Fullmetal Alchemist: After All escrita por Paulo Yah


Capítulo 1
#00 - Prólogo - Um tocar de telefone




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O Sol nasceu dentre as montanhas no leste de Rezenbool, tocando o céu que ganhava o aspecto azul dentre as nuvens indicando um novo dia de calor e quem sabe, futuramente um céu limpo e azul-celeste.

Assim os raios entraram sorrateiros pelas frestas da janela diretamente nos olhos do rapaz.

As pálpebras estremeceram sutilmente e revelaram os olhos cor de âmbar, ainda sonolentos negando aceitar que logo teriam que despertar de vez, mas por um momento eles não se fecharam novamente, pois na frente destes mesmos olhos repousava alguém que dormia como um anjo.

Era profundo o seu sono e sua respiração, leve. Os olhos dele estavam fixos naquela face angelical e logo desceram contemplando aquele corpo embalado em uma camisola branca, onde os cabelos louros escorriam lisos e livres.  Um sorriso se fez como um esboço na face do rapaz.

Edward se levantou sentando-se na cama; olhou o quarto silencioso e ouviu os primeiros pássaros começarem a cantar. Sentiu-se distante pela primeira vez ao dia, e um vazio lhe invadiu o peito...

Havia se passado quatro anos desde a última batalha contra os homúnculos e o “pai”.  Isso rendeu perdas e ganhos a todos que participaram.

 

- Ed... – A voz feminina ainda sonolenta chamou pelo rapaz, mas este se manteve imóvel. – Volta pra cama... Ainda é cedo de mais pra acordar.

 

Edward obedeceu ao pedido, voltou a deitar-se ao lado de Winry e esta encostou a cabeça no peito nu do rapaz. Sentiu-se envolvida pelos braços do mesmo e sorriu aninhada ao conforto que lhe foi dado.

O loiro acariciava o cabelo de Winry enquanto pensava naquilo que prendia a sua mente durante quatro anos.  Alphonse estava desaparecido, e supostamente morto, e era isso que lhe tirava o sono durante muitas noites nesses quatro anos que se passaram.

 

- Você dormiu como um anjo essa noite. – Disse Edward tentando desfazer-se de seus pensamentos.

 

- Eu tive um sonho lindo. – Comentou Winry. – E ele estava lá, junto de você. Ele dizia que jamais abandonaria a gente de novo.

 

O rapaz sentiu o peito umedecer e o corpo da garota estremecer de leve, logo percebeu que ela chorava. Ficou em silêncio por não ter o que dizer pensando novamente em procurar pelo irmão mais novo, mas do que valeria sua busca sendo que tinha quase certeza que estava morto?

 

...

 

Já eram nove horas da manhã quando Winry projetava seu último modelo de automail, com base em fibra de carbono, leve e muito mais fácil de operar.

Nada parecia ter mudado, exceto o cheiro de tabaco vindo do local, um cigarro queimava no cinzeiro ao lado na mesa. Um vício adquirido naquele mesmo ano. Edward não aceitava, mas por teimosia ela continuava a fumar durante o trabalho, dizia que tinha motivo.

 

- Você é uma cabeça dura mesmo. – Resmungou Edward encostado na porta com os braços cruzados. – Quantos maços eu terei que jogar fora?

 

O rapaz havia acabado de sair do banheiro após um banho, uma toalha pendurada no pescoço e outra lhe cobrindo as partes baixas.

Perturbando-o ela pegou o cigarro aceso no cinzeiro levando-o aos lábios e o tragou, soltando a fumaça alguns segundos depois; voltando-o novamente ao cinzeiro.

 

- Já te disse que tenho meus motivos. – Ela disse voltando a calcular medidas e proporções. – Só consigo me centrar ao trabalho desse modo.

 

Edward ficou impaciente, mas não teve coragem de fazer nada, pois sabia que realmente não era atoa. A vida durante todo esse tempo sofria mudanças rígidas e constantes, ele ainda não havia descoberto uma maneira de mudar esse fato, mas mesmo assim ele não desistia tão fácil.

O loiro já não era mais o mesmo baixinho de antigamente, o aspecto físico não havia mudado, mas sua estatura poderia surpreender todos aqueles que não o virão em quatro anos. Edward estava um pouco mais baixo que Roy.

Winry ainda não tinha se acostumado com o fato de que o rapaz agora tinha recuperado o braço e a perna que havia perdido há tantos anos atrás, isso sempre lhe fazia lembrar de que Alphonse não seria mais uma armadura se estivesse vivo.

A garota também havia mudado bastante durante esses quatro anos; os cabelos continuavam longos como sempre, mas seu corpo ganhara mais curvas, estava um pouco mais alta e tinha agora uma face mais madura, assim como uma mente mais adulta. Não havia perdido aquele jeito meigo de ser, aquele mesmo brilho nos olhos azuis que Edward não conseguiu resistir.

