. Na verdade, não fazia qualquer comentário sequer quando Naruto falava nele, o que o garoto logo reparou. Ainda assim, teve certeza de que aquilo fora sobre o rapaz. Não disse nada, achava mesmo que Sai não devia estar muito errado.

Toda vez que trocava alguma palavra com Sasuke, tornava-se automaticamente um tanto eufórico. Além disso, a aproximação lhe dava esperanças de finalmente descobrir o que estava acontecendo com o garoto e ajudá-lo com o que quer que fosse – não que tivera coragem de tocar no assunto, não podia arriscar tudo tão cedo, sabia que a relação que tinham ainda estava num estágio frágil.

Na aula de literatura, as coisas começaram a ficar confusas. A professora Kurenai passou um trabalho em dupla. Acostumado desde o início do ano letivo a fazer os trabalhos com Sai, nenhum dos dois se deu ao trabalho de falar sobre isso na aula, afinal era óbvio que fariam juntos. Ou era óbvio até tocar o sinal anunciando o horário de almoço.

—Ei, Naruto – ele ouviu ao alcançar a porta.

Virou-se rapidamente, reconhecendo seu nome na voz de Sasuke, que havia corrido para alcançá-lo antes que saísse da sala e parecia querer perguntar-lhe algo. Sai, poucos passos à frente, levou um momento para perceber que o amigo havia ficado para trás.

—Fala.

—Faz o trabalho de literatura comigo?

—Faço.

—Ok, a gente combina mais tarde.

Sasuke passou pela porta sem mais palavras, Naruto demorou um instante para seguí-lo. Não havia em absoluto pensado no que estava respondendo, deu-se conta assim que avistou Sai. O garoto certamente tinha escutado a conversa, pois apesar de ter no rosto sua habitual expressão, havia um forte ar de hostilidade em seu olhar. Naruto se abateu em um enorme sentimento de remorso, sabia que além de si mesmo, a única pessoa que falava com Sai – principalmente depois que a S publicou a foto do beijo – era Sakura, que era da outra turma.

—Você vai fazer o trabalho com ele? - perguntou Sai num tom um tanto mais grave que o normal. Ele estava perceptivelmente furioso.

—Ahn... Desculpa, eu concordei sem pensar.

—Tudo bem – Sai voltou a andar, seguindo para o refeitório. Naruto o seguiu exasperado.

—Eu juro que não foi por mal – reforçou – Se você quiser eu falo com a Hinata pra ela fazer com você, ela com certeza faria.

—Não precisa, eu faço sozinho.

Sai empostou na voz uma nota de ponto final, assim achou melhor não discutir mais. O tratamento para o resto do dia foi bastante frio e distante, o que Naruto começou a achar um tanto injusto. Era verdade: não podendo fazer o trabalho com ele, Sai não tinha outra pessoa a quem chamar, mas eles também não tinham nenhum contrato de exclusividade. Fosse como fosse, eles continuariam a passar juntos a maior parte do dia, poderia até marcar com Sasuke de trabalhar na pesquisa durante o fim da tarde até o horário do jantar, período que Sai passava recluso na biblioteca todos os dias sem exceção.

Pensando melhor, duvidava que Sai realmente se importasse em fazer trabalhos escolares sozinho. Se quisesse companhia não se isolaria tanto, muito menos recusaria a ajuda de Naruto para encontrar outro par. O problema era Sasuke. Toda vez que o garoto se aproximava para dizer qualquer coisa, já era o suficiente para incomodar Sai. Não que ele houvesse dito nada, pelo contrário, quando Naruto e Sasuke conversavam era como se ambos ficassem invisíveis para ele. Sai olhava para o outro lado, não falava, não reagia.

Naruto tinha plena consciência de que não estava fazendo nada errado, era um direito muito simples de ter amizade com quem bem quisesse. Sai nunca agira assim com Kiba ou nenhum outro, por que com Sasuke seria diferente? Decidiu que não ia se dar ao trabalho de correr atrás, se Sai tinha algum problema com ele, que lhe dissesse. Não perderia tempo com esses joguinhos infantis.

