Only Exception escrita por snixx


Capítulo 2
Capítulo 1 — Start Over


Notas iniciais do capítulo

Muuito obrigado pela recepção de leitores! Nunca pensei que Maze Runner teria tantos fãs leitores maravilhosos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/564608/chapter/2

— Temos que fazer compras. — Fechei a geladeira, não havia mais nada. Todos os salgadinhos, cervejas e sorvetes já tinham ido para o lixo.

A rotina com Newt era fácil, ele sempre estava fora de casa assim como eu. Ele tinha conhecido alguns caras em somente um mês e sempre estava em festas. Insistia para eu ir com ele, mais sabia que eu não iria me acostumar com aquilo. Compramos poucas coisas, por isso quase toda a semana estamos no mercado fazendo compras.

Em três semanas eu consegui trabalho em um restaurante, não aqueles luxuosos. Era repleto de adolescentes e alguns turistas que paravam para o almoço. Newt estava em uma oficina, onde conheceu Jorge. Nunca pensei que ele pudesse encontrar alguém tão parecido com ele.

A vida em Miami estava menos animada do que em Londres. Lá em tinha Minho e tanto outros amigos. Minho se comunicava conosco por skype ou celular. A novidade era que ele planejava vir para Miami conhecer a casa e depois voltar para a Universidade. Minho também disse que Teresa estava sempre falando com ele, perguntando como eu estava e Minho apenas ignorava-a do melhor jeito possível.

O número de Teresa já tinha sido deletado, isso não apagaria a minha memória. Eu ainda tinha o número dela de có em minha cabeça. Ela sempre estava me ligando e com isso eu bloqueie seu número do meu celular. Pensei em mudar de tudo, todas as redes sociais que eu tinha, mas ela sempre iria me achar.

O plano de esquecer Teresa era impossível, todas as noites eu desejava ela do meu lado. Eu sabia que nenhuma garota de Miami seria capaz de absorver toda a dor que Teresa me causou.

Ás vezes eu me pegava pensando no por quê que ela rompeu, ainda mais depois de mil juras de amor. Eu amava-a e aquilo não iria se apagar de uma hora para outra.

Eu poderia contar quantas vezes eu já tinha ignorado as garotas que tinham me dado seus números no restaurante, sempre jogava seus números no lixo. Newt reclamava por eu não lhe dava os números.

Newt estava sentado no sofá, seus pés estavam em cima da mesa principal da sala. A televisão estava desligada e a mesa estava cheia de salgadinhos. Os malditos salgadinhos que tinham restado.

— Fez a lista, mamãe? — Perguntou Newt em um tom zombeteiro.

— Sempre tenho uma. — Rodei a sala até chegar na porta da casa.

— Vamos agora? — Ele se virou e perguntou.

— Levanta logo esse traseiro, Newt. — Disse e logo saí de casa.

.

— Você colocou cerveja na lista? — Newt perguntou enquanto colocava seus óculos escuros.

— Mesmo não tendo você iria pegar. — Rolei os olhos.

Newt deu ombros.

Enquanto eu caminhava para outra seção, notei que a presença de Newt estava distante. Sabia que ele estava atrás de mim mais sua presença era como á de uma pedra. Dei a volta para procurar por ele, quando encontrei ele com Jorge simplesmente virei as costas e continuei a caminhar

Ignorei ambos, continuei pegando alguns materiais de limpeza que precisávamos. A casa estava extremamente suja e de algum modo eu pretendia deixar Newt sóbrio o suficiente para arrumar a casa toda.

As risadas de Newt dava escutar mesmo de longe e Jorge sempre procurava ser reservado. Não cheguei a me contatar com Jorge da maneira que ele fala com Newt. Visitei Newt várias vezes na oficina e nunca achava Jorge ou algum outro cara ao não ser Newt.

Garanti arroz suficiente para um mês, sabia que somente eu iria cozinhar em casa então peguei todos os tipos de caldos e temperos que tinham na seção. Garanti todos os ingredientes de bolos e mais de três potes de sorvete. Flocos, Chocolate e Abacaxi.

Um grupo de meninas passou por mim me olhando pelo canto dos olhos. Costume de um garoto de Miami, chamar elas ou piscar. O que eu faço, me afasto o suficiente.

