Como dizer adeus em robô escrita por nmsm


Capítulo 13
Pode chamar de Tratado de Paz


Notas iniciais do capítulo

VOCÊS que imaginam o que aconteceu depois do último capítulo haiihaio
Mas aqui está esse para vocês terem uma ideia do que rolou.
EEEEE A HISTÓRIA TEM MAIS UMA RECOMENDAÇÃO ❤️❤️ A linda da Ana que recomendou a fic, e eu deixo esse cap dedicado a ela. ABRAÇO ANA ❤️
Boa leitura, minhas amoras.
Bjbj ❤️



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— Eu não acredito em nada do que estou ouvindo — Gina ri, nervosa — Inclusive gostaria de te parabenizar pela criatividade...

 

— Gina, falo sério — eu respondo.

 

— Hermione, você enlouqueceu — ela me olha, séria.

 

Estamos caminhando no bairro quando finalmente resolvi abrir meu coração para Gina, que, como esperado, não recebe a notícia muito bem. Na verdade, ela não recebe nada bem e foi a mesma coisa de dizer que estava renegando a Grifinória toda e me mudando para a Sonserina.

 

— Harry e Ronald vão surtar quando souber — ela continua falando.

 

— Eu não me importo, nada vai mudar — dou de ombros. Gina dá risada.

 

— Você tem se escutado ultimamente?

 

— Gina, eles não precisam saber agora... e, além do mais, Malfoy e eu estamos nos conhecendo ainda...

 

— Hã! Conhecendo? Pelo amor de Merlin...! — ela volta rir. Sei que está irritada comigo, mas aquilo era previsto já. — Nós já conhecemos aquela cobra e sabemos do que um Malfoy é capaz.

 

— Gina, dá uma chance — eu apenas digo, não me dando ao trabalho de discutir. Gina me olha sarcástica e antes que ela abrisse a boca para falar, eu já adianto: — Gina, Gina, eu sei que é estranho e foi de repente... Okay, eu sei que é terrível e ninguém estava esperando, mas... mas nós estamos nos dando tão bem. E eu gosto dele e ele gosta de mim...

 

Eu amoleço. Boba, apaixonada, ingênua...

 

— Ai, meu Merlin, pare de sorrir assim! — Gina discute — É o Malfoy!!! Você odiou aquele cara por seis anos e agora não tem o direito de sorrir assim pensando nele! Você não tem minha aprovação.

 

— Eu não preciso da sua aprovação – cruzei os braços.

 

— VIU? COMEÇA ASSIM! – Gina gritou – Daqui a pouco vamos procurar a Hermione e "ah, ali está ela… NA MESA DA SONSERINA". E aí vamos chamar a Hermione para o Natal n'Toca mas ela não vai, sabe por quê? PORQUE VAI PASSAR O NATAL COM OS MALFOY… NA MANSÃO MALFOY. Adivinha quem vai ser o peru.

 

— Quanto drama!

 

— Você não está sendo nenhum pouco racional!

 

— Você não está sendo nenhum pouco amiga! — rebati, parando no meio do caminho.

 

Gina me olha, e por um momento percebo que ela está reavaliando a situação. Eu não esperava que ela fosse aceitar tudo aquilo de bom grado, mas também não achei que fosse ter aquele tipo de discussão.

 

— Você sabe onde está se enfiando, Hermione? — ela diz, calmamente. — Me desculpe, mas eu me preocupo com você e isso é muito perigoso, é praticamente uma sentença de morte porque ele não deixa de ser um comensal, Mione...

 

Gina tinha um ponto. Era um bom argumento que, inclusive, eu estava torcendo para que ela não usasse.

 

— Ele não vai me machucar — respondo.

 

— É mesmo? Como você pode ter tanta certeza?

 

— Gina, por favor, não me obrigue a defender aquela serpente – eu fecho os olhos – Muita coisa pode acontecer ainda e, enquanto não acontece – eu deixei escapar um sorriso de lado –, eu só... gosto da companhia dele — respondo, nervosa.

 

Gina dá risada. Sei que está ganhando a disputa de quem é mais racional, mas não estou me importando muito.

 

— Hermione, não é assim que funcionam as coisas, porque aqui vocês estão se dando super bem, mas vocês vão voltar para Hogwarts em breve e como vai ser lá?

