Fullmetal Alchemist: After All escrita por Paulo Yah


Capítulo 12
#11 - Sem hesitar!




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Winry estava jogada na mesa de trabalho, havia passado uma noite toda aperfeiçoando o projeto de sua vida. Dormia debruçada na mesa, parecendo estar um sono pesado e profundo, embora estivesse em uma posição desconfortável. Os papéis estavam todos jogados sobre a mesa, o material todo desorganizado, mostrando que durante a madrugada ela havia realmente trabalhado duro.

Edward estava jogado na cama; havia pegado no sono primeiro que a garota. Ele precisava descansar para a nova missão que estava prestes a vir. Entreabriu os olhos e reparou que tomava toda a cama para si. Um pouco depois de refletir a situação da noite passada, lembrou que Winry estava trabalhando e que não tinha hora para dormir.

Levantou-se num pulo e sua cara de sono assumiu uma expressão preocupada. Correu até a sala de trabalho da loira, notou que a porta estava entreaberta, e assim entrou.

 

- Ah... Droga. – Resmungou se aproximando lentamente.

 

Cuidadosamente Edward virou a cadeira e colocou Winry em suas costas, se distanciando da mesa. Apesar de cuidadoso, Winry deu uma leve mexida e abriu os olhos ainda sonolentos. Deu-se conta de que estava montada nas costas do rapaz e sorriu.

 

- Que jeito mais estranho de acordar. – Disse em um tom zombeteiro. – Bom dia.

 

- Você ta cansada... – Disse o rapaz se encaminhando para o quarto. – Trate de dormir hoje.

 

- Vai voltar pra cama comigo? – Perguntou ronronando e beijou o pescoço de Edward.

 

Ele inspirou fundo e esboçou um sorriso leve, porém preferiu não responder com palavras. Chegou na beirada da cama e colocou Winry deitada ali e deitou ao seu lado, encarando-a.

 

- Não se esforce de mais. – Protestou Edward. – Agora não é hora pra se preocupar com automails. A loja fechou graças a catástrofe que aquela máquina causou.

 

- Bobo... - Ela pegou em uma das mãos quentes de Edward e sorriu para ele. – Eu tenho que correr com esse projeto, estou me dedicando nele há anos. Daqui algum tempo a cidade de Rush Valley volta ao normal. E quanto mais adiantada eu estiver, melhor!

 

Novamente o silêncio tomou conta dos dois e os olhares se encontraram. Pouco a pouco o corpo de Winry ia perdendo a noção de movimento, seus olhos pesaram de novo e ela ia fechando-os levemente. A última coisa que sentiu antes de adormecer foi a mão de Edward acariciando seu rosto.

O rapaz esperou um pouco, enquanto a contemplava dormindo como um anjo, mas logo pôs-se de pé. Precisava ir para o treino diário.

 

...

 

Drachma

 

O Castelo de Esther erguia-se no meio dos campos verdes de Midgard, a capital de Drachma, que antes era um vasto deserto branco de gelo e pinheiros. O frio continuava o mesmo naquele lugar, mas a neve parecia não cair num raio de quilômetros.

Entre as muralhas de pedra do castelo, soldados treinavam, quimeras eram adestradas nas arenas, e, nos internos daquele grande monumento, aquele ser traçava a sua rota.

A capa não deixava aparecer o formato do seu corpo, ocultando a definição de seu sexo, assim como o capuz ocultava toda a sua face. Havia um número em suas costas: 01.

Entre os corredores sombrios e iluminados por velas, aquele ser caminhava em passos rápidos até chegar em seu destino, uma porta dupla no fim do corredor. Curvou-se diante dela.

 

- Estou de volta Milady... – A voz, feminina e bela, mostrando maturidade, soou nos arredores.

 

O corpo se transformou em um vulto e atravessou a porta, aparecendo diante do trono onde Freiya estava sentada. Pernas cruzadas e mãos repousadas nas hastes do assento. Os olhos vermelhos miravam o ser e um sorriso malicioso esboçava-se em seu rosto.

 

- Seja bem vinda de volta, Esther. – Freiya se levantou e caminhou até o corpo curvado diante dela.

