Procura-se Namorado Para Granger escrita por they call me hell


Capítulo 1
Um Segredo Bem Guardado


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fanfic está começando e eu espero que gostem. Para datas de atualizações e capítulos extras, acessem meu blog! http://papodeautora.tumblr.com/



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UM SEGREDO BEM GUARDADO 

 

Era apenas mais uma sexta-feira comum quando Hermione aparatou em frente ao Griffus conforme o combinado. Tivera um dia exaustivo em Salém, visto que no momento prezava por adiantar o máximo possível de trabalho antes que do final da semana seguinte, quando outra pessoa – ou, provavelmente, outras – assumiriam os seus afazeres. Mesmo que estivesse muito longe da área hospitalar, apenas conseguia pensar que independente de quem a substituísse, com certeza não daria certo. Hermione era perfeccionista e meticulosa demais para relaxar, porém, sabia que deveria fazê-lo logo ou acabaria ficando louca. Felizmente ela sabia que Harry e Gina a aguardavam ali, e realmente não demorou muito para encontrá-los conversando animadamente em uma das mesas na parte mais alta do restaurante-bar. Aquele era um lugar novo, recém-inaugurado, e Gina estivera tão entusiasmada com a ideia de conhecê-lo que convidar seu namorado, o irmão e a melhor amiga parecera uma ótima opção.

Quando Hermione finalmente chegou à mesa, seus amigos se levantaram para cumprimentá-la com saudações, beijos e abraços, e isso a deixou mais tranquila do que estivera até poucos minutos antes. Sua rotina estava sendo profundamente estressante, explicou para os amigos enquanto sentava-se em frente à eles, tardando suas férias já extremamente tardias. Não que ela realmente quisesse se afastar do trabalho, é claro; seu estresse se devia, em grande parte, ao fato de não poder mais adiar as férias e acreditar que ninguém faria a auditoria com tanta dedicação e zelo durante sua ausência.

— Esse lugar é mesmo lindo, Gina – ela disse com um tom de voz mais suave, o rosto movendo-se lentamente da direita para a esquerda em uma avaliação satisfeita do espaço.

— Espere até provar a cerveja amanteigada.

Hermione franziu o cenho ao ouvir a amiga.

— É diferente de todas as que já tomamos até hoje – a ruiva completou. – Não é mesmo, Harry?

— Sim e o atendimento também é especial.

Só quando ele fez um gesto de cabeça é que a morena percebeu que não haviam garçons entre as numerosas mesas, mas, sim, pequenas corujas de olhos atentos e voo surpreendentemente muito discreto. Assistindo uma mesa próxima, entendeu que bastava que se anotasse os pedidos nos pergaminhos estrategicamente deixados sobre as mesas para que as corujas os levassem para os responsáveis em solicitar a preparação dos pratos, bebidas e pagamentos.

— Isso é genial – Hermione sorriu, ouvindo a coruja mais próxima de si piar em resposta à sua voz. Poderia parecer bobagem, mas ela realmente parecia entender o que era um bom elogio a si.

Testando a teoria, anotou o pedido de três canecas de cerveja amanteigada e viu a ave entregá-la na parte exterior das cozinhas em uma espécie de bolsão de couro. Então, era apenas questão de aguardar alguns minutos e os elfos se encarregariam do resto.

— Bem... – Gina começou a dizer, olhando para o namorado com um sorriso bobo nos lábios. – Há um motivo especial para que a tenhamos convidado hoje, Mi. Gostaríamos que Ron estivesse conosco, visto que ele também foi essencial em nossa história, mas ele acabou tendo uma fratura durante a última partida e ficou impossibilitado de nos encontrar. – Os ombros da ruiva balançaram como quem dizia a medida de leite em uma receita de bolo, já que, sendo também jogadora de quadribol, pouco dava importância para lesões. Considerava-as todas passageiras.