—-

—Acho que o esquisitinho não gosta muito de mim – disse Sasuke colocando um cigarro na boca e puxando do bolso um isqueiro.

O rapaz convencera Naruto a fazerem o trabalho em seu quarto, além de poderem ficar mais à vontade, ele teria a liberdade de fumar o quanto quisesse sem ser incomodado.

Naruto estava prestes a dizer-lhe que pessoas dificilmente gostam de alguém que se refira a elas como “esquisitinho” quando teve um acesso de tosse.

Dá pra fazer isso na janela? - sua voz saiu um engasgada com toda a fumaça que, seguindo a corrente de ar, foi totalmente em sua direção quando Sasuke deu a primeira tragada.

—Foi mal – desculpou-se o outro, indo até a janela e escancarando-a.

—Se ele não gosta, é problema dele, ele não decide com quem eu posso ou não falar.

O quarto de Sasuke não era badernado como o seu, mas também não era meticulosamente organizado como eram os de Sai e Sakura. Era confortável, havia na parede uns poucos posters de bandas e, escondido no armário, um mini frigobar que Naruto não conseguia imaginar como teria sido contrabandeado para dentro da escola.

—Como raios você entra com esse tipo de coisa enfiado na mochila? - perguntou puxando do frigobar uma garrafa de vodka com o conteúdo pela metade e analisando o rótulo.

—Esses professores nem se dão ao trabalho de olhar o que passa pelo portão – ele deu uma longa tragada – Digo, não que eu ache que eles deviam sair inspecionando a bagagem de todo mundo, mas se eu fosse professor, eu ia querer checar a de gente como eu. Ou aquele Takashi, aposto que ele já deve ter até cheirado aqui dentro.

Naruto arregalou os olhos, guardando a garrafa com pressa, como se fosse contaminada.

—O quê? Calma lá, não é pra tanto!

Sasuke riu pelo nariz com desdém.

—Não se iluda, já vi aquele lá na balada, não sei como ainda não foi parar no hospital, é tanto pó que se ele espirrar dá pra pintar a mãe de branco. E não é só ele não. O que foi? - ele lançou à Naruto, boquiaberto, um olhar de pena – Acha que gente da nossa idade vai fazer o que na balada? Tomar guaraná e dar beijinho na bochecha?

Naruto sentiu o rosto queimar até às orelhas. Claro que sabia, ainda que sem grandes detalhes, do que os colegas faziam dentro e fora da escola, afinal lia o blog da S diariamente (ou pelo menos, lia até pouco tempo atrás), mas sempre achou que a autora exacerbava um pouco pelo bem do sensacionalismo. Pelo que Sasuke dizia, no entanto, os termos que ele havia entendido como piadas deviam mais ser eufemismos.

—Você falando desse jeito, eu me sinto um retardado – ele franziu o cenho e desviou os olhos – Todo mundo se embebedando e se roçando com estranhos na balada e eu só outro dia dei meu primeiro beijo. E ainda por cima foi com um cara.

Sasuke riu-se, criando uma nuvem acinzentada ao seu redor, afastou a fumaça com as mãos e umedeceu os lábios pensativo.

—Você fala desse jeito na frente do Sai? - Naruto atentou-se ao uso do nome – Porque você enche a boca pra falar que não significou nada e que você é super hétero... Digo, ele não fica ofendido com isso? Ele parece gostar de você, deve ter significado alguma coisa pra ele.

