Terrible Lies escrita por Anddie in Wonderland


Capítulo 7
First Date


Notas iniciais do capítulo

Atualização surpresa!



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– Você precisa de mais alguma coisa? – perguntou Selina, que estava ajoelhada no chão, pois estava ajudando Thea a calçar seus sapatos.

– Sel, eu estou bem. Eu só tive um coma alcoólico, não perdi uma perna – Thea disse, segurando a amiga pelos ombros e sacudindo-a. – Quando você vai voltar para Gotham?

– Está me expulsando, Queen? – Wayne respondeu, com uma sobrancelha levantada ainda ajoelhada no chão. – Só irei embora quando eu estiver cem por cento certa que você está bem.

– Então você poderia ter partido no momento em que eu acordei. Eu estou bem, Sel.

Selina suspirou e concordou com a cabeça, dando um largo sorriso. Ela estava na Mansão Queen desde que Thea havia deixado o hospital, e ela já considerava uma segunda casa.

As duas desceram para tomar café da manhã, esperando encontrar Moira, Walter e Oliver sentados, mas encontraram apenas Moira.

– Sentem-se, meninas – a mais velha disse com voz tranquila.

– Senhora Queen, muito obrigada por me deixar ficar aqui esses dias com Thea – Selina agradeceu olhando Moira nos olhos.

– Ora, não precisa agradecer, querida. Aprecio muito que tenha ficado aqui com ela. Mas creio que seu pai não queira que você fique aqui por muito tempo. Bruce sempre foi tão protetor com você.

– Na verdade, ele até que tem aceitado bem eu estar aqui. Ele entende meus motivos – disse, sacudindo a cabeça em concordância. – Desculpe perguntar, mas, nos conhecíamos quando eu era pequena?

– Oh! Não, querida. Mas nós sabíamos que seu pai tinha uma filha, isso ele nunca escondeu dos amigos, nós só não podíamos conhecê-la – explicou. – Thea, você está muito quieta, há algo errado? – perguntou virando-se para a filha.

– Onde está Oliver e Walter? – Thea fugiu da pergunta.

Moira suspirou.

– Oliver disse que precisava sair e resolver uns assuntos pessoais, e Walter teve problemas na Queen Consolidated.

O resto da refeição foi passada em silêncio, apenas com trocas de olhares entre as três mulheres à mesa, com a tensão se tornando mais forte quando mãe e filha se olhavam. A “volta ao mundo dos acordados” de Thea não foi tão tranquila quanto o esperado. Claro que no momento em que Moira chegou ao hospital e encontrou sua filha acordada depois de dois dias, foi só amor, mas depois de algumas horas, Moira deu o maior sermão, além de ter colocado Thea de castigo por tempo indeterminado.

Depois de terminarem de comer, as amigas subiram para o quarto de Thea e ficaram deitadas na cama, mexendo em seus telefones celulares. Elas comentavam sobre as fofocas das celebridades e olhavam as novas coleções de roupas de marcas famosas.

Selina foi interrompida quando seu celular começou a tocar e o nome “Tommy Merlyn” surgiu na tela. Ela rapidamente pulou da cama e saiu do quarto para atender, deixando Thea com um grande ponto de interrogação em cima da sua cabeça.

Alguns minutos mais tarde Selina voltou para dentro do quarto com um grande sorriso, só aumentando a curiosidade de Thea.

Obviamente, Tommy havia marcado o dia do tal jantar. Naquele dia no hospital, Selina havia dito que queria esperar até Thea se recuperar completamente para marcar algo e ele disse que estava tudo bem.

– Iiiih, o que esse sorrisinho significa? – Thea perguntou quando a melhor amiga voltou para o quarto – E quem que estava ligando para você? – Selina permaneceu em silêncio. – Pelo amor de Deus, Selina, fala alguma!

Selina se jogou de frente na cama, pegou um dos travesseiros fofos e grandes e colocou no seu rosto, tapando-o, e abafadamente disse:

– Talvez eu tenha um encontro hoje.

Thea ficou uns instantes olhando para Selina com as sobrancelhas franzidas e com a boca em forma de “o”. Depois de repassar o que a melhor amiga balbuciou umas 10 vezes, ela conseguiu entender e assim que o fez, arqueou as sobrancelhas.

