‘’ Respira fundo pela frente, ainda tem muito mundo! ‘’

O Lucas viajaria hoje a noite, eu estava muito mal por ter que ficar sem ele o fim de semana todo, não sei o que faria. Fiquei quase que o dia todo na janela do meu quarto o observando. Ele estava correndo para lá e para cá, bastante agitado por sinal. Quando ele me notou quase no final da tarde, parou em frente a minha janela e me mandou um beijo:

– Quero de ver mais tarde. – Disse ele bem baixinho para que ninguém escutasse.

Balanço a cabeça afirmando. Claro que eu iria te ver hoje antes da sua viagem. Se eu não te vesse antes de você partiu eu morreria de amor né, fofo. Saio da janela e vou até o banheiro, depois de me despir ligo o chuveiro e deixo a água cair sobre meu corpo por um bom tempo. Desligo o chuveiro e volto para meu quarto. Abro meu armário, pego um vestido estampado e soltinho. Após coloca – ló solto meus cabelos e os penteio. Saio de meu quarto e vou para varanda. Minha mãe e Paulinha estavam lá, em um conversa bem animada, por que riam e cochichavam a vontade.

Paulinha e minha mãe se davam muito bem, não sei o porque de ser eu e não ela filha de minha mãe, pois ela se aparecem muito no jeito de ser. Antes eu pensava que eu que era aparecida com minha mãe no modo de ser, mais agora vendo bem ela e Paulinha era que realmente se entendiam e se davam bem e não eu. Eu felizmente havia puxando a família de meu pai, ainda bem, porque Deus me livre puxar aquela família mesquinha de minha mãe.

Volto para dentro de casa ver aquela conversinha fiada das duas estava me embrulhando o estômago. Vou para cozinha fazer companhia para Creusa seria bem melhor.

– Oi. – Digo assim que entro na cozinha.

– Oi. A senhorita deseja alguma coisa? – Diz ela se virando na minha direção.

– Não, não desejo nada. Na verdade eu queria saber para onde o Lucas vai, você poderia me dizer? – Digo curiosa.

Ela me olha com os cantos dos olhos e diz em seguida:

– Demora um pouquinho para chegar lá nada mais não. Ele só vai lá uma vez no mês para buscar mercadorias para os patrões.

– Ah sim! Era só isso mesmo Creusa obrigada. – Digo pegando uma maçã e saindo da cozinha.

Retorno para meu quarto e pego a Amora no calo, abro a janela e olho em volta, Lucas coloca algumas coisas na caminhonete. E eu como a pensar que não seria uma má ideia se eu fosse com ele para esse tal lugar onde ele iria buscar mercadoria. Mas é claro que nem ele e muito menos meus pais nem a chata da Paulinha poderiam sequer pensar nisso, eu teria que fazer tudo direitinho para que ninguém desconfiasse de nada. Torno a sair do meu quarto mais desta vez saio de casa pelas portas dos fundos para que ninguém me visse sair precisava saber a hora que o Lucas sairia.

– Oi caipira. – Digo assim que chego onde ele estava.

– Metida! Como vai?

– Bem. Queria saber que horas você vai sair?

– Pretendo sair ás 3:30 em ponto.

– Da madrugada?

– Sim. Porque? Queria que fosse da tarde é? – Ele diz e começa rir.

Eu não tinha achado graça nenhuma.

– Hahaha! Só por isso não vou voltar para te ver a noite. Tchau. – Digo lhe dando as costa e andando de volta para minha casa.

– Você que sabe. Tchau.

Que raiva! Ele não precisava ter me tratado daquele jeito. Agora de proposito eu não iria ir vê – ló antes de sua partida. E talvez nem iria mais viajar escondida com ela para o tal lugar onde ele disse que iria. Entro em minha casa pela porta de trás e vou andando rápido para o meu quarto quase correndo, eu necessitava enfiar minha cabeça em baixo do travesseiro e chorar.

***

Nem cheguei a dormir naquela noite eu precisa pensar em como entrar na caminhonete sem ser vista e ficar lá até o Lucas chegar a tal fazenda para que ele não desse uma de louco e me trouxesse para casa na metade do caminho.

Deixei tudo ajeitado, coloquei algumas peças de roupas em uma pequena bolça quase que não dava para percebe – lá por incrível que parece. Coloquei uma calça jeans e uma blusa de manga. Fiquei observando o Lucas por algum tempo enquanto ele acaba de colocar algumas coisas na caminhonete. A caminhonete era cabine dubla o que me ajudaria muito. Sai do meu quarto pé ante pé para não acordar ninguém. Cheguei onde o Lucas havia deixar a caminhonete, aberta ainda bem, assim seria bem mais fácil. Entro na caminhonete, e me escondo embaixo dos bancos de trás da cabine. Ali não estava nada confortável mais eu precisava ser forte e aguentar até chegar a onde o Lucas iria. Não sei o que eu ganharia com isso mais tudo bem, eu pelo menos iria poder ter o fim de semana sozinha com ele, só nos dois numa boa. Havia deixado uma carta no meu quarto dizendo que estava tudo bem e que eu estava com o Cláudiara tomara que eles acreditassem, o que seria muito difícil.

– Tchau meu filho. Boa viagem! – Escuto Creusa dizer em um certo momento.

– Tchau. Obrigada, fiquem bem também tá. – Ele diz e em seguida entra na caminhonete e da a partida.

E eu fico bem quietinha para que ele não desconfiasse de nada, até minha respiração eu tentava controlar para não dar muito na teia. Tomara que essa viagem não fosse muito longa e que se eu dormisse não chegasse ao ponto de roncar.