Naquele momento, não teve certeza se havia apenas corado ainda mais ou empalidecido completamente. Nunca havia realmente conversado com Sai a respeito do beijo, muito menos se esclarecido sobre a sexualidade do garoto. Naruto simplesmente assumiu que ele estava levando a provocação um pouco mais adiante do que deveria. Afinal, como Sai mesmo disse, onde ele crescera a homossexualidade era normal e ele não tinha problemas em ser quem era. "Ou talvez ele estava insinuando que era gay o tempo todo e você é muito tapado pra perceber", disse uma voz em sua cabeça. Não que achasse que Sai estivesse gostando dele, isso não, definitivamente, mas a forma como se referia, não somente ao beijo, mas também a qualquer suspeita à sua sexualidade como se fosse algo necessariamente negativo, devia estar mesmo ofendendo-o.

Sasuke estava certo. Ele estava errado. Isso lhe causava um incômodo grande demais para permitir que desse o braço a torcer. Puxou a apostila ao seu lado e deu de ombros, folheando-a.

—Acho que não.

Dando uma última e longa tragada, Sasuke apagou o que restava do cigarro e sentou-se ao lado de Naruto na cama. Não bastando sentar-se próximo, apoiou-se tão colado a ele que seus ombros quase se tocavam. Naruto sentiu o cheiro pungente de nicotina invadir seu nariz e se descobriu incapaz de se mover.

—O que você faria se ele se declarasse? - o garoto lhe perguntou com o olhar preenchido de malícia.

Era quase impossível encará-lo nos olhos com seus os lábios se mexendo a tão pouca distância, além de avermelhados e úmidos, pareciam quentes e macios e, por uma fração de instante, Naruto sentiu o gosto do cigarro em sua própria boca. O ar, percebeu, havia simplesmente desaparecido de seus pulmões, o coração batia violentamente em seu peito. Evitar pensar nas coisas que o chateavam estava se provando um método tão eficaz de erradicá-las quanto seria fechar os olhos diante de um trem em alta velocidade.

—Eu gosto da Sakura – apressou-se em afirmar, procurando alguma razão em seu devaneio – Sempre gostei, você sabe disso.

Sasuke revirou os olhos dramaticamente e se apoiou para o outro lado, soltando um longo gemido de impaciência.

—O que tem de errado?

—Aquela menina é um saco, não sei como você aguenta. Ela nem gosta de você, só sabe te tratar mal.

—Isso não é verdade! - exclamou irritado – Ela é incrível, uma das garotas mais lindas e inteligentes que eu já conheci e é minha melhor amiga! Todas as vezes que eu precisei dela, ela esteve ao meu lado, e ela nunca me abandonou.

Sasuke respirou fundo, tinha crispado os lábios e parecia estar fazendo um enorme esforço para não socar alguma coisa.

—Tá – disse com secura, tomando a apostila das mãos de Naruto – Vamos começar logo esse trabalho.

Os dois estavam bastante frios enquanto começavam a discutir o trabalho, mas não continuaram irritados um com o outro por muito tempo, já que Naruto logo inventou de fazer gracinhas a respeito dos nomes incomuns no texto e, por mais que evitasse, Sasuke não conseguiu segurar o riso. Ainda assim, um sutil ar de desconforto pairava entre eles, de Sasuke por qualquer que fosse a razão de seu rancor por Sakura, e de Naruto por não ter mais coragem de olhar diretamente para o rosto do outro.

—-

—Você vai mesmo fazer literatura sozinho? - Naruto puxou um livro sobre o Classicismo entre os cadernos de Sai e folheou rapidamente, ele não respondeu – A gente até que conseguiu adiantar bastante coisa ontem. Mais do que eu esperava, porque o Sasuke não é tão centrado e estudioso quanto você, né, e eu... Bem, eu sou eu.

Naruto deu uma risadinha, mas Sai sequer o olhou quando arrancou o livro de suas mãos.

—Nós temos que estudar química, não literatura.

Ele foi abrindo a apostila de química por cima dos cadernos, mas Naruto arrancou-a dele e a fechou novamente.

—Sabe, eu não consigo entender qual é o seu problema com o Sasuke.

