Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 12
Longe de Hogwarts




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O Halloween de 1996 ficou marcado em Hogwarts e no Mundo Mágico inteiro pela invasão que fizeram o Ministério tomar a única medida viável, ou o que parecia ser uma ótima ideia: tirar os seus alunos de Hogwarts e manda-los para o a cidade mais próxima, para que ficassem seguros dos perigos da escola.

 

Foi no dia seguinte ao Halloween. Boa parte dos alunos do sétimo ano estava de ressaca e ninguém entendia realmente o que estava acontecendo.

 

Mas uma coisa era certa: aqueles dias mudaram as nossas vidas e carregamos nos baús a promessa de que nada, absolutamente nada, seria igual depois daquela semana. Aquele ataque serviu para fortalecer e desfazer laços que nenhum de nós teve a audácia de repensar, e em questão de dias.

 

Como uma boa contadora de histórias de amor, acho que vale ressaltar que minha companhia durante esses dias foi ninguém mais que Draco Malfoy. E ainda digo mais;  juro que aquele era mais um jeito da vida fazer a gente se topar mais uma vez, porque naquela noite eu poderia estar fazendo qualquer outra coisa mas estava na Sala da Presidência.

 

— Aqui, seus relatórios – coloquei a pilha de papéis na grande e bagunçada mesa de madeira do Malfoy. Draco me olhou de sobrancelha arqueada e eu suspirei ao responder sua pergunta silenciosa: – O Sr. Ronald Weasley diz que não prefere se envolver com a – fiz careta ao tentar lembrar do que Rony disse naquela manhã… – Abre aspas espécie loira oxigenada do Malfoy fecha aspas.

 

— O cabeça de cenoura disse isso mesmo? Oxigenado? – ele perguntou ironicamente – Sério?

 

— Oxigenada – corrigi, provocando-o.

 

Malfoy bufou: – Pois diga ao Roonil Wazlib que… – ele me fitou – Olha, não consigo pensar em nada ofensivo para dizer ao Weasel dessa vez, mas assim que conseguir alguma coisa, eu te mando uma coruja e você repassa a mensagem.

 

— Por que eu? O que tenho a ver com isso?

 

— Te nomeei recentemente mensageira oficial da presidência, não ficou sabendo? – ele disse sem me olhar. Estava tentando organizar as pilhas bagunçadas de papéis.

 

Era muito raro ver Draco daquele jeito. Ele sempre parecia agir como quem todo o controle da situação, com o ego lá nas alturas e uma autoconfiança imbatível. Estava doida para que ele pedisse minha ajuda, sinalizasse que estava perdido.

 

— Francamente, Malfoy – cruzei os braços – Vocês estudam na mesma escola.

 

— Algumas coisas são evitáveis — ele disse, o que sinceramente pareceu sarcástico. Draco riu e me fitou com aqueles olhos cinzas que eu amava tanto – Você não acha, Hermione?

 

Mas ainda sim, continua abusado.

 

— Não estou aqui para discutir a relação — eu respondo, grossa. — E se acostume com Ronald, porque eu não vou ficar entre vocês dois. Me aposentei do cargo da monitoria, não ficou sabendo?

 

— Alguém deve ter mencionado – respondeu indiferente, voltando sua atenção para os relatórios. Queria poder arrumar aquela bagunça, mas vê-lo se descabelando era um pouco mais gratificante – Vai ficar aí pra sempre?

 

— Ando com bastante tempo livre – respondi me sentado à frente do Malfoy. — Você parece perdido… Estou adorando ver isso.

 

— Eu realmente estou – ele assume e, incapaz de pedir ajuda, completa: — Mas você mesma não aguentaria dois dias.

 

— Você sabe que eu faria melhor e sabe que precisa da minha ajuda... — eu provoquei — Só é incapaz de pedir.

 

— Não quero te envolver em nada disso — ele responde e a sinceridade me pega se surpresa. Porque, bem, parecia sincero. E qualquer coisa vindo de Draco que não carregasse o mínimo de sarcasmo me assustava.

 

E ele tinha feito muito daquilo ultimamente.

 

Observei a Sala da Presidência que poderia ter sido minha. Uma porta escancarada no escritório do Malfoy levava para a Sala Comunal e, dali da minha cadeira, já dava para ver toda a elegância da sala. Tapeçarias, quadros e uma enorme lareira… tinha até uma cozinha! Tentei não sentir uma pontada de inveja.

 

Mas o que mais me chamou atenção foi o raio verde no céu escuro.

 

— Draco, aquela é a… – fui interrompida pelo professor Slughorn entrando no escritório. Seja lá o que ele queria dizer ao entrar, não disse, pois me olhou espantado.

