Procura-se Namorado Para Granger escrita por they call me hell


Capítulo 3
Problemas em Dobro


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. ♥



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— 3 —

PROBLEMAS EM DOBRO

 

— Você estava certa, Hermione. Esse restaurante é maravilhoso!

A morena e a ruiva mal haviam saído do Abóbora de Ouro quando o comentário foi feito. A refeição fora ótima: havia uma abundância de azeitonas, queijos e outros tantos embutidos, acompanhados de vinho da melhor qualidade na entrada. Depois, uma sopa, pães, massas diferenciadas e carne. Acompanhado de um bom bolo, aquilo seria perfeito.

— Basta decidir a data agora e então voltamos para acertar o Buffet — Hermione disse. — Podemos voltar para casa agora e pensar na decoração.

Gina concordou, mas assim que viu a fachada da Gemialidades Weasley na outra quadra, mudou de idéia.

— O que acha de fazermos uma pausa durante a digestão? — ela sugeriu. — Podemos passar na loja e dizer olá aos meus irmãos enquanto isso.

— Tudo bem por mim — a morena respondeu, já se pondo em direção ao lugar. — Faz tempo que não os vejo também.

Do Abóbora de Ouro até a loja dos Weasley, havia apenas uma pequena caminhada equivalente a distância de uma quadra. Antes mesmo de se chegar já era possível ouvir o som dos apitos, ver a luz dos brinquedos e perceber a euforia das crianças que puxavam suas mães e pais na esperança de conseguir entrar para comprar alguma coisa. Alguns pais às vezes eram um pouco relutantes com isso, já que muitos dos logros pregavam peças que poderiam se virar contra eles próprios, mas, no geral, a loja vendia muito bem e os gêmeos não podiam reclamar dos seus lucros.

— Olá meninas! — uma voz alegre disse assim que a porta se abriu, fazendo a campainha sobre ela soar, revelando Gina e Hermione. — Só esperem um minuto e eu já vou falar com vocês.

“Tudo bem”, ambas pensaram. Havia uma porção de corredores e prateleiras para se ver, de modo que a espera não seria nada ruim. Enquanto Verity, a ajudante de Fred e George na loja, terminava de atender seus últimos clientes, Hermione começou a examinar os logros e brinquedos com grande interesse. Por mais que não fosse a favor dos testes em primeiranistas durante os anos de Hogwarts, sempre achara fantástico o nível de conhecimento em magia que era necessário para se criar aquele tipo de coisa. Não que isso fosse algo que ela declararia assim, tão facilmente.

Gina, por outro lado, não se distanciara muito e pôde ver Verity finalmente livre quando seus clientes saíram. Como haviam outros tantos na loja, ela logo assumiu o caixa outra vez, de onde apenas saía quando lhe questionavam onde poder-se-ia encontrar alguma coisa. Satisfeita, Gina caminhou até estar mais perto dela e a ouviu dizer:

— Onde está Hermione?

Gina deu uma rápida olhada para trás e a não a viu em lugar nenhum.

— Está vendo as prateleiras. Ela não gosta de assumir, mas acha os logros muito bons.

Verity riu.

— Concordo com ela quando o assunto é a imprudência dos meninos em algumas coisas, inclusive quando se trata de Fred, mas são bons meninos e bons produtos, lá no fundo — disse a atendente. — Quanto aos seus irmãos, que suponho que é o que realmente veio ver, estão lá em cima em horário de almoço. Posso chamá-los se quiser, sem problema algum.

— Não quero atrapalhar o seu trabalho — Gina argumentou, virando-se de lado para passar na pequena fresta que havia entre os balcões. Alguns clientes a olharam de forma estranha, visto que estava sem um uniforme, mas os cabelos ruivos tiravam qualquer dúvida de que também era uma Weasley. — Importa-se se eu subir e chamá-los?

— Claro que não! — Verity gritou, vendo Gina sumir pelas escadas. —Obrigada!