 

Olhou para a serva que lhe prestava respeito incondicional. Esta estava de cabeça baixa e semblante sério por trás do capuz.

 

- Levante-se, Esther. – Disse a superiora. – Deixe-me ver este belo rosto.

 

Esther obedeceu. Levantou-se e tirou o capuz jogando a cabeleira prata para trás, que escorreu em suas costas em forma de V. A pele branca, pálida, não como a morbidez cadavérica, e sim como o belo reflexo da lua. Olhos bem desenhados entre os cílios puxados e a sobrancelha fina de íris rubra. Lábios sutilmente rosados e perfeitos. Mostrava agressividade e seriedade no olhar, como se estes estivessem pegando fogo.

Freiya aproximou-se mais da mulher e, com a sua mão, acariciou o rosto de sua serva.

 

- Tanta delicadeza em teu recipiente... Pra uma essência mortal e sedenta de sangue. – Poetizava a mulher superior.

 

Freiya virou-se de costas e voltou ao trono, cruzou as pernas e relaxou os braços na haste novamente, ainda olhando a mulher recém chegada.

 

- Conte-me as novidades! – Ordenou.

 

- Fui até Aerugo. Eles estão sofrendo uma grande rebelião de cidadãos anarquistas. A situação lá não está favorável, já que eles deveriam estar invadindo a fronteira entre o país e Amestris.

 

- Não se engane Esther. – Cortou. – Quanto mais desordem ocorrer, mais fácil os meus objetivos ficarão. Tendo o apoio de Aerugo, é certeza que conseguiremos aniquilar Amestris e essa é só mais uma parte de nossos planos.

 

- Eles são um tanto fortes, não acha? – Uma voz masculina surgiu na sala, e outro ser de vestimentas pretas apareceu. – Desculpe por entrar sem bater.

 

Logo que chegou ao lado de Esther, tirou o capuz, mostrando a face tão pálida quando a da mulher e olhos mais azulados, formando um roxo intenso.

Seu cabelo era curto e jogado pra trás, arrepiando nas pontas, deixando um pouco da franja cair até a sua sobrancelha.  

Os olhos eram frios, isso era demonstrado através do desenho deles. Parecia não ter hesitação, seu ar era arrogante, impetuoso. Havia um “02” estampado em sua capa.

 

- Seja bem vindo, Loki. – Freiya sorriu sinicamente para o homem recém-chegado.

 

- Depois que você assumiu essa forma você criou uma personalidade muito estranha, Treason. – Disse o homem chamado Loki.

 

- Este corpo era recipiente de uma alma bondosa, ao entrar em contato com ele eu recebi uma personalidade completamente oposta. – Explicou. – Mas isso não vem ao caso, quero saber a sua opinião sobre a força de Amestris.

 

- Pelo que me consta, eles venceram o Pai há quatro anos. Os irmãos Elric e o pai deles são uma ameaça aos nossos planos, eles são admiravelmente fortes.

 

Freiya riu das palavras de Loki e este apenas sorriu ao ver tal reação de sua superior. Um combate de egos estava se iniciando naquele lugar.

 

- Loki. – Chamou Esther enquanto Freiya simplesmente ria. – Não perturbe-a dessa maneira!

 

- Não se preocupe com isso. – Dizia ainda olhando a mestra rindo de suas palavras. – Ele sabe que é verdade, mas graças a esse corpo, ele está adquirindo humanidade.

 

- Caro Loki. – Freiya apoiou o queixo no punho. – Eu sou o homúnculo mais poderoso criado pelo Pai, nem o mesmo possuiu tanta inteligência. A vitória está ao nosso favor! Não subestime a quem te criou, insolente.

 

- Não estou te subestimando. – Encarou da mesma forma. – Apenas questiono o seu poder!

 

- Loki, já basta! – Esther estava realmente preocupada.

 

O homem suspirou e fez uma careta de indignação.

 

- Você não quer ser subestimado enquanto subestima o inimigo que é tão forte quanto. Agora percebe por que eu não demonstro respeito pelo meu próprio mestre?

“ Eu estive observando como o exército de Amestris conseguiu parar a máquina que Aerugo mandou. Foi uma virada épica!”