Logo mais a frente vi uma garota plantada na frente da geladeira de sucos. Percebi que ela estava a mais de cinco minutos ali, minutos suficientes para eu decidir quais sabores de sorvete eu iria pegar. Ela estava falando com si mesma e sussurrando coisas, sua expressão era raivosa. Ela não parecia uma garota de Miami, estava com uma calça jeans e um moletom de tecido leve. A maioria das meninas em Miami costumavam usar biquíni e shorts, agora essa menina era completamente diferente. Seu cabelo estava solto o que fez eu não ver sua face. Pude ver a franja de seu cabelo que caia em cima dela.

Uma senhora que fez uma fila atrás dela bufava pelo jeito atrapalhado dela mais não tentava ajudar-la.

— Hey? — Chamei-a tentando não lhe assustar. Ela tinha terminado de pegar os refrigerantes e pude ver o quão ela estava pegando peso. Ela estava tentando carregar cinco garrafas de refrigerante.

Vi sua face logo quando ela percebeu minha presença, não pude negar uma risada. Eu ainda não sabia se ela era desastrada ou se o peso estava-a atrapalhando.

Ela era bonita, pensei.

— Não fique rindo! — Ela reclamou. Jogou todas suas garrafas dentro do meu carrinho.

Bonita e abusada.

Encarei-a por uns segundos. Ela arrumou seu cabelo e plantou um sorriso no rosto.

— Eu sou Brenda. — Ela jogou sua franja para trás e sorriu. — Agora você já pode me ajudar.

Ela continuou a caminhar e eu fiquei parado. Ela continuou a caminhar sem dar importância, como se aquilo era mais um costume de todas as pessoas do mundo. Ela era linda, mas aquilo com certeza não foi o motivo de eu deixar ela fazer algo.

Ela olhou para trás e me viu distante dela. Eu estava tentando descobrir o que aqueles olhos castanhos diziam para mim.

Empurrei o carrinho que estava com as minhas compras — e as delas — até seu caminho. Ela sorriu novamente e logo riu de algo.

— Seu nome? — Ela perguntou.

— Thomas. — Disse com indiferença. — Você é sempre assim? Pega o carrinho de desconhecidos?

— Thomas, você pode apenas me ajudar? — Ela perguntou e logo colocou uma de suas mãos em meu carrinho.

Olhei para seus olhos castanhos, vi que parecia que eu a conhecia a anos. O mistério em seu olhar e o sorriso em seus lábios eram perfeitos. O jeito liberal dela era totalmente aceitável para mim, eu tinha conhecido uma garota da pior forma possível e do mesmo jeito não fui frio com ela.

Quando pensei em responder algo a ela, fui atrapalhado pela voz de Jorge.

— Brenda, — Ele chamou-a. — parece que já conheceu o Thomas.

— O Thomas, — Ela caminhou até o Jorge e bateu em seu peitoral. — me ajudou a pegar a droga desses refrigerantes enquanto você estava de palhaçada.

Arqueei uma sobrancelha para ela.

— Ela fez uma apresentação adorável? — Jorge apontou para mim.

Brenda virou e colocou a mão na cintura esperando uma resposta. Balancei a cabeça como um não e ela rolou os olhos.

— Ok. — Jorge colocou as mãos no bolso da calça. — Essa é Brenda, ela é um gênio.

Assenti com a cabeça.

Pensei na possibilidade de Jorge ser o namorado de Brenda, mais logo descartei essa ideia. Não acreditava que a favorita primeira impressão de Brenda era um bêbado.

Brenda caminhou até o meu carrinho e começou a pegar seus refrigerantes. Ela novamente parecia atrapalhada ao pegar todos então impedi-a de pegar eles.

— Posso ajudar você até o caixa. — Sorri gentilmente.

— Ok. — Ela largou os refrigerantes dentro do carrinho.

Eu não sabia o que dizer para ela e ela muito menos. Parecia constrangida por Jorge estar ali ou algo do tipo.

Sem dizer nada, caminhei com Brenda e Jorge até o caixa. No caminho eles conversavam sobre a festa que teria hoje. Jorge falava sobre Newt ir e que ele dizia que eu estava em Miami para me divertir. Brenda me olhava quase todo minuto, tentei não olhar de volta mais era impossível.