– VOCÊ DISSE QUE TEM UM ENCONTRO? COM QUEM? – perguntou empurrando Selina para que ela se virasse e respondesse de forma que ela pudesse entender.

– Não sei se devo contar.

– Vá se foder, Selina. Não me venha com isso de “não sei se devo contar”.

Wayne sorriu e se levantou, ficando, assim, de joelhos na cama. Thea fez o mesmo.

– Você tem que jurar por tudo que é mais sagrado que isso vai morrer aqui. Não quero que ninguém saiba – Thea concordou com a cabeça e levantou sua mão com punhos cerrados, deixando apenas seu dedo mindinho levantado, para um juramento de dedinho. Selina retribuiu o gesto. – Tommy Merlyn. Eu vou a um encontro com Tommy Merlyn.

Thea ficou boquiaberta.

– Você surgiu no o mundo há pouco mais de uma semana e você já tem um encontro marcado com um bilionário gostoso! – sussurrou, mas sua vontade era de gritar para os quatro quantos da Mansão – Mas espera, eu realmente achei que você e meu irmão iriam ter algo. O que houve?

– Não houve nada. Acho que nós dois concordamos que não daria certo – afirmou, e Thea abaixou o olhar. – Não faça esse olhar! Ele deve ter dezenas de outras garotas para onde correr.

Queen acenou freneticamente a cabeça.

– Você está certa, Oliver com certeza tem outras garotas. – disse se levantando da cama e puxando Selina consigo – Temos que comprar uma roupa nova para você.

E as duas seguiram escada abaixo e quando estava a um passo de saírem, Moira para atrás das duas com seu olhar repreendedor e lembrou Thea que no seu castigo, sair de casa estava proibido.

Depois de muitos minutos tentando convencer Thea de que ela poderia muito bem comprar uma roupa sozinha, Selina saiu vitoriosa da Mansão e foi para o shopping, acompanhada de Jack, sabendo que não demoraria mais de uma hora para escolher a roupa.

O passeio no shopping foi tranquilo, apenas com algumas pessoas tirando fotos dela, mas ninguém a importunou. A não ser por Thea. Mesmo a alguns quilômetros de distância, ela era única que havia irritado Selina. A cada cinco minutos mandava uma mensagem diferente perguntando coisas como: em qual loja você está agora? Me manda uma foto da roupa que você vai levar para o provador? Quais sapatos dessa loja que combinam?

Caramba, mulher!

– Jack, você está dispensado esta noite. Irei a um jantar – Selina disse a seu guarda costas, no caminho de volta à Mansão Queen.

– Creio que seu pai não irá gostar de sabe disso, senhorita – disse com a voz firme, sem tirar os olhos da estrada.

– Já disse para me chamar apenas de Selina. – relembrou, tentando soar o mais sutil possível – E ele não saberá sobre este jantar, Jack. Conto com você para que isso dê certo.

Jack não disse nada, apenas a encarou através do espelho retrovisor. Ela sabia que aquele olhar significava um “não”.

– Por favooooooooooooooooooooor – implorou fazendo cara de cachorro perdido.

O homem bufou.

– Tudo bem – cedeu, então. – Apenas se você me prometer que seu pai não irá saber que eu fui um cumplice nisso. Sabe, senho... Selina, eu posso ser um ex-agente do FBI, mas seu pai sabe ser assustador quando ele quer – brincou, dando um leve sorriso.

Selina tocou a campainha da Mansão, pois não tinha as chaves, logicamente, e foi recebida por Oliver, que vestia um roupão preto. Ele deu um passo para o lado, dando-lhe passagem.

– Por que vocês mulheres estão sempre indo às compras? – ele perguntou, quando viu que nas mãos delas estavam algumas sacolas de papelão.

– Já é de nossa natureza – ela respondeu, fazendo ele abrir um sorriso. – Não está com calor? – disse se virando para ele e apontando para o roupão que ele usava.

– Sim, estou morrendo – confessou.

– Então tire esse roupão – sugeriu ela e depois corou, notando o duplo sentido que essa frase possui.

