Promessas escrita por Whatever


Capítulo 3
Meras peças


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior, mais uma gafe. Dessa vez com a passagem de tempo.
Eu queria que fosse uma surpresa, mas acabei fazendo da forma mais errada possível... Creio eu.
Sem mais erros.
Notei que nas fanfics em inglês, os escritores escrevem as falas do Foxy com gírias de pirata, mas não acredito muito que 90% da fala dele seja sempre como a de um pirata.
Comecei a partir de agora a por algumas gírias, mas não o tempo todo, tem momentos que são totalmente desnecessários.
Capítulo maior! Como prometido!
Boa Leitura!



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(Balloon Boy)

Em um dia qualquer, um rapaz veio novamente para a Pizzaria. Como pouco me importo com os dias que passam, só o reconheci por causa do cheiro de graxa que estava impregnado na blusa e pelo fato dele ter parado para limpar meus olhos. Um pestinha derramou ketchup no meu olho esquerdo e os empregados não se deram o trabalho de tirar. Pensam que eu vou morder. Nem boca direito eu tenho.

Como ele veio e montou a Mangle de uma forma impressionante, acreditei que fosse o mesmo rapaz. Ninguém se preocupa muito conosco.

Ele veio conversar com um dos funcionários, oferecendo uma proposta para transformá-la em um animatronic com movimento, e não deixá-la para sempre como um emaranhado de fios e peças soltas. O funcionário não aceitou, disse que não queria ter dispezas com uma atração que já fazia sucesso sendo toda quebrada.

O jovem coçou o queixo, logo tendo uma ideia para um bom argumento. “Acho que aquele monte de peças poderia acabar machucando uma criança, não acha?”

“O que você quer dizer com isso?”

“Um aviso, vi muitas peças pontiagudas quando fui montá-la com minha prima.”

“Bom, temos muitas outras atrações além dela! Mas obrigado pelo aviso, vou guardá-la agora para lixar essas peças perigosas.”

“Onde você irá guardá-la?”

“Na área de serviço, lá nos fundos”

“Posso ir com você? Posso lhe mostrar cada um dos lugares perigosos e te ajudar a carregá-la.”

“Acho que não é corajoso o suficiente.”

Mas o rapaz era, e o seguiu até os fundos. Fiquei observando os dois se afastando até onde meus olhos conseguiam chegar. Agora, só me restava ficar olhando para o nada, segurando meus balões.

Que tédio.

...

(Bonnie)

Um dia, Foxy perdeu o juízo de uma vez só. Jamais o vi discutindo daquele jeito com alguém. Freddy começou a atiçá-lo, comentando com ignorância as vezes que o pirata passava a noite com Mangle. Dizia ser perda de tempo tentar fazer amizade com aqueles novos animatrônics. Afinal, foram eles que nos jogaram na sarjeta.

Mas como sempre, aquela raposa tem que sonhar com algo diferente, tem que ficar de implicância conosco. Vamos resumir? Ele é um pé no saco desde sempre. Uma das últimas coisas que consigo recordar, antes do momento em que perdi a vida, fora que Foxy ainda insistia em tentar fugir daquele maníaco. Todo o esforço fora em vão.

“VOCÊS QUEREM CALAR A BOCA?” Eu berrei. E como minha voz é grossa, ela ecoou pela sala como um trovão.

“PARE DE GRITAR BONNIE!” Freddy respondeu.

“VOCÊS ESTÃO GRITANDO!”

“VOCÊ TAMBÉM ESTÁ GRITANDO FEITO UMA PORCA PRENHA!” Foxy retrucou.

“TODO MUNDO AQUI ESTÁ GRITANDO! DAQUI A POUCO ALGUÉM VEM AQUI E DÁ UM TIRO EM CADA UM DE NÓS!” Chica berrou e nos silênciou.

Uma conversa começou a se tornar mais alta no corredor.

“Agora vê se vocês dois fiquem quietos!” Eu cochichei.

A porta fora aberta, e um funcionário veio acompanhado de um rapaz, os dois carregando a Mangle nos braços. Foram para onde Foxy se esconde e a largaram em cima da mesa. O jovem chegou a reclamar da forma bruta como o funcionário a soltou.

