_Um momento de tranqüilidade enfim. Deveria ser assim sempre, mas a casa estava tumultuada ultimamente. Principalmente este quarto. Era bom aproveitar este momento, neste quarto, pois eu tinha certeza que seria o ultimo momento de tranqüilidade que eu teria aqui.

            Era estranho ver as coisas desse jeito, afinal deveria ser diferente. Eu realmente esperava algo diferente daquele momento. Deste eterno momento. Cheguei até a pensar que a tranquilidade era a única coisa certa da qual minhas crenças me fizeram refém em minha vida. Tinha certeza até os Ackermann mudarem para cá. Tantos lugares no mundo e uma família resolve se mudar para esta casa há tanto tempo abandonada.

            Fechei meus olhos e me sentei na janela, gostava de sentir a brisa salgada que vinha do mar. E de onde eu estava pude ver perfeitamente quando ela chegou. O motivo de toda essa agitação neste quarto. Uma garota aparentemente normal, de cabelos castanhos e estatura mediana, com uma roupa estranha. Se eu não soubesse que a filha da Sra. Ackermann era realmente uma garota, desta distancia eu teria minhas duvidas.

            Os vi entrando na casa, passando pela sala e subindo as escadas. Este agora seria o seu quarto. Quando os Ackermann mais a garota entrou eu me sentei no assento rosa e branco encostado na janela que o Sr. Ackermann havia feito para a garota.

            Quando a garota entrou pude ver que estive enganado. Ela não se parecia NADA com um garoto. Tinha os cabelos castanhos e os olhos verdes, e apesar de usar uma calça jeans absolutamente rasgada e uma jaqueta preta, sinceramente não faço idéia do porque, já está fazendo um calor absurdo, ela era incrivelmente feminina.

            A fiquei observando enquanto olhava seu “novo” quarto. A garota tinha uma mistura de confusão e ternura em sua expressão, até que ela olhou para a janela. Ela olhou fixamente em minha direção. Acho que esse tempo aqui fez mal ao meu cérebro. Ela então olhou se para o Sr. Ackermann de forma como se quisesse pegar algo revelador em seu rosto. Então a Sra. Ackermann quebrou o silencio com uma pergunta nada comum.

- Ah, Suze, outra vez!?...