 

Pensei que estaria encrencada, mas o professor arregalou os olhos e simplesmente disse:

 

— Granger? O que está fazendo aqui? – e antes que eu pudesse responder: – Não importa. Estamos numa emergência. Vocês vão ter que deixar o castelo – ele dizia ao puxar Malfoy e eu para fora da sala.

 

— Que tipo de emergência? – Draco perguntou seguindo o professor.

 

— Acho que não tenho permissão para falar sobre isso, Sr Malfoy.

 

— E vamos ter que deixar o castelo? Para onde vamos? – eu perguntei quase correndo para acompanhar os dois pelo corredor.

 

— Vocês vão para um bairro trouxa localizado em Bristol. Serão recebidos por uma família de bruxos por um tempo.

 

— Quanto tempo? – perguntei.

 

— Indefinido – o professor respondeu sério.

 

Senti um nó na garganta. Deixar o castelo? Aquilo nunca chegara acontecer. Nem mesmo quando a Câmara Secreta fora aberta, ou quando surgiram boatos de que Sirius era um assassino à solta. Mesmo depois da morte de Cedrico, nós voltamos para Hogwarts. Nós sempre voltamos para Hogwarts, aquilo era tipo uma lei do universo. Hogwarts, nossa casa! Não há lugar mais seguro que Hogwarts…

 

— Professor – Draco chamou, fazendo o professor parar para olhá-lo. Estávamos quase perto do Salão Principal e vários alunos do segundo ano estavam saindo do castelo, sendo seguidos pelos professores. Fiquei parada ao lado do Malfoy, que encarava o professor de poções – O que aconteceu? Nos conte, temos direito de saber.

 

O professor Slughorn suspirou e puxou Draco e eu para o canto. Perdi de vista os alunos do segundo ano.

 

— Uma aluna foi assassinada.

 

Vários nomes se passaram por minha cabeça e eu senti minha cabeça rodar. Poderia ter sido Lilá, Parvati, Padma, Gina ou Luna.

 

— Os Dementadores estão vindo para Hogwarts e os alunos precisam deixar o castelo o mais rápido possível, ordens do Ministério – Slughorn continuou falando rápido.

 

— Hogwarts não está mais sob cuidados do Ministério – discuti, porque era verdade. Já fora provado que Hogwarts administrado pelo Ministério não dera certo. E isso aconteceu ano passado!

 

— Não é mais sobre Hogwarts, Miss Granger – o professor respondeu – É sobre segurança.

 

— Dementadores em Hogwarts? – Draco frangiu o cenho – Da última vez que isso aconteceu foi quando Black estava à solta…

 

— Exatamente, Sr Malfoy – Slughorn respondeu voltando a andar apressadamente – É só olhar para o céu.

 

Aquela era a Marca Negra. O raio verde na janela do escritório era a Marca Negra! Ao perceber isso, Malfoy e eu praticamente corremos para fora do castelo, onde já haviam vários coches esperando por alunos. Nós trombamos com alguns alunos do quarto ano antes de chegar no limite do castelo onde poderia ver a Floresta Proibida.

A Marca Negra pairava acima da floresta, iluminando o castelo todo como um macabro letreiro de neon. Já tinha visto a Marca outras vezes, mas mesmo assim entrei em pânico, porque sabia o que aquilo significava. Meu estômago se revirou ao pensar em alguma das meninas assassinada por um Comensal…

 

O professor Slughorn nos puxou novamente pelo braço e colocou Draco e eu em um coche, mas antes de fechar a porta, ele colocou a cabeça para dentro da carruagem:

 

— Preste atenção, os outros alunos não sabem sobre o que aconteceu e o Ministério pretende investigar sobre o assassinato antes que o Profeta Diário faça uma matéria, então vocês estarão de volta a Hogwarts em breve – Ele disse olhando para nós dois – Essa com certeza é uma boa hora para vocês resolverem as diferenças, porque, como já devem ter notado, vocês correm perigo. Hogwarts não é mais segura. Tenham uma boa viagem – e fechou a porta da carruagem.

 

Deslizei no banco do coche para poder olhar pela janela. Eu nunca vira a Marca Negra tão reluzente como naquela noite.

 

(…)

 

Difícil dizer quanto a viagem até Bristol durou.

 

Haviam colocado duas malas no coche com algumas roupas e cobertas. Também tinha comida, mas eu não estava com fome.  Minha melhor opção foi puxar uma coberta – que não era da Grifinória – e dormir no banco acolchoado da carruagem até chegarmos.

 

Fiquei me perguntando por que não usamos o Expresso de Hogwarts ou por que não nos mandaram para casa, porque era até melhor que frequentar casas de estranhos durante alguns dias.

 

Acordei quando Malfoy me cutucou, avisando que tínhamos chegado. Olhei pela janela; o sol estava se pondo e eu só vi casas vitorianas praticamente iguais às outras. Procurei por algum coche parado na mesma rua que estávamos, mas não encontrei.

