Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 26
Justiça ou Vingança?


Notas iniciais do capítulo

Leiam... to sem ideia pra nota '-'



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No enorme deserto que cercava a Hinan do Norte, era possível ouvir o choro de uma criança.

― ei moleque! O que está fazendo aqui fora?

Uma voz masculina fez o menino se silenciar. Olhando para todos os lados ele procurava a origem daquela misteriosa voz. Foi então que avistou Dragon.

― um humano... ESTOU SALVO!

O menino mancava em direção a Dragon o mais rápido que suas curtas pernas conseguiam se mover.

― eu não sou humano...

Dragon dizia com um tom de voz sério. O menino parou.

― você... você é um shikõ?

A criança parecia assustada.

― sim.

Dragon respondia de forma ríspida.

― QUE DA HORA!

O menino gritava animado. Dragon o observou surpreso.

― ei pirralho, é nessa hora que você corre desesperado chamando pela sua mãe.

O shikõ ironizava.

― eu até faria isso... mas meu pé está machucado.

O menino dizia com um semblante triste.

― como chegou aqui?

― andando.

― estou me enjoando dessa conversa.

Dragon revirava os olhos com desdém.

― meus amigos me desafiaram a ir até o zoológico a pé. Eu caí e me machuquei.

O menino explicava.

― você sabe o quanto isso é perigoso? E se esses otários te desafiaram a fazer isso, de uma coisa eu tenho certeza... não são seus amigos!

O menino se silenciou, Dragon o observou por um tempo.

― e que tipo de idiota aceitaria um desafio desses?

Dragon perguntava com um semblante de decepção.

― eles me chamaram de covarde! E também de fracote... porque eu sou o menor da turma.

O menino dizia com um semblante triste.

― você não é fracote por ser o menor da turma... só é anão.

Dragon dizia com um semblante sério.

― obrigada pelo apoio... to me sentindo muito melhor agora.

O menino ironizava.

― sabe... quando eu era criança, também era menor do que todos os meus coleguinhas e...

A fala de Dragon foi interrompida pelo choro do menino.

― porque está chorando?

― você é ainda é pequeno! NÃO HÁ ESPERANÇA PRA MIM!

O garoto gritava desesperado.

―CALADO!

Dragon batia com força na cabeça do menino.

― aiii! Isso doeu!

A criança gritava enquanto esfregava o local da pancada.

―vou te levar pra casa!

Dragon levantava o garoto pela camisa.

― não! Eu preciso chegar até o zoológico!

O menino se debatia.

― nesse ritmo, você chega ao inferno primeiro.

Dragon continuava a carregar o garoto.

― eu não quero que eles continuem me zoando!

O menino tentava se libertar.

―quer um conselho?

Dragon perguntava ao garoto. O menino se silenciou.

― quando eles te chamarem de fraco... bata neles!

― eles são mais fortes que eu...

O menino dizia desanimado.

― acerte bem no meio das pernas! Você é pequeno, isso facilita muita coisa.

O shikõ dizia com um tom filosófico.

― isso não é um conselho que se dê uma criança.

O menino dizia indignado.

―pare de drama! Você ainda tem muito para crescer... quantos anos tem? Oito?

― doze...

O menino mantinha o semblante de indignação.

― nossa você é pequeno mesmo.

― me abandone pra morrer... sério. É melhor que isso!

O garoto dizia com sarcasmo.

― qual o seu nome pirralho sensível?

― Zaikki.

**

― eu preciso dar um jeito! Precisa haver um jeito!

Lily levava a mão a cabeça, enquanto pensava em algum dos feitiços que havia aprendido.

― não tem jeito pra isso Lily... as pessoas nascem e morrem! Uns mais cedo que outros, mas o ciclo não muda!

Lucy dizia com um semblante sério.

― CALA A BOCA! VOCÊ NÃO SABE DE NADA!

Lily se alterava.

Raque aos poucos se aproximava.

― huuu! A Val chegou! Vai acabar com o cretino do Jon!

Sayo dizia com entusiasmo. Virando-se rapidamente, a jovem maga também avistou a imagem da guerreira.