 

- Aquilo foi apenas um teste! – Freiya protestou.

 

- UM TESTE? E A FORMA PELA QUAL ELES VENCERAM O TAL HOMUNCULOS ORIGINAL? – Vociferou o homem agressivamente. – Um amestrino é realmente um verme perto de nosso poder, mas eles juntos são tão fortes quanto nós!

“Todo teste tem o intuito de fazer seus candidatos perderem ou ganharem. Você falhou. Tente outra vez.”

 

Loki virou as costas e desapareceu da sala, deixando apenas Esther e Freiya ali. O punho fechado da superior tremia de raiva, mas ela sabia que o guerreiro 02 era um grande trunfo em sua mão e não podia descartá-lo de forma que simplesmente o fizesse calar. Loki era indomável. Apesar de fiel aos planos, não media palavras e não demonstrava respeito.

 

- Vá Esther... Está liberada. – Ordenou.

 

Sem responder, Esther apenas se curvou, reverenciando a mestra, e saiu da sala. Apareceu no topo de uma das torres do castelo, o vento frio atingia o seu rosto pálido e fazia o seu cabelo esvoaçar, obrigando-a a colocar o capuz novamente.

 

- Quem será mais forte? – Loki apareceu ao seu lado. – Amestris, ou Drachma? O que tornam as duas nações uma mais forte que a outra?

 

- Drachma é ambiciosa... – Esther deixou escapar.

 

- E Amestris, acolhedora, protetora e unida. – Concluiu. – Fome por poder faz com que as coisas cresçam de forma errada. O povo deste lugar não é feliz... Amestris tem grande chance de perder essa guerra no sentido bélico. Mas se aquele povo se unir pra defender o lugar onde jazem as suas vidas, não há dúvidas que Freiya irá sucumbir.

 

- Loki. – Chamou.

 

- Sim?

 

- Por que luta do lado da Mestra? – Perguntou intrigada.

 

- Ser neutro em qualquer situação, significa não ter opinião. – Explicou o rapaz se direcionando às montanhas geladas no horizonte. – Eu diria que estou do lado de Treason, pois apesar de ser incoerente e saber que posso ser derrotado, não sou mais um humano para lutar ao lado daquilo que é certo, e sim daquilo que é do meu interesse.

 

- Resumindo...

 

- Não tenho escolha. Já que não possuo um coração para seguir. – Ele recolocou o capuz e se distanciou um pouco.

 

- Onde vai? – Perguntou Esther intrigada.

 

- Buscar respostas de alguém que está confuso... Foi um de nós, preciso ter certeza de que ela está seguindo aquela caminho por realmente querer! Ou se ela esta apenas querendo se convencer que não é uma de nós.

 

Novamente Loki sumiu deixando Esther sozinha, olhando aquele horizonte branco da cadeia de montanhas.

 

- No fim das contas, nós dez não temos mais humanidade. Isso nos faz superior à Mestra Freiya que adquiriu este grande defeito... Gostaria de pensar como Loki nessas horas.

 

...

 

Ciel estava observando a cidade pela sacada da casa de Maria, era o que fazia durante seus tempos de reflexão. Hohenheim precisava descansar para o dia seguinte. Então, já que ele sairia em missão, não iria perturbá-lo.

De repente, uma estranha sensação foi sentida. Ciel subiu em um dos balaústres da mureta da sacada e fechou os olhos. Logo a imagem de um homem lhe veio na mente. Alguém que não conhecia, ou que pelo menos não lembrava.

Subiu pela parede correndo até o topo do prédio e de lá avistou um vulto preto em cima da torre de vigilância, há alguns quilômetros

 

“Venha! Quero respostas!”

 

Ela correu pelo terraço e pulou de edifício em edifício até chegar na torre. Transmutou uma escada fixa as barras de metal, subindo até a plataforma onde ele se encontrava. Encontrou-o ali, o homem de capuz preto a encarava sem mostrar o rosto, mas o brilho intenso de seus olhos de íris roxa eram visíveis.