 

Eu só tive embrulhos no estômago quando vi a mulher parada em frente a casa com pintura azul. Ela sorria amigavelmente e tinha um homem ao seu lado – provavelmente seu marido.

 

Troquei um olhar com o Malfoy antes de descer do coche. Esperava que ele lesse minha mente, mas pareceu que não teve sucesso ao fazer isso, porque abriu a porta e saltou para fora antes de mim, enquanto meu pensamento claramente dizia: FIQUE AQUI! ELES PODEM SER PSICOPATAS.

A mulher, Ruth, sorria gentilmente o tempo todo. Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado e ela parecia cansada, mas sorriu de forma materna, como a Sra. Weasley geralmente fazia quando eu estava n'A Toca. E seu marido, Adolf, tinha a barba e o cabelo grisalho e usava roupas que pareciam de um bruxo.

 

Eles realmente pareciam contentes em nos ver e serem úteis. Ao entrarmos na casa, a mulher pediu mil desculpas por não ter um segundo quarto disponível pois "não tiveram tempo de providenciar um “já que "aconteceu tudo às pressas". Mas o Malfoy usou toda sua gentileza e educação para dizer que estava tudo bem, que estávamos todos bem e um monte de blá-blá-blá que eu não me dei o trabalho de prestar atenção.

 

— É uma casa simples… mas é o melhor que podemos oferecer – a mulher disse sorrindo timidamente nos conduzindo até um quarto no primeiro andar – Nós estaremos na cozinha… se precisarem de alguma coisa.

 

Fiquei quieta até ver o casal desaparecer no corredor, mas Malfoy rapidamente entrou no quarto e se acomodou.

 

Dei uma espiada pelo corredor: parecia uma casa britânica normal. A cozinha estava no cômodo ao lado, a escada que levava para o segundo andar estava no fim do corredor, e o banheiro, a mulher tinha indicado, era primeira porta ao virar à esquerda. Ali na sala tinha uma grande mesa de jantar e um sofá confortável  de frente com a TV.

 

Separado por dois degraus, outra sala tinha uma lareira acesa e várias poltronas à sua volta, junto com uma mesinha móvel cheia de bebidas trouxas e bruxas que eu não reconhecia. Da janela, dava para ver os fundos da casa.

 

Voltei para o quarto antes que eu fosse pega bisbilhotando.

 

— Ela disse que era uma casa simples – eu falei fechando a porta atrás de mim.

 

Aquele provavelmente era o quarto de hóspedes: duas camas de solteiro perfeitamente arrumadas separadas por uma mesa de cabeceira. Uma mesa com alguns livros e um guarda-roupa de madeira grande com alguns casacos e cobertas grossas guardadas.

 

— Nossa casa de verão é três vezes maior – Malfoy disse deitado na cama. Estava de olhos fechados, mas se virou pra mim rindo.

 

— Aposto que nunca foi usada – respondi.

 

— Algumas vezes – e voltou a fechar os olhos.

 

— Você vai mesmo dormir?

 

— Não foi por isso que nos trouxeram para cá? – ele rebateu.

 

— Eu sei, mas… nem conhecemos essas pessoas. Podem ser assassinos.

 

— Hermione Granger está com medo? – ele riu se levantando da cama. Foi até o guarda-roupa e pegou duas cobertas.

 

— Você entendeu o que eu quis dizer – cruzei os braços.

 

O Malfoy passou a mão pelo cabelo, bagunçando-o todo.

 

— Qual cama você quer dormir? – ele perguntou. Uma das camas era maior e eu poderia ficar com ela, mas eu revolvi cedê-la para o Malfoy que já estava com olheiras.

 

— Eu fico com a menor – respondi pegando minhas coisas.

 

— Tudo bem – disse ele, me dando uma das cobertas.

 

Draco então puxou a mesa de cabeceira que separava as duas camas e as juntou. Eu fiquei olhando-o sem entender. Ele deitou na cama maior e se cobriu com uma das cobertas, apoiando-se no travesseiro.

 

— Você pirou? – eu perguntei olhando-o.

 

— Estou sendo um cavalheiro – ele respondeu – Se nos raptarem durante a noite, serei o primeiro a acordar e te salvar. E, além do mais, eu deixo você segurar minha mão à noite para não ter pesadelos.

 

— Malfoy, não precisava disso… – eu respondi, acomodando-me.

 

Draco esticou o pescoço para me fitar: – Granger, eu adoraria ficar aqui e conversar com você à noite toda, mas eu estou realmente cansado.

 

Aquela discussão ficaria para amanhã de manhã.

 

Dei de ombros e me deitei, mas não sem antes agradecê-lo.

 

— Obrigada, Malfoy – falei baixinho.