― meu Deus.

Raque tinha uma expressão de preocupação.

― o Jon não está em condições de lutar! Não depois de ter enfrentado o Erii!

Nael comentou. Um pouco distante dali, os shikõs observavam aquela cena.

― MORRA!

Vallery avançava para cima de Jon, que e esquivava com dificuldades.

― depois da batalha que acabou de acontecer... o Jon será facilmente massacrado pela garota.

Butcher observava.

― mas aquilo é só uma humana...

Andy interrompia.

― ela é mais forte do que você imagina... lembro-me de quando atacamos a Hinan do Norte, ela nocauteou o Marius em poucos segundos!

Butcher explicou.

― precisamos ajudar o Jon!

Nael avançava para o campo de batalha.

― não.

Jack o puxou pelo braço ― o senpai é um guerreiro orgulhoso! E guerreiros orgulhosos lutam até o fim! E nunca querem ser interrompidos em suas batalhas! É desse senpai que eu me orgulho.

Jack recitava com um brilho de admiração nos olhos.

― DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO? DANE-SE A DROGA DO ORGULHO! MEXAM ESSAS BUNDAS GORDAS E VENHAM ME AJUDAR!

Jon gritava desesperado.

― SEEEENPAI! VOCÊ NÃO É UM BOM EXEMPLO, VOU ME TORNAR UMA ADULTA HORRÍVEL E A CULPA É SUA!

Jack gritava em meio a falsas lágrimas.

― Jack, você tem 97 anos... o que era pra acontecer de ruim, já aconteceu!

Jon dizia com sarcasmo.

― EIII! NÃO ESPALHA MINHA IDADE PRA TODO MUNDO!

Jack não escondia sua raiva.

― VÁ DIRETO PARA O INFERNO.

Vallery desferia um golpe no ar, que logo foi convertido em uma lâmina de energia, que avançava na direção de Jon.

― puta merda.

Jon lamentava. Mas antes que pudesse ser atingido pelo ataque, foi protegido por um campo de força.

― Andy! Nunca imaginei que ficaria tão feliz em ver a sua bunda!

Jon dizia com emoção enquanto observava Andy de costas.

― lerigou!

Nael ataca Vallery com uma onda de gelo maciço, a guerreira fatiava o gelo sem dificuldades.

― eu não vou atacar ela, vai que a doida me mata!

Jack cochichava.

― bela soldada você.

Butcher ironizava ― se eu ainda tivesse os meus poderes...

O shikõ cerrava os punhos. Jack o observava.

― vou lutar!

A garota dizia com convicção.

― mudou de ideia?

― sim! Lutarei por nós dois!

A garota dizia enquanto avançava para a batalha. Nael já estava inconsciente e Andy aguentava os golpes desferidos pela guerreira com dificuldade.

― MOOOOORRE!

Jack gritava enquanto atirava incessantemente contra a adversária. De forma surpreendente, Vallery rebatia todas as balas com a sua espada.

― o que estava dizendo mesmo?

Vallery mantinha um semblante de ódio no rosto.

― nada... não precisa morrer... é... SENPAAAAI!

Sem piedade, Vallery desferiu o golpe contra a inimiga. Com um enorme ferimento no abdômen, Jack caiu.

― KOOOOOUHAAAAI!

Jon gritava desesperado.

― é doloroso Jon? Ver os seus amigos sendo massacrados diante dos seus olhos? Imagine como é ver os seus próprios pais...

Vallery dizia com um semblante demoníaco ― eu me lembro de você... Andy.

Andy deu alguns passos para trás.

― me lembro da forma como você invadiu a minha casa e me sequestrou, juntamente com a minha mãe... me lembro também que segurava minha mão enquanto eu era forçada a assistir os meus pais sendo assassinados.

Andy sentia o seu corpo tremer.

― não pense que esse campo de força insignificante...

Vallery dizia enquanto limpava o sangue de Jack em sua espada ― SERÁ CAPAZ DE TE LIVRAR DE TODO O MEU ÓDIO.

