O Terceiro Feitiço escrita por Thially Andrade, Caroline Lannister


Capítulo 9
9° Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Hello, amadinhos e amadinhas! Outro capítulo para vocês!



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POV REGINA (STORYBROOKE, 2014)

Quando eu vi as duas garotas com Roland no colo, juntos, tive uma estranha sensação de dejà-vu, mas a desconfiança tomou rapidamente seu lugar. Como diabos elas acharam Roland? Elas não conhecem a floresta, acabaram de chegar aqui. Aliás, como elas chegaram aqui era uma pergunta que ela, Emma e Snow vinham se fazendo desde que as duas apareceram no hospital. A maioria das pessoas da cidade não comentava nada, mas de vez em quando ela ouvia alguém sussurrando sobre as duas. Depois de entregar o bebê á Granny, que lhe prometeu um chocolate quente, resolvi questioná-las sobre como elas teriam encontrado Roland e recebi olhares acanhados e respostas mal formadas de volta. Olivia olhou para suas mãos. Espere, porque é que eu me lembro dos nomes delas? Eu normalmente não dou a mínima. Acompanhei o olhar dela até ver sua pulseira, que me parecia estranhamente familiar. Eleanor usava uma idêntica.

– Linda pulseira – eu disse para Olivia, que hesitou por um momento antes de perceber que eu me dirigia á ela.

– Obrigada, minha mãe fez para mim – respondeu ela, e eu tentei ignorar a sensação estranha que me tomou quando ela disse a palavra “mãe”.

– Ela tem um ótimo gosto – eu disse, avaliando os gestos das duas meninas. Emma pode ter seu superpoder, mas depois de centenas de interrogatórios e sessões de tortura com plebeus, eu sei exatamente quando alguém está escondendo algo.

– Tem mesmo – respondeu ela, e pude ver um sorriso tentando brotar em seus lábios. Eu disse algo engraçado?

– Se a senhora não se incomoda, nós vamos subir agora – disse Eleanor, segurando o braço da irmã. Nossos olhares se cruzaram por um momento, e percebi que seus olhos eram verdes como o de alguém... quem? Assenti com a cabeça, um tanto perturbada, quando elas passaram por mim para subir para o quarto. “Mas que diabos...” pensei. Quando entrei na Granny’s e vi Robin abraçado com Roland, todos os meus problemas desapareceram e eu não pude deixar de sorrir. Quando Leroy me olhou, fechei a cara.

– O que foi? – perguntei, e ele apenas deu meia-volta. Fui até a mesa onde Robin, Roland, Emma, Snow e Charming estavam sentados, e quando eu me aproximava, Roland correu até mim e me abraçou.

– Oi, tia Regina – disse ele, com a expressão mais fofa que se pode imaginar, agarrado nas minhas pernas. Odeio ter um ponto fraco com crianças.

– Soube que Liv e Ellie o encontraram na mata, quase não acreditei – disse Robin depois de me dar um selinho. Liv e Ellie? Não sabia que elas tinham apelidos. Depois de terminar a frase, Robin pareceu um pouco confuso. Acho que ele também percebeu.

– Pois é – falei – eu também não. Estranho, não é?

– Vou interrogar as meninas amanhã – disse Emma – acho que nós temos muito o que conversar. Roland não se lembra de nada?

– Ele disse que acordou no meio da mata e que as meninas trouxeram ele de volta – eu falei – elas não parecem estar mentindo, mas tenho a impressão de que tem algo errado.

– O importante é que ele está a salvo – disse Snow, sorrindo, segurando Neal um pouco mais forte – amanhã nós vamos conversar com as meninas.

– O que você acha de vocês dormirem na minha casa hoje? Tem espaço suficiente para todos nós e Roland pode dormir no quarto do Henry – eu disse, abraçando a cintura de Robin com um dos braços enquanto segurava Roland com o outro. Ele assentiu, sorrindo, e eu franzi a testa. Me lembrei de alguns minutos atrás, quando olhei nos olhos de Ellie, e tive que me segurar para o meu queixo não ir parar do chão.

Eram os olhos de Robin.

POV CHRIS (STORYBROOKE, 2032)

Depois que Alex e eu nos acalmamos, começamos a planejar o que faríamos para achar quem fez aquilo. Sugeri que começássemos a procurar alguma pista no quarto das meninas, saber se elas tinham algum inimigo do qual não estávamos cientes, mas seria doloroso demais. Ainda assim, talvez fosse a nossa única opção.

– Queria saber usar magia – disse Alex.

– Mesmo que nós soubéssemos usar magia, não sei se ia adiantar. Tia Regina já deve ter tentado – eu disse. Alex estava andando de um lado para o outro e eu estava deitado na cama, jogando uma bola de basquete para cima. Meus pensamentos se voltaram para Ellie, e a culpa me devastou novamente. Eu gostava dela desde... sempre, eu acho. Não me lembro de alguma vez na vida em que eu tenha gostado de alguém que não fosse ela, nem no jardim de infância. Á essa altura do campeonato, já tinha virado algo muito mais forte. Eu a amava. Como uma amiga, uma irmã, uma namorada, uma companheira de infância, não importava. Eu a amava. E ainda amo, mesmo quando eu sei que agora ela está num necrotério, com a vida roubada por algum filho da mãe. Só percebi que estava chorando novamente quando senti o travesseiro molhado. Alex sentou na ponta da cama com os olhos cheios d’água enquanto nossos sentimentos bambeavam entre a raiva e a tristeza.

– Acho que vamos precisar de mais algumas noites em claro – falou Alex – eu mal consigo pensar direito.