—Tá bom, quer saber? Eu falo – não era nada comum ver a face de Sai explicitando qualquer emoção, mas aquela em particular foi a primeira vez que Naruto o viu tão claramente irritado – Eu acho um absurdo que por anos ele só te olhava com desprezo, não fazia questão de sequer te cumprimentar, mas aí ele sentiu que eu podia roubar a sua atenção dele e resolveu marcar território, mostrar quem manda. Isso é ridículo!

—Marcar território?! - exclamou Naruto num sussurro gritado, para demonstrar sua revolta sem tem que aumentar a voz na biblioteca – Do jeito que você fala parece até que eu sou um... Uma coisa! Eu não sou uma coisa!

—É exatamente isso o que eu to tentando dizer, seu idiota! - o outro respondeu no mesmo tom - Você não é uma coisa! Ele não pode te ignorar quando quer e ser seu amigo só quando achar conveniente! Mas é isso o que ele tá fazendo e você tá deixando como se fosse perfeitamente aceitável!

Naruto abriu a boca para retrucar, mas fechou novamente, não conseguia pensar em argumento algum, Sai parecia estar coberto de razão. O orgulho, no entanto, não permitia que demonstrasse, admitir que Sai estava certo era admitir que se importava demais e, particularmente depois do dia anterior, sua insegurança não permitia que se deixasse cair em outra discussão a respeito dos próprios sentimentos por Sasuke.

—Sabe o que parece? - tentando desviar o foco da conversa de si, lembrou-se do que Sasuke havia dito – Parece que você tá com ciúmes de mim!

Sai arregalou os olhos incrédulo por um momento, em seguida deu uma silenciosa risada. Naruto pestanejou, sentiu-se um tanto ofendido. Será que a ideia de alguém gostar dele era tão ridícula assim?

—Você é tão inocente – disse Sai cheio de simpatia – que você falou isso certo de que era uma calúnia horrível e que eu ia me ofender. Bom, já que não ficou óbvio pra você, eu vou explicar: é lógico que eu tenho ciúmes de você.

Naruto foi ficando cada vez mais confuso, Sai virou a cadeira de modo a ficar de frente para ele e o puxou pelos ombros para que também se virasse, forçando-o a encará-lo e olhando fundo em seus olhos.

—Naruto, desde o primeiro dia, quando eu vi o jeito que você sorria pras pessoas, que você se preocupa tão honesta e desinteressadamente com o Sasuke mesmo sem retorno algum, o jeito que você se prontificou a ficar do meu lado, alguém que você nem conhecia, e mesmo seus outros amigos não gostando de mim, mesmo quando estar comigo ameaçava sua reputação... A cada dia que passa, Naruto, eu vejo que você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Eu estou completamente apaixonado por você e é por isso que me incomoda que, justo quando você correspondeu tão bem ao beijo, que eu achei que eu teria uma chance, o Sasuke voltou pra sua vida. Porque eu sei que eu não tenho chances contra ele e isso é muito injusto, porque ele não merece alguém tão precioso quanto você.

Era alarmante a calma que Sai mantinha ao lhe dizer aquilo e a segurança e firmeza em seu olhar contribuíam para manter Naruto atônito e encabulado. Jamais havia recebido uma declaração antes, sequer ouvido alguém falar dele daquela forma e certamente não esperava que algo do tipo viesse de um homem. Seu coração martelava histericamente e parecia prestes a explodir em seu peito, não fazia ideia de como reagir, do que dizer, quase se esqueceu de como respirar.

—Preciso ir no banheiro – exclamou meio rouco, meio esganiçado, antes de levantar-se e correr para fora da biblioteca.

Refugiou-se no banheiro mais próximo e trancou-se no último cubículo. Parecia meio ridículo que simplesmente se escondesse novamente, sentia como se fosse a única coisa que vinha fazendo desde o começo do ano: fugir de tudo o que o assustava. Quando havia se tornado tão covarde? Naruto respirou fundo, reuniu forças e saiu do cubículo, pensou que jogar uma água no rosto antes de deixar o local seguro ajudaria a se recuperar.

