O meu nome é Irina.

Irina... qualquer coisa, já que a Autora nunca me deu um apelido. Não sei qual é a minha idade, suponho que isso não seja relevante, mas sou uma adolescente... provavelmente.

Bom, o que importa aqui é que eu sou uma vampira e vivo na Roménia. Acho eu. Como já devem ter percebido, sou uma personagem desinteressante e muito pouco desenvolvida, mas isso irá mudar. (Eu espero que mude. Estou a falar contigo, entidade superior que me controla!)

Esta é a minha história (porque, sabem, sou a personagem principal). A história de como a minha vida aborrecida e desinteressante de vampira adolescente deu uma volta de cento e oitenta graus, dando início a uma enorme, incrível, longa e épica aventura...

… isto se a Autora receber comentários encorajadores que a motivem a continuar. Caso contrário, será uma minúscula, credível, curta e banal aventura. Para todos os efeitos, será uma aventura!

A história começa aqui mesmo, na minha casa...

Estava uma manhã ensolarada nas ruas da cidade onde vive a nossa protagonista. Era o primeiro dia das férias de Verão, o que faz muito mais sentido do que o primeiro dia de aulas, se me perguntarem. Irina estava já levantada, tinha-se lavado, vestido e aplicado umas quantas camadas de protetor solar. Porque protetor solar é uma coisa que existe. Nesse dia ela tinha planeado ir ao cinema comer pipocas. E talvez ver um filme para acompanhar.

Tinha acabado de calçar os sapatos e amarrar o cabelo, e preparava-se para abandonar o seu quarto, quando notou que tinha deixado a janela aberta. Encaminhou-se até à mesma para a fechar, quando uma estranha criatura saltou da mesma, deixando-a perplexa.

— MÃE!! Está um morcego roxo no meu quarto!!! Espera aí, será que eu tenho uma mãe?

Não, Irina, tu não tens uma mãe.

— Oh, raios...

— Eu não sou um morcego, minha menina! Sou uma raposa-voadora! Parece-te que um morcego estaria acordado a esta hora? – perguntou a pequena criatura, com uma voz aguda e adoravelmente irritante, como todas as mascotes mágicas têm, vocês sabem.

— Não interessa, tu falas! Estou tão assustada que não sei o que dizer!

— Eu sou o Pui, uma criatura encantada dos Bosques Sombrios da Transilvânia, e estou aqui porque tu, Irina, foste escolhida para ser a guerreira que salvará o mundo do mal que o ameaça.

Dito isto, Pui abriu as suas asas com força e fez surgir magicamente de algum lado um medalhão com uma forma estranha que emitia uma luz vermelha, e que eu não vos mostrarei devido à existência de um limite de imagens e também à minha preguiça.

— Wow, esta é a coisa que eu tenho que usar para me transformar ou assim? – perguntou ela, e eis que o pequeno objeto desapareceu para o interior do seu peito – AAH! Meteu-se dentro de mim!

— Dessa forma estará sempre contigo quando precisares dele. Não te vais esquecer de onde o puseste, não irá interferir com o teu visual, e a Autora não terá que o desenhar constantemente em todas as malditas ilustrações.

— Incrível! Posso transformar-me agora?

— Claro que não! Estás a ver algum inimigo por aqui? O poder dessa coisa não é ilimitado, está sujeito a avarias e alguém sofreu muito para o construir!

— Oh... ok...

— Agora vai, vá! – Pui começou a enxotá-la com as asas – Não tinhas um lugar qualquer onde ir? Devias aproveitar a vida enquanto o mal não ataca! E vê se me trabalhas essa personalidade! Uma magical girl devia ter personalidade! Tsk.

Irina ia comentar algo, mas resolveu fazer como ordenado. Saiu pela porta do quarto, desceu as escadas e foi ao cinema comer pipocas e viver a vida.

E assim, a minha história começou. Mal eu sabia as aventuras e desventuras que ainda estavam por vir... isto é, se elas vierem. Não percam o próximo capítulo onde eu conheço um rapaz bonito!... Ou qualquer coisa assim.