Promessas escrita por Whatever


Capítulo 4
Possível liberdade?




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(Toy Chica)

“Não me droguei com nada. Estou sóbrio. Já sei como ajudar vocês. Vou resgatá-los.”

Foxy pôs a mão no telefone para que o rapaz não ouvisse.

“Ele quer nos resgatar!”

“Como assim?” Perguntei.

“Resgatar! Tirar todos nós dessa espelunca!”

“Ele é louco?” Toy Chica disse surpresa.

“Olha, jamais vi mais doido.” Foxy tornou a falar ao telefone “ARR! E como você pretende fazer isso, Marujo?”

“Eu tenho um amigo, o Erick. Seu pai trabalha com mudanças, e seu caminhão fica em casa. Como ele e a esposa estão viajando, posso pedir o caminhão emprestado!”

“E... Seu amigo vai deixar?”

“Foxy! O que você está combinando?! Ninguém concordou com isso!”

“Chica! Essa pode ser nossa oportunidade de acabar com esse inferno! Podemos sair daqui!”

“E depois? O que onze robôs infantis vão fazer lá fora?”

“Vocês poderão se alojar no meu galpão nos arredores da cidade, é herança do meu avô. Tem um grande espaço aberto para explorar e poderão vagar por ali tranquilos!”

“Seu avô te deu um galpão? Não deveria dar ao seu pai ou coisa parecida?”

“Quando eu era menor, ele dizia para mim que um delegado não vai se desfrutar de um galpão daquele. Então virou meu atelier, junto com o terreno.”

Retirei-me da sala revoltada e assustada ao mesmo tempo. Ele estava combinando uma grande besteira que poderia por a todos nós em apuros! Eu tinha que cortar a energia e fazer aquela Raposa encarar a realidade. A sorte não viria para nosso lado em menos de um dia.

Esbarrei em Toy Freddy no corredor, por estar desnorteada com a ignorância do pirata. “Pequena! O que houve? Quem está usando o telefone? Tem alguém aqui?”

“É o Foxy! Ele pirou de vez! Reúne todo mundo na sala de prêmios, AGORA!”

“Mas o que ele está fazendo de tão grave?”

“Usar o telefone para ficar batendo papo já não é o suficiente? Ele está falando com aquele rapaz que veio aqui hoje de tarde!”

Toy Freddy ficou sério e me acompanhou para a sala de prêmios, chamando todos que estivessem no caminho.

Quando todos se reuniram, nos deparamos com um telefone no viva voz e Puppet sentado bem ao lado no balcão, escutando toda a conversa com um semblante irritado. Ele desligou o telefone com cuidado, impedindo que os desavisados notassem que estivessem sendo vigiados.

A marionete caminhou sobre o balcão em silêncio, coçando o queixo. Ao chegar na ponta, parou e cruzou os braços. “Alguém pode me dizer o que temos aqui?”

“Foxy fazendo merda...” Freddy passa a mão no rosto, indignado.

“DE NOVO! DEVE SER ESSE UM DOS MOTIVOS PARA ESSE BASTARDO FICAR LÁ NOS FUNDOS!” Ele gritou, apontando para Freddy e logo apontando para o corredor onde o pirata estaria. “Estava revogando a possibilidade de trancá-lo lá em noites de falsa liberdade como essa que estamos hoje, mas esse defeituoso não me dá muita escolha!”

“Pare de chamá-lo assim! Ele só quer nos ajudar!” Mangle respondeu.

“Mangle, em relação ao Foxy, você me enoja. Não há argumentos seus que irá mudar minha opinião.”

A raposa rosna e Marionette dá um soco em seu focinho, deixando a cabeça torta. “Se isso se repetir, nem interferência irá sair de sua caixa de som.”

Ninguém levantava uma mão, muito menos o tom de voz. É muita ousadia enfrentar aquela marionete. Ele sabe de coisas que nós nem imaginamos sobre nosso passado, mas isso só é compartilhado com o Golden Freddy. Restando-nos respeitá-lo para não acabar virando sucata como os antigos animatronics. Nunca concordei com essa monarquia da pizzaria, mas enquanto meus circuitos estiverem intactos, por mim está bom.

“Toy Chica”

“Sim, Marionette?”

“Você convocou todos nós aqui, então, diga-nos qual o plano?”