 

— Disponha, Hermione – ele respondeu, esticando sutilmente a mão até mim.

 

Draco dormiu primeiro que eu, em um sono tão profundo que eu duvidei que pudesse cumprir sua promessa de me salvar, mas eu adormeci rapidamente e nem percebi quando ele me puxou para mais perto dele e passei a noite toda envolta de seus braços.

 

(…)

 

Não sei exatamente que horas acordei. Demorei um tempo até perceber que ainda estava nos braços de Draco, que dormia como um bebê. Eu sinceramente não queria sair de lá e desejava internamente passar o dia todo com ele na cama, alheia do Mundo Mágico.

 

Mas não funcionava daquele jeito e aqueles pensamentos me pegaram de supresa.

 

Ouvi movimentos no corredor, mas permaneci imóvel. Adolf e Ruth já deviam estar acordados.

 

— Eles são adoráveis! Que belo casal... – escutei-a dizendo.

 

— Amor, ele é um Malfoy... – Adolf respondeu. E não precisou falar muito para que eu e ela entendêssemos o que aquilo significava.

 

Ele é Malfoy é um Malfoy não se envolveria com uma Granger.

 

— Ah, bobagem! – ela diz mais próxima da porta — Não acha que devíamos chamá-los para o café?

 

— Eles devem estar cansados... o dia foi longo – Adolf fala.

 

— Você teve notícias de Dumbledore? – Ruth pergunta afastando-se, e não sou capaz de ouvir o que Adolf tem a dizer.

 

A curiosidade me despertou. Tentei levantar sem acordar o Malfoy, que apenas virou para o lado e continuou dormindo. Me troquei rápido e fui até a enorme cozinha da casa, onde a anfitriã colocava panquecas na mesa.

 

— Bom dia! – ela sorriu a me ver parada na soleira da porta – Dormiu bem?

 

Como um anjo, eu poderia ter respondido, porque era a verdade.

 

— Sim, obrigada. Alguma notícia do Ministério? – mas eu disse isso.

 

— Ainda não, querida, sinto muito – ela respondeu e parecia triste. Triste por eu não estar me sentindo bem e alegre como ela, talvez. Ficar irritada com Ruth era como ficar irritada com um filhote; geralmente uma coisa que te faz se sentir péssima.

 

— Tudo bem… Ah, eu posso mandar uma coruja?

 

— Oh, claro. Linus fica nos fundos da casa. Eu não mando cartas, então ele está sempre por aqui – ela respondeu voltando a sorrir por parecer útil.

 

Eu me servi de um pedaço de bolo de chocolate, café e um pouco daquelas panquecas – para não ter que ver uma Ruth chateada de novo – antes de mandar uma carta para Harry e Ron. E, ainda sim, quando voltei para o quarto, Draco não tinha acordado.

 

Tentei me ocupar de alguma atividade para não pensar no que estava acontecendo, mas não foi o suficiente.  Senti a necessidade de acordá-lo a todo custo. Parecia egoísta fazer isto só por que eu estava me sentindo solitária e Draco parecia uma criança de 10 anos dormindo, o que também pareceu cruel da minha parte… Mas eu o cutuquei até ele acordar para me xingar.

 

Draco abriu um olho e, ao perceber que era eu, me puxou de volta para cama, fazendo-me deitar ao seu lado. Ele passou os braços pela minha cintura e encostou a cabeça no meu peito, apenas resmungando.

 

— Eu te odeio, Hermione Granger – ele disse de olhos fechados – Um pouco mais agora.

 

— Você não pode dormir quando eu estiver acordada – eu voltei a cutuca-lo. Imaginei como era acordar e ver aquele rosto toda manhã… Balancei a cabeça, na tentativa de afastar aqueles pensamentos da minha cabeça.

 

— E você dormiu bem?

 

— Você baba enquanto dorme – respondi, irritando-o.

 

Ele deu risada. Sabia que não era verdade. Infelizmente, Draco era perfeito até quando dormia.

 

— Vou fingir que você não me abraçou à noite – ele disse, levantando da cama.

 

— Você me abraçou à noite – protestei.

 

— Eu estava sendo legal – ele disse, sarcástico.

 

Revirei os olhos e ele saiu do quarto.

 

Linus chegou logo em seguida com a resposta de Harry.

 

Na carta, Harry dizia que estava bem e com Gina. Ele me passou o endereço da casa que estava e eu descobri por Ruth que era a duas quadras dali.

 

— Alec e Mark também estão perto daqui – o Malfoy disse mordiscando uma torrada – Eu sei disso porque meus amigos se preocupam mais comigo que o testa rachada com você.

 

— Não estou interessada – revirei os olhos. – Mas enquanto Ronald não responde… Preciso ver Harry, e isso quer dizer que você vai comigo.

 

Draco riu: – Até parece!

