Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 49
O Nevoeiro


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capitulo gente!



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No que restou da Hinan do norte Bisco, Mary, Mia e Dylan procuravam por sobreviventes.

— O que é aquilo? — Dylan apontou para uma enorme construção de gelo.

— Nael… — Bisco revirava os olhos.

Eles estavam diante de uma fortaleza, preparavam-se para entrar quando repararam em um corpo de kotonaru espetado em um espinho de gelo.

— Acho melhor bater antes… — Mia aconselhou.

Vendo que ninguém havia tomado atitude alguma, Mary explodiu a entrada do local. Vários gritos femininos foram ouvidos e não demorou muito para que Nael saísse do esconderijo.

— Mas que por… — Reconheceu seu amigo — Bisco! — O shikõ sorriu satisfeito.— Achei que estivesse morto!

Bisco se aproximou do amigo e o abraçou. Contou para ele sobre a morte de Marius e explicou que Mia e Mary estavam do lado deles agora.

— Sejam bem vindas a sociedade! — Nael parou por alguns segundos — Não sei se ainda existe sociedade… mas bom… Bem vindas ao grupo!

Todos permaneceram em silêncio, o clima não era dos melhores.

— Bom… Vamos entrando? — Nael sorriu de forma convidativa — Esse é a minha fortaleza de gelo.

Todos do grupo acompanharam o shikõ para dentro. Com um movimento simples de dedo, Nael pôs fim ao buraco que Mary havia feito na parede..

— Quando tudo explodiu eu me vi sozinho. Procurei vocês por dias, mas percebi que precisava seguir em frente…

— Nael, nos vimos faz menos de 3 horas! — Bisco tinha revolta em sua voz.

— O que posso fazer? Sou do tipo que supera rápido! — Nael sorriu um pouco sem graça. — Como eu dizia. Após entender que estava sozinho. Busquei por sobreviventes e construí essa fortaleza para mantê-los a salvo.

Após chegarem ao salão principal, o grupo se deparou com os tais sobreviventes. Eram em torno de 20 mulheres com idade entre 17 e 24 anos.

— Então você resolveu criar um harém? — Bisco esboçava desaprovação.

— Por favor amigo, não manche meus atos heroicos com essa sua visão maliciosa. — Nael se mostrava ofendido.

Ambos sabiam que aquilo era uma encenação muito ruim, ele tinha um harém e se orgulhava disso.

— Você abrigou apenas mulheres jovens? — Dylan estava incrédulo — Deixou os demais para morrer lá fora?

— O que? Claro que não! — Nael se assustou com a pergunta do humano — Que tipo de pessoa você acha que eu sou?

— Do tipo tarado e não muito altruísta. — Mia respondia de forma simplória.

— Não precisava ser tão dura — Nael sentiu a alfinetada em seu peito — Os outros estão na parte de cima da fortaleza.

**

— Quais serão as suas últimas palavras, demônio? — Vallery mostrava confiança.

— As minhas últimas palavras? — Céverus olhava com certo desdém para a guerreira.

Uma densa névoa negra envolveu o corpo de Céverus.

— Eu tenho apenas uma palavras a dizer... — O homem ergueu duas esferas, uma em cada mão — Calamidade.

A esfera de cor negra foi imediatamente absorvida pela palma do adversário e logo em seguida seu corpo foi adquirindo uma forma mais forte. Seus músculos ficavam cada vez mais evidentes e algumas veias se alteravam por todo seu corpo, inclusive em seu rosto. a esclera de seus olhos adquiriram uma cor negra, enquanto sua íris pulsava um vermelho assustador. Enquanto Céverus passava pela sua horrenda transformação, a esfera que havia ficado em sua outra mão também se transformava. Ela que inicialmente possuía uma cor rosa pastel, aos poucos se tornava negra, deixando nítido que o filho mais novo a estava contaminando.

Os olhos de Vallery estavam vidrados no que acontecia a sua frente, mesmo sabendo que Céverus era monstruoso, nunca imaginou estar diante de algo tão demoníaco.

— Ah pelo amor de deus, não me diga que você vai esperar o fim da transformação?

A voz irônica de Butcher vinda do fundo do cenário despertou Vallery do seu transe.

— Não me faz ter arriscado a minha vida por nada! — Sayo também protestou.

Percebendo razão na fala de seus companheiros, Vallery partiu para o ataque.

Um pouco distante dali, Jon também estava em transe, mas diferente de Vallery, ele não estava diante de um inimigo poderoso, mas sim de um rosto conhecido.

Os movimentos de ataque, a postura de luta… estava diante dele mas era como uma alucinação.

— Jordy? — Jon sussurrava enquanto observava a sua ex esposa enfrentando Taiko em uma batalha poderosa.

— Meu amor… você está aqui e…

Uma intensa explosão fez o shikõ recuar alguns passos. Irritado com a interrupção contínua, Jon observou o corpo de alguns shikõs abatidos na batalha. Junto dos corpos haviam espadas, Jon se apossou de uma e olhou firmemente para o seu alvo. Taiko percebeu a ameaça vinda de longe, mas não teve tempo de se defender. Jon havia arremessado a espada com tanta força, que a sua velocidade era incrivelmente alta. A lâmina perfurou o braço do alien, antes que ele pudesse retirá-la teve seu corpo completamente explodido pela espada enfeitiçada.

— Como eu dizia… Jordy meu amor, você está aqui. — Jon dizia com gentileza como se nada tivesse acontecido.

Jordy por sua vez, estava confusa com a situação.

— É falta de educação interromper a batalha dos outros assim. — A até então falecida esposa de Jon, dizia com um mau humor aparente.

— Jordy… eu não te vejo há 12 anos… — O shikõ se aproximava lentamente.