 

- Ciel... – Tirou o capuz e mostrou sua face, era Loki. – A Valquíria... Número de série: X-0... Proveniente de todos nós, uma maquina de matar vidas humanas.

 

Ciel assumiu um semblante agressivo e apertou o punho.

 

- Quem é você? – perguntou.

 

- Meu nome é Loki. Eu sou um dos guerreiros da elite de Freiya. Um Einheinrar. Sou uma experiência bioalquímica vinda antes de você. Meu propósito é defender os interesses de Freiya, e neste momento quero que me responda algumas perguntas.

 

Ciel se posicionou para lutar, não havia gostado daquilo que acabara de ouvir.

 

- Vai ter que me fazer falar, Loki. – Disse a menina.

 

Ele riu sarcasticamente da última palavra proferida pela garota. Relaxou os braços enquanto um brilho emanava ao seu lado e ali fora transmutado uma lança gigante que tinha como lamina uma grande arco de metal lilás e prata.

 

- Estava esperando essa sua resposta!

 

Loki avançou com o arpão, saltou e girou seu corpo junto a arma. Ciel transmutou uma parede de pedra e se distanciou. Logo após, materializou uma espada longa e continuou recuando. A parede de pedra foi cortada em vários pedaços e ele continuou avançando. Girou a arma entre as mãos e tentou atacar novamente em um furo direto, mas foi defendido pela espada de Ciel, ainda assim pelo impacto ela foi lançada há alguns metros, derrapando no solo para frear seu movimento.

 

- Você é muito lenta... – Reclamou e logo desapareceu, reaparecendo atrás de Ciel.

 

- Você é realmente humana, Ciel? Você se considera algo tão inferior assim? – perguntou.

 

Ciel não tinha como reagir. Estava tremula, sentindo o ar quente da respiração de Loki por trás.

 

- Eu não sou o mesmo monstro que você é! – disse em fúria. – Eu levei muito tempo para descobrir isso, mas eu não sou um monstro!

 

Bateu o pé no chão e um bloco de pedra transmutada do teto caiu sobre Loki. Ele se distraiu, quebrando-o enquanto Ciel escapava mais uma vez. Mas, rapidamente, ele apareceu e novamente tentou golpeá-la num movimento giratório. Ela defendeu o ataque mas não teve força pra segurar, tendo sua arma arremessada longe. Esquivou-se pra o lado e se posicionou de novo.

 

- Admiro a sua persistência, monstrinho. – Sorriu assumindo novamente a sua posição de batalha, erguendo a lança na ofensiva.

 

- Humanos fortes não desistem fácil, Loki. – Encarou com o mesmo sorriso. – Você já teve sua resposta, vai continuar arriscando?

 

- Idiota! – Gargalhou. – Pelo que me consta... Quem está ganhando essa brincadeira sou eu! Onde está a sua arma?

 

Ciel retirou e converteu todo minério de ferro existente naquela área em uma barra de metal e transmutou em um aro laminado.

 

- Ridículo! Isso não vai vencer a minha lâmina!

 

Novamente o guerreiro avançou com a lança e nesse momento Ciel arremessou o aro em direção a lâmina do arpão. O círculo laminado enroscou na ponta da arma e a levou pra alguns metros de Loki, desarmando-o. Rapidamente ela se aproximou e lhe golpeou com luvas de pedra, dando-lhe socos na barriga e costelas, avançando para a beira da plataforma, terminando com um gancho no queixo, o derrubando de quarenta metros de altura.

Ciel estava ofegante, seu coração estava disparado e sua mente em caos...

 

“Não sou um monstro... Mas um humano não faria o que acabei de fazer.”

 

   - Tem razão! – o vulto foi certeiro em direção de Ciel. Loki a pegou pelo pescoço e empurrou-a na parede, prensando seu corpo ali. – Humanos não fazem esse tipo de coisa! Eles são indefesos perto de nós! Você ainda tem certeza de que é uma humana?

 

Não chegava ar nos pulmões de Ciel. Ela não conseguia pronunciar sequer uma palavra, com sua garganta comprimida pelas mãos de Loki.

 

- Você tem certeza que quer ficar do lado de seres tão frágeis? – Perguntou. – Seres que, diferente de você, já teriam morrido com a traquéia esmagada... Deplorável!

