Á princípio eu não aceitei que eu havia perdido meu bebê, mas agora eu tive um choque de realidade, eu entendi que eu não teria mais um filho. Eu estava tão triste durante esses dias que se seguiram que eu não tinha ânimo nem para sair da cama, eu ficava lá e Sasuke sempre esteve ao meu lado. Por mais que estivesse triste eu ainda tinha que fazer outras coisas, eu ainda tinha um povo para governar. Então depois do quarto dia eu me levantei e fui para a floresta nos fundos da casa e treinei, treinei a tarde inteira, sozinha, na chuva, eu precisava direcionar a minha raiva para o treinamento. Mas a minha perda foi só o começo. Gaara ainda queria completar sua vingança. Durante a tarde nós nos locomovemos para outra casa, dessa vez uma propriedade da Ino, em outra cidade.

Mas Gaara era muito esperto, ele conseguiu nossa localização em poucas horas e mandou um recado para mim.

“ Aproveitando sua perda querida Sakura ?

Eu lhe dei a oportunidade de casar comigo, mas você rejeitou, então agora ou você se entrega para mim, ou seus amigos morrem. O que iniciaremos agora será uma verdadeira guerra mon amour.

Esteja preparada.

Gaara.”

Sasuke bufou.

— Ele acha mesmo que você iria se entregar assim ? Sem nenhum esforço ? Que venha a guerra.

Em poucos dias a casa estava lotada. Sasuke, Naruto e Ino chamaram todos os seus aliados. Todos estavam se preparando para a guerra.

Mas a cada dia eu perdia mais as esperanças, a cada dia eu ficava mais desanimada. Muitos morreriam com essa guerra, não só dos aliados, mas dos inimigos também. Eu não quero que ocorra esse banho de sangue por minha conta. E foi pensando nisso que eu decidi ir até Gaara. Eu vou me entregar a ele. Se ele parar essa Guerra.

Eu mandei um recado a ele em segredo e ele me respondeu, também em segredo, dois dias depois.

“ Eu aceito sua proposta mon amour.

Se você se entregar a mim até amanhã, nós desistimos da guerra. Eu dou minha palavra. Você tem 24 horas. Vá para a floresta a sudeste. Depois de uns 50 quilômetros terá um subordinado meu que lhe guiará até mim.

Gaara.”

Então era isso. No cair da noite eu me entregaria à Gaara. Eu não quero que as pessoas que eu amo morram por mim. Sou eu quem deveria morrer por elas.

Durante a tarde eu li alguns livros de feitiço. Eu poderia camuflar a minha partida por uns 10 minutos. Quando a noite chegou, eu disse a Sasuke que iria dormir, mas eu na verdade coloquei o feitiço no quarto. Consegui pular a janela e fui correndo na minha forma de lobo para sudeste na floresta, em poucos minutos encontrei o subordinado de Gaara. Na verdade, a subordinada.

— É você a garota ? — Perguntou a garota de cabelos castanhos arrumados em dois coques.

— Sim, sou eu.

— Eu sou a subordinada que Gaara mandou, Tenten, siga-me.

Nós passamos corremos pela floresta durante horas. Quando chegamos a um determinado ponto ela colocou uma venda em mim.

Quando ela tirou a venda eu me vi em uma caverna úmida e mal iluminada. Escutei uma voz autoritária atrás de mim.

— Então você veio mesmo.

Virei-me e vi Gaara.

— Você ainda duvidava ? — Eu perguntei.

— Eu não acreditei quando recebi sua mensagem, mas eu lhe dei um voto de confiança e aqui está você.

— Agora eu espero que você cumpra a sua parte do acordo e desista dessa guerra sem motivos.

— Essa guerra pode ser qualquer coisa menos sem motivos mon amour. E por mais que você não acredite, eu sou sim um homem de palavra.

— Veremos se é mesmo. Quando será a minha execução ?

— Calminha aí mon amour. Você não acha que está apressada demais para morrer ?

— Eu só quero que você acabe logo com isso. Não gosto de joguinhos.

— Certo então. Sua execução será amanhã no grande salão do conselho. Vou mandar convites para todo o submundo. Como eu não posso executar uma pessoa só por querer, eu vou ter que taxá-la como uma criminosa para que o conselho permita sua execução. Até lá você ficará numa cela. Guardas! Levem-na para uma cela e acorrentem-na com aquelas algemas especiais, as que sugam o poder da criatura acorrentada.

Os guardas me arrastaram e me jogaram numa cela fria e suja, cheia de roedores e me acorrentaram na parede. Eu fiquei sentada pensando em tudo o que me aconteceu nos últimos meses, em Sasuke, foi difícil deixá-lo, mas foi necessário. Eu o amo e foi esse um dos motivos para eu me entregar, para protegê-lo. Espero que ele entenda isso.