Do Outro Lado escrita por Akasha


Capítulo 18
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Aleluia, Aleluia... Olha quem resolver aparecer??? Euzinha aqui!!!
E aí Galerinha du mau!!!
Segue o último capitulo do Arcano Nove para vocês...
Enjoi....



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Logo todos os empregados da casa estavam no jardim e ao redor da piscina com Suzannah e Ted, enquanto isso o quarto, do qual Marcus Beaumont havia sido abduzido pelas almas das pessoas que ele matou e levado para uma eternidade de dor e tortura, continuava a queimar.

O fogo era algo de que eu realmente sentia falta, principalmente nas noites frias que fazia aqui na Califórnia. O calor. Mesmo com o dia ensolarado deste local, que agora é chamado de Carmel, eu não sentia o calor. Não era do fogo que eu realmente sentia falta. E isso não me incomodava até o inicio desse ano, quando os novos residentes se mudaram para a casa.

Alguma coisa estava começando a acontecer comigo. Um sentimento que eu não senti nem quando era vivo. Esse tipo de calor. Hoje quando mi hermosa me chamou eu fiquei... ¿Cómo puedo describir lo que siento?  Não posso descrever. Era o calor faltante me procurando novamente.

Suzannah é uma señorita muito diferente de todas as que eu tenha conhecido. Minhas irmãs eram as señoritas mais maravilhosas que eu tive o prazer de ter em minha família. Sempre educadas, corteses e acima de tudo respeitáveis. Minhas irmãs eram educadas para serem damas. Ser uma dama era uma forma de señorita na minha época. Conheci também as señoritas da noite. Com toda certeza Suzannah não era uma dessas, apesar de ser muito parecida na forma de se vestir com uma. Mas nos dias atuais todas as señoritas se caracterizam desta forma. Conheci também as señoritas criadas, que faziam o trabalho da casa à ordem de sua senhoria, definitivamente Suzannah não se encaixava nesse perfil. A última classe de señorita que conheci era imediatamente comparada a uma señorita chama Maria De Silva, da qual é melhor não lembrar e com toda certeza do mundo Suzannah é igual a ela.

Mi hermosa era uma señorita corajosa, destemida e valente. Ela era praticamente um hombre. Melhor do que muitos que eu conheci. Se Suzannah fosse um homem em minha época, seriamos amigos, pois não era fácil encontrar homens honestos na época da corrida do ouro, onde todos se rebelavam e largavam tudo para trás para tentar acumular riquezas, muitas vezes passavam por cima daqueles que lhes haviam estendido a mão, nem um perro faria isso.

- Você jamais faria uma coisa tão vil como essa não é gato?

- Miau. – O gato respondeu para Jesse.

- Suzannah também não faria isso, você não concorda comigo gato?

- Miau.

- Mi hermosa é tão doce.... do jeito dela é claro. – Falar de Suzannah me fez ficar preocupado novamente, ela já havia chego em casa há algum tempo e ainda não veio aqui, que deveria ser o primeiro lugar onde ela deveria ir estando naquele estado.

Fui até a sala, onde ouvi sua voz. Ela estava conversando com sua mãe e olhando um retrato de uma mulher na parede. Nombre de Díos. Mas essa é a mulher que estava atrás do Red.

- A primeira mulher dele. A mãe de Dunga... quero dizer, a mãe de Brad. Ela morreu, certo? – Suzannha perguntou à Sra. Ackermann.

O que eu fiz não foi nada bonito, nem digno, fiquei escondido ouvindo a conversa de Suzannah com sua mãe.

- Hã-hã. Há vários anos. – A mãe de Seuzannah respondeu.

- De quê?

- Câncer no ovário. Querida, tenha cuidado com onde vai pôr essas roupas quando tirar. Elas estão cobertas de fuligem. Olha, tem uma gosma preta em cima da minha capa de sofá nova da Pottery Barn.

- Ela... Ela entrou em coma, ou alguma coisa do tipo? – A Sra. Ackermann estava visivelmente estranhando enquanto Suzannah insistia no assunto sobre a mulher da foto.

- Acho que sim. É, perto do final.

- Andy teve de... Eles tiveram de desligar os aparelhos?