 

— Draco, eu posso me perder nessa cidade completamente desconhecida – apelei para o drama.

 

— Ruth pode ir com você.

 

— Draco! – adverti.

 

— Argh, tudo bem – ele respondeu me fitando: – Você é tão irritante. Sorte sua que eu sou apaixonado por você.

 

— Por favor, para de dizer essas coisas. Me dá medo.

 

(…)

 

Antes de sair, Ruth insistiu para que trocássemos de roupa. Eu estava preocupada com o que ela me daria para vestir, e neguei educadamente, mas ela perturbou tanto que eu acabei colocando o jeans claro e a blusa rosinha que ela tinha me dado. Ela também nos fez levar capas de chuvas (a minha era um casaco bege bonitinho), botas e guarda-chuvas porque "pode chover a qualquer momento". Tentei explicar que iríamos ali do lado, mas Draco me mandava ficar quieta toda vez.

 

— Por que a implicância? – Draco perguntou quando saímos.

 

— Porque eu mal a conheço.

 

— Isso te impede de ser agradável?

 

— Draco Malfoy quer me ensinar boas maneiras?

 

— Acho que você está passando tempo demais comigo, o que a Grifinória vai pensar quando perceber que a garota de ouro está corroída?

 

— Acho que você está passando tempo demais comigo, o que a Sonserina pensar quando perceber que eu amoleci o coração do Malfoy? – rebati, provocando-o. Draco ri, sarcástico.

 

— Você é mais sonserina do que pensa – ele responde, me olhando de soslaio.

 

— É, eu acho que fui realmente corroída – eu  concordo — Mas, você sabe, a coragem e a determinação ainda correm pelo meu sangue. E é vermelho.

 

— Sem contar o narcisismo e a competitividade — Malfoy responde, colocando as mãos nos bolsos.

 

— Temos ótimos atributos! Confiantes, corajosos... – eu me defendo.

 

— Impulsivos, arrogantes... — Draco balança a cabeça.

 

— E nós somos leais! — volto a discutir — Tudo que vem da Sonserina é perverso.

 

Draco ri: — Somos leais... a quem merece!

 

— É a casa de Hogwarts com a pior reputação – eu cruzo os braços.

 

Draco ri e se aproxima de mim. Ele passa a mão pela minha cintura sútil, e me olha nos olhos. Por um instante, penso que ele vai me beijar e me aproximo mais, erguendo a cabeça, encarando-o. Ele molha os lábios e me mais para perto.

 

— E você ainda se apaixonou por um sonserino — ele diz, firme. Não parece em nenhum momento que ele tem dúvidas do que fala; muito pelo contrário, parece que tem total certeza e eu até fico impressionada com a sua ousadia.

 

— Eu nunca disse isso — arqueei a sobrancelha.

 

— Nem precisa — ele responde, abusado.

 

Eu me aproximo mais. Quero beijá-lo e ele sabe, mas parece que está gostando de me ver naquele estado.

 

— Hermione! — escuto alguém chamar e me viro rapidamente, sem jeito.

 

E quando vejo que é Gina, sinto uma pontada de alívio, mas o sorriso debochado dela diz que eu estou ferrada.

 

Não tinha reparado que já estávamos no endereço que Harry indicava na carta. A casa era exatamente igual a de Ruth, com exceção do jardim.

 

— Oi, Malfoy — ela diz, parada na escada da varanda, com os braços cruzados, divertida. Draco, ao meu lado, está sem jeito, mas não perde a postura.

 

— Olá, Weasley — ele responde, levantando a mão. Gina dá risada, mas ele ignora, e se vira para mim: – Está entregue. Vou atrás do Foster, mas volto aqui para te buscar.

 

— Tudo bem — eu digo, ainda imóvel, e respondo sem jeito: — Obrigada.

 

Draco ri. Sei que ele está incomodado com Gina nos olhando, mas ele não se importa nenhum pouco quando enfim me puxa pela mão e me dá aquele beijo que eu tanto queria.

 

— Você não devia ter feito isso — eu digo baixinho, os lábios dele ainda grudados no meu.

 

— Foda-se, ela se acostuma — Draco responde, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Ele dá um sorriso e um beijo no pescoço antes de se afastar.

 

Gina atrás de nós, pigarreou, chamando atenção.

 

— Nos vemos depois — eu digo para ele, que só acena.

 

Eu me virei para Gina, sem saber ao certo o que dizer. Gina revirou os olhos mas me deu um forte abraço, e me arrastou para dentro da casa.

 

— Eu estava preocupada com você — ela disse, fechando a porta atrás de nós — Mas,  pelo jeito, está tudo bem com você.

 

Eu revirei os olhos: — Não está acontecendo nada.

 

Ela deu de ombros e, antes que pudesse responder, Harry apareceu e me abraçou.