 

— Por que eu tenho que pensar nisso agora? — eu fico nervosa.

 

— Por que você não pensou nisso, Hermione? — Gina discute — Você sabe que o que você está sentindo não é de agora, é uma coisa que veio acontecendo, e você viu acontecer e não fez nada.  Por que para você é tão difícil entender isso?

 

— Porque é o Malfoy! — eu digo por fim. — Porque ele sempre foi aquela pessoa ruim, e agora ele faz de tudo para provar o contrário.  Porque quanto mais eu me envolvo, maiores são as chances dele partir meu coração... em dois. Porque ele é sonserino, sempre foi e sempre vai ser. Porque... como eu posso me abrir para um comensal? Hoje ele não é, mas e amanhã? Mas eu estou cansada de fingir que nós dois não estamos acontecendo... Estou cansada de levantar muralhas, me armar e me fechar com sete chaves para ele nem precisar fazer muito esforço...

 

— Hermione, não vê o que isso significa? – Gina perguntou com um sorriso de lado.

 

— Não – ao menos fui sincera.

 

— Pela primeira vez, você pode ter algo sério com alguém legal e está jogando tudo isso pelo ralo.

 

— Você está errada, Ginevra – falei seriamente.

 

— Ah, é? Por quê? – ela cruzou os braços.

 

— Porque estamos falando do Malfoy. Ele não é legal.

 

[…]

Ruth estava no jardim quando cheguei. Mesmo com o tempo ruim, as flores dela se encontravam intactas. Parecia uma coisa que a Sra Weasley faria. Fiquei me perguntando o que os vizinhos pensavam disso, mas não falei nada. Logo, iria nevar e eu estava doida para ver como aquele jardim ficaria no inverno.

 

Tentei não parecer rude ao acenar com a cabeça antes de entrar na casa, mantendo minha mão machucada no bolso do casaco.

 

— Estou na cozinha! – Draco dissera assim que eu entrara.

 

— Ruth enlouqueceu e te colocou para fazer o jantar? – eu ri tirando os casacos pesados.

 

— Vai se arrepender dessas palavras, Granger – ele gritara da cozinha.

 

— Desculpa, mas é a verdade.

 

Ele estava na mesa terminando de escrever uma carta e fazendo carinho em Linus, a coruja da casa. Rapidamente, passou a mão pela minha cintura e me fez sentar em seu colo.

 

— Como Gina Weasley aceitou a notícia? – ele perguntou.

 

— Como você…? – eu comecei perguntar, mas logo parei me dando conta de que era insignificante me dar ao trabalho de questiona-lo. – Não aceitou.

 

Draco riu.

 

— Ela não "aprovou" a ideia – adicionei. Achei melhor deixar de lado o resto da conversa.

 

— Você já sabia que essa seria a reação dela – ele responde.

 

— Eu sei, mas ela não precisa aceitar... Só entender — eu falo para ele, divagando em pensamentos. Imaginando se teria um dia que isso acontecesse.

 

— É mesmo? Entender o quê, exatamente? — ele diz, maroto. Me dá uma mordida no pescoço, me deixando toda arrepiada. Tentei me concentrar na conversa, mas só fiquei com cara de paisagem.

 

— Entender que eu gosto de você... e você, obviamente, gosta de mim...

 

— Obviamente...? — ele continua, passando as mãos pelos meus cachos, descendo mais as mordidas.

 

— Com toda certeza...

 

E subindo de volta, até chegar na minha orelha:

 

— Eu sou louco por você, Granger. Faria qualquer coisa.

 

Eu dou risada e me viro para ele.

 

— Não faça promessas que não pode cumprir.

 

Draco dá risada.

 

Ao nosso lado, Linus piou irritado. Draco rapidamente se virou para a carta que estava terminando, e eu me estiquei para fazer carinho no bico da coruja.

 

— É para quem? – perguntei me referindo a carta.

 

— Minha mãe – ele murmurou. – Estou dando notícias, falando que estou vivo. 

 

— Mande lembranças minhas à ela — eu brinquei. 

 

— Você acha precipitado mencionar o bebê? Ou nós mandamos uma foto quando ele nascer? – ele dobrou a carta e guardou perfeitamente no envelope com o brasão da família Malfoy.

 

— Vamos aparecer depois de meses! Com certeza vai chocar o Mundo Mágico – eu falei.