- Sim. Sim, de fato eles tiveram de pedir que ela fosse retirada do suporte de vida num certo ponto, já que Andy acreditava que ela não gostaria de viver assim. Por quê?

- Não sei. Qual era o nome dela? Da mãe de Brad.

- Cynthia.  – Agora Suzannah tinha o que precisava, se ao menos ela tivesse conhecimento dessa foto antes de toda a confusão com os Beaumont, antes de correr tanto risco.. Essa era a primeira esposa do Sr. Ackermann.

- Querida, venha me ajudar, está bem? Não consigo soltar esta almofada...

- Onde está Mestre? Quero dizer, David? 

- Lá em cima no quarto dele, acho, fazendo o dever de casa. Por quê?

- Ah, eu só tenho de contar uma coisa a ele. Uma coisa que deveria ter contado há muito tempo.

Resolvi esperar Suzannah no quarto. Ela não tinha como conhecer a primeira esposa do Sr. Ackermann, mas eu deveria afinal o que eu fiquei fazendo todo esse tempo? Afinal estar morto me possibilita ter muito tempo...  e estando nessa casa.... Sólo me quedé pensando en ella.

Mi hermosa entrou no quarto sem olhar para mim e reclamando algo ininteligível.

- Definitiva.... péssima... . – e depois entrou na sala de banho e batendo-a com muita força ao fechar. Hora de sair deste quarto.

Mas não consegui ir muito longe, fiquei na casa mesmo, na sala, onde um garotinho de cabelo ruivo estava chorando, chorando muito e segurava o retrato de uma mulher nas mãos. O retrato era o mesmo que Suzannah estava encarando pouco antes, e o menino, bem, o menino era Red.

Voltei para o quarto um tempinho depois de ouvir a porta do banheiro abrir e fechar, de novo violentamente. Suzannah estava deitada em sua cama foleando uma revista. Ela me olhou, voltou para a revista, e em seguida me olhou novamente, como alguém que ainda estava decidindo se queria ou não conversar sobre o que tinha acabado de acontecer. Não posso mentir dizendo que gostaria muito de saber. Mas ao invés disso, obviamente, ela me questionou sobre o desaparecimento do corpo de Marcus Beaumont.

- E então, o que aconteceu com o tio de Ted?

- Não sei do que você está falando Suzannah. – Por que eu não contei exatamente o que eu sabia? Simples. Ted poderia ter vários tios, como saber sobre qual ela estava falando? Claro que se ela perguntar por Marcus é outra coisa.

- Voce estava lá quando o corpo sumiu. – Ela estava me olhando como ... como... ¿Qué es lo que la jerga? .. ah sim, Fala sério? Apenas dei de ombros, não sabia ao certo por que estava agindo desta forma.

- E como foi com David, quero dizer, quando contou a ele sobre a mãe dele? – Falei mudando de assunto quando Spike pulou a janela e se deitou ao meu lado.

- Bem. Tirando a parte que eu sou uma péssima mediadora, uma completa idiota. – Suzannah começou a se xingar. – Fala sério Jesse, que tipo de pessoa nem se quer se interessa pela mãe morta de seu meio irmão caçula? –Suzannah se culpando? Ela deveria mesmo estar mal para admitir tal coisa.

- Mesmo assim. Você deve estar se sentindo bem. Não é todo mediador que pega um assassino sozinho. – Enfatizei a parte completamente perigosa de seu dia. Por mais que me agradasse ver mi hermosa admitir que era apenas humana, eu não gosto de vê-la triste. Suzannah virou outra página e disse fazendo cara feia. Spike tinha a quem puxar suas feições estranhas. Deve ter aprendido com humanos deste século.

- É uma honra sem a qual definitivamente eu poderia viver. E não fiz isso sozinha. Você ajudou. Bem, mais ou menos. – Ela ficou pensativa por um segundo e depois continuou.

- Obrigada por você ter aparecido daquele jeito. – Encontrei mais cedo esse barbante e achei que Spike iria se divertir um pouco com ele. É claro que eu fui ao encontro de Suzannah quando ela me chamou. Será que ela pensou que eu não iria?

- Como eu poderia não aparecer? Você me chamou. – Mas Spike não tinha gostado do barbante.