As escadas que conduziam para o andar de cima da loja eram estreitas, o que deveria tornar muito difícil o transporte de caixas do estoque para as prateleiras, Gina pensou. Felizmente, ela apenas precisou subi-las para encontrar a porta do lar de Fred e George, onde bateu com os nós dos dedos, escutando um audível “entre!” em seguida.

— Olá George! — ela disse ao ver um dos irmãos sentado no sofá.

Ele riu e se endireitou para recebê-la.

— Sou o Fred, George resolveu dar um pulo em Gringotts — respondeu ele. — Mas olá para você também, Gina.

Ela revirou os olhos, empurrando uma das almofadas para sentar-se na poltrona ao lado dele.

— O que te traz aqui, pequena irmãzinha? — Fred questionou intrigado.

— Estava almoçando com Hermione no Abóbora de Ouro, na outra quadra, e resolvi passar aqui para ver vocês.

— É mesmo? — ele murmurou um “hm” consideravelmente longo. — E onde está Hermione? Fugiu ao saber que daria de cara com um homem tão fantástico quanto eu? Ela não conseguiria se controlar, eu sei... é difícil.

Gina gargalhou, achando aquilo divertido.

— Menos, Fred. Ela apenas ficou lá em baixo vendo as prateleiras. Verity queria subir para chamá-lo, mas não quis atrapalhá-la. Tem um bocado de gente lá em baixo.

“Então peça para Hermione subir, oras”, ele disse e isso fez Gina se lembrar da conversa que havia tido com Harry na noite de sexta-feira. Eles não haviam mais tocado no assunto, mas considerando que ele argumentara que Hermione não queria que nada fosse feito, provavelmente não falaria nada para George. Harry também não gostava de bancar o cupido, o que deixava o caminho totalmente livre para Gina moldar Fred de acordo com as suas idéias.

— Gina?

Ela chacoalhou a cabeça, despertando.

— Sim?

— Você estava me assuntando. Por Merlin!

Ela riu outra vez.

— Fred, se lembra de quando quebrou minha vassoura dois dias antes da partida contra o Falmouth Falcons?

— Absolutamente não.

— Não se finja de inocente! Você a quebrou e disse que ficaria me devendo uma.

Fred se endireitou no sofá e olhou para Gina com a expressão de um bom negociador.

— Certo, vamos acabar de vez com isso. Diga-me o que quer e eu verei o que posso fazer.

A ruiva levou alguns minutos para decidir. Provavelmente não teria outra oportunidade como aquela tão cedo, mas utilizá-la para ajudar alguém parecia a coisa mais certa a se fazer. Ela poderia simplesmente pedir para que Fred saísse com Hermione, mas isso não surtaria o efeito desejado por ser algo mecânico, forçado. Felizmente, havia outra idéia em sua cabeça. Ela precisaria sacrificar a sua promessa sobre o segredo do casamento, mas era por uma boa causa.

— Bem, eu e Harry decidimos nos casar no início do verão — ela disse, vendo a surpresa no rosto de Fred. Ele ficara feliz, aparentemente. — Você está convidado como padrinho, é claro. O que eu realmente gostaria de pedir é que ajudasse a mim e a Hermione com os preparativos.

Fred não conseguia entender o que ele poderia fazer para ajudar um casamento, mas concordaria. Só esperava não ter que participar de provas de vestido e coisas do gênero.

— Mais uma coisa — Gina prosseguiu. — Quero fazer uma surpresa, então não conte a mais ninguém. Nem mesmo a George ou aos nossos pais. Promete?

— Já são dois pedidos então. O que vou ganhar com isso?

Gina suspirou. Por que sempre tinha que ser tão difícil negociar com Fred?

— Colocarei a garota mais bonita e, felizmente, solteira para ser madrinha com você.

Ele pareceu ponderar por alguns instantes e Gina temeu que não aceitasse a proposta.

— Fechado.

— Ótimo — ela se levantou do sofá e, dando um beijo rápido na bochecha dele, se afastou rumo à porta. — Te mandarei uma coruja dizendo o que fazer. E mande lembranças ao George!