A maga permaneceu onde estava, e no momento que Jon tocou o seu ombro, virou seu rosto, evitando assim, o olhar nos olhos.

— Eu não acredito que você está viva… Isso é real?

Jordy permaneceu em silêncio.

— O que há? — Jon tentava ver os olhos da garota.

Nesse momento ele percebeu que o rosto dela rosto estava molhado.

— Eu não estou viva. — Jordy disse de forma ríspida enquanto se afastava de Jon — Estou no exército de apoio da garota Miraniana.

— Espere…

— Não há o que esperar, Jon! A guerra está estourando lá fora! Não seja fraco. — A maga se afastou.

Jon se preparava para insistir com a garota, mas foi interrompido por uma sensação estranha. Ao seu redor pode perceber que uma intensa fumaça escura se formava, um odor de podridão se instalou no local. Olhando mais atentamente ele pôde perceber que a origem da névoa negra era Céverus.

Diante do demônio recém transformado, Vallery desferia incessantes golpes contra o campo de força que o protegia, mas conforme o tempo passava suas forças se esvaiam. Ela sentiu como se cada ataque fosse o último. Antes que pudesse atacar mais uma vez, sentiu-se sendo agarrada pela cintura.

— O que está fazendo? — Vallery se debatia nos braços de Jon.

— Te salvando, humana ingrata! — O shikõ torcia o nariz com desdém.

Vallery pensou em protestar, mas seus olhos haviam avistado o intenso nevoeiro a sua frente.

— O que é aquilo? — A guerreira estava mais uma vez incrédula.

— Aparentemente veneno, mas… — Jon estava pensativo — Veneno nunca foi um problema para mim! Aquilo é algo maior.

De fato, no momento em que ela respirou o ar fora daquele inferno, sentiu um alívio indescritível.

— Ele está querendo ganhar tempo. — Raque havia se aproximado dos dois — Não podemos dar esse tempo a ele.

— Tempo para que? — Jon encarou a miraniana com receio da resposta.

— As esferas que ele possui… são tão antigas quanto a maldição — Raque pausou a voz —  na verdade elas são a própria maldição.

— Era esse o plano desde o início. — Mizuno havia se aproximado. — Nunca teve a ver com a Masayoshi.

— Ele só veio até a terra para conseguir as esferas e ter poder absoluto. — Mizusha também se uniu ao grupo.

— A única coisa que Céverus teme no universo é a Masayoshi e ele queria eliminar essa fraqueza. — Mizuno estava com os olhos fixados no nevoeiro.

— Vir para cá era arriscado, mas era a última cartada para ele vencer esse jogo… definitivamente. — Mizusha completou.

— Você precisa voltar lá agora! — Raque encarou Vallery

A guerreira acenou positivamente com a cabeça e se preparou para correr em direção ao campo de batalha, mas teve seu braço puxado por Jon:

— Não tão depressa.

— O que foi agora? — Val estava impaciente.

— Já deu uma boa olhada na sua espada? — O shikõ estava sério.

Um pouco confusa, a garota apenas seguiu o conselho do inimigo.

— Val, Você não pode perder mais tempo! Se o Céverus conseguir…

— Está enferrujada… — Val interrompeu a fala de Raque repentinamente.

Seus olhos estavam fixos na lâmina enferrujando.

— Como… — Raque estava perplexa.

— Provavelmente a fumaça a está contaminando. — Jon dizia de forma simplória.

— Ele está contaminando a esfera de energia boa, não é nem estranho que a Masayoshi também esteja sendo atingida. — Mizuno explicava.

— Isso só prova o quanto ela precisa agir mais rápido!

— Raque! — Jon avançou para cima da garota com passos largos, parando muito próximo dela — Se a espada quebra ele vence! Se a Vallery morre com o veneno, ele vence!

— Se o tempo acaba ele também vence! — Raque respondeu de forma desesperada, a essa altura ela já estava chorando.

— Então precisamos tirar ele de lá. — Uma voz familiar opinou.

Todos pararam diante da presença do recém chegado companheiro.

— Cute? — Raque e Jon disseram em coro.

Ele não se deu ao trabalho de responder aos amigos, assim como apareceu, também sumiu em fumaça.

— Para onde ele…

Antes que Vallery pudesse completar a sua pergunta, o shikõ surgiu mais uma vez entre eles.

— Era disso aqui que vocês estavam falando? — Cute dizia com um sorriso no rosto enquanto erguia uma esfera de energia.

— Moleque esperto… — Jon sorria com incredulidade.

Um berro ensurdecedor fez com que todos se assustassem.

— Acho que ele ficou zangado… — Mizuno se mostrava assustada.

— Cute, não importa o que aconteça… não deixe o Céverus pegar isso de volta! — Jon dizia de forma séria enquanto sacava sua espada.

— Até porque ele provavelmente pretende pegar a esfera do seu corpo morto. — Raque se mostrava preocupada.

— Ok, eu estou em uma corrida contra o ser mais perigoso do universo… mole. — Cute usava ironia para esconder seu desespero.

— Hey! — Jon protestou — Eu sou o ser mais perigoso do universo!

— Ninguém tem medo de você, senpai! — Jack se aproximou do grupo.

— Você sempre aparece nas piores horas! — Jon revirou os olhos.

— Estamos de volta no jogo! — Vallery empunhava a Masayoshi com confiança.

— E essa é a nossa última rodada! — Raque completou de forma dramática.

— POR HINAN! — Vallery gritou como uma guerreira.

— POR HINAN! — Distante dali, Sayo também gritou, mas como uma bárabara.

— POR MIM! — Jon também gritou.

— Eu tenho vergonha de você… — Jack sussurrava, alto o suficiente para que Jon ouvisse.

 


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