– Não creio que você queira ver como eu vim ao mundo, porque é assim que eu estou por baixo deste roupão – falou e Selina desejou ter um buraco onde se enfiar.

– Ok, eu definitivamente não quero – Wayne sorriu e se retirou do hall de entrada indo para o quarto de Thea e deixando Oliver sozinho.

O celular de Oliver berrou no bolso do seu roupão, dando-lhe um susto. Achou que fosse Felicity para avisar que o Arrow iria precisar bater em alguns caras, mas se surpreendeu ao ver que era Tommy.

– Ei, Tommy – atendeu.

Ollie, eu preciso da sua ajuda.

– Está tudo bem, Tommy? – Queen perguntou, percebendo que seu amigo estava um pouco desesperado.

Sim. Quer dizer, não – Merlyn respirou. – Eu tenho um encontro hoje.

– Isso é ótimo! – comemorou. – Espera, não vai me dizer que está nervoso.

Eu estou nervoso. Eu não sei nada da garota. Só que ela é gostosa – Merlyn confessou.

Oliver não pôde deixar de soltar uma risada.

– Quem é a garota, Merlyn?

Primeiro você tem que prometer que não vai me matar.

– Você não vai sair com a minha irmã, vai? – Oliver perguntou com voz firme.

Tá doido? Óbvio que não!

– Então, não vejo porque eu te mataria – Queen agora se dirigia para seu quarto.

Jura? Nem se fosse Selina Wayne? – assim que Oliver ouviu o nome de Selina, ele ficou imóvel. E depois de meio minuto mais ou menos respirou fundo e respondeu.

– Está tudo bem, Tommy. Nós não temos nada mesmo – respondeu com voz tranquila.

Eu gostaria de me explicar – Tommy falou suspirando. – Aquele dia no Verdant, eu achei que você fosse tentar algo, que você fosse dançar com ela, mesmo você sendo um péssimo dançarino. E você não fez nada. Depois de ter um ataque de ciúme do cara que dançou com ela no seu lugar, você desapareceu. Mas eu entendi que ainda era cedo para algo. Mais tarde, quando Thea ficou internada e vocês ficaram o tempo todo no hospital com ela, eu pensei “agora vai”, mas não foi. Então, eu fui um dia no hospital visitar Thea e esperei encontrar você lá, mas eu encontrei Selina, porque você tinha ido comprar café, e nós conversamos por uma hora. Ela é incrível, cara. Espero que entenda, de verdade.

– Tommy, você não precisa se explicar. Eu entendo. – Oliver disse, sinceramente. – Do que você precisa?

Alguma informação que eu precise saber? Alguma coisa que você saiba?

– Não sei. Ela gosta de lasanha, almoçamos juntos nesse dia do hospital e esse foi o que comemos.

Todo mundo gosta de lasanha – Tommy disse.

– Isso é verdade. – Oliver admitiu. – Então eu acho que eu não sei nada sobre ela que possa ser útil.

Grande ajuda, Ollie – Tommy disse do outro lado da linha com a voz séria, o que fez Oliver rir. – Vou tentar pensar em alguma coisa. Me deseje sorte!

– Até parece que você precisa – Queen falou, ainda rindo. – E, Tommy – acrescentou rapidamente antes que seu amigo desligasse –, você será o primeiro cara que leva ela a um encontro, não se esqueça. – a chamada foi encerrada.

***

Tommy iria buscar Selina às sete, e às seis e cinquenta e cinco ela já estava pronta. Mesmo com as incontáveis tentativas de Thea de fazê-la parar, Selina andava de um lado para o outro há alguns minutos.

– Sel, pelo amor de Deus, pare de andar. Vai acabar suando – Thea tentou, mais uma vez.

– E se eu estragar tudo? E se eu falar alguma besteira?

– Você não vai. Agora senta aqui que eu vou retocar sua maquiagem.

O tempo de Thea retocar a maquiagem de Selina foi o tempo de Tommy chegar. Thea foi atender a porta para Selina ganhar um tempo para ajeitar os cabelos e passar novamente o perfume.

– Olá, Tommy – Thea cumprimentou quando atendeu a porta. – Ela vai descer em um minuto.

– Como estou? – Merlyn perguntou girando, para mostrar seu visual.