 

Ciel reuniu forças e chutou a costela de Loki, o arremessando longe e fazendo-o bater de costas contra a parede da plataforma.

 

- Foi Treason que te mandou aqui? – Perguntou recuperando-se da lesão no pescoço.

 

Loki se desprendeu dos escombros e voltou a caminhar em direção de Ciel.

 

- Vim por conta própria... – Disse. – Não sou o tipo que só faz o que me mandam fazer. Desde que soube de sua história, Ciel, me interessei por você. Dividida entre dois lados... Entre a humanidade e a insanidade!

 

Ciel correu em sua direção ainda com as luvas de pedra nas mãos, pronta para golpear. 

 

- Eu já decidi o meu caminho! – Gritou a menina. – Eu pertenço a este lugar! Me deram este privilégio! Me deram a chance de entender a humanidade e, acima de tudo... SER UMA HUMANA!

 

Loki a pegou pelo braço e arremessou-a pra fora da plataforma. Ela virou de ponta cabeça e começou a cair de quarenta metros. Seu corpo era resistente, mas qualquer dano crítico poderia lhe matar. E de uma altura daquelas poderia ser impossível sobreviver.

Ao mesmo tempo em que ele virou as costas para ver a queda de Ciel, sentiu uma chama lhe envolver e queimar seu corpo rapidamente.

Enquanto isso Ciel ia de encontro com o chão...

 

“ Eu vou morrer aqui? Esse é meu destino após proferir aquilo tudo?”

 

Ciel sentiu seu corpo colidir com outro e este segurou-a firme em seus braços. Edward tinha transmutado uma extensão da plataforma e pulou de seu limite para salvar a amiga. Aterrissou no terraço de um prédio próximo, não conseguiu manter o equilíbrio e então levou um tombo jogando Ciel para o lado.

 

- Ciel! – Disse se levantando com um pouco de dificuldade indo até a menina jogada no chão.

 

Ela abriu os olhos e se levantou tremula e assustada.

 

- Edward... – Disse surpresa.

 

- Quem é aquele cara? – perguntou observando lá em cima.

 

- É de Drachma... E é forte!

 

Na plataforma, enquanto Loki se recompunha da explosão, Mustang estava ali de braços cruzados esperando que este percebesse sua presença.

 

- Vocês não são nada discretos... Lutando na torre de vigilância! Ótimo lugar pra abusar de garotinhas. – Disse o alquimista das chamas.

 

- Ah... Que problemático. – Disse Loki virando-se para encarar o Marechal. – Não fazia parte dos meus planos, chamar Roy Mustang até aqui.

 

- Você parece ser um dos indivíduos que Hohenheim viu na dimensão da Verdade. – Comentou Roy. – No fim das contas foi bom você ter aparecido aqui.

 

- Meu nome é Loki, e sou um dos guerreiros de Elite de... – Antes de completar a frase o guerreiro fora queimado novamente e logo começou a se recompor.

 

- Só o nome é o suficiente. Você tem duas escolhas... Fugir ou morrer. – Os olhos de Roy queimavam em chamas e sua voz saiu o mais imponente possível.

 

Loki inspirou fundo após se recuperar. Assumiu uma expressão de indignação, realmente não esperava aquele imprevisto.

 

- Eu até ficaria para provar da força de um dos alquimistas mais fortes do país e o homem mais poderoso deste. – Comentou. – Mas acho que já tive algumas perguntas respondidas. A gente se vê de novo, Mustang.

 

O guerreiro se desfez em uma fumaça negra enquanto Mustang abaixava a guarda.

 

- Apesar de ter fugido... Essa presença estranha não viria de um guerreiro fraco de maneira alguma. – Pensou alto por alguns instantes se aproximando da beira da plataforma. – Fullmetal! Como está Ciel?

 

- Bem! – respondeu Edward do outro lado. – E o cara?

 

- Ele fugiu...

 

A tarde que seria de descanso foi ainda mais corrida. Ciel ficou em choque durante o dia todo. Muda, sem reação nenhuma, com as palavras de Loki ecoando em sua mente.