– Vamos dormir – eu disse – amanhã nós vamos ao necrotério. A gente precisa de pistas.

No dia seguinte, acordamos cedo, antes dos meus pais. Deixei um bilhete dizendo que tinha ido para a casa do Liam e nós saímos rumo ao necrotério. O lugar não tinha nada demais, mas por algum motivo, senti um arrepio percorrer minha espinha quando estacionamos. Nunca tive problema com cadáveres, mas essa era a Ellie. Ver a minha quase-namorada morta daquele jeito me afetava mais do que eu gostaria de admitir.

Depois de nos identificarmos para Ian, o rapaz que nos recebeu, fomos levados até a sala onde as meninas – seus corpos – estavam. Engoli em seco, e pude ver que Alex estava hesitando. Talvez isso não tivesse sido uma boa ideia.

– Nós podemos falar com o médico legista responsável por esse caso? – perguntou Alex. Ele mal terminou a frase quando uma moça de uns quarenta e poucos anos chegou correndo e ofegante.

– Jane, o que aconteceu? – perguntou Ian, enquanto eu e Alex nos entreolhamos. Tínhamos ouvido tia Emma mencionando uma Jane enquanto conversava com Robin e tia Regina.

– Eu preciso falar com a xerife Swan – disse ela, tentando se acalmar – agora!

– O que aconteceu? – perguntei – tem algo a ver com a Liv e a Ellie? Nós viemos aqui para vê-las.

– Vocês já se identificaram? São parentes? – perguntou ela.

– Quase isso – respondi – Regina Mills nos colocou como contatos de emergência caso ela ou o marido não pudessem atender. Pode checar no seu sistema.

– Ian já fez isso. Entendam, isso não é exatamente um assunto que convém a garotos da idade de vocês, mas como são contatos de emergência das vítimas, precisam ser notificados – disse ela, com um olhar preocupado – eu encontrei flocos de neve nos corpos das duas garotas.

– Espere, isso é impossível – eu disse – nós estamos no meio do verão. Além disso, eles teriam derretido depois de todo esse tempo.

– Exatamente – continuou ela – esses não são flocos de neve qualquer, eles contém magia. Uma magia que essa cidade já experimentou o suficiente para saber que não é nada boa.

POV ELLIE (STORYBROOKE, 2014)

No dia seguinte à nossa encantadora aventura na floresta, eu e Liv decidimos que teríamos que encontrar um emprego. Não dava pra viver de graça em um dos quartos da Granny’s, por mais que nós quiséssemos.

– Por onde a gente começa? – perguntei á Liv, enquanto saía do banho e escolhia algo para vestir. As roupas eram emprestadas da Ruby, então eu tinha que redobrar o cuidado para não deixar metade da minha bunda aparecendo sem querer. Imagina se eu esbarro com o papai? Que horror. Escolhi a blusinha menos apertada que eu consegui achar. Era regata, coberta de lantejoulas vermelhas, e combinou com as botas de cano longo, de couro preto. Vesti uma minissaia de couro vermelho e tentei me equilibrar nos saltos incrivelmente altos da bota, com sucesso. Minha mãe é a rainha dos saltos, o que você esperava? Enrolei um cachecol preto em volta do pescoço, coloquei minha jaqueta de couro e a pulseira que mamãe havia feito para mim.

– Deus queira que mamãe e papai não nos vejam assim – disse Liv. Ela estava usando um vestido vermelho excessivamente curto e colado em lugares onde ele não deveria ser colado, meia-calça preta e sapatos de veludo vermelho extremamente altos, como os meus. Ruby devia tomar vergonha na cara.

– Como é que nós vamos achar emprego vestidas assim? – eu disse.

– Talvez a Granny aceite novas garçonetes no restaurante dela – disse Liv – e a Ruby deve estar precisando de ajuda.

Quando sugerimos trabalhar para a Granny para pagar o quarto, ela concordou de cara, e eu acho que nunca tinha visto Ruby tão animada.

– Ai meu Deus, vai ser o máximo! – disse ela, com um sorriso enorme no rosto – nós podemos sair toda noite, e eu não vou mais precisar voltar cedo, vai ser demais!

– Calma aí, mocinha, isso não significa que você vai vir trabalhar de ressaca todos os dias – falou Granny, olhando para nós três por sobre os óculos.

– De jeito nenhum, Granny, nós vamos nos comportar – disse Liv, rindo, enquanto Ruby nos segurava em um abraço de... urso? Lobo?

Começamos a trabalhar no mesmo dia. Era incrível ver todas aquelas pessoas conhecidas e ter que fingir que eu não as conhecia. Quando Dr. Whale chegou, pude ver Ruby corar um pouco. Se ela soubesse...

O trabalho na Granny’s era bastante fácil, e ficava ainda mais fácil quando éramos três. Percebi que iria ter que arrumar alguma outra coisa para fazer. A Snow Queen não foi gentil o suficiente para trazer nossos IPhones para o passado também.

– Que tédio – eu disse, enquanto eu e Liv encarávamos o teto – eu preciso arranjar alguma coisa para fazer. Urgente.

– Porquê você não trabalha meio período aqui e meio período em algum outro lugar? O restaurante é pequeno demais para três garçonetes – disse Liv, e eu assenti com um sorrisinho. Tinha o lugar perfeito em mente.

– Ah, não. Isso é sério? – Liv falou, se levantando nos cotovelos – e se ele te odiar? E se você fizer algo errado e ele te pulverizar do nada?

– Não se preocupe, mamãe me ensinou direitinho – eu disse, rindo - Rumpelstiltskin não vai encostar um dedo em mim.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews, seus lindjos! ♥♥♥