Pov Jess

Eu gritei.

O estranho se vira e olha dentro dos meus olhos, arregala os dele e abre a boca em um O perfeito. Só então notei o que ele tinha na mão, o meu livro do Sangue do Olimpo, meu sangue ferveu. Eu não pensei nas consequências, ele podia ser um assassino/sequestrador ou sei lá oque e principalmente nem ligando que eu estava de toalha, mas no meu bebê ninguém mexe. Simplesmente me jogo em cima dele e acabamos caindo os dois no chão (eu por cima dele).

– Quem. Você. Pensa. Que. É. Pra. Encostar. No. Meu. Livro. – Gritei alternando cada palavra com um tapa.

– Calma, calma. AI!

Não sei como mas ele consegue nos virar ficando por cima de mim segurando meus dois braços, um em cada mão, acima da minha cabeça.

Me perco na imensidão azul de seus olhos, eu percebo o quanto eles são lindos, quase da pra enxergar minha lama no fundo deles. Foco Jess, foco.

– Dá pra parar? – Disse ele me olhando com uma cara estranha.

– Sai de cima de mim, idiota.

– Só quando você prometer que vai parar de me bater.

– Deixe-me pensar? Você invade a minha casa, entra no meu quarto e pega um dos meus livros favoritos e começa a ler. O que achou que eu deveria fazer gênio? – E é nessas horas que o sarcasmo ativa. Então percebi que ainda usava toalha e digamos que estamos em uma posição um tanto peculiar pra quem está de toalha.

Nesse momento tiro forças até do Tártaro e consigo me levantar amarrando mais firmemente a toalha ao meu redor.

– Eu não sou um estranho, te conheço desde que nasceu – Fala o "estranho" enquanto se levanta. Reparo em seu corpo e no que está vestindo, ele tem um corpo atlético com músculos na medida certa e os cabelos loiros bem bagunçados, usava uma camiseta regata branca, uma calça jeans, coturnos pretos e uma jaqueta de couro linda.

– Até parece, te dou no máximo 18 anos

– É verdade, juro pelo Rio Estige – Ele levanta as mãos, da um sorriso torto e levanta uma sobrancelha. Como se tivesse dado a última cartada.

– Você ta falando a verdade – Constato incrédula.

– Não tem porquê mentir

– Como seria possível você me conhecer desde que nasci sendo que parece mais um adolescente não tão mais velho que eu? Quem é você?

– Sou Apolo.

A cara que eu devo ter feito deve ter sido muito estranha porquê ele deu risada.

– Apolo, claro. e eu sou Afrodite prazer – Ironia é a saída pra tudo amigo.

– Eu to falando sério.

– A é? Então prova. – Cheguei mais perto o incitando a me provar.

Ele chegou mais perto também e sussurrou bem próximo ao meu ouvido.

– Eu juro pelo Rio Estige que eu sou o Deus Grego Apolo – Ele falou bem baixinho o que me arrepiou toda.

Me afastei, porque eu seria incapaz de pensar racionalmente com ele tão perto assim de mim.

– Tu-Tudo bem, eu acredito – Gaguejei no início e me odeio por isso por que consigo ver outro sorriso de orelha a orelha no rosto dele, merda.

Então eu me dou conta de que Apolo está no meu quarto, O Apolo. O Deus do sol, da medicina, da música e mais milhares de coisas. Um dos meus deuses favoritos em PJO.

Tenho que me controlar muito para não dar um ataque de fangirl histérica no meu quarto.

– O que você faz aqui? – Questiono com uma sobrancelha arqueada.

– Muitas coisas querida. – Ele dá uma piscadela

– Eu não sou sua querida.

Me senti a America agora. Por fora "Eu não sou sua querida"; Por dento " Ai meus deuses. Apolo me chamou de querida e piscou pra mim, agora posso morrer feliz".

– Tanto faz querida. O principal motivo para eu estar aqui eu não posso te contar, mas tem a ver com seus pais. – Pela primeira vez ele fica realmente sério.

– Meus pais? O que tem eles? E aonde eles estão? – Só agora me dou conta da falta deles. Com todo o barulho que fizemos eles deveriam ter aparecido aqui.

– Nesse momento? Conversando com Ares, Afrodite, Hórus e Ísis.

– Gregos e Egípcios? só pode estar de brincadeira. E aonde eu e meus pais nós encaixamos nisso tudo?

– Eu não posso te dizer, mas gostaria que viesse comigo.

– A onde?

– Você confia em mim?

Ele me estende a mão, e eu o encaro, pensando seriamente nisso e tomando uma decisão que possivelmente mudará minha vida.

– Confio – E por mais incrível que pareça, eu realmente confia. Pego sua mão e o encaro, ele sorri pra mim e eu sorrio de volta.

Sinto ele me puxar contra si e uma névoa dourada nos cobrir, fecho meus olhos.

Quando os abro novamente não estamos mais em meu quarto e felizmente não estou mais de toalha e sim com a roupa que eu tinha escolhido e estava em minha cama. Jeans camiseta e coturnos.

O lugar em que estamos parece um bistrô francês, em uma grande mesa próxima a nós estão meus pais e os que suponho serem Ares, Afrodite, Hórus e Ísis. Corro até eles o mais rápido possível.

– Mãe? Pai? O que está acontecendo? Eu Não to entendendo nada. – Minha mãe se levante me olhando ternamente e diz:

– Acho melhor sentar-se querida, teremos uma longa conversa agora.