 

* * *

 

Não muito longe dali, Harry esperava que a fila se dissipasse logo para que pudesse tratar alguns assuntos com os duendes, referentes ao Ministério. Aquele lugar lhe causava arrepios, para dizer a verdade. Os homenzinhos tinham a estatura muito baixa, mas seus rostos eram distorcidos permanentemente em expressões mal humoradas. Era como se fossem pular em cima de todos a qualquer momento e matá-los só por estarem na fila. Gina tinha medo de duendes como aqueles e não era para menos.

— Ei, Harry!

Ao ouvir a voz atrás de si, ele virou o corpo e encontrou um dos gêmeos Weasley parados atrás de si. Filas em bancos eram ótimos lugares para se ver pessoas conhecidas, realmente.

— Eu sou o George, a propósito.

— Ah sim — o moreno riu. — Olá George. Como você está?

— Bem, tirando o fato de Fred ter me mandado resolver algumas coisas aqui no nosso horário de almoço.

Harry riu e deixou duas pessoas passarem na sua frente para que pudesse ficar ao lado de George e conversar melhor. Já estava suficientemente encrencado com aquela fila, de forma que esperar mais um pouco não faria problema.

Enquanto George falava alguma coisa sobre sua vontade de explodir os duendes pelos ares com sua mais nova invenção – dinamites mágicos –, Harry se lembrou da conversa que tivera com Gina sobre Hermione precisar de um namorado. Aquilo não fora discutindo posteriormente, como o combinado, mas o grifano tinha certeza de que sua noiva tinha deixado aquilo para lá, em respeito ao desejo que Hermione tinha de que ela não lhe arranjasse novos problemas, como o quase-encontro com Malfoy. Assim, Harry decidiu que seria sua vez de agir. Ele havia sido cupido apenas uma única vez e não havia dado muito certo, mas com George as coisas seriam bem mais fáceis. E ele já tinha uma excelente história para contar a ele.

— Sabe George, me lembrei de que estive conversando com uma garota essa semana no... Ministério. Isso, no Ministério da Magia — ele começou, fazendo George estreitar o olhar e prestar atenção. — E nós estávamos falando sobre pessoas conhecidas, sabe? Ela estudou em Hogwarts também.

— Certo... Prossiga.

— E eis que ela me disse que você era um cara bem legal e que seria divertido ver você qualquer dia desses. Talvez tomar uma cerveja amanteigada juntos, não é? — Harry piscou, fazendo um sorriso maroto surgir no rosto de George.

— Tem razão, pode ser divertido — o ruivo concordou. — Mas, me diga, qual é o nome dela?

Harry ficou estático. O que diria? Não podia entregar Hermione desse jeito, caso contrário, George iria até ela de imediato e estragaria tudo antes que Harry pudesse prepará-la também.

— Ela não quer que eu entregue as coisas assim. Mulheres, sabe como é, gostam de fazer um jogo de mistério — aquilo pareceu deixar George ainda mais interessado. — Mas ela me deixou dizer a primeira letra: J.

Isso, grande escapatória, Harry pensou. O segundo nome de Hermione era Jane, de forma que estava falando a verdade, ainda que ela pudesse ser vista de outra forma.

— J? — George pensou e pensou, mas ninguém veio a sua mente. — E como posso fazer para marcar esse encontro com ela sem saber seu nome?

— Bem, eu vou conversar com ela e dizer que você está disposto. Então te mando uma coruja dizendo onde poderão se encontrar, simples.

— Tudo bem por mim — George balançou os ombros levemente. — E, me diga, ela é bonita?

— Ela é — Harry sorriu para o gêmeo diante de si. — E interessante, o tipo de garota com quem se pode conversar sobre tudo.

George gostou da descrição que recebeu e Harry suspirou aliviado. Havia conseguido contornar a situação muito bem, bastando apenas convencer Hermione de que seria legal conhecer George melhor. Eles poderiam se dar muito bem juntos. Afinal de contas, talvez o lugar dela realmente fosse ao lado de um gêmeo Weasley.


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Notas finais do capítulo

Harry e Gina apostaram suas fichas, agora quero ver as apostas de vocês!