 

— Merlin, Hermione! Que bom que está bem!

 

Eles tinham me explicado na carta que os anfitriões da casa trabalhavam no Ministério e casa estava praticamente toda para eles, e aquilo me fez pensar que talvez eu estivesse interrompendo algo…

 

Harry me puxou até a sala de estar, contando como tinham chego até Bristol no dia anterior.

 

Harry se sentou se frente para mim e Gina se sentou ao seu lado. Sabia que ela queria falar sobre o que viu alguns minutos atrás, mas também sabia que ela iria se segurar e não falaria nada na frente de Harry.

 

Eu fitei dois, esperando uma notícia.

 

— O Sr Weasley nos mandou uma coruja hoje de manhã. Os boatos já chegaram aos outros departamentos do Ministério – Harry começou – O Ministro está tentando abafar o caso e não permitiu que o Profeta Diário publicasse alguma matéria sobre isso, mas a notícia vazou e os jornais menores estão dando trabalho para o Ministério... Provavelmente amanhã todos já vão estar sabendo.

 

— Nós só estamos aqui porque o Ministério quer "manter tudo sob controle" mas eles na verdade não fazem ideia do que vão fazer — Gina completou. — Quer dizer, Comensais em Hogwarts… Se os pais dos alunos souberem do assassinato, tirariam seus filhos da escola – Gina disse.

 

— E é claro que isso pega mal para o Ministério – completei revirando os olhos.

 

— Claro, o Ministro ainda quer fazer o Mundo Mágico parecer um lugar feliz e passivo para se viver – Harry disse, nervoso.

 

— Não fale assim, Harry.

 

— É a verdade, Hermione! Você sabe das mortes, dos desaparecimentos… E isso pode não ser nem a metade.

 

— Você não tem que se meter nisso – respondi. – Voldemort quer seu pescoço, você não precisa irritar o Ministério também.

 

Harry bufou: – Foi só o que eles fizeram nos últimos anos.

 

— Isso não vem ao caso agora – Gina discutiu. – Temos mais uns anos em Hogwarts e você não é uma máquina de caçar Comensais.

 

— Mas gostei muito do termo, obrigado. Foi bem original – Harry respondeu irônico, Gina lhe deu um tapa. Os dois pareciam recém-casados e eu, a amiga que vai visitar o novo ninho do amor… senti que estava sobrando. Mas eu poderia ser a tia legal dos filhos de Harry.

 

— Como estão às coisas por lá? – Gina perguntou mudando de assunto.

 

— Não vejo a hora de voltar.

 

Gina riu: – Não está se dando bem com eles?

 

— Ainda não tivemos a oportunidade de conversar sobre banalidades em geral – respondi.

 

— Não gostou deles, não é? – Harry perguntou rapidamente.

 

— Não mesmo!

 

— Olha, eu aconselho ser legal daqui pra frente – Harry disse – Porque ainda não sabemos quanto tempo vamos ficar aqui.

 

Senti um embrulho no estômago. A ideia não me agradava muito. Lembrei que Malfoy provavelmente me esperava, e tratei de me despedir do mais recente casal.

 

Gina ainda estava pedindo para eu ser mais legal quando me levou a porta. Da janela, dava para ver o Malfoy me esperando na varanda da casa. Torci para que aquele detalhe passasse despercebido para Gina, mas quando ela viu, me olhou maliciosa. Fechei a porta atrás de mim rapidamente, antes que ela fizesse alguma pergunta.

 

— Faz muito tempo que você está aí? – perguntei.

 

— Um pouquinho – respondeu. Estava sentado na escada com as mãos no bolso do casaco que Ruth nos obrigara usar. Ele infelizmente ficava lindo até mesmo com uma capa de chuva.

 

— Desculpe – mordi o lábio.

 

— Vamos, acho que vai chover – ele se levantara.

 

E realmente choveu, Ruth estava certa. Mas da casa onde Harry e Gina estavam até a casa de Ruth não era muito longe, por isso chegamos a tempo de não ficar encharcados.

 

Ruth nos recebeu com seu sorriso materno e gentil de novo. Ela perguntou como foi o passeio e eu a ignorei, deixando que o Malfoy fizesse papel de convidado satisfeito.

 

Mas no jantar, quando Adolf nos pediu para sentarmos todos à mesa, as palavras de Harry ecoaram na minha cabeça. Ser legal daqui pra frente. Eu não conseguia ser legal, por mais que tentasse e eu sei que não estava sendo nenhum pouco grifinória e devia dar um crédito a Ruth. Afinal, a estranha ali na casa era eu.

 

— Nós ficamos com a louça – ouvi o Malfoy dizer.

 

— Claro que não, vocês são visita – Ruth protestou, tirando os pratos da mesa.

 

— É, Draco— eu dissera entre dentes.