 

Quem dera tudo não passasse de uma brincadeira...

 

Linus saiu pela janela, levando a carta consigo.

 

Naquela noite, Draco realmente fez o jantar. Eu fui sua ajudante, mas minha verdadeira função foi supervisionar tudo, para ter certeza de que ele não atearia fogo na cozinha, já que fazia tudo com utensílios trouxas que ele mal sabia usar.

 

Foi por influência de Ruth que ele resolveu fazer isso.

 

Um dia desses nós nos oferecemos para ajudá-la com a sobremesa e o que aconteceu deixou Draco – e eu – um tanto quanto tocado.

 

Não que eu já não desconfiasse, mas quando percebi que Ruth cozinhava como minha mãe cozinhava – e não como a Sra Weasley cozinhava, o que era de se esperar – , eu não aguentei e acabei por descascar o meu dedo ao invés das laranjas para a torta.

 

— VOCÊ É TROUXA! – e sangue por todo lado.

 

Ruth rapidamente pegou minha mão e colocou de baixo da torneira.

 

— Por que não disse? – perguntei mesmo assim. Minha mão ardia.

 

— Achei que vocês já soubessem – ela disse virando o rosto.

 

Ruth estava muito pálida. Ela devia ser uma daquelas pessoas que não aguentam ver sangue. Ao notar isso, chamei por Draco.

Ele tirou Ruth da cozinha e me ajudou com um curativo para o dedo machucado. O corte não fora muito profundo e eu tive que insistir muito para Ruth não me levar ao hospital mais próximo.

 

Eu na verdade estava mais preocupada com o fato de Ruth ser trouxa do que com meu dedo machucado. Àquela altura, meu tratado e do Draco já fora implantado por nós e eu não merecia vê-lo tendo um ataque por dividir a casa com uma trouxa.

 

Mas, para minha surpresa, Draco não fez nada além de oferecer um copo d'Água para ela (que ainda estava pálida).

 

E então Ruth nos contou como conheceu Adolf (na Londres Trouxa, em uma cafeteria), como fora seu casamento (na capela do centro da cidade), como era sua relação com a família puro-sangue de Adolf (os pais dele não compareceram à cerimônia, mas depois que Henry nasceu, eles se tornaram mais próximos).

 

— Quem é Henry? — Draco pergunta, fazendo Ruth voltar sua atenção para ele, um pouco arrependida de ter falado demais.

 

Tive que lhe oferecer outro copo d'Água para acalma-la, mas ainda sim ela não falou.

 

— Meu Deus do céu, olha que horas já são! Eu preciso ir até a cidade... — ela disse se levantando e me entregando o copo. Ruth me olhou triste, os olhos marejados e eu sabia que ela queria poder falar, mas não conseguia, e aquilo foi o suficiente para entender que a história era muito mais complicada e muito mais dolorosa. Ela gentilmente colocou a mão no meu ombro ao falar: — Bom, agora vocês sabem... Mas nós não falamos dele. Me desculpem.

 

Draco e eu assentimos com a cabeça. Tudo bem, tudo tem sua hora.

 

Depois disso, nossa relação com Ruth ficou um pouco melhor e fazer o jantar naquela noite era nosso pedido de desculpas pela grosseria.

 

— Seu pedido de desculpas, não? – Draco frisou na mesa.

 

— E seu também, por deixar a louça pra mim todo dia – lembrei.

 

— Vocês não nos devem pedidos de desculpas — Adolf dissera rindo.

 

— A Hermione deve – Draco me dera um sorriso malicioso antes de enfiar a comida na boca.

 

— Você vai ficar sem sobremesa – lhe apontei o garfo. Ruth e Adolf riam.

 

— Ah, tem sobremesa? — Ruth bateu palmas, feliz. — Nossos hóspedes são os melhores, não é, amor?

 

— Não os trocariam por nada! — Adolf concorda, bebendo um pouco de conhaque bruxo. — E gostaria de dizer que, apesar das  circunstâncias, estamos felizes em recebê-los aqui. Espero que vocês estejam à vontade porque não estamos acostumados a receber muitos hóspedes bruxos.

 

— Sim, e por favor, sinta-se em casa... Eu sei que é bem diferente do que vocês estão acostumados naquele castelo escuro, mas é de coração — Ruth completa.