- Hmm. Eu não chamei você, certo? Não sei de onde você tirou isso. – Isso que ela disse me deixou ... não sei... louco talvez?

- Eu ouvi você claramente, Suzannah. – Disse olhando-a seriamente.

- Bem, já que estamos no assunto, por que você não me contou que Red era o apelido que a mãe de Mestre deu a ele?

- Como é que eu ia saber? – Eu deveria saber. Claro que deveria. Se passasse menos tempo pensando nela. -O que o padre disse? - Eu não poderia mais continuar nesse assunto sem revelar que eu fiquei esperando ela aparecer ou me chamar. E isso vai assustá-la. Já deve ser ruim ter que me ter em seu quarto. - Quero dizer, quando você contou a eles sobre os Beaumont.

- Não muita coisa. Ele ficou bem chateado comigo porque não contei imediatamente sobre Marcus e seus negócios.

O aparelho que os possibilitava se comunicar sem ter de estar face a face tocou.. o tal do telefone.

- Alô? – Suzannah sempre fala isso quando pega esse invento.

- Ah, oi. – e então pegou um envelope.

- Eu sei que é você, Tad. Como seu pai está?

Ted? Como esse menino tem coragem de ainda ligar para mi..mi e solamente mi hermosa.

- Verdade?

Era impressão minha ou Suzannah estava entediada com o telefonema? Não, não era impressão minha, Suzannah pegou o papel que havia dentro do envelope e começou a ler.

- Uau, Tad. Isso é ótimo.

Acho que ainda não educado ouvir a conversa dos outros, por isso decidi desfaçar fazendo carinho no gato. E apesar de não saber o que o tal do Ted falava, me agradava ver o desinteresse de Suzannah.

- Estou. Estou aqui. Que pena, Tad. Vou sentir falta de você.  – Isso me fez ficar estranho. “Vou sentir falta de você”. “Vou sentir falta de você” – Alguma coisa dentro de mim começou a tremer. E eu não tinha certeza do que era. Já que meu coração havia parado de bater há 150 anos.

- É. É uma pena mesmo. – uma pena? O que era uma pena? Suzannah jamais iria me contar e disso eu tenho certeza.

Suzannah desligou o telefone, e ficou mexendo em uma carta de baralho velha e rabiscada. “Vou sentir falta de você”. Será que ela estava triste? Mas por que estaria? “É uma pena mesmo”. O que era uma pena? ... Agora eu sinto como se tivesse apanhando em uma luta.

- Então – comecei a formular irracionalmente a pergunta sem saber ao certo se queria ouvir a resposta, e a forma na qual ela viria.  - Você e Tad? Acabaram? – E para meu espanto, ela respondeu:

- Não que seja da sua conta. Mas é, parece que Tad vai se mudar para São Francisco. – eu sorri. Mesmo. Ela não estava triste, estava brava, mas não triste. A questão era. O que diabos eu tinha a ver com isso?

Meus pensamentos foram interrompidos quando alguém bateu na porta do quarto.

- Entra. - Suzannah falou.

- Ei – Brad, o filho do meio do Sr. Ackermann disse ao abrir a porta. - O jantar está pronto. Papai disse para você descer...Ei. Isso é um gato? – Ele perguntou olhando para Spike. Claro que era um gato, o que mais poderia ser?

- Hmm. É. Mas escuta, Dun... quero dizer, Brad. Por favor, não conte ao seu... – Suzannah começou a falar, mas foi interrompida.

- Você está... totalmente... ferrada - disse Brad.

Sem saber o que “Vocês está totalmente ferrada” significa, vi Suzannah e seu meio irmão irem jantar. Retomei meus pensamentos. O que estava acontecendo comigo?

A noite estava enluarada. Pude ver isso pela janela do quarto. No mar da Califórnia ela refletia de forma esplêndida. A lua. Fiquei olhando-a. Esperando que da mesma forma que iluminava a noite, ela poderia iluminar meus pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do caps? Comentem!!!
O próximo caps ainda não é o terceiro livro. Será o bonus!!! ÊÊÊÊÊÊ...
E prometo que não vai demorar tanto assim para sair!!!
Eu acho.....
XOXO