 

— Não, eu insisto – ele respondeu tirando os pratos de Ruth. – É uma forma de dizer obrigado pela estadia.

 

Obrigado pela estadia? Minha estadia estava péssima! Não tinha que agradecer ninguém.

 

— Vamos, Hermione, eu lavo e você seca – Draco colocou os pratos na pia. À contra gosto, retirei os talheres da mesa.

 

— Como você é educado – eu falei sarcástica para o loiro. Ele deu de ombros, começando a lavar os copos. Ruth e Adolf já tinham deixado a cozinha, mas eu desconfiava que poderiam nos ouvir.

 

— Hermione, você é preocupada demais.

 

Revirei os olhos.

 

Eu queria perguntar se ele soube alguma coisa pelo Mark, mas mudei de ideia ao lembrar que não jogamos no mesmo time.

 

Enrolei ao máximo com a louça para que não precisássemos ficar todos na sala em um silêncio constrangedor. Desconfiava que Ruth puxasse algum assunto e ainda não estava me sentindo bem com ela e Adolf. Por várias vezes repeti na minha cabeça as palavras de Harry, mas não pareceu ajudar muito.

 

Depois disso, fui para o quarto desejando não encontrá-los na sala ou no corredor.

 

— Olha, você não precisa dormir comigo hoje... estou bem… você já provou ser um cavalheiro – eu dissera.

 

— Granger, pode parecer que não, mas eu me preocupo com você.

 

— E não era você que tinha me superado e cansado de tentar me conquistar? — eu falo, lembrando dolorosamente das palavras dele na Torre de Astronomia, na noite de Halloween.

 

Draco dá risada: — Te afetou, não afetou?

 

Eu revirei os olhos e o sonserino se aproximou de mim:

 

— Os meus sentimentos por você não mudaram Hermione, e você sabe que três palavras suas é o bastante para mim.

 

Eu engulo em seco. Por que essa única nunca acaba? E por que ela nunca tem um final feliz?

 

— Os meus sentimentos também não mudaram, Malfoy… Eu ainda estou magoada com você — eu respondo.

 

Bom, era esperado. Draco apenas dá um sorriso sarcástico, me fazendo lembrar que era difícil amá-lo e mais difícil ainda não amá-lo.

 

— Boa noite, Granger. Você pode me chamar se quiser — ele diz deitando-se na cama de costas para mim.

 

— Boa noite, Malfoy.

 

;(…)

 

Não sei exatamente quando comecei me contradizer tanto ou quando passei a ser uma covarde. Eu não fazia ideia de que horas eram e não fechei os olhos a noite toda.

 

— Malfoy — eu chamei e ele sequer se mexeu. Eu tentei de novo e ele resmungou.

 

— Tudo bem? — ele perguntou, sonolento.

 

— Não consigo dormir — admito.

 

— Vem aqui — ele chama.

 

— O quê? Não! — protesto.

 

— Tudo bem, eu vou aí — ele se levanta, sob os meus protestos, sonolento, e vai até a minha cama e se acomoda ao meu lado — Está melhor?

 

— Não.

 

Ele passa o braço por mim. Está dormindo ainda.

 

— Conversa comigo – eu cutuco ele.

 

Ele abriu os olhos, lentamente: – Hermione Granger querendo conversar comigo?

 

— Ao que parece, você é a única pessoa aqui.

 

Ele bufou sonolento e voltando a fechar os olhos.

 

— E sobre o que quer conversar?

 

— Estou com medo, parece ridículo, não é? – eu dissera baixinho. Aquilo fez Draco despertar e ele franziu o cenho. Eu suspirei – Na verdade, estou apavorada. Eu queria voltar para Hogwarts, mas – eu engoli em seco – mas não é mais seguro.

 

— Cadê a Grifinória que existe dentro de você? — ele dissera, mas percebeu que eu falava sério — E sua casa? E seus pais?

 

Balancei a cabeça.

 

— Não quero colocá-los em perigo – falei.

 

— Eu sei, mas nada de ruim vai acontecer com eles  — Malfoy disse calmamente.

 

Minhas pernas estavam entre as dele e Draco deslizava suas mãos pelas minhas costas, fazendo carinho. Mesmo que o alarme soasse na minha cabeça alegando o perigo, eu estava ótima com ele, embriagada pela boa dose que Draco era; irresistível e desejável.

 

— Poderia ter sido qualquer uma de nós – eu falara me referindo à aluna assassinada.

 

— Ela era da Corvinal.

 

Eu levantei os olhos para encará-lo e ele engoliu em seco.