– Você está ótimo! Um arraso – ela elogiou. – Ollie, vai sair também? – ela perguntou quando seu irmão apareceu na porta, de terno e gravata.

– Sim, tenho um jantar, estou esperando Walter – Oliver explicou. – E aí, cara, nervoso? – perguntou se virando para seu melhor amigo.

– Quase vomitando – confessou Tommy, o que fez os irmãos rirem.

– Não faça isso nos sapatos dela – Thea brincou.

Um andar abafado sobre o chão de madeira coberto por tapetes chamou atenção dos três, fazendo-os virarem para trás. Selina estava maravilhosa, com sapatos Louboutin de salto alto pretos envernizados com as solas vermelho sangue, vestido preto justo ao corpo, que valorizava suas curvas, com decote em retângulo, que permitia que seus seios parecem mais avantajados, e alças grossas que cobriam todo o ombro. Seu cabelo estava ondulado e o lado contrário a sua franja estava predo atrás da orelha. Usava brincos de diamante que combinavam com seu colar. Sua maquiagem era simples, apenas um delineado preto, cílios postiços e um batom vermelho bem vivo.

– Jesus Cristo – Tommy disse com voz baixa, quase que sussurrando.

Selina andou até eles e ficou de frente para Tommy, que deu o braço para ela entrelaçar com o dela.

–Divirtam-se – Oliver falou. – Mas não se divirtam de mais – deu um sorriso.

– Merlyn! – Thea gritou quando eles estavam perto do carro, Tommy se virou para ver o que era. – Não traga ela tarde! – E riu, fazendo todos eles rirem também.

O restaurante tinha a decoração toda nas cores vermelha e dourada. O ambiente estava barulhento, mas era um barulhento agradável, os sons podiam ser distinguidos muito bem; vozes diversas em conversas distintas, talheres batendo nos pratos e um suave clássico tocava ao fundo.

– Reserva em nome de Tommy Merlyn – ele falou para recepcionista do restaurante. – Mesa para dois – fez um "dois" com os dedos.

– Por aqui, sr. Merlyn – a moça disse com voz calma, guiando o casal para sua mesa.

Chegando à mesa, Tommy puxou a cadeira para Selina, que agradeceu o gesto. Um garçom trouxe os cardápios e Tommy cochichou algo no ouvido dele, e Selina sabia que ele havia pedido uma bebida.

– Tommy, eu tenho 17 anos. Legalmente, ainda não posso beber – ela avisou e ele apertou os lábios, segurando o riso.

– Deus! Eu estou saindo com uma mulher de 17 anos.

(Nota da autora: Na fic, Tommy e Oliver tem 23 anos.)

– Se quiser eu posso ir embora – brincou, fazendo ele rir.

– Você pode ficar, desde que eu não seja acusado de pedofilia – ele disse e sorriu, fazendo Selina derreter um pouco por dento. Jesus amado, que homem era aquele?

O garçom voltou com uma garrafa de vinho que Selina não pôde dizer se era bom ou não, porque ela não sabia nada sobre vinhos. Ela arregalou um pouco os olhos quando viu que foi servido um pouco em sua taça.

– Então, o que vai querer? Aqui é o lugar da melhor lasanha de Starling. Você gosta de lasanha, certo? – Merlyn perguntou abrindo o cardápio que lhe fora entregue e Wayne fez o mesmo.

– Sim, eu adoro lasanha – respondeu com um sorriso. – Devo acreditar que Oliver lhe contou isso ou você é bom em dedução? – questionou.

– Talvez eu tenha perguntado –Merlyn respondeu, sem jeito, o que fez Selina sorrir mais ainda.

– Nunca vim a um desses restaurantes chiques, não sei o que significam todos esses nomes – admitiu passando os olhos pelos nomes estranhos que estavam na sua frente –, e nem mesmo sei se vim com a roupa certa!

– Você veio, acredite – Tommy disse desviando seu olhar por um segundo para o decote da acompanhante.

– Não seja tarado, Merlyn! – os dois riram.

O mesmo garçom que serviu o vinho para eles voltou na mesa, mas dessa vez perguntando se já queriam fazer os pedidos, Tommy respondeu que ainda não. Ele queria falar para Selina sobre alguns pratos.