— Podemos esperar um pouco mais para dar a notícia, se preferir – sugeriu Harry, segurando a mão dela entre as suas com um carinho bastante delicado e sutil. Hermione admirava muito o quão carinhosos eles eram um com o outro, mas sem deixá-la desconfortável.

— Estou ficando curiosa...

Milhões de coisas se passaram pela cabeça da sabe-tudo naquele momento, mas qual delas seria a verdadeira? Provavelmente nenhuma, é claro.

— Eu não aguento mais esperar – Gina apertou a mão sob a sua com um pouco mais de força e assim recebeu um aceno positivo de cabeça como resposta. Ela dedicou um olhar demorado à amiga antes de dizer qualquer coisa e respirou fundo, apenas aumentando a tensão do momento. – Nós decidimos nos casar na primavera – falou de uma vez só, contrariando toda a paciência que tivera até o momento. – Teremos pouco tempo para organizar tudo, eu sei, mas é por isso que gostaria de contar primeiro a você. Sei que me ajudará com as coisas desde já, principalmente porque logo tirará férias, não?

Hermione levou as mãos aos lábios, contendo um grito animado. Ela precisou de alguns instantes para que a grande onda de emoção pudesse crescer, explodir e depois passar através de si antes de conseguir levantar-se para abraçar os amigos.

— Parabéns! – ela falou antes de qualquer outra coisa. Sentia-se entusiasmada também, agora que recebera a notícia. – E, claro, posso ajudá-la com o que precisar, Gina. Fico feliz por vocês. Oh meu Merlin, um casamento!

Harry fez um gesto mudo para Gina, indicando que deveria conter um pouco os ânimos da amiga. Então, a ruiva deixou de segurar a mão dele para segurar a de Hermione, uma vez que todos estavam sentados outra vez.

— Obrigada, Mi – Gina agradeceu com um sorriso sincero. – Só gostaria de te pedir uma coisa...

O olhar de Hermione se estreitou com a frase.

— Claro, o que quiser.

— Ainda não contamos a mais ninguém e gostaríamos de fazer uma surpresa aos meus pais. Eles só saberão no dia, quando virem tudo pronto.

Seria uma surpresa em tanto, pensou. Felizmente, os Weasley amavam Harry como se ele também já fosse parte da família. Molly vivia dizendo que sua vida só estaria completa quando os dois amigos de seus filhos entrassem para a família de vez, o que Hermione infelizmente não poderia fazer por questões que iam além do seu controle, mas que ao menos Harry poderia concretizar para alegrá-la.

— Podemos nos encontrar na segunda-feira pela manhã para conversar sobre a decoração e o bolo. Afinal de contas, só temos mais três meses.

— O tempo está curto, mas vocês darão conta de tudo, com certeza.

As garotas riram.

— Sabemos que sim.

Então as cervejas chegaram e os três brindaram ao belíssimo casamento que estava por vir.

— Queremos que seja nossa madrinha, é claro.

Hermione sorriu ao ouvi-los, mas logo o sorriso morreu em seu rosto, deixando uma expressão vazia a entristecer seu semblante. Gina buscou em seu futuro-marido qualquer coisa que pudesse explicar a mudança repentina, mas até mesmo ele se surpreendera e não possuía qualquer explicação plausível em mente. A dúvida corroera momentaneamente a ruiva, achando que já sabia a razão do problema, mas precisava perguntar se estava tudo bem mesmo assim.

— Hermione?

Como se tivesse sido acordada de um sono pesado, a grifana balançou a cabeça levemente para os lados, despertando, e fitou os rostos preocupados dos seus amigos do outro lado da mesa.

— Não foi nada, apenas pensei longe – ela forçou um sorriso.

Gina ergueu uma das sobrancelhas imediatamente.

— Eu te conheço desde que era apenas uma criança, Hermione. Não pense que pode me enganar.

Harry se sentiu incomodado com aquilo. O que poderia ter deixado sua amiga tão distante de repente? Ainda assim, sentiu que Gina parecia ter o controle da situação – ou, ao menos, uma pista – e isso o deixou mais aliviado.