 

— A mãe era mestiça e o pai um ex-comensal – Draco continuou. – Os dois estão desaparecidos. A garota provavelmente foi uma chantagem para que ele voltasse a seguir Voldemort. Eles fazem isso – Não sei exatamente por que, mas um nó se formou na minha garganta quando ele disse o nome de Tom Riddle sem hesitações. – Os auror's estão atrás de Greyback, mas a essa altura, ele deve estar bem longe… Então, se isso te tranquiliza, não poderia ser qualquer uma.

 

— Não me tranquilizou – confessei, porque eu estava apavorada.

 

— Eu sei, desculpe, mas é tudo que eu sei — Draco responde, e, firme, ele me olha nos olhos quando fala: — E eu não deixaria que relassem um dedo em você.

 

— Malfoy...

 

— Eu falo sério, Hermione.

 

Eu penso na festa de aniversário dele, quando ele estava praticamente me beijando e praticamente implorando para que eu ficasse e passasse a noite, e como eu queria que tudo fosse diferente. Era possível? Era possível deixar Draco entrar na minha vida? Eu ainda conseguia bater o pé e apostar contra nós dois? Porque estávamos nós dois ali, longe de casa, longe de Hogwarts, longe da Armada Dumbledore, e eu olhava aquele garoto e desejava tanto poder ter ele, sem pensar que tudo podia dar errado.

 

Draco passa a mão pelos meus cachos e me olha, sério. Sei que está pensando o mesmo que eu quando ele desliza a mão pela minha coxa e eu me inclino, beijando-o.

 

Profundamente, ardentemente, apaixonadamente.

 

Tem desejo, tem promessa, tem a vontade louca e insaciável de ter Draco naquela noite, ali mesmo, fingir que nada está acontecendo no Mundo Mágico, ignorar as rinchas, as famílias...

 

Mas aquilo soa como um alerta e antes que avançássemos, eu paro e coloco a mão em seu peito. Ele me olha, sem entender.

 

— Nós nunca daríamos certo, Draco — eu simplesmente falo e Draco arruma sua postura.

 

— Sinceramente, só há um jeito de saber, meu amor — ele diz. Eu balanço a cabeça.

 

— Já conversamos sobre isso — eu me sento na cama, tentando não ficar muito próxima ou vacilaria.

 

Draco me olha e sorri de lado. Ele sabe que, nessa discussão, quem ganha sou eu, e que seus argumentos não são válidos perto do que na me fez passar. Draco infelizmente sabe que, para isso, ele não tem a resposta certa.

 

Ele se senta na cama, encosta na cabeceira e me diz, olhando nos olhos:

 

— Eu faria qualquer coisa por você, Granger.  Tudo mudou desde que você chegou e não venha me dizer que você não sente o mesmo — ele me corta quando abro a boca. Eu reviro os olhos.

 

— E se eu disser e não for o que você quer? — eu questiono, cruzando os braços, quase como uma criança mimada.

 

— E se o que eu quero for você? — ele rebate.

 

— O preço é muito alto — eu falo. E era verdade; para que uma grifinória como eu e um sonserino como ele pudessem pensar em se relacionar, muita coisa ainda tinha para acontecer.

 

— Você é boa demais para não tentar — Draco responde, com aquele sorriso canalha dele. Eu dou risada.

 

— Você não pode me magoar — eu falo, olhando-o nos olhos.

 

Draco sorri de lado. Meu Deus, como é lindo!

 

— Eu não vou te magoar, minha querida.

 

Eu queria ele. Tanto.

 

— O que você quer, Malfoy? — sussurro.

 

— Eu quero você, Hermione — ele diz entre beijos, até chegar no meu ouvido: — Eu estou louco por você, Granger. Já faz tempo.

 

Eu beijei ele antes que perdesse a coragem.

 

Conseguia sentir um arrepio pela espinha e estava quase subindo pelas paredes. Draco me encaixou em seu colo e me beijava sem parar, me puxando para mais e mais perto. Eu sabia que quanto mais avançava, mais difícil seria parar, mas não é como se meu cérebro conseguisse mandar essa mensagem para minhas mãos que rapidamente tiravam a camiseta do Malfoy. E não tinha jeito mais; desejava e pedia tanto por aquilo que nem estava pensando direito.

 

Draco me joga na cama, ficando por cima de mim. Suas mãos passeiam pelo meu corpo, me dando leves mordidas no pescoço, descendo até o peito, fazendo meu corpo todo desejar ele, doida para tirar aquelas roupas.

 

Eu volto a beijá-lo, dessa vez ficando por cima dele. Eu tiro minha blusa lentamente, enquanto Draco beijava meus seios.

 

Então, estava acontecendo. E todos os sinais de perigoso deixaram de ter importância na minha cabeça e todos os beijos, a boca de Draco e as promessas me faziam querer mais. Deixei de ouvir a voz que dizia que aquilo tudo era errado e no final simplesmente não entendia como não tinha deixado aquilo acontecer antes.

 

Podia, enfim, chamar Draco de meu.


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