Mas o ao ver Foxy, ele sorriu bobo, como uma criança.

“Foxy! Quanto tem...” Ao ver o estado deplorável em que ele se encontrava, seu sorriso desapareceu. “Mas o que? O que houve com eles?!”

“Quebraram. O tempo os pegou.”

“Cadê os outros?!”

“Você passou por eles e nem os notou.” O funcionário revirava as gavetas do armário atrás de uma lixa qualquer.

Assustado, ele veio até nós. Levou as duas mãos a boca, sentindo um certo pânico. Aquilo nunca seria causado pelo tempo. Era proposital. Principalmente o meu caso. Como uma ferrugem poderia fazer meu rosto cair daquele jeito?

Não querendo comentar sobre o assunto para não arrumar confusão, o rapaz se expressava pelo seu rosto, levantando as sombrancelhas, franzindo o cenho, arregalando os olhos... Ele se aproximava sem medo algum e nenhum de nós queria reagir contra ele.

Mas um grito veio da sala ao lado, dando um susto nele.

“O que aconteceu?!” O rapaz perguntou preocupado.

“NÃO SE APROXIME! CORRA DAQUI! AVISE AOS OUTROS!” Ao terminar a frase, ele tornou a gemer e gritar.

Como o ser humano é curioso, o jovem desrespeitou sua ordem e foi olhar, se deparando com Foxy em pé.(Não falei que ele era um pé no saco?)

“GAROTO! É PERIGOSO! CORRA! CORRA!”

Mas ele não correu, estava em choque. Foxy ergueu a cabeça, deixando a boca aberta, fingindo se locomover de forma rígida. Ele gosta de fazer isso para dar segurança a vítima, incentivando-a a achar que seus movimentos são lentos.

Freddy começou a rir, o que fez o funcionário gritar ainda mais, quase se escondendo dentro do armário.

“PARE DE GRITAR! NINGUÉM ESTÁ FAZENDO NADA!”

“MAS ELES ESTÃO SE MEXENDO!”

“ORA! ESTÃO VIVOS! VOCÊ QUERIA O QUE?”

O funcionário não aguentou mais nenhum segundo naquela sala e saiu correndo, mas movi minha perna para que ele tropeçasse e caísse nos pés da Chica.

Ela olhou para baixo, emitindo um baixo chiado, como se fosse gritar.

“Olha, se você continuar assim, a tendencia é piorar.”

A calma daquele rapaz estava me assustando.

“Garoto.” Foxy disse.

O rapaz olhou para trás, ficando de frente para a raposa. Mas ao invés de receber uma mordida, o animatronic estendeu o braço, mostrando um velho guardanapo.

“Você... Guardou?”

Ele se manteve em silêncio, mantendo o braço estendido. O garoto pegou o guardanapo e o abriu, lendo a última frase que fora escrita.

“Que bom que você não está presenciando esse desastre. Até logo... Se for possível.”

Ao ler a sofrida mensagem, nenhuma palavra conseguiu se formar em sua boca. Ficou olhando para as próprias mãos, pensativo, logo tentou entender o cuidado que a raposa teve com aquele mísero pedaço de papel.

“Eu sumi porque minha mãe me proibiu.”

“...”

“Por culpa sua”

A raposa suspirou brevemente, perguntando o que fizera de errado em seguida.

“A mordida de 87, minha mãe estava presente. Ela só deixou eu vir para cá com a condição de não te procurar.” O rapaz deu de ombros “Babaquice dela”.

“Babaquice não, total razão.” Freddy resmungou e Foxy chutou sua cabeça.

“CALE A BOCA SEU VERME!”

“Aí, sem palhaçada vocês dois!” Eu gritei. “CHEGA DE BRIGA!”

“Me impressiono como ninguém ainda notou essa gritaria” Chica balançou a cabeça negativamente. O funcionario tentou fugir, mas ela pisou em sua perna para não alertasse a ninguém“Continue aqui, não farei nada contigo”.

“Bom, eu só quero consertar a Toy Foxy, não quero arrumar confusão”

“E como você vai fazer isso? É praticamente impossível, garoto.” Eu respondi, tentando ser realista. “Aparentemente ela não quer assunto contigo.”