 

Pude perceber que Draco estava um pouco corado, mas sorriu mesmo assim, agradecendo. Sim, apesar das circunstâncias, estava tudo bem...

 

— Alguma notícia sobre quando vamos voltar? — Draco perguntou quando recolhíamos os pratos.

 

— Essa semana, talvez — Adolf dissera, ajudando — Os pais já estão começando mandar inúmeras cartas ao Ministério. A coisa não está boa no Mundo Mágico e só nos resta esperar.

 

— Eu vou sentir falta de vocês – Ruth disse, se levantando.

 

— Eu também – respondi, acompanhando.

 

E era verdade.

 

[…]

 

— Não está muito acostumado com afeto, não é? — eu dissera para Draco no quarto aquela noite.

 

Draco riu.

 

— Viemos de famílias muito diferentes — ele diz, mas pareceu um pouco triste. — Famílias bruxas tradicionais não são muito afetuosas entre si.

 

— Os Weasley são — eu lembro.

 

— Os Weasley são diferentes — ele disse.

 

O assunto família para Draco parecia muito difícil de conversar. Eu percebia todo o carinho que ele tinha pela mãe, e como ele se importava e se preocupava muito com ela, porque ele escrevia cartas o tempo todo enquanto estávamos ali, tranquilizando-a, mas ele dificilmente falava diretamente dela.

 

E eu nunca entendia os Malfoy.

 

E também não sei se um dia iria querer, realmente.

 

— É mesmo? Me fale um pouco mais sobre sua família — eu perguntei, provocando. Draco riu e me puxou pela cintura.

 

— O que você quer saber, Hermione Granger? — ele dissera. Draco me coloca de costas para ele, apoiando seu queixo no meu ombro e falando no meu ouvindo: — Eu já disse que por você, eu renego tudo, família, casa, sobrenome...

 

 Ele me pegou de surpresa, porque estava falando da conversa que tivemos na última festa, no dia do seu aniversário, quando tinha tomado posse da presidência. O que parecia que tinha sido há muito tempo, mas na verdade não havia se passado nem um mês completo.

 

Eu tinha ido embora aquele dia sabendo que aquele não era, definitivamente, nosso adeus. E olha onde estamos...

 

Tudo que Draco havia me falado na festa não tinha sido da boca para fora e ali, com as mãos dele na minha cintura, eu também sabia que ele faria se eu pedisse e vice-versa.

 

Mas as palavras de Gina ainda ecoavam não minha cabeça: estávamos em Bristol, longe de tudo, e tudo estava lindo e maravilhoso, mas e quando voltássemos para Hogwarts, para nossa realidade?

 

— Eu já disse que você estava bêbado — eu respondi, sarcástica, me virando para ele.

 

— E agora?

 

— Completamente diferente — cruzo os braços.

 

— Nada vai mudar quando voltarmos à Hogwarts — ele responde, rápido. Estava lendo minha mente, era isso?

 

— Eu pago paga ver — respondi. Draco revira os olhos, sarcástico.

 

— Não aposta muito dinheiro para não perder tudo — ele se deitou na cama, com as mãos na nuca.

 

— Então, quanto à sua família... — eu tentei quebrar o gelo.

 

— Bom, não é uma família muito grande. Lúcio é filho único e Narcisa tem duas irmãs... Bella, como você sabe, e Andrômeda...

 

Me intriga um pouco o fato dele chamar os pais pelo nome ao invés de só falar “meu pai” ou “minha mãe”, ele simplesmente fala Lúcio e Narcisa, o que parece triste. Ele fala o nome de Bellatrix de um jeito que me dá embrulho no estômago e fala de Andrômeda como se não fosse nada. Bella... Tia Bella... 

 

— Você é um Black — eu falo, me lembrando desse lado da família de Draco, era estranho pensar que Sirius e Draco tinham esse grau de parentesco.

 

— Eu sou um Malfoy — Draco respondeu, sem hesitar.

 

Achei melhor, naquela hora, ignorar, mas hoje quando olho para trás e vejo, talvez tenha sido o melhor momento para interferir: Nunca deixaria de ser um Malfoy. Cortaria, talvez, os vínculos, mas não se pode ir contra sua sina. E a sina de Draco era aquela; herdeiro, príncipe, o próximo na linha.