– Merda, merda, merda! – Selina praguejou e escondeu seu rosto atrás do cardápio, quando viu que Oliver, Walter e seu pai entraram no estabelecimento.

– O que foi? – Tommy perguntou. Ele não viu o que ela tinha visto, pois estava de costas para a porta.

– Não olhe agora, mas Oliver, Walter e meu pai acabaram de chegar – avisou em um sussurro.

E como se ela tivesse dito "se vire sem discrição nenhuma, Tommy", ele se virou rapidamente para trás, recebendo um chute sob a mesa, ele levou a mão ao tornozelo onde havia sido acertado.

– Eu disse "não olhe agora", qual parte você não entendeu?

Então, Merlyn esperou alguns segundos, e, dessa vez, olhou disfarçadamente para trás.

– Quando me falaram que seu pai era mais assustador pessoalmente que por foto ou pela TV, eu não achei que fosse possível – Merlyn confessou, agora sussurrando também. – Mas, meu Deus, eu quase mijei nas calças.

Selina segurou o riso, para não chamar atenção. Tentava pensar em alguma saída, alguma escapatória, sem arruinar seu primeiro encontro.

As chances de um pai ter um jantar de negócios no mesmo restaurante em que a filha estava tendo um encontro às escondidas eram de uma em um milhão. Mas adivinhe quem era a azarada que iria ter essa chance? Exatamente. Selina Martha Wayne.

Por intervenção divina, seu pai sentou-se algumas mesas a frente, de costas para sua mesa, Walter a direita de Bruce e Oliver a sua frente, ficando de frente para ela também.

A expressão de Oliver quando ele avistou Selina teria sido engraçada se ela não estivesse em pânico. Primeiramente, ele arregalou as sobrancelhas sabendo da merda que estava por vir se Bruce visse a filha com Tommy. Depois ele rapidamente voltou ao normal, prestando atenção em algo que Walter estava falando, ele fez de tudo para Bruce não desconfiar.

Desesperadores dez minutos se passaram e Selina e Tommy ainda não haviam pedido, apenas bebido o vinho que ela nem pode notar se era bom porque estava muito preocupada com a morte lenta e dolorosa que teria se seu pai se olhasse para trás.

Ela notou que Oliver levantou-se e disse algo para seus companheiros, com uma leitura labial ela conseguiu descobrir o que havia dito, que foi: "vou ao banheiro" ou algo do gênero.

Avisou Tommy que iria atrás de Oliver tentar dar um jeito nessa situação, pediu licença e se levantou.

– Você precisa me ajudar – Selina disse em um sussurro quando chegou no corredor próximo aos banheiros.

– O que você quer que eu faça? – Oliver falou de volta, também em um sussurro.

– Leve ele para outro restaurante, não sei

– O que? No meio de um jantar de negócios? O acordo é milionário, Selina.

Ela bufou, tremendo como vara verde. Sua respiração começou a ficar descontrolada e Oliver percebendo, tentou ajudar.

– Ei, fica calma – disse abraçando ela. – Tommy sabe que seu pai está aqui? – ela assentiu. – Então, peça ele para levá-la a outro lugar, ele vai entender.

– Vou ter que arruinar meu primeiro encontro? Ótima maneira de começar – lamentou ainda nos braços de Oliver.

– Eu adoraria ficar aqui e discutir maneiras de salvar o seu encontro, mas tem um bilionário lá na mesa me esperando para fazer negócios.

– Certo. Temos que ir – afirmou se soltando dos braços de Queen. – Só mantenha ele distraído, ok? Assim nós podemos sair sem que ele nos veja.

– Certo.

Eles voltaram para suas mesas e ela notou que Oliver estava puxando assunto com Bruce, aquela era sua deixa.

– Tommy... – começou, fazendo ele olhar em sua direção. – Droga, eu queria que tivesse um jeito mais fácil de fazer isso – suspirou.

– É melhor nós sairmos, né?

– Eu não queria ter que fazer isso, mas se ele me vir aqui eu estou morta.

– Tudo bem, eu já paguei pelo vinho. Vamos – chamou-a levantando-se da sua cadeira, ela o seguiu e eles foram em direção à porta.