Aproveitei com o sumiço de Newt e paguei logo as compras me livrando das cervejas que ele iria querer que eu comprasse. As compras pareciam enormes para somente duas pessoas em casa, talvez os refrigerantes de Brenda estariam deixando aquilo uma grande compra mais no fundo eu podia ver um monte de salgadinhos jogados.

Logo depois de ambos pagarmos nossas compras, Jorge foi embora com os refrigerantes em seu carro enquanto Brenda ficou no estacionamento. Talvez ela tinha algo a fazer depois de vir ao mercado.

— Brenda. — Chamei-a. Ela virou o rosto e sorriu. — Quando irei poder te ver novamente?

— Hoje. — Ela riu. — Vá a festa com Newt e me verá.

.

Pensei na questão de ir a festa a tarde toda, eu sabia que Newt implicaria comigo sobre ir a festa. Eu ainda não tinha vontade de curtir a festa, mais eu queria absurdamente ver Brenda novamente.

Conhecer um garota como ela era raro. Em somente meia hora passeando pelo mercado com ela, pude montar uma lista de alguns defeitos e perfeições nela.

Nunca fui próximo de meninas que gostavam de ser abusadas, sempre achei que elas eram convencidas demais e eu tinha certeza que Brenda podia ser uma delas. Mais de algum modo, Brenda foi diferente, sua voz não tinha nada de gentil e nem de doce mais ela conseguiu jogar um pouco de açúcar em mim.

Quando cheguei na festa, Newt já estava lá. Ele e Harriet estavam conversando, Newt não parecia bêbado. Ele e Harriet mantiveram um relacionamento não muito liberal, Newt parecia gostar dela e sabia que de algum modo o final de ambos não seria feliz.

Nunca fui de ir em festas desacompanhado, sempre estava com Teresa. Ela sempre ficava ao meu lado e sempre ela que bebia, eu tentava permanecer o mais sóbrio possível para levar-la para casa sã e salva. Todas festas que fui eram do colegial, as vezes as pessoas faziam no Sábado atrás de um clube que era na escola. Nunca cheguei a ir em festas em boates, Teresa tinha ido em várias com algumas amigas mais eu nunca quis tocar o pé em uma.

As festas de Miami tinham costume de ser em bares ou no cais. Exatamente como essa, a praia estava cheia de adolescentes, a maioria deles estavam acompanhados de amigos. Poucos pareciam maior de idade ali.

A música era alta, mal conseguia manter o foco em algum lugar. Alguns estavam dançando e outros apenas balançando com a batida. Nunca soube sobre festas em praias, sempre evitei as praias.

Encontrei Brenda me observando. Ela tinha um copo em boca e estava escondendo seu sorriso. Caminhei até ela e ela se levantou da areia. Ela ainda se destacava no lugar, suas roupas estavam diferentes de todas as outras garotas.

— Você veio. — Ela disse cautelosamente.

Assenti e ela somente sorriu.

— Pensei que não viria. — Ela riu, sem humor.

— Eu queria te ver novamente. — Respondi rapidamente, como se não tivesse nenhuma importância.

— Bom, — Ela se esticou e deixou um beijo em minha bochecha. — vamos pegar uma bebida para você.

Fiquei surpreso pela a ação de Brenda, eu tinha a conhecido por um dia e ela era tão liberal. Caminhamos pela praia toda, Brenda tentava pegar todas as informações possíveis da minha vida. Eu não sabia o que responder para ela, nunca conseguia falar dos meus pais, então preferi falar sobre minha vida na Universidade.

Brenda me contou sobre ela também, ela e Jorge eram como irmãos. Brenda foi adotada pela família de Jorge quando completou 10 anos. Disse que Jorge fez várias perguntas bestas para ela e falava que faria da vida dela um inferno. Ela tinha 19 anos e Jorge era seis anos mais velho que ela. Quando foi adotada, pensou que seria a queridinha da família mais não foi. Perguntei-a sobre o seu jeito livre e ela respondeu que sempre foi assim, com todas as pessoas, sempre achava um jeito de alguém ama-lá ou odiá-lá. Comentou sobre sua vida do colegial e como conseguiu completar os estudos mais cedo. Ela não pensava em continuar com seus estudos, disse que não sabia o que faria se tivesse que seguir uma carreira.