“Oh, bem... Você ouviu, não ouviu?”

“Sim, mas os outros não. Explique para eles.”

Engoli em seco e comecei a explicar, no início, todos entraram em choque, mas o estranho era que ninguém aparentou estar contra Foxy. Quando Marionette começou a argumentar, todos ficaram a seu favor.

Todos estavam fingindo. A ideia do pirata realmente valia a pena.

“Porque não deixamos ele ir embora? Se ele quer ir, pois que vá!” Golden Freddy disse revoltado. “Vai acabar voltando de qualquer jeito!”

“M-mas, ele vai para-a lon-longe! Todos n-ós podemos ir par..Áa longe! Ficare-e-emos sozinhos! Em paz!” Mangle tentou fazer de tudo para completar a frase, o soco de Marionette deixara o fio que o rapaz colocara no lugar com mal contato novamente.

“NÃO EXISTE PAZ PARA NÓS! A ÚNICA PAZ QUE TEMOS É O SILÊNCIO DESSE ESTABELECIMENTO!”

“ARRR! E como você tem certeza disso? SEU LINGUARUDO! JÁ EXPLOROU O MUNDO LÁ FORA? SABE O QUE TEM?”

Foxy estava parado na estrada. Os olhos avermelhados de ódio, os dentes a mostra e o cenho franzido. Jamais o vira tão irritado. “PARE DE ILUDIR MEUS COMPANHEIROS! FINAL...” Toy Bonnie o interrompeu.

“Companheiros não! Pera aí! Não me chama de companheiro!”

“Companheiro de você? Eu?” Freddy diz sínico, logo dando uma risadinha.

O pirata vira os olhos, mas ao tentar continuar a falar, é interrompido novamente.

“Foxy, me diz uma coisa bem simples. O que esse garoto é?”

“Ele participa de batalha de robôs, eu acho.”

“Hum, bom saber! E o que todos nós somos?” Marionette gesticula para todos nós.

“Animatronics. Mas isso não vem ao caso! Ele sabe de nossa história!”

“Não sabe nem da metade, Raposa ignorante”. A marionete desce do balcão e se aproxima dele. “Bom, se você quiser ir, pois vá. Ninguém irá contigo.”

“Eu vou.” Mangle disse assim que ele terminou a frase.

“E-Eu também vou!” Chica disse animada.

“COMO ASSIM?” Marionette bufou furioso.

“Ora, se ele pode sair daqui, eu também posso! Não faço nada aqui mesmo! Só de noite! O galpão deve ser melhor, mais espaçoso!”

“M-mas Chica!” Bonnie tentou convencê-la, mas sem sucesso.

“Mas Chica uma ova! Eu quero sair daqui! Se ele mexe com robôs, ele pode fazer meus braços mexerem de novo!”

“Mas...”

“Bonnie, é minha escolha. Vou com o Pirata!”

Fiquei tão surpresa quanto ele. Chica e Mangle se locomoveram para próximo do pirata, mostrando estar do seu lado.

“Eu não vou te deixar sozinha sua biruta! Eu vou contigo então!” Bonnie gesticulou jogando as mãos para cima, como se fazer aquela escolha fosse igual a carregar o mundo nas costas.

“Isso é sério?” Toy Bonnie disse rindo “Porque eu realmente não estou acreditando! Vocês vão virar máquinas de guerra! Isso sim! Vão ser despedaçados! Destruídos!”

Em poucos segundos, Baloon Boy estava atrás de Foxy.

“EIHN?” Toy Bonnie disse surpreso “COMO ASSIM?”

“EU QUERO SER UMA MÁQUINA DE DESTRUIÇÃO!” O garoto disse rindo, animado com a situação.

Marionette respirou fundo e retornou ao balcão. Logo bateu uma palma e tornou a falar.

“Mais alguém quer entrar na tripulação?”

“Eu” Eu disse baixo.

“NÃO, VOCÊ NÃO!” Toy Freddy rosnou “Todos aqueles ali podem não fazer falta, exceto a Mangle, MAS VOCÊ VAI!”

“Exatamente. Você fica no palco, não poderá ousar sair daqui.”

“Mas eu quero, Marionette. Você mesmo perguntou se mais alguém queria entrar na tripulação. E eu estou indo.”

