Despertados escrita por kelvin william


Capítulo 6
Ajuda Inesperada




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CAPÍTULO 06- AJUDA INESPERADA

Enquanto vestia o uniforme preto eu pensava em maneiras de fugir daquele vestiário e voltar para casa, contudo queria ficar e saber o que Cebola tinha para me dizer. Eu estava apreensiva pelo teste, com medo do que poderiam fazer comigo caso falhasse e arrependida de ter enfrentado aqueles garotos. Eu era vítima das circunstâncias, nada do que eu estava fazendo era decisão minha e eu já estava ficando cansada daquilo.
Fechei o último zíper e saí pela outra porta. A arena era bem maior do que parecia, as muretas já estavam reabastecidas porém o chão e as paredes guardavam marcas e manchas das batalhas passadas, fui até o centro.
–Bem, Mônica.- o treinador segurava uma prancheta onde certamente havia os meus dados. -Você já deve saber como funciona, não pode lutar só com as armas, temos que saber o que você é capaz de fazer, é proibido causar danos graves, você deve apenas derrubar o adversário. Alguma dúvida?- seu olhar demostrava que minha reposta deveria ser um "não".
–O que acontece se eu perder?
–Só saberá se perder!- ele fez um gesto com a mão para a fila dos alunos mais velhos que no momento só tinha duas pessoas e uma garota pálida de cabelo longo, preto e liso com o número nove no ombro veio até ele.
–Vocês sabem o que devem e o que não devem fazer, bom teste pra você Mônica. Tomem suas posições!
Virei as costas para a Nove e fui até a marca no chão, provavelmente eu ia ser derrotada porque mesmo ganhando a luta usando as armas não seria uma vitória válida.
O som do apito arrepiou minha pele, a Nove correu até uma das muretas e automaticamente eu fiz o mesmo, escolhi uma foice dupla e ela optou por um comprido mangual de corrente, ela correu na minha direção e sem saber o que fazer fiquei parada com a foice nos meus punhos cerrados.
Ela parou um metro à minha frente e girou o tronco arremessando a bola espinhosa de ferro do mangual na direção da minha cabeça, desviei. O impacto da bola sobre a mureta atrás de mim derrubou quase todas as armas que estavam penduradas, eu tentei correr pra longe mas Nove girou a corrente rente ao chão até acertar meus calcanhares me derrubando. A foice escapou da minha mão me deixando à mercê da próxima investida dela.
Eu precisava usar minha telecinese mas não estava sentindo a mesma eletricidade pelas minhas veias como antes, eu só sentia medo, mas mesmo assim precisava fazer alguma coisa.
Rolei várias vezes e fiquei em pé, Nove estava girando a corrente sobre a cabeça esperando o momento certa para me acertar, acho que ela esqueceu a regra de não ferir gravemente o oponente. Minha foice estava à dois metros, decidi correr o mais rápido possível até ela, mas parecia que Nove havia previsto meu movimento e atirou a bola de ferro no ponto certo, meu peito foi atingido num forte impacto, meus pés saíram do chão e meu ar se esvaiu, desabei e escorreguei pelo chão, depois as dores foram surgindo.
Fiz um esforço colossal para apoiar os cotovelos no chão e ver onde Nove estava, ela estava perto o suficiente para desferir um golpe final. O treinador estava prestes a terminar a luta.
–Espero que tenha mais sorte da próxima vez, garota!- Nove ergueu o mangual ameaçando me finalizar, entretanto não fez. Alguma coisa havia mudado ao nosso redor, o ar se deslocou formando ventos que esvoaçavam nossos cabelos e ficavam cada vez mais fortes.
–Só agora resolveu lutar de verdade?- Nove precisou gritar a pergunta, o vento estava atingindo apenas ela. Sem entender nada olhei em volta desorientada, o treinador observava atento assim como os engravatados da sala isolada e o último dos alunos mais velhos. Olhei para a parede de vidro, Magali sorria para mim como a Monalisa de Da Vinci. Será que...
O vento rodopiou em Nove forte o suficiente para enrolar a corrente do mangual ao redor do corpo dela, depois uma golfada de ar a golpeou como um coice brutal atirando-a longe até perto da parede do fundo da sala.
–Fim da avaliação! Mônica, venha até aqui!- o treinador parecia apreensivo. -Seu cadastro diz que você é capaz de manipular a telecinese não o vento!
–Eu não... eu ainda não sei bem como faço essas coisas!- eu deveria ter dito uma coisa mais esperta.
–Saia por aquela porta, troque de roupa no vestiário e siga o corredor até o pátio, seus colegas estão lá.
–Mas qual foi o resultado?
–Seu professor vai dizer amanhã, agora saia!- disse ele apontando para a porta.
Será que eles sabiam que aquele teste foi uma fraude? Antes de sair para o vestiário olhei uma última vez para a arena, os engravatados todos olhavam pra mim como se eu fosse um animal em extinção. Fechei a porta, eu não ligava mais para dor espalhada pelo corpo todo, poderiam fazer comigo coisas piores que me acertar com um mangual. Definitivamente eu estava cansada daquilo tudo.