— Desculpe – Hermione murmurou, lutando contra a forte onda de emoções dentro de si. Ela deu outro gole na sua cerveja e abaixou a cabeça, encarando o cardápio. Mentalmente repetia “não chore, não chore, não chore!”. Não queria olhar para os amigos enquanto dissesse algo bobo como o que estava prestes a dizer. – Ser convidada como madrinha é uma grande honra para mim, obrigada. Mesmo.

O silêncio se fez presente por alguns minutos depois disso, deixando Gina inquieta. Sua amiga precisava de incentivo, ela percebeu.

— Não precisa nos agradecer – disse a ruiva. – Mas... Então...?

Hermione pigarreou ao vê-la espichar o pescoço em sua direção, quase enfiando a cabeça dentro do cardápio que a morena fingia consultar. Sabia que Harry e Gina não a julgariam, mas certas coisas eram realmente difíceis de desabafar quando se procurava ser uma garota durona o tempo todo.

— Isso me fez lembrar de que precisarei de um par, já que vocês vão... Casar, se unir para sempre – a voz da garota era apenas um muxoxo choroso. – E eu não tenho ninguém nem apenas para ser padrinho comigo. Isso me aborrece às vezes, não como um tipo de inveja, mas como um vazio apenas meu. Já tenho vinte e quatro anos, até quando vou viver sozinha?

Gina abaixou a sua própria cabeça por alguns instantes. Ao ouvir aquilo, imaginou como as coisas deveriam ser difíceis para Hermione. Todos os finais de semana eles se encontravam, geralmente apenas os três, e ela era obrigada a ficar ali, testemunhando com seus olhos e ouvidos atentos como era bom ter alguém para si como Harry tinha a Gina e vice-versa. Sem contar a grande porção de amigos dos anos em Hogwarts que vinham se casando nos últimos dois anos, sempre os convidando.

— Tenho certeza de que ainda encontrará alguém que te complete, Mi. Idade é apenas um número, você sabe bem disso ou deveria saber, afinal, aos onze anos você já era uma bruxa mais inteligente do que muitos alunos avançados, lembra disso? — Gina ergueu uma das sobrancelhas para a amiga que finalmente a encarava. Parecia uma advogada feroz representando sua cliente inocente que corria risco de prisão perpétua ou talvez apenas estivesse convivendo demais a técnica das Hárpias que era uma grande motivadora. — Você é uma garota maravilhosa e o único motivo de não ter um namorado é que você é magnífica demais para a maioria desses caras por aí – ela tomou um pouco da sua cerveja antes de continuar. – Mas, enquanto isso, não diga que está sozinha. Você tem a mim, ao Harry, a todos os Weasley e a seus amigos. Nunca estará sozinha.

Hermione sorriu emocionada entre algumas lágrimas que haviam insistido em cair pelo seu rosto, secando-as da melhor forma possível com os dedos.

— Obrigada, Gi.

— Agora pare de agradecer antes que eu comece a cobrar por isso! – todos riram. – Aliás, eu tive uma idéia.

Harry e Hermione a olharam com curiosidade.

— Toda essa conversa me fez pensar em um rapaz especial... solteiro, bonito e que, felizmente, também estará no meu casamento. Não acha isso uma coincidência muito intrigante?

Hermione não gostou muito daquilo, considerando onde iria parar, mas antes que pudesse interromper, Harry foi mais rápido.

— Será que pensamos na mesma pessoa? Alguém também me veio à mente.

— Não, não, não – Hermione fez seus gestos acompanharem suas palavras decididas, colocando as mãos diante do peito e balançando-as em um sinal de total reprovação. – Da última vez que vocês inventaram de fazer algo desse tipo, eu quase acabei saindo com Draco Malfoy sem saber!

