Olá mais uma vez. Sou eu, a Irina, lembram-se de mim?

Claro que lembram, provavelmente acabaram mesmo agora de me conhecer. No capítulo anterior conheci uma raposa-voadora encantada chamada Pui que me deu poderes mágicos para me transformar numa guerreira e combater o mal! Incrível, não é?

Mas ainda não sei bem o que fazer com eles, esperava alguma batalha inicial contra um monstro de nível básico ou assim, mas não aconteceu... Suponho que a Autora me esteja a pôr à prova ou coisa assim. Quem sabe.

Mas suponho que querem saber o que aconteceu depois disso, certo? Bem, nada de mais... Até ao dia em que me cruzei com um rapaz misterioso na rua. No qual eu não estou minimamente interessada, para que conste.

Havia passado uma semana desde os eventos do capítulo anterior. Irina começara a habituar-se a ter um animalzinho irritante a segui-la por todo o lado sem que ninguém nos arredores se apercebesse da estranheza da situação. Estavam a descer as ruas da cidade em direção ao centro comercial quando Irina suspirou.

— Apetecia-me mesmo comer um enorme bife mal passado... Estou com falta de sangue.

— A semana passada só pensavas em pipocas e doces e açúcar e agora queres comer um bife?? É como eu digo, tu não tens personalidade nenhuma! – Pui queixou-se.

— Hey, eu sou uma vampira, tenho necessidades! Geralmente tenho uma amiga que me dá uma ajudinha com isso mas neste momento ela está fora do país. O que até é bom porque ela é um bocadinho obsessiva.

— Para todos os efeitos, tu não tens personalidade!

— A culpa não é minha, fui concebida para ser assim... OUCH! – Irina ia tão distraída que embateu contra alguma coisa e caiu com o traseiro no chão, arrastando Pui com ela. Levou uns segundos até a pessoa contra quem havia chocado se aperceber do que acontecera e olhar para trás.

— Oh meu deus, peço imensa desculpa! Estás bem? – o rapaz perguntou, aflito, enquanto se baixava para ajudar. Irina perdera-se no mundo da Lua por momentos. Havia qualquer coisa estranha naquele rapaz. Mas ela definitivamente não estava interessada.

— Oh, não, eu estou... bem. – respondeu ela assim que conseguiu voltar a si, mas rapidamente se apercebeu de que a atenção do rapaz não estava concentrada nela, mas sim na sua mascote mágica esquisita.

— Não estás ferido, pois não? – perguntou ele novamente, enquanto erguia o pequeno animal e acariciava as suas asas. De seguida voltou a dirigir a sua atenção para Irina – Tens uma raposa-voadora muito bonita!

— Oh, finalmente! – Pui exclamou deleitado, deixando o jovem humano um tanto confuso por alguns momentos – Alguém que me chama como deve ser! Devias seguir o exemplo deste rapaz, Irina!

— Tu falas? Isso é incrível! – o rapaz falou maravilhado, e de seguida voltou-se para a vampira que se estava a sentir um tanto desconfortável – Irina, certo? O meu nome é Alin. Onde é que tu foste encontrar um animal assim?

— É uma longa história... Ocupa apenas cerca de uma página de texto, mas ainda assim é longa. – respondeu ela – Agora, se me dás licença, temos que ir andando... – dito isto, a vampira retirou cuidadosamente Pui dos braços de Alin e soltou-o no ar, retomando o seu caminho até ao centro comercial. A pequena criatura esvoaçou rapidamente de volta ao rapaz antes de a acompanhar.

— Gostei de ti, humano. Tenho a certeza de que nos voltaremos a encontrar. O meu nome é Pui, já agora!

E com isto, a raposa-voadora retornou apressadamente à sua companheira e os dois seguiram o seu caminho até ao centro comercial, onde Irina parou num restaurante para comer um belo bife mal passado.

E aí está, continuo sem conseguir tirar aquele rapaz da cabeça. Há realmente algo de estranho nele. Mas não pensem que gosto dele, porque não é nada disso. A sério. Vejo-vos no próximo capítulo, onde teremos a nossa primeira batalha...?