Tudo parecia bem, Bruce parecia não ter notado a filha ali e Tommy também não parecia chateado.

– Para onde nós vamos? – ela perguntou, os dois estavam dentro do carro, Merlyn conduzia enquanto ela estava no banco do carona.

– Para minha casa.

Ela arregalou os olhos.

– O que foi? – ele questionou. – Nós só vamos comer alguma coisa lá, não é como se eu fosse te atacar ou algo assim.

Eles chegaram a casa de Tommy e Selina não pôde deixar de ficar encantada.

A chão era de mármore, como o da sua casa, haviam escadas laterais também em mármore. Pilastras grandes e redondas sustentavam o teto.

– Sinta-se à vontade – Tommy disse tirando seu paletó. – Vou na cozinha rapidinho ver qual será o menu de hoje. A sala de estar é logo ali, tire os sapatos se quiser.

Ela seguiu à esquerda, indo para a sala, que também tinha o chão de mármore. O sofá era grande e parecia confortável. Havia uma lareira também, esta já estava acesa. Ela colocou sua bolsa da mesa de centro e sentou-se no sofá, esperando seu acompanhante.

– Temos um problema – Tommy disse entrando no cômodo. – A única coisa disponível para nós esta noite é lasanha congelada.

– E com “única coisa disponível” você quer dizer “a única coisa que eu consigo preparar” – Selina deduziu.

– Exatamente – ele concluiu apertando os lábios.

– Por mim tudo bem.

Ele respirou fundo e sentou-se ao lado dela, o que fez seu coração bater mais rápido. Céus, como ele estava cheiroso! Qual perfume será que ele usa?

– Me desculpa, de verdade. O que eu mais desejo nesse momento é saber cozinhar – Merlyn lamentou.

– Não precisa se desculpa. Eu é que devo, afinal, meu pai é que apareceu lá – ele estava olhando bem no fundo dos olhos dela. Como eram azuis!

Ele não respondeu, apenas sorriu (ele iria continuar fazendo aquilo?), se levantou e voltou para a cozinha.

Enquanto ela esperava, ela foi até a grande janela que havia a sua esquerda. Afastou as cortinas para o lado e olhou janela afora.

A noite estava linda, o jardim que estava em frente à janela era iluminado apenas pelas luzes fracas que haviam no chão. Alguns vagalumes vagavam livremente por ali também.

Ela viu alguma coisa na árvore, não tinha certeza do que era, mas ela viu algo se mexer.

– Enquanto a lasanha está no micro-ondas, porque não continuamos tomando vinho? – Tommy voltou para a sala de estar e entrou a ela uma nova taça com vinho. – O que está olhando?

– Acho que vi algo lá fora, parecia uma silhueta.

– Tem certeza? Pode ter sido algum animal.

– É, você tem razão. Pode ser o vinho também, já está me fazendo ver coisas.

***

Oliver, Walter e Bruce conseguiram chegar a um acordo. Agora a Wayne Interprises e a Queen Consolidated eram sócias.

– Ótimo jantar, senhores – Walter disse quando já estavam fora do restaurante. – Agora, com licença um minuto que vou chamar nosso carro.

Então saiu, deixando Oliver e Bruce sozinhos.

– Foi uma noite muito agradável – Bruce começou, e Oliver concordou com a cabeça. –, e é muito bom saber que minha filha tem um amigo como você, que está disposto a estragar um jantar com um acordo milionário em jogo apenas para garantir o encontro dela – e simplesmente saiu, entrando em seu carro.

***

Nanda Parbat

Nyssa entrou na sala com a cabeça erguida, confiante como sempre, parando a alguns metros de distância do Poço de Lázaro, onde seu pai, Ra’s Al Ghul, se encontrava. Ele estava de costas para ela.

– Um dos nossos espiões seguiu Selina Wayne durante toda a noite. Ela se encontra com Tommy Merlyn, filho de Malcolm Merlyn. Devemos agir? – disse convicta.

Ra’s não mexeu um músculo se quer.

– Ainda não é a hora. Devemos esperar ela encontrar o bilionário certo.


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Notas finais do capítulo

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