Gina não pôde evitar uma nova sessão de risos ao ouvir aquilo, provocando um olhar furioso da amiga. Era verdade. Uma vez resolveram que Hermione precisava sair com alguém e, visto que ela apenas tinha olhos para o trabalho, julgaram que deveria ser alguém com isso em comum para facilitar as coisas. Hermione nunca daria certo com alguém que gostasse de passar a maior parte do tempo curtindo a vida sem preocupações. Ela era uma bruxa perspicaz, responsável por uma ala inteira na Maternidade de Salém, onde cuidava das futuras-mamães e trazia belos bruxinhos ao mundo. A questão é que Salém era acoplada à Saint Mungus por dois corredores e dois túneis de emergência, até mesmo por questão de riscos mais graves que precisassem de um tratamento mais específico. Já Draco era curandeiro-chefe em Saint Mungus, na ala de tratamento e reversão de acidentes mágicos. Por conta dessa vida hospitalar em comum, ele e Hermione haviam deixado de ser hostis um com e o outro, e isso bastou para que Ginevra tivesse a brilhante ideia de marcar um encontro entre eles, sem que eles soubessem com quem se encontrariam e que, de fato, tratava-se de um encontro. O fim disso foi desastroso: Ginevra não sabia, mas Draco já estava casado com uma sonserina chamada Astoria Greengrass e, por mais que não tivesse conseguido comparecer no dia e hora marcados por conta de um plantão repentino, Hermione descobriu tudo na hora h e viu que o amor não era para ela sob nenhuma hipótese. Principalmente se tivesse o dedo dos amigos.

— Tudo bem, não está aqui quem disse – Gina deu de ombros.

O resto da noite transcorreu normalmente: os amigos beberam suas cervejas, comeram algo, conversaram e, por fim, rumaram cada um para o seu lar. Hermione estava morando em uma pequena, mas agradável casa nos arredores do Beco Diagonal, enquanto Gina ainda morava com os pais n’A Toca, onde Harry estava hospedado por algum tempo, à pedido de Molly e Arthur.

Quando o casal se sentou na cama onde Harry passaria a noite, hospedado por hora no antigo quarto de Gui, Gina se aninhou no abraço do noivo e fechou um pouco os olhos. Porém, havia uma coisa martelando a sua mente, então logo desvencilhou-se e fitou o rosto de Harry.

— Estou pensando no que dissemos à Hermione – ela falou, vendo a expressão de dúvida surgir no rosto do grifano. – Sobre a parte de termos pensado em alguém para ela.

— Ah sim... – Harry concordou. – Em quem você pensou?

— Fred.

— E eu pensei em George – ele riu.

— Eu acho que isso poderia mesmo dar certo, sabe? Hermione precisa de um pouco de diversão na sua vida e quem melhor para isso do que um deles?

Harry pensou por um instante.

— Mas ela não quer que façamos nada, lembre-se disso.

— Ela não precisa saber, já que nem mesmo sabe em quem pensamos. Pode soar natural. Mas, agora, qual dos dois escolher... Fred ou George?

Harry pareceu inclinado a negar novamente, mas, pensando melhor, era só não inventar um plano mirabolante como da última vez que tudo poderia dar certo. Na pior das hipóteses, Hermione passaria o tempo com alguém que já era seu amigo há anos.

— Podemos pensar nisso depois. Agora eu quero apenas aproveitar o resto da noite com a minha futura esposa. Posso?

Gina balançou a cabeça em concordância, levando suas mãos à ambos os lados do rosto de Harry, segurando-o com carinho e depositando um beijo em seus lábios. Sentia-se extremamente feliz por aquele momento, por aquela promessa de tantas realizações, e queria que Hermione sentisse isso também.

— Claro, Sr. Harry mandão Potter. Falaremos disso depois.

— Muito, muito depois.

Assim, terminando a noite tão especial, Ginevra voltou a confortar-se no peito do noivo enquanto ambos jaziam ali, deitados em uma cama de solteiro n’A Toca. Não poderia demorar muito para ir para o seu próprio quarto, mas isso também era questão de tempo até que se casassem e tivessem seu próprio lar.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? :)



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