Do Outro Lado escrita por Akasha


Capítulo 15
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas que devem estar querendo minha cabeça!!!! Peço mil e uma desculpas pela demora monnnnstra em postar, mas eu estou em uma crise criativa nesta fic... o capitulo ficou razoavel, então ele corre o risco de ser reescrito.. se isso acontecer eu aviso... Obrigada aos que acompanho e prometo que vou tentar atualizar mais rapidamente...



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_Eu estava me sentindo estranho. Um estranho ruim. Não gostava de discutir com Suzannah. Ainda mais brigar com ela. Eu queria vê-la, pedir desculpas. Eu não tinha e não tenho o direito de me meter na vida dela. E tampouco tenho uma desculpa decente para isso. Se bem que eu poderia dizer que o pai dela foi quem pediu. Mas eu não mentiria.  Não se eu pudesse evitar.

            Aqui estava eu novamente, sentado em meu quarto esperando Suzannah chegar em casa após a escola, mas ela estava atrasada e eu estava bastante irritado.

            Foi um alarme falso muito, mas muito desagradável. Ouvi um carro parar em frente à casa dos Ackermann, olhei pela janela e era um carro preto grande. Suzannah? Não. Me deu uma enorme vontade de provocar um furacão quando eu vi o garoto que estava beijando Suzannah ontem a noite descer daquele carro. Mas ele não estava sozinho. Um senhor descera com ele.  O senhor aparentava ser normal, até passar pela porta... como eu sabia? Desci imediatamente... afinal.. ninguém poderia me ver mesmo não é?

            Eu tinha razão... era o mesmo rapaz que estava com a língua na boca de mi hermosa na noite anterior... Meu corpo começou a tremer e quase o cabelo falso do senhor que o acompanhava voou. Eu tinha de me controlar. Era o pai do garoto. Ele estava conversando com a Sra. Ackermann, sobre a visita de Suzannah. Então Suzannah estava fazendo coisas mais perigosas do que colocar sua língua na boca de outra pessoa.

            Voltei para o meu quarto. Mais um minuto naquela sala eu iria dar um jeito de arrebentar aquele “desentupidor de pia”. Porque Suzannah estava fazendo tudo aquilo sozinha. Não era certo. Mas ficou claro que ela não queria minha ajuda. Mas o padre poderia ajudar. Eu poderia ir falar com ele. Se bem que ele não me conhece. Eu sou tão indesejado que Suzannah nem ao menos se dá ao trabalho de me apresentar ao único “amigo” que pode me ver.

            O que o padre pensaria de mim ao saber que eu “um homem morto” moro no mesmo quarto que uma garota linda, encantadora e teimosa? Eu sou mesmo desprezível, mas pelo menos eu manti minha lingua dentro da minha própria boca.

            Estava tão concentrado em meus pensamentos que só percebi que Suzannah estava em casa quando ela entrou no quarto feito uma louca e tirou algo de dentro da bolsa. Ela não havia me visto.

 

- O que é isso? - perguntei

- É um gato . Não tive muita opção. É só até eu achar uma casa para ele. – Ela se explicou. Mas aquele bichano era grande e estranho demais.

- Tem certeza de que é um gato? Não parece com nenhum gato que eu tenha visto. Parece mais... como é que chamam? Aqueles cavalos pequenos. Ah, sim, um pônei. – Que besteira que eu estava falando.. gato.... pônei?

- Tenho certeza de que é um gato. Escute Jesse, eu estou meio encrencada. – Quando ela falou isso tive vontade de perguntar qual era a novidade, mas o gato me parecia um pequeno problema. Suzannah era muito exagerada.

- Posso ver. – Me limitei a isso.

- Não tem a ver com o gato.Tem a ver com Tad. – De novo esse garoto. Que inferno.

- Ele está lá embaixo. Com o pai dele. Os dois querem que eu vá jantar com eles. E não vou conseguir me livrar dessa. -  Díos mio? No creo en lo que está sucedendo.

- No es posible. Maldito cabrón. (n/a: quem tiver uma frase decente por favor me manda que eu troco... essa ficou muiiito ruim)

- O negócio é que eu descobri umas coisas sobre o Sr. Beaumont, coisas que meio me deixaram... bem, nervosa. De modo que você poderia...  hmm... fazer um favor? – Suzannah me pedindo favores? Nada mais importa. O mundo vai acabar mesmo? Espera ai? Se ela está preocupada então ela não vai aceitar nenhum pedido não é mesmo? Isso é bom... Melhor seria ver a cara de decepção do tal Tad quando mi hermosa dissesse não a ele.

- Claro, hermosa .

- Olha. Se eu não voltar até a meia-noite, será que você pode dizer ao padre Dominic que ele talvez devesse chamar a polícia? – Suzannah me disse isso, virou-se e colocou as coisas na mochila sinistra. Simples assim. Isso não era por um simples pedido de casamento era?

- Você quer que eu fale com o padre?

- É. Quero. – O que estava acontecendo com ela?

- Mas Suzannah... Se ele é tão perigoso, esse homem, por que você... – fui interrompido por uma batida na porta. Era a Sra. Ackermann.

- Suze? Você está vestida?

- Estou, mamãe. – ela responde eu sai correndo porta a fora me deixando o bichano.

 

*******

            O gato se olhando bem não era tão feio. Ele estava inquieto e assustado. Parecido comigo quando eu acordei em minha morte.

 

- Vem gatinho.... – Chamei e ele veio. Ele podia me ver. Nunca imaginei que poderia ficar feliz com isso.