Roy e Stones começaram a arquitetar planos estratégicos anti-exército para prevenir ataques nas fronteiras, Armstrong começou a patrulhar a cidade com seus soldados. No dia seguinte começariam as obras de construção das cidades de Rush Valley e Dublith.

 

...

 

Sentada no banco da Elric Square, Ciel deixava seus pensamentos tomarem conta de sua mente. Sentia uma enorme angústia com todas as palavras de Loki.

O que ela realmente era? Humana? Organicamente ela sabia que não, mas tendo consciência, ela não iria agir como uma quimera criada em laboratório.

Mas quanto ao que Loki disse? Tudo estava sujo e embaçado para Ciel, ela não conseguia chegar a um consenso.

 

- É tão difícil assim? – Perguntou Hohenheim, recém chegado sentando-se ao seu lado.

 

- …

 

- Você não pode se levar pelo que os outros dizem. – Insistiu.

 

- E se meu destino realmente for aniquilar vidas humanas? – perguntou Ciel.

 

- Você não é escrava do seu destino, Ciel. – Explicou. – Você o escreve! Você é quem sabe o que tem que ser feito. Se você se sente no direito de ser uma de nós, então será! Estamos te dando esta chance. Você já se tornou uma pessoa querida entre muitos...

 

Ela ficou em silêncio, apenas refletindo como ela foi de grande prestigio e como as pessoas estão sendo tão importantes pra ela. Lembrou-se do que aprendeu com Hohenheim há alguns anos e que agora ela era considerada humana por todos aqueles que estavam do seu lado.

 

- Seres Humanos são tão frágeis e, ao mesmo tempo, muito fortes. – Concluiu Hohenheim. – São cruéis e ao mesmo tempo muito bondosos. São feios e ao mesmo tempo muito belos. Depende muito do ângulo que você vê as coisas. Mas eles, em sua grande parte, são admiráveis. Leve isto em consideração.

 

Ciel encostou a cabeça no braço de Hohenheim. A franja cobriu seus olhos e ela esboçou um sorriso. Sentia um misto de sensações invadirem o seu peito, e graças a isso deixou uma lágrima cair.

 

- Viu? Como os humanos são admiráveis? – Perguntou suavemente para a garota. – Eles não hesitam em chorar por seus medos... E a cada queda, mesmo que seja o mais alto penhasco, eles se erguem pelos seus objetivos. 

 

- Eles se erguem através daqueles que amam. – Concluiu a menina secando as lágrimas.

 

“Eles são imortais por seus atos...”

 


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Notas finais do capítulo

Notas do Autor

Oi pessoal! De volta com as notas! xD
Eu gosto de falar e da ultima vez nem tava muito bom pra isso. Bom! Ta aí o capítulo 11, com uma pitada de ação. O 12 já está em andamento e eu espero conseguir publicá-lo logo!
Enfim... FMA tem me empolgado cada vez mais. A série está chegando ao fim e logo vai deixar muita saudade. Será que a Arakawa vai criar algo depois do fim da série? Será que vai prestar? xD Continuações dificilmente saem tão bem quanto o primeiro lançamento. Mas eu vou sentir muita falta de todos os personagens, acho que nunca irei sentir tanta falta de um anime quanto FMA.
Enfim... Acho que vou conseguir suprir um pouco dessa falta escrevendo essa fic aqui que ta bem longe do fim.
Voltemos a ela então: Como podem ver, eu introduzi dois dos primeiros guerreiros da Elite de Freiya. Esther e Loki foram os personagens dos 10 guerreiros que consegui concluir até agora, e eles terão muito destaque nessa fase da história, não só eles como os outros 8 também. Mas não se preocupem não vou deixar de focar os outros personagens!
Agora vocês vão acompanhar também uma Ciel mais sentimental, um pouco confusa e reflexiva.
Espero que tenham gostado deste capitulo! Voltarei com o 12 assim que terminá-lo.
AAAH! Um agradecimento especial a Danny_x que está betando a fic pra mim. To pra colocar créditos pra ela desde o capitulo 09 que foi onde ela começou a me ajudar.
Ok galera até! o