Sentiu as mãos de Edward em seu ombro, massageando-os. Seus músculos estavam um tanto tensos graças aos movimentos com chaves pesadas e as posições de trabalho que lhe custavam cansaço e paciência.

 

- Eu não posso suprir o efeito da nicotina? – perguntou o rapaz olhando carinhosamente para o perfeccionismo que tomara a garota em seus projetos, papeis e até no jeito de organizar os cálculos.

 

- Você não é pequeno, e não se prende em meus lábios com facilidade... – Disse a menina sorrindo ao mesmo tempo em que calculava o tamanho dos parafusos e porcas necessários para a fixação das peças.

 

- Você tem certeza disso? – Perguntou o rapaz, e antes mesmo de ouvir a resposta, virou delicadamente a face de Winry e contemplou o oceano que emergia de seus olhos, profundos e serenos. Há dois anos ele veria uma face corada, mas ela estava lá; o encarando serenamente como se fosse a coisa mais normal do mundo.

 

- Certeza de que? – perguntou insinuando uma discreta malícia.

 

Os lábios de Edward encontraram o seus dando-lhe um beijo caloroso e intenso e ela se virou na cadeira achando uma posição melhor para beijá-lo, já que estava de trás para ele. Mas Edward afastou ligeiramente a face fazendo-a buscar seus lábios novamente, ele impediu o ato e novamente olhou em seus olhos.

 

- Que eu sou pequeno... Isso é passado, mas tem certeza que eu não me prendo aos seus lábios? - Perguntou o rapaz.

 

Edward não obteve a resposta em palavras, pois a boca de Winry procurou a sua desesperadamente. A garota parecia agir por impulso toda vez que era tentada pelo loiro.

O rapaz a fez levantar, lhe levou para a mesa onde encostou seu corpo e onde ela apoiou-se sem parar de desfrutar daquele beijo intenso. Edward disfarçadamente apagou o cigarro no cinzeiro, às cegas. A toalha que lhe cobria as partes baixas caiu, mas ele se quer se importou com aquilo. Queria possuir Winry ali e naquele momento; seriam roupas a menos a serem tiradas.

Winry abraçada naquele corpo forte que havia se tornado o de Ed, desferia alguns suspiros quando este lhe beijava e lhe mordia o pescoço, arranhava suas costas demonstrando um prazer violento que sentia com as investidas do rapaz, esqueceu-se de todos os seus projetos, esqueceu-se de tudo, pois tudo que ela queria naquele momento era apenas o homem de sua vida.

Aos poucos Edward foi lhe tirando as peças de roupa, sem parar de acariciar a loira que lhe aceitava a cada toque, a cada beijo. Deixou-a apenas com as roupas de baixo, revelando o corpo angelical no qual o de Winry havia se tornado. Passou a ficar por trás da mesma enquanto a acariciava e sem pudor algum ele lhe atacava aos seios fartos escorregando a mão pelo sexo, já molhado de prazer. Winry gemia baixinho perdendo o fôlego, pedindo mais junto ao seu corpo e a sua alma.  

Mas foi só o telefone tocar que aquele clima se desfez completamente. Edward suspirou impaciente, já era tarde para ignorar o aparelho que tocava freneticamente.

 

- A essa hora da manhã? – Perguntou-se Winry, pensativa ao mesmo tempo em que retomava o fôlego.

 

- Eu atendo. – Edward disse soltando Winry e indo até a sala.

 

- Ah... – Suspirou a loira. – Eu sempre esperei que isso nunca acontecesse na minha vida. Malditos telefones.

 

Winry recolheu as roupas e foi até o banheiro... Enquanto Edward recolocava a toalha na cintura, meio incomodado, pois seu membro ainda ereto não queria descer.

 

- Ao menos não está com problemas para subir. – Resmungou antes de atender. – Alô?

 

- Fullmetal.  – Aquela voz... Estava mais rouca e grave que quatro anos atrás, mas estava reconhecível.

 

- Deixei atender por esse nome há quatro anos... – Disse tendo más recordações. – Já faz muito tempo, Mustang.

 

- Quanto tempo você não vem à central, Fullmetal? Nunca nesses quatro anos recebi noticias sobre você aqui. – Comentou Roy.

 

A cada vez que seu codinome era pronunciado, parecia que Edward levava uma facada no peito. Mas ele resistia sem se exaltar a ponto de mandar Roy ir para o inferno.

 

- Estou trabalhando com Winry em Rush Valley. – Comentou Edward. – Estamos vivendo juntos, não sei se soube.

 

- É... Essa noticia chegou aos meus ouvidos, mas ainda assim isso não vem ao caso. Liguei por que precisava lhe convidar para comparecer ao quartel na cidade Central. Existem assuntos a serem tratados com você. – Disse Roy amaciando o tom.

