E se eu me apaixonasse por você? escrita por Polly Amaral


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem a demora... tive uns problemas com a internet e consegui resolver apenas hoje. Obrigada pelos comentários e as pessoas que estão acompanhando.
Prontas? Capítulo 4.



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Saímos da praça e fomos rumo a casa dele, que não é tão longe assim pois a praça fica na nossa rua mesmo. Durante o trajeto não dissemos nada. Chegando em frente à casa dele, ele disse:

– Bom, aqui é minha humilde residência. Pronta pra conhecer o castelo do Rei Guilherme Primeiro? – Perguntou ele fazendo um sotaque meio estranho.

– Sim, Rei Guilherme Primeiro. – Respondi sorrindo, entrando na onda.

Acho que nunca havia sorrido tanto assim com alguém que eu não conhecia há tão pouco tempo.

Ele abriu o portão e entramos. Ele me guiou até a porta de entrada da casa e enquanto andávamos ele ia me apresentando os cômodos da casa. A casa dele tinha dois andares, e depois de me mostrar a parte debaixo, subimos para mostrar o segundo andar. Não deixei de notar que ainda havia algumas caixas jogadas pela casa por causa da mudança e não tiveram tempo de colocar tudo em ordem.

Passamos por algumas portas do segundo andar e ele disse:

– Preparada para conhecer o local onde passo maior parte do tempo?

Assenti com a cabeça, e então ele abriu a porta. O quarto dele era bem legal. Das quatro paredes uma era preta com um estante suspensa sobre ela cheia de livros. Havia uma tv com um vídeo game e uma parede somente com pôsteres de banda. Ele tinha um pôster do Imagine Dragons, eu quase vomitei arco-íris.

Ele se sentou na cama e me perguntou:

– Então, viemos aqui para nos conhecer melhor... Quer conversar sobre o que?

– Hum... Não sei. Fale algum assunto.

Ele ficou pensando, e então disse:

– Já sei! Primeiro beijo.

Bom, eu nunca tive um primeiro beijo. Meu passado foi amargurado, e ainda é. Como eu vou ter dado um primeiro beijo se nunca ninguém se interessou por mim? Mas até que não me importo muito com isso não.

– Valentina... como foi seu primeiro beijo?

– Bom, vou ser sincera com você... – hesitei bastante, mas decidi falar - Eu nunca tive um primeiro beijo.

Ele não disse nada, simplesmente parou e ficou olhando para mim.

– É por causa do lance que você me contou? Por causa da Luiza? – Ele me perguntou.

Eu fiquei calada, pra começar nem sei porque eu comentei isso com ele. Ninguém sabia disso, e lá vai eu contando pra ele algo de novo. Eu olhei pra ele e ele estava me analisando.

– Você parece uma atriz...

Ih começou...

– Não me iluda Guilherme.

– Ilusão nada. Tu parece com uma atriz sim... – Disse ele pensativo. – Já sei!

– Quem? – Perguntei.

– A Shailene Woodley! Na hora que te vi eu lembrei que tu parecia uma atriz mas não me lembrava qual.

Imagina, a Shailene Woodley. Ela é muito linda e eu aqui essa coisa.

– É sério. Seus olhos são grandes iguais os dela, seus traços são delicados como os dela. Até seu cabelo é semelhante ao dela, porém é mais escuro.

– Ah, para né Guilherme – comecei a rir – Não me compare a ela não! Pare de xingá-la.

Ele começou a rir e disse:

– Mas eu não estou xingando ela. Você é bonita sim.

Parei de rir. Um garoto que eu praticamente acabei de conhecer me disse que sou bonita. Qual a reação que eu deveria ter? Bom, acho que eu devia agradecer. É, eu devo agradecer.

– Obrigada! Você também não é feio.

Então rimos. Notei novamente seu sorriso e percebi como era realmente bonito, os dentes alinhados e os lábios faziam uma curva perfeita. Notei também que perto dele eu me sentia melhor. Me sentia diferente, sentia que eu podia ser eu mesma de verdade, falar o que eu quiser que ele não iria me julgar assim como todos os outros, e então eu vi.

– Ai meu Deus!

– Meu Deus o que? – Perguntou ele assustado.

– Sua guitarra é linda!

– Ah – ele deu uma risadinha – gostou dela?

– Demais...

– Quer tocá-la? – perguntou ele pegando-a.

– Eu não toco muito bem... só arranho alguns acordes e olhe lá...

– Ah, toca algo que saiba pra eu ver... eu serei sincero se estiver ruim – Disse ele plugando a guitarra no amplificador e me entregando.

Peguei a guitarra, me sentei em sua cama e disse:

– Se prepare, seu cérebro pode derreter.

Ele riu e comecei a tocar, ou melhor, a tentar tocar Smells Like Teen Spirit da banda Nirvana. Tava tocando e então ele fez um sinal pra eu parar e disse:

– Canta também.

– Hã? Claro que não. Aí que você fica em estado vegetativo de vez. – Eu disse balançando a cabeça em sinal negativo freneticamente.

– Ah, qual é Valentina... Custa nada né?!

– Custa sim!

– O que custa?

– Minha dignidade.

– Ah, você nem deve cantar mal. Sua voz é bonita... vai Tina... canta... – Disse ele fazendo carinha de gato do Shrek.

– Você me chamou de Tina? Só meus parentes que me chamam assim – Disse num tom meio de surpresa.

– Poxa, desculpa.

– Não, não tem importância, eu gosto que me chamem assim.

– Então Tina, canta... em nome da nossa amizade?

Ele falou de um jeito tão bonitinho que não pude negar. Fiz uma cara de “não acredito que você está me fazendo fazer isso” e comecei a tocar e a cantar. Olhei para o rosto dele e ele estava com o semblante normal, parece que estava gostando. Terminei a música e disse:

– Então, ainda tá ouvindo? Ou melhor, tem cérebro ainda?

– Quem te disse que você toca mal?

– Olha, isso é um bom sinal. Ainda tem cérebro. – Sorri.

– É sério Tina. Quem te disse que você toca mal?

– Ninguém.

– Então porque disse que toca mal?

– Porque eu aprendi sozinha e acho que não toco tão bem quanto gostaria.

– Você aprendeu sozinha? – Perguntou ele surpreso.

– Sim...

– Você toca muito bem Tina. De verdade mesmo.

– Ah, obrigada... – Olhei pro relógio do celular e já era tarde – Então Guilherme...

– Gui. Pode me chamar de Gui. – disse ele cortando o que eu estava falando.

– Então Gui, já tá tarde e eu preciso ir.

– Eu posso te acompanhar até em casa se quiser.

– Não é necessário Gui, muito obrigada.

– Ah, eu não tenho nada pra fazer, vou te acompanhar.

Não recusei de novo porque eu gosto da companhia dele. Ele me faz bem. Como é bom ter um amigo. Chegamos em frente minha casa e ele disse:

– Então, você fica aqui.

– É – sorri.

– Boa noite Tina.

– Boa noite Gui.

Ele virou as costas e eu entrei.


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Notas finais do capítulo

E então? o que acharam?