Foxy esboçou um sincero sorriso, o que me deixou ainda com mais certeza de minha escolha.

“Então tá, vocês não me deixam escolha. Como o rapaz vem amanhã a noite, eu quero que os dois Freddies fiquem encarregados de liquidá-lo. Enquanto a você Golden, dê um jeito desses traidores não saírem da Pizzaria.” Marionette ri “Acabou a brincadeira”.

...

Faltava apenas uma hora para a pizzaria abrir como de costume. Queria tanto que meu sistema desligasse assim que batesse as seis horas. Seria bom saber o que há no outro lado desta vida.

Fiquei sentada no palco sozinha, vendo os outros fazendo o mesmo que eu, ou comentando baixinho a idiotisse que fizeram ao concordar com a raposa. Foxy não se escondeu envergonhado, ele ficou sentado no corredor, próximo a sala do segurança, apto a responder quem fosse necessário ou ser o primeiro a atender o telefone e impedir aquela palhaçada toda.

Foxy sempre foi um sonhador. Nunca aceitou fazer a mesma coisa todas as noites. Nem na hora de atacar o segurança. Quando não aparecia, conversava com a Mangle, muita das vezes voltava ao seu cômodo torcendo para que surgissem lágrimas em seus olhos falsos. Como eu sei disso? Ora, eu também sou assim. É difícil não conseguir retirar um peso da consciência.

Decidi ir falar com ele, mesmo sentindo que Marionette estava a me observar.

“Foxy...”

Ele balançou as orelhas, mas não respondeu nada.

“Posso me sentar com você?”

“Não há nada te impedindo”

Sentei-me ao seu lado, e esperei que ele comentasse alguma coisa. Ao passar alguns minutos, tomei coragem para falar.

“Adimiro sua coragem.”

“Obrigado. Isso só serve para afundar meu navio.”

“Ou não, quem sabe você pode usar essa sua coragem para convencer os dois Freddies?”

“Quer que eu vire comida de tubarão?”

“Se você tem coragem para estufar o peito para aquela Marionette maluca, você pode enfrentá-los! Avante capitão!” Eu disse rindo, retirando boas risadas dele.

“ARR! Assim você me anima! É por causa disso que eu volto todo quebrado todos os dias!”

PSSSST!!

Nós tentamos ver quem estava nos chamando. Vinha de dentro da sala. Era Toy Bonnie no ducto de ar.

“O que foi orelhudo duma figa?” Foxy rosnou.

“Chega mais pertinho...” Ele olhava para os dois lados, preocupado.

Foxy se aproximou, mas deixou o gancho bem a mostra. Qualquer coisa era só enganchar a boca dele e jogá-lo contra a parede.

“Saia pela porta do Toy Freddy! Ele vai conosco! Ele quer convencer o Freddy agora, mas quem está tendo mais sucesso é o antigo Bonnie!”

“Sério?! Isso é fantástico, marujo!”

“Mas e quanto ao Marionette...? Ele quer o rapaz morto!”

“Se convencermos o Freddy, ele convence o Golden e os três Freddies convencem o Marionette!”

“Vamos precisar de uma semana, no mínimo...” Foxy coça a cabeça, pensando.

“Ou uma festa de criança bem filha da puta” Sugeri rindo.

“Como assim?” Toy Bonnie perguntou confuso.

“Se nós atrairmos as crianças para o Marionette, ele não vai suportar aquela pirralhada toda em cima dele!”

“Quer uma chacina? PIROU, MULHER?” O coelho arregala os olhos “Esse aí toma o sangue dos pirralhos de canudinho na primeira oportunidade!”

“Uh, orelhudo...”

“Pare de me chamar assim, Foxy!”

“Por acaso estamos tendo uma conversa séria e você está dentro de um ducto de ar?”

“Uh, sim? Qual o problema?”

“Faz eco.”

Marionette estava parado na porta, nos observando. Tive medo de imaginar o quanto ele escutou.

“Até você Toy Bonnie?”

O coelho engoliu em seco, abaixando as orelhas.

“Ninguém sai desta pizzaria. Está entendido?”

Não houve resposta, mas mesmo assim a marionete se retirou.

“Olha...” O coelho sai do ducto. “Se temos essa chance, não podemos jogá-la fora.”