“Meu nome é Douglas, e vou fazer o possível para ajudar cada um de vocês.”

“Ah é? Seja valente com ela, e não comigo.” Eu apontei para a raposa que já estava emaranhada no teto, pronta para fugir dali.

Douglas se aproximou devagar dela e com toda calma possível, estendeu os dois braços como se quisesse abraçá-la.

“Olhe para mim, eu sou o messias.” Freddy disse irônico.

“SHH!” O rapaz mandou o urso se calar. “Bom, Toy Foxy. Porque está fugindo de mim?” Ele abaixou os braços para que as piadas tivessem um fim.

Sua voz saíra em total interferência.

“Você está nervosa sem ter motivo. Eu só quero te ajudar.”

“...”

“Eu sei que você não gosta de se pendurar assim, isso deve doer tanto no físico quanto no psicológico... Porfavor, deixe-me lhe ajudar”

“Garoto.” Foxy disse “Você não sabe nada de nós. Pare de achar que é uma espécie de santo ou coisa parecida.”

“Tá, ela ainda acha que eu vou destruí-la, não acha? Acha que eu vou meter o pé daqui? Não acha? Pois bem!”

Douglas pega uma cadeira no canto da sala e coloca bem em frente a animatrônic. “Ok, vamos ver quem tem medo.”

“Vou fazer contagem regressiva para dar merda” Eu disse baixo.

Ele subiu na cadeira e ficou cara a cara com o focinho dela, encarando seus olhos, quase encostando o nariz em seus dentes. Se for para falar a verdade, eu realmente não estava entendendo uma vírgula do que ele queria fazer. Queria domá-la? Acho que não é assim que se doma um “animal selvagem”. Era como se quisesse domar um leão, pondo a cabeça na boca dele.

Foxy balançava as orelhas curioso, com os olhos arregalados e dedos inquietos por causa da ansiedade. A raposa passava muito tempo com aquele emaranhado de fios ambulante e sabia muito bem do que era capaz. Estar tão próximo de seus dentes enquanto estivesse nervosa era um risco, mas ela não parecia estar reagindo de forma negativa ao bravo ato do garoto.

“Posso arrumar seus fios? Ou pelo menos colocar um dedo no lugar ou qualquer outra parte? Há ferramentas e peças sobressalentes aqui.”

Ela começou a rosnar, emitindo os chiados de sua danificada caixa de som.

“Oh! Já sei! Está irritada comigo porque eu ia te lixar?”

Mangle balança a cabeça concordando.

“Eu não ia ser idiota o suficiente, isso era desculpa para eu poder vir para cá. Agora que o funcionário está por conta da Chica, posso te arrumar do meu jeito!”

Ela tornou sua atenção para Foxy, que a observava preocupado.

“Dê uma chance a ele, Mandy.”

“Mandy? Oi?” Perguntei curioso.

“Um dos apelidos que temos, mas isso não importa agora.”

“Ai que gracinha, chega a dar lágrima nos olhos...” Freddy se senta e Foxy rosna para ele, ameaçando atacá-lo.

“Não briguem agora, porfavor.” Douglas disse preocupado. “Ok, Mangle. Não vou te chamar pelo seu apelido pessoal, mas escute seu colega. Nele você confia, não?”

A raposa ficou em silêncio, logo forçou sua caixa de voz.

“Seja breve.”

O rapaz sorriu e estendeu os dois braços novamente. “Deixe-me lhe ajudar a descer, me dê seu braço esquerdo.”

Douglas a pegou no colo, Foxy se aproximou e segurou a cadeira para que os dois não acabassem caindo, e logo o garoto a deitou na mesa com cuidado. A curiosidade acabou me afetando também, e fui olhar junto com Freddy... E Chica. Como seu corpo fora tomado pela ferrugem, seus movimentos eram lentos e rígidos. Foi só dar um passo que o funcionário saiu correndo pela porta. O pirata se ofereceu para ir atrás, mas Mangle berrou para que ele continuasse ali. Não adiantaria se expor daquele jeito, já era.

“Vou fazer o possível. Preciso que cada um de vocês voltem aos seus lugares. Tentem fazer com que o funcionário pareça louco!”.