 

- Você não poderia ter ligado numa hora melhor não?! – Perguntou Edward com aquela típica careta de quando estava com raiva.

 

Roy gargalhou por trás da linha: - E você acha que eu ia adivinhar que eu estava lhe atrapalhando em algo? – Soou malicioso dessa vez.

 

- Qu... Como é?! – Engasgou-se o loiro.

 

- Você continua previsível de mais, Fullmetal. – Comentou Roy gentilmente. – Venha para central e se possível traga Winry... Não abandone mais aqueles que um dia você chamou de companheiros.

 

Roy sem obter uma resposta desligou o telefone, deixando Edward refletir. Ele sabia que aquilo que Mustang havia dito era certo, e às vezes parava para lembrar-se das partes boas de tudo aquilo que viveu. Sentia uma falta imensa daqueles que um dia pode chamar de amigos.

Armstrong e seus músculos; Riza e os outros subordinados de Roy, a familia de Maes Hughes e tantas outras pessoas que estiveram ao lado de Ed e Al por tanto tempo.

A porta do banheiro se abriu novamente e Winry apareceu secando o cabelo, já vestida novamente ao mesmo traje de antes. O clássico traje que sempre usara em sua oficina.

 

- Quem era no telefone? – perguntou se aproximando de Ed.

 

- Era o Roy. – Respondeu, olhando gentilmente nos olhos da amada. – Ele pediu pra que a gente fosse até a central.

 

- Motivos? – Quis saber a garota.

 

- Não sei ainda, mas parece que ele está com saudades. – Disse ironicamente o loiro. – Mesmo assim ainda creio que exista algo mais por trás disso.

 

- É... – Winry palpitou pensativa. – Sempre existe algo por trás do misterioso Roy Mustang.

 

Edward se encaminhou para o quarto no andar de cima, pisou no primeiro degrau e olhou para Winry.

 

- Vou colocar roupas e organizar algumas coisas, então poderemos ir. – Disse. – Você vai assim mesmo?

 

- Ehr... Acho que não seria muito educado ir à central com minhas roupas de trabalho. – Comentou. – Vou me trocar também.

 

Após algum tempo ambos estavam prontos. Ed vestia-se diferente de quatro anos atrás, seus trajes lembravam os de Hohenheim e lhe davam uma aparência mais séria e madura. Não prendia mais o cabelo trançado, deixava-o solto e escorrido até metade das costas.

Winry, um vestido azul claro que lhe descia até um pouco acima do joelho e de alças finas, levava com ela uma bolsa pendurada no ombro.

Os dois saíram de casa finalmente. Edward agora com um carro guiou-os até a estação e de lá tomaram um trem rumo a Central City.

 

Edward Elric... Antigo Fullmetal Alchemist e com um passado cheio de lacunas, assim como seu coração. Havia desistido de encontrar respostas, para viver com a mulher que amava, mas as feridas que o tempo lhe causou, jamais irão lhe deixar viver em paz.

 


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Notas finais do capítulo

Notas do autor:

Olá! Muito prazer.

Eu sou Yahm Asaka e esse é um fanfiction inspirado na série de Hiromu Arakawa: Fullmetal Alchemist.
Lembrando que estou me inspirando no Brotherhood e não na serie clássica de anime. Sei de alguns spoilers do manga, mas não o leio, então vou criar as minhas próprias hipóteses daquilo que acompanhei do anime Fullmetal Alchemist Brotherhood e até onde ele chegou.
Bom, espero que tenham gostado do prólogo... E eu vou impor algumas coisinhas (são opcionais, gente! Não se preocupem, pois existe liberdade para todos! Ou pelo menos é o que prega a anarquia [?]).
OK sem mais delongas. Eu gostaria que apontassem pra mim tanto as partes boas quanto as ruins dos capítulos. Eu sou um escritor amador a procura de pontos de vista. Claro, eu peço pra que vocês: sejam coerentes ( sim, não sejam bonzinhos! Sejam coerentes.) Apontem minhas falhas e meus acertos, para que eu possa melhorar.
Sei que no Nyah! ta rolando muita polêmica sobre ortografia e tals... Eu tento dar o melhor de mim, como escritor. Façam sua parte como bons leitores também!

Alguns esclarecimentos sobre a história e seu andamento:

— Os meus hentais nessa história não vão ocorrer com vulgaridade e nem serão muito “hardcores”. Creio eu que esteja escrevendo uma história madura (por mais que seja fantasiosa) e hentai muito vulgar e cheio de safadeza deixa a história muito “infantil” (entenda isso como: sem sentido, ou agressiva de mais para um tema como este.) Então, não esperem mil posições e um milhão de fantasias sexuais.

Bom, acho que de momento é só! Esse foi o prólogo, logo em seguida virão os capítulos com muito mais surpresas de Fullmetal Alchemist: After all.

Até mais!