“É, e se não gostarmos de lá, é só liquidar o garoto, não estou certa?”

Foxy sorriu.

“O que foi?” Perguntei curiosa.

“Acho que encontramos o argumento para convencer a Marionette.”

“Você é um grande filho da puta, Foxy.” Toy Bonnie resmungou.

....

(Golden Freddy)

Naquele momento, eu estava com Marionette na sala de prêmios. Como não estava afim de sentar no balcão com ele, permaneci largado no chão.

“Você está vendo, Golden?”

“O que?”

“Eles querem tentar de novo.”

“Toy Freddy está quase convencendo o Freddy.”

“Agora me diz, porque?”

“Eles querem sair, ora essa. Não está muito óbvio?”

“Me impressiono com a teimosia deles. O que há de bom do lado de fora? O que meros robôs de um decadente show de horrores farão lá fora?”

“Virar sucata. Só que mais rápido.” Eu apoiei o queixo em um dos braços, tentando ignorar “Mas ele trabalha com máquinas, não vai tratá-los mal. De acordo com alguns funcionários, ele faz uns robôs fora do comum”.

A marionete começou a demonstrar interesse. “Sabe Golden, acho que vou ceder para eles.”

Nunca me surpreendi tanto, a última vez que isso ocorrera foi quando a pizzaria recebeu os novos animatronics.

“CEDER?!”

“Pense bem, caro Urso. Teremos acesso as máquinas dele, não? Ele mesmo disse que iremos nos alojar no atelier dele!”

“E quem garante que ele nos dará essa liberdade que tanto diz?”

“E quem garante que iremos obedecer qualquer ordem que ele disser?” Marionette respondeu com um sorriso macabro.

“Até eu já tinha pensado nisso antes. Só estava esperando outro concordar comigo”.

...

(Toy Bonnie)

Segui os dois encrenqueiros até a sala de prêmios. Estava me tornando um cúmplice no maior motim da história. Eu nem sabia o que estava acontecendo direito! Só estava deixando a onda me levar. Não havia como ficar pró, muito menos contra naquela situação!

Ao chegarmos lá, Marionette nem permitiu que um de nós abrisse a boca. Ele já imaginava do que se tratava. Para nossa surpresa, aquela aberração havia sedido em poucas horas.

“Você... Cedeu?Peraí, isso é pegadinha, não?” Toy Chica disse surpresa.

“Uhum, não duvide de mim. Golden me convenceu.”

“NÃO FALEI?” Eu soquei o ombro de Foxy, fazendo-o grunhir e rosnar para mim.

“PRECISAVA ME DAR UM SOCO?”

“Gente! Gente! Sem palhaçada agora!” Toy Chica nos separou. “Marionette, então podemos seguir com o plano?”

“Podem. Sejam breves, falta apenas 5 minutos para o nosso expediente começar.”

Eu fiquei super animado com a boa notícia, mas senti que o pirata não estava muito confiante. Assim que chegamos ao palco, ele começou a resmungar, pensando alto. Provavelmente criando uma outra alternativa caso aquela marionete resolva nos trair.

Como minha missão fora cumprida, não era minha obrigação fazer mais nada. Sentei em cima do palco e fiquei improvisando com o baixo, não querendo escutar mais nenhuma conversa, apenas meus solos.

“Caro amigo!” Toy Freddy se uniu a mim assim que o relógio bateu.

“Fale”.

“Ansioso com a ideia?”

“Não... Não sei. Acho que assustado.”

“HOHOHO! Não se assuste, caro Orelhudo!” Ele abraçou meu pescoço e quase me enforcou, me obrigando a largar o baixo e tentar puxar o braço dele “Imagine coisas boas!”

“TOY FREDDY, VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO!”

“Larga ele, Chupeta de baleia!” Foxy disse rindo antes de seguir para os fundos.

“PFF! Chupeta de baleia!” Eu acabei rindo do apelido infantil. O que resultou em um aperto mais forte e logo ser largado no chão.

“VAI ACORDAR COM PAPEL HIGIÊNICO NA SUA BOCA AMANHÃ, SEU MERDA!”

Foxy saiu correndo gargalhando, e assim veio outro dia. Mas desta vez, com a esperança que amanhã não será a mesma coisa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Fiz o que vocês me recomendaram.