Todos voltaram aos seus devidos lugares, e esperaram o desesperado trazer ajuda. Ao chegar com somente um funcionário(provavelmente porque os outros se preocuparam mais em impedir que os clientes descubram o ocorrido), se depararam somente com o rapaz consertando a animatrônic.

“Ele saiu correndo só porque a Chica tombou um pouco...” Douglas disse rindo “ Ainda diz que é corajoso!”

“SEU MENTIROSO! VOCÊ FALOU COM ELES! EU VI VOCÊ CONVERSANDO COM ELES! PARE DE CONSERTAR ESSE ANIMATRÔNIC! NÃO QUERO QUE VOCÊ CONSERTE ESSE MONSTRO! SAIA DAQUI!”

“Mas eu só queria ajudar!”

“AJUDAR? NEM SABE MEXER COM ESSE TIPO DE MÁQUINA!”

“MEXO COM MÁQUINAS PIORES! VIVO DISSO!”

“Uh... Jake... Esse rapaz aí é um campeão de batalha de robôs...”

“É o que?”

“Aquele programa que eu te mostrei na televisão uma vez, aquele com as máquinas absurdas... Ele que construiu o Hannibal”

“EU NÃO VI A MELECA DESSE PROGRAMA, EDGAR! MESMO SE ESSE AÍ FOSSE O PRESIDENTE, EU NÃO QUERO QUE ELE CONSERTE ESSA ABERRAÇÃO! DEIXE-A DO JEITO QUE ELA MERECE ESTAR!”

“Ninguém merece ficar num estado como esse”.

“TODOS NESSA SALA MERECEM!”

“Incluindo você. Pois eu sei muito bem o porque desse medo todo.”

Jake e Edgar ficaram em silêncio.

“Saia daí agora garoto. Sem questionamento, ou eu chamo a polícia.”

O rapaz suspira, dá dois leves tapinhas nas mãos de Mangle, como se quisesse confortá-la e se afasta, mas antes de sair, cochicha para todos nós: “O telefone tocará a meia noite”.

...

(Toy Chica)

De madrugada, o segurança não veio trabalhar por motivos de saúde, restando ao cara do telefone vir cuidar de nós. Mas como ele sabe muito bem que ninguém é louco o suficiente para vir aqui de madrugada, ele nem botou o pé aqui. Então, nossa noite foi de “plena liberdade”.

Como de costume, Balloon Boy e Toy Freddy vão revirar o achados e perdidos para ver se encontram algo interessante; Os dois Bonnies ficam tocando cada um em um canto, e de vez enquanto ficam discutindo por não tocarem a mesma música. Toy Bonnie possui uma melhor mobilidade que o antigo Bonnie, então os dois não conseguem tocar ao mesmo tempo. Freddy e Golden Freddy ficam vagando por aí, não me interesso muito em saber o que eles fazem, muito menos aquela Marionette esquisita.

Normalmente eu vou conversar com Chica, mas desta vez a Mangle estava me preocupando. Ela nem ousou sair de lá dos fundos, continuou com Foxy.

Ao bater meia noite, o telefone tocou, e o Pirata passou correndo por nós, indo atendê-lo. No mínimo para passar trote.

Curiosa, o segui.

“Bom, estou aqui.” A raposa ficou sentada em cima da mesa, deixando o telefone no viva voz.

“Ah, pensei que vocês fossem ficar de palhaçada no telefone.”

“Que tipo de palhaçada?”

“Rindo, ameaçando de morte como os funcionários dissem”.

“Ah, é bom ver todo mundo desesperado.”

“Concordo.”

“Está falando com quem?” Perguntei curiosa.

“Ahoy! Toy Chica! Juntesse a mim!”

“É estranho como você fica intercalando entre pessoa culta e pirata...”

“É totalmente fora do meu controle, Queridinha. Ele ri. “Ah, não passo de um grande jumento.”

“De vez enquanto é divertido...” Um rapaz disse ao telefone. “Mas vamos ao assunto, quero ajudar todos vocês.”

“E como o bravo aventureiro fará isso?”

“Tirando todos vocês daí, é claro!”

A expressão de Foxy tornou-se séria.

“Aí, marujo. Você se drogou com o que?”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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