— Pode me dizer a verdadeira razão de estar em Miami? — Ela puxou o meu braço para se agarrar nele. Não a impedi, somente ri com aquilo.

— Como assim? — Perguntei.

— Você com certeza não gosta da praia e nunca veio para uma festa a mais de 1 mês. — Ela tinha razão e aquilo me matava.

— Brenda...

— Quem quebrou seu coração? — Ela perguntou, seu tom era suave.

Eu não poderia fugir de Brenda, tinha que confiar nela ou apenas falar com alguém sobre o quão aquilo me matava.

— O nome dela é Teresa, ela foi minha namorada por três anos e noiva por dois. Estávamos juntos até o final dessas férias. Uma noite ela chegou em casa e disse que precisávamos cancelar o casamento, que ela não tinha certeza de seu amor por mim.

"Eu não consegui entender aquilo, ela sempre dizia que me amava e que nada e ninguém seria capaz de nos separar. Fiquei meses tentando me recuperar daquela dor. Ok, isso é estúpido, claramente você pensa que nós não nos importamos. Mas isso era diferente, Teresa foi a minha primeira paixão e eu não me imaginava com outra pessoa.

Eu ainda amo-a e isso é tão fácil de ver. Esconder meus sentimentos por Teresa é péssimo, ainda mais quando ela sempre está ligando e tentando falar comigo de algum modo.

Eu vim para Miami na esperança de esquecer ela, então eu trouxe Newt, que não está ajudando muito por sinal. Prometi a mim mesmo que nunca iria pensar nela novamente, mais é impossível esquecer Teresa."

Brenda prestou atenção em cada palavra que eu disse e aquilo me deixou feliz. Eu precisava de alguém para me entender ou me apoiar em algo,em qualquer coisa.

— Você precisa urgentemente esquecer ela, Thomas. — Brenda puxou o meu braço. — E eu sei exatamente como.

— Sério? — A dúvida me bateu, Brenda pareceu raciocinar rápido tudo o que eu disse.

— Na verdade não, — Ela riu. — mais nós precisamos dançar.

Deixei Brenda me puxar pela praia toda até o cais. Estava mais cheio que antes, muitas pessoas estavam dançando e tentando se perder na música. Brenda me puxou de leve até o meio do pessoal e pegou em minha mão.

— Podemos dançar calmamente aqui — ela me puxou para perto. — ou você pode se perder comigo.

Ela piscou para mim e eu ri.

Não tinha certeza se ela estava bêbada ou não mais ela estava completamente incrível daquele jeito. Ela colocou a mão em volta do meu pescoço e começou a se balançar no ritmo da música, parecia perfeita enquanto balançava seus cabelos.

— Você é louca, Brenda.

Brenda está no mesmo ritmo dos outros e eu somente consigo a observar.

Ela chega com os cabelos ao vento e olhar confiante, e,a sabe o catarse que causa e o véu de mistério que a envolve. Sabe a sensualidade de seu corpo e a confiança em sua voz. Quase acredito que o jeito dela agitar o cabelo seria capaz de criar uma onda de mar e que seus olhos castanhos são donos de todo o conforto do mundo.

Ainda tomada pela dança, Brenda se aproxima de mim.

— Me beije, Tom. — Ela pede.

Lembro de Teresa, lembro que ela não tem aquele sorriso despretensioso e o jeito meigo de menina que me fazia acreditar que Teresa era ligada a mim como a extensão do meu corpo. Brenda, nunca poderia tampar minha goteira emocional.

Por mais perfeita que Brenda era, ela não poderia me prender aos seus beijos. Brenda não seria capaz de ser Teresa, e em toda a minha vida em sempre quis alguém como Teresa.

Eu tinha a conhecido hoje e tudo estava maravilhoso, até agora.

— Você não é ela. — Digo.

A luz apaga e a música também. Sinto que Brenda não está mais em meus braços e que o que eu disse foi uma incrível estupidez.

Não vejo mais ninguém pode minutos, não vejo Brenda, não consigo encontrar seus olhos castanhos.

De algum modo eu acabei com tudo que poderia estar começando de novo, todas as chances que eu tinha. Tudo.

Eu tinha perdido Brenda, por palavras estúpidas e agora não podia ter-lá de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hã? Que? Como? Sim

Capítulo bônus sobre a Brenda?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Only Exception" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.