Ver sua própria face no espelho causou-lhe enorme estranhamento. Não era natural a ideia de que havia alguém no mundo apaixonado por aquela pessoa no reflexo, um garoto. O que isso significava? Que ele contava os segundos para encontrá-lo todas as manhãs? Que talvez o jeito que seu cabelo bagunçado caía nos olhos arrancava sua atenção do resto do mundo? Que olhar para aqueles lábios fazia seu coração palpitar e que pensar na forma como haviam se entregado ao beijo lhe roubava o ar? Não conseguia entender o porque aquilo era tão incômodo, mas lhe causava na garganta um nó e no coração um aperto. Era cedo demais para ver Sai novamente, não conseguia reunir forças para voltar à biblioteca.

Pouco depois de, sem rumo, deixar o banheiro, Sai lhe enviou uma mensagem no celular. “Estou guardando o seu material, vou deixar no seu quarto. Podemos retomar a conversa quando e se você quiser, espero que isso não tenha abalado nossa amizade”. Aquilo o deprimiu ainda mais. Agora não poderia ir ao próprio quarto, pois corria o risco de encontrar Sai no caminho, Sakura certamente perceberia que havia algo estranho acontecendo e não descansaria até fazê-lo contar, e Naruto definitivamente não queria que a garota soubesse, muito menos queria falar sobre, Hinata e Shino com certeza estavam juntos de Kiba, que ainda se recusava a falar com ele, e Sasuke, cuja companhia lhe parecia maravilhosamente ideal naquele momento, ao que tudo indicava havia fugido da escola novamente e não tinha dado as caras durante todo o dia.

Sentindo-se solitário e deslocado, Naruto tomou o cuidado de dar uma gigantesca volta por trás dos prédios dos dormitórios para chegar na piscina aberta que se localizava no extremo oposto do prédio principal. Estava consideravelmente frio naqueles dias, portanto tinha certeza de que não veria alunos passando por lá, o que tornava aquele local perfeito para simplesmente estar ali e pensar um pouco.

Fora naquela piscina que aprendera a nadar, desde o jardim de infância até a quinta série os professores levavam as crianças para refrescarem-se por lá quando fazia sol. Ainda se lembrava da professora levando sua turma da quinta série para aproveitar as tardes de verão ali. Naquela época, ele e Sasuke eram inseparáveis, sua memória guardava fotograficamente a figura de uma criança pálida e magricela com os cabelos negros derrubados pela água sobre o rosto e um sorriso contido sob o sol alaranjado do fim de tarde. Naruto deu um longo e pesado suspiro, o garoto havia mudado muito desde então, mas a admiração que sentia por ele era a mesma e, a cada dia que passava, mais difícil estava se tornando continuar convencendo-se que era puramente platônica.


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Notas finais do capítulo

eu sobre esse capítulo:
http://i1.kym-cdn.com/photos/images/newsfeed/000/614/575/7c7.png
XABLAU

só queria falar isso EHEUHEUHEUHEUHEUHE
MAAAANO, muitas coisas aconteceram aqui, nem lembrava como tava treta esse cap c:
(faz tempo que eu escrevi)
(sim, eu estou bem à frente e se eu demoro pra postar é puramente por vadiagem :( so sorry)
SaiNaru loucamente, AAEAEAEAE
*taca mais fogo*
amo vocês.
GENTE, sou um ser humano ruim e vou mendigar comentários, os capítulos anteriores tinham tipo 10 e o capítulo 4 tem só 6 S/2
ai que insuportável que eu sou sdhfkjlsghfkjd mas sei lá, só queria saber que vocês leram D: se ficou um saco vocês podem falar também, mas comenta alguma coisa ;3;
Sarah, ainda aguardo o comentário no cap 4, se o Nyah continuar bugando me mande em pvt ou no face, sou carente e quero saber o que você pensa dos capítulos em detalhes e tals.