Do Outro Lado escrita por Akasha


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Pessoinhas, Segue mais um capitulo... Espero que gostem.. Obrigada pelos reviews...



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Passei a noite observando Suzannah dormir, ela era encantadora, dormindo e de boca fechada. Eu fiquei pensando enquanto a observava dormir. Como eu adoraria ter conhecido uma linda donzela como ela enquanto estava vivo. Ao invés de aceitar casar-me com Maria, apenas para agradar meu pai.


            Ainda me lembro como se fosse ontem, a primeira vez que vi Maria, na verdade um retrato seu. Ela era realmente linda. Mas qual garota não era na mão de uma excelente artista. Estava ansioso em conhecê-la. Mas antes disso recebi uma carta sua. Ela tinha uma letra linda, porém sua escrita não era muito culta. Maria foi criada para ser uma princesa. Ela era tudo o que um homem esperava como bom partido. Linda, Rica e Fútil. Mas para meu infortúnio não percebi que ela não era apenas isso a tempo.


            Bem, Suzannah está acordando, acho que ela não vai querer me ver aqui em nosso quarto em pleno domingo. Como ela mesma insinua, eu devo me mandar. O que fazer em um domingo ensolarado em Carmel, os vivos geralmente vão a praia, a linda praia de Carmel, era exatamente por isso que eu não iria lá. Não sei o que houve com as pessoas nesses 150 anos, ninguém mais respeita moral e os bons costumes. Mulheres e homens ficavam semi-nús para todos os lados. Resolvi ir até a antiga Missão.


            Cheguei até o cemitério, nunca tive vontade de entrar de verdade na Missão. Nem gostava de vir ao cemitério. Vim apenas uma ou outra vez apenas para tentar me enterrar, mas não deu muito certo. Enfim, resolvi passar o dia por ali mesmo, já que não tinha muita escolha. Voltei a pensar em antiga noiva.


 


“A primeira vez que vi Maria em uma festa fiquei cego. Como ela poderia ser ainda mais linda pessoalmente que no retrato. Naquela noite ela estava delicada e elegante em um vestido rosa claro. Não pudemos nos falar diretamente, apenas através das cartas. Mas eu tinha certeza que ela seria uma excelente esposa. Meu pai tinha razão. Naquela festa apenas tive com ela uma vez. Estávamos sentados a varanda com nossos pais nos olhando obviamente. Eu a vi olhando a lua, que naquela noite estava imensamente linda e me aproximei.


 


- Noite agradável. – Anunciei como um cavalheiro minha chegada. Percebi que ela não ficou empolgada em me ver, mas pensei que fosse apenas timidez.


- Sim senhor de Silva. – Era engraçado pois tínhamos o mesmo sobrenome. Nisso um dos serventes passou por nós esbarrando em mim, um pouco do vinho que ele levava a um de seus senhores derramou em minha veste.


- Señor de Silva, disculpe me por favor.


- No hay problema.  – O que não era verdade porque eu não dispunha de nenhum lenço para limpar.


- Aqui senhor de Silva, tome o meu lenço. – Maria me ofereceu seu lenço. Um lindo lenço branco, bordado com suas iniciais e tendo o acabamento em uma suave renda branca.


- Obrigado!


- De nada. – Ela então sorriu para mim. Eu não estava realmente empolgado com esse casamento. Mas ele fazia meu pai feliz, então não iria desapontá-lo.


- Maria, minha querida, venha até aqui! – La madre de Maria a chamou naquele momento.


- Com licença senhor de Silva. – Eu apenas sorri enquanto via ela desaparecer. Uma doce flor. Encantadora. “


 


            Tempos depois nosso casamento foi marcado por correspondência. Não nos vimos mais. Apenas trocamos olhares em um ou dois aparecimentos públicos que fizemos. Tudo era tão diferente de hoje.


 


            A noite chegou. E com ela decidi voltar para o quarto e ver Suzannah dormir novamente. Amanha ela iria ao seu primeiro dia de aula. E eu... bem acho que eu posso dar uma passadinha lá, já que sinceramente, em meu 150 anos de morte nunca estive lá. Pra falar a verdade eu já estive na Missão uma vez, mas quando eu era vivo.


            Ver Suzannah dormindo era algo que me encantava. Na noite passada vi que ela acordou com muito frio, pois a brisa a noite na California tende a ser fresca. Decidi então naquela noite fechar a janela para que ela não ficasse doente.


            Após a noite outro dia, e eu teria que sair dali novamente. Fui passear na praia por um instante. Enquanto Suzannah se arrumava para a escola. Sentei na beirada do mar, onde as ondas batiam em meus pés. Não era a mesma sensação de quando eu era vivo. Mas já era alguma coisa.  Fechei meus olhos


 


“– Pois bem Hector. Agora que nos tornaremos uma só família, quero que conheça minhas terras. – O Pai de Maria então começou e me mostrar a fazenda, porem um imprevisto ocorreu e quem continuou  a me mostrar foi um de seus servidores. Felix Diego.


Eu não gostava dele, era uma antigo vendedor de escravos. Um homem realmente cruel. Não entendo como o pai de Maria poderia ter contratado um homem desses para trabalhar perto de sua família, mas pelo que eu houvi a mão-de-obra estava escassa nesses últimos tempos. A corrida do ouro havia tirado muito dos lavradores da terra, na promessa de uma vida fácil.


 


- Hector, tengo que ir ahora. – O pai de Maria me disse. -  Quedamos en nos encontrar en el próximo mês, para el casamiento. Hasta luego.


- Buenos días señor de Silva. ­Yo soy Félix Diego, y hoy estoy a su disposición. Por acá. Voy a le mostrar todo. – E foi assim que eu conheci Felix Diego. “


 


            Me materializei na Missão. Suzannah estava em um corredor cumprido com um senhor e uma garota, demorei alguns instantes para perceber que assim como eu a garota já não estava mais viva, e que aquele senhor também podia vê-la.


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Notas finais do capítulo

E ai??? O que voces acharam.. bem flash back né???
Beijos e mordidinhas!!!
Akasha