- Eu sei gatinho. Ela é estressada. Mas você vai gostar dela. Ela é legal. – Ele ficou me olhando como se me entendesse e miou como se discordasse de mim.

– Eu tenho certeza gatinho, ela parece assim chata mas ela não é. – o gato miou novamente.

- Para falar a verdade ela é só teimosa. – O bichano arranhou a janela então.

- Ela saiu sim, eu estou preocupado, sabe... ela acha que pode mudar o mundo sozinha. – O gato miava enquanto arranhava a janela e foi só então que eu percebi que ele não estava falando de Suzannah, mas ele queria sair do quarto.

 

            Díos, esses 150 anos não fizeram bem ao meu cérebro afinal eu estava conversando com um gato. Mas enfim, ele era minha única companhia.     Fazia uns 45 minutos que Suzannah tinha saído e eu não consegui me conter. Abri a janela.

 

- Pronto gatinho, vá passear, mas volte, ou Suzannah me mata novamente. – o gato miou e ficou me olhando ao invés de sair correndo.

- Eu tenho que ir falar com o padre...

- miau.... miau....

- Tudo bem, eu encontro com você na praia. – O bichano lambeu a para direita e se foi. 

 

******

            Eu só poderia estar ficando louco. E não é porque eu estava conversando com o gato, mas eu iria falar com o padre... o que ele iria pensar? Não importava... Suzannah estava em perigo.

 

- Buenas noches padre.- eu disse quando me materializei em sua sala na missão. O padre me olhou, suspirou e então disse com um ar calmo e paciente. Totalmente diferente de mi hermosa.

- Meu filho, seja bem vindo. Em que posso ajudá-lo? – O padre disse sorridente.

- Padre, eu preciso de sua ajuda. – Não sabia como começar.

- Claro meu filho, nós vamos descobrir o que está te impedindo de fazer a passagem. – Fazer a passagem? Não... Díos, eu não quero fazer a passagem.

- Não é isso padre. A ajuda não é para mim. – o padre me olhou como se eu fosse um maluco. O que provavelmente eu era.

- Então para quem é ajuda meu filho? – Bom... eu não tinha mais como enrolar.

- É para Suzannah padre. – O padre estava comendo alguma coisa? Não reparei quando cheguei, mas posso afirmar que sim porque ele engasgou quando eu mencionei o nome de Suzannah.

- Suzannah? Deus misericordioso, o que aconteceu com Suzannah? Espere, como você conhece Suzannah Simon? Você fez algum mal a ela meu jovem?

- Calma padre. Eu jamais machucaria Suzannah. Eu sou Jesse. Ela não lhe contou sobre mim? – Suzannah não havia pedido ajuda do padre comigo? Para que eu pudesse fazer a passagem..

- Não. Quem é você?

- Sou Jesse de Silva. Eu morri no quarto onde Suzannah agora mora. Estou naquela casa há 150 anos.

- Santo Deus. Você esta vivendo no quarto de Suzannah? – Ei.. que tipo de pessoa ele pensa que eu sou?

- Não... ela é que está vivendo no meu quarto padre.

- Jesse... Ela é uma garota... você deveria ter vergonha de estar morando em seu quarto. – Não... ele não poderia pensar assim,... eu jamais....

- Mas padre, foi ela quem... foi ela... não eu... eu estava no meu canto... não é justo... – Não consegui formular uma frase coerente.

- Meu jovem. Seu lugar já não é mais neste plano. O quarto é dela, não é seu. Não mais. – as palavras do padre foram como um jato de água fria em mim. É claro que ele tinha razão, mas eu não iria a lugar algum. Eu não queria. Eu não iria deixá-la. Não... Isso não... Retomei o foco.

- Padre, isso não é importante.

- Como não? Isso é no mini....

- Padre, Suzannah está em perigo. A segurança dela agora é mais importante.

- Ah.. sim... claro... o que aconteceu?

- Ela foi jantar na casa do “namorado” – Dizer isso doeu mais do que deveria. -  e me pediu para avisar o senhor se ela não voltasse antes da meia-noite. Eu sei que ainda são 10 horas, mas eu fiquei preocupado. Não gosto daquele senhor... o pai do namorado de Suzannah.

- Namorado? Eu nem sabia que Suzannah tinha um namorado.. mas que perigo pode haver em um jantar? – Ótimo.. o padre não sabia de nada... que maravilha...

- Não sei... Mas Suzannah pareceu preocupada... e eu não gostei muito da forma que o Sr. Beaumont falou com a Sra. Ackermann e... – O padre me interrompeu

- Espera...você disse Beaumont?

- Sim...

- Eu não acredito que Suzannah foi sozinha atrás dele. Ela sabe o quão perigoso ele é... – Ele pegou o telefone.

- O que está fazendo padre?

- Antes de qualquer coisa quero verificar se Suzannah ainda não chegou em casa... Senão... Iremos até la buscá-la. – Gostei de ouvir isso.

 

- Alô? Olá Sra. Ackermann, posso falar com a Suzannah?

- Ah, olá, Suzannah – O Padre olhou para mim e eu decidi sair.

 

Ela, mi hermosa, estava bem e era isso que importava.

E eu decidi ir conversar com o gato na praia. Sei como é ruim ficar esperando.


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Notas finais do capítulo

Obrigados a todos pelo apoio!!!
Vocês são o máximo
Peço desculpas...

Beijos e mordidinhas