 

— Deve ter sido ruim... ser criado sozinho — eu falei, me sentando ao seu lado. Fiquei pensando em Ronald e Gina e o quanto A Toca sempre foi cheia, e em Harry que, mesmo vivendo em um armário sob a escada, ainda tinha Duda.

 

Draco sorriu, maroto. Meu cérebro derretia um pouco toda vez que ele fazia isso.

 

— Um pouco – ele me puxou para mais perto. — Mas tem uma vantagem: sou o único herdeiro da família.

 

— Que gratificante — eu revirei os olhos. Draco me dera uma cotovelada de leve.

 

Ele deu risada: — Eu me lembrei de uma coisa. Você vai gostar... Nós temos um título da nobreza...

 

— Meu Merlin, eu não acredito... Como isso aconteceu?

 

— Nós compramos — ele fala, como se fosse óbvio.

 

— Títulos da nobreza não são comprados.

 

— Os Malfoy compraram — ele dá de ombros — Mas isso é muito antigo, foi passado de Malfoy para Malfoy.

 

— Quanto custou? — eu dei risada, estava incrédula.

 

Draco parou para pensar: — Foi muito caro.

 

— Eu não acredito!

 

— Nem eu, às vezes — então ele sorri e fala: — Eu sou um duque!

 

— Isso é muito trouxa para você.

 

— Eu nem sei porque fizemos isso... Eu nem sei para que isso serve — ele respondeu, rindo — Porque, “quem compra isso?” Minha família! Minha família compra isso e se importa com isso.

 

— Eu estou impressionada.

 

Não sei como de repente aquilo tudo parecia tão engraçado.

 

— E você? — ele perguntou de repente.

 

— Ah, minha família não tem nenhum título da nobreza...

 

— Você me entendeu — ele revira os olhos.

 

Apoiei o queixo na mão para poder olhá-lo. Draco me encarava e, sem que eu notasse, brincava divertido com uma mecha do meu cabelo. Tinha estampado na cara um sorriso malicioso. Eu suspirei.

 

— Nah – respondi me deitando ao seu lado. Se ficasse olhando-o muito, não pensaria direito. — Tenho muitos primos. Sabe como é… Primos, os primeiros amigos.

 

— Na verdade, não – ele riu.

 

Eu lhe apontei o dedo: – Você foi uma criança traumatizada.

 

— Verdade — ele concordou. E voltou a perguntar: — Sente saudade deles?

 

— Um pouquinho – fiz biquinho – A maioria está casada ou vai casar – e adicionei dando risada: – Vou até ser dama de honra e usar um vestido ridículo no final do ano.

 

Draco deu risada.

 

— Adoraria ver isso.

 

— Ah, eu vou estar deslumbrante. Minha mãe disse, pelo menos — falei.

 

Eu estava fazendo círculos no seu braço com o polegar. Aquilo parecia um pouco divertido pra mim.

 

Eu contei que dormia com um ursinho de pelúcia até os 11 anos, e Draco admitiu que sentia cócegas na barriga. Falei que meu pai chorou quando ganhei um concurso na 4ª série de soletrar e Draco disse que ele fazia uma torta de abóbora como ninguém.

 

— Com aqueles utensílios da culinária bruxa que tem uma função específica? – eu ri. – Como a faca que corta abóboras… ou a tigela própria para as abóboras…

 

— Isso mesmo – ele estava rindo comigo. – EU ADMITO! Os Malfoy são infelizes e quase sempre estão tentando comprar a felicidade, mas nunca funciona.

 

— Você devia gastar esse dinheiro com um terapeuta, isso sim! – falei – Quem precisa dessas coisas?

 

— Ah, os Malfoy precisam!

 

Nós ficamos um minuto em silêncio e não aguento muito quando pergunto:

 

— Promete que nada vai mudar quando voltarmos à Hogwarts?

 

Draco sorri e se inclina, acabando com a pouca distância entre nós.

 

— Eu prometo. Até porque vai ser muito difícil ficar longe de você de agora em diante.

 

— Porque eu sou muito boa para ser verdade.

 

— Porque nem adianta tentar, eu não vou conseguir — ele respondeu.

 

Eu abri a boca para discordar, mas Draco me beijara antes que eu pudesse falar que aquilo era muito ridículo.


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