A guerreira avançava com voracidade na direção dos shikõ, com apenas um soco ela fez o campo de forças em pedaços... com ódio nos olhos, Vallery preparava-se para tirar a vida do garoto. Mas a foi a Jon quem ela acertou.

― o que... o que você fez?

Caído no chão, Andy não entendia o que havia acontecido.

― já chega de vocês pagarem pelo meu erro...

Jon dizia com dificuldades. A espada havia penetrado o seu peito.

― então morra Jon... e poupe o que sobrou de seus amigos.

Vallery dizia com desprezo nos olhos.

― não sei porque... mas eu não me sinto morto... ou morrendo.

Jon dizia confuso.

― o que? TEM UMA ESPADA ENFIADA NO SEU PEITO!

Vallery retrucava.

― MORRE DE UMA VEZ MALDITO!

A guerreira retirou a espada, e enfiou mais uma vez.

― ainda não.

Jon ironizava.

― mas o que...

Vallery parecia assustada.

― essa é a Masayoshi Vallery... a espada da justiça de Miran, não a espada de suas vinganças pessoais!

A voz fina de Raque fez com que Vallery arregalasse os olhos.

― o que... o que você sabe sobre essa espada garota?

A guerreira retirou a espada do shikõ e apontou para Raque.

― au! O Jon está se sentindo molestado.

Jon resmungava enquanto caía no chão.

― você é a garota que repeliu o poder da minha espada... por que?

Vallery a encarava.

― sabe Vallery... a Masayoshi escolhe seu dono de acordo com a sua própria vontade. Então é natural que de certa forma ela seja sua! Mas ela é originalmente uma herança da minha família, e o ultimo dono dela foi o meu pai. Por isso eu sou imune aos ataques da Masayoshi, de alguma forma a vontade do meu pai se manifesta nela... essa espada foi feita para um único propósito, matar Céverus! Ela só serve como arma de batalha, pelo simples fato da necessidade de te manter segura, até que cumpra o seu objetivo! Mas ela não se curva as suas vontades, como eu disse inicialmente, a Masayoshi é a espada da justiça, e tudo o que foge dos padrões da justiça, anula os poderes da mesma! E essa espada não aceita corações cheios de maldade... corações que estão possuídos pelo ódio, frios e negros como o seu está agora.

Raque a olhava firme nos olhos da guerreira de cabelos dourados. Parada por alguns segundos, Vallery observava a espada que carregava em suas mãos.

― droga... ENTÃO ESSA PORCARIA NÃO SERVE PRA NADA!

Vallery jogava a espada no chão ― eu não preciso dessa espada para cumprir os meus objetivos!

A guerreira dizia enquanto retirava uma adaga de sua bota e avançava apara cima de Jon.

― chega Val!

Vallery sentiu uma mão puxar o seu braço.

― não se meta Sayo.

― sim... eu vou me meter!

A guerreira a encarava com autoridade ― você iniciou uma batalha, mesmo sabendo que o inimigo não estava em condições, e agora seu plano é esfaquea-lo enquanto esta inconsciente?

― ele matou meus pais e...

― já ouvi essa história Val! Muitas vezes!

Sayo a interrompia ― mas isso não justifica seus atos impensados! Eu não me importo se o cretino está vivo, morto ou com uma espada enfiada no az de copas...

― desgraçada.

Jon resmungava, com a voz falha.

― você feriu pessoas Vallery.

Sayo a encarava.

― não são pessoas, são demônios!

Vallery rebatia.

― demônios ou não, há poucos minutos estávamos lutando lado a lado contra o inimigo. E agora você é o inimigo.

Ao ouvir aquelas palavras, Vallery deu alguns passos para trás. Sentiu suas pernas falharem, suportou. Ela não era o inimigo, do que a Sayo estava falando? O Jon era o cara mau da história, sempre foi! Um pouco desnorteada a guerreira se virou e saiu.

― VAL!

Lucy a chamou, sem resposta.

Chegando até a sua moto, a guerreira parou por alguns segundos e em seguida partiu de volta para Hinan.

― Val...

Agora ao lado de Sayo, Lucy parecia decepcionada.

― deixe-a Lucy... a Vallery precisa de um tempo.

Naquele momento, Sayo sentiu uma mão tocar o seu ombro.

― obrigado.

Uma voz grossa fez a guerreira arrepiar ―obrigado por proteger meus amigos.

―e... eu... de nada.

Sayo estava corada. Butcher se retirou.

― que mãos... másculas.

Sayo dizia com um sorriso no rosto. Lucy a observava assustada.

Distante de tudo o que estava acontecendo, Lily se mantinha inerte diante do corpo de seu amigo morto.

― Lily... eu já te falei sobre a flor de cinco pétalas de Miran?

Raque se aproximava.

― o que?

Lily limpava seus olhos inchados.

― foi um presente da minha mãe. Essas flores são muito raras, e só floresce uma a cada 100 anos.

Passando a mão em seu pescoço, Raque fez surgir um colar com três pétalas reluzentes, ela então se ajoelhou diante do corpo de Erii ― sabe... ela floresceu em um bosque próximo a minha casa, e a minha mãe a achou quando era criança. Quando eu nasci ela a vinculou ao meu corpo.

― sua mãe vinculou uma flor ao seu corpo?

Lily parecia assustada.

― sim. Mas não é uma flor comum... a flor de Miran representa vida!

― o que isso quer dizer Raque?

Lily parecia não ter mais paciência.

― eu vou trazer o Erii de volta.

Os olhos de Lily se arregalaram.

― como? Por quê?

― porque ele é importante pra você...

A menina dizia com um sorriso.

― porque Raque? Eu fui cruel com você! Eu te feri e...

― eu sei como é perder aquilo que mais ama, não só uma, mas duas vezes... então eu entendo os seus motivos.

Lágrimas escorriam do rosto da pequena maga.

Com as mãos posicionadas no peito de Erii, Raque se concentrava. Uma forte luz reluzia em todo o lugar, o chão ao redor de Raque se rachava. Foi então que tudo parou.

― ele... ele ta vivo?

Lily notava a respiração do garoto.

― sim, só desacordado.

Com essas palavras Raque se levantou ― Lily, se eu fosse você eu arranjava algumas correntes... eu o revivi, o que aconteceu na cabeça dele, está fora das minhas capacidades como maga.

Com um olhar assustado Lily acenou positivamente com a cabeça.

― vamos Raque!

Andy gritava ao longe.

― já vou senpai!

Raque acenava.

― Raque!

A voz de Lily interrompeu os passos de Raque.

― fique com isso.

Lily entregava uma esfera de vidro com energia aprisionada para a garota.

― o que é isso?

― a magia do seu amigo.

Lily sorria.

― obrigada Lily, direi a ele que pediu desculpas.

― não pedi que fizesse isso! Pra todos os efeitos, você conseguiu essa esfera depois de uma intensa batalha, na qual você só saiu vitoriosa porque eu estava emocionalmente abalada!

Lily dizia com convicção.

― entendido!

Raque sorria.

― Adeus Lily.

― adeus é muito tempo! Ainda quero ver essa sua cara gorda de novo!

Lily dizia com um sorriso.

― olha quem fala, vaquinha!

― vaquinha não!

― tchau meninas!

Raque acenava para Lucy e Sayo.

― tchau Raque!

Sayo respondia com um sorriso.

― levem a espada com vocês, e a deixem com a Val.

Raque explicava.

― mas a espada não era do seu pai? Fique você com ela, oxe!

Sayo retrucava.

― essa espada é herança do filho mais velho, eu não posso passar muito tempo com ela... os resultados não seriam bons.

Raque dizia com um olhar distante. Sayo a observava confusa.

― bom de qualquer forma, vou indo!

A menina sorria. Apressando os passos, Raque alcançou seus amigos.

― duas pétalas...

A garota dizia enquanto sentia uma pequena queimação em seu pescoço.

― você deveria comer menos doces Jon, parece que estou carregando uma tonelada!

Butcher reclamava.

― eu não sou gordo, maldito desgraçado!

Jon dizia com uma voz fraca.


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Notas finais do capítulo

Ainda to sem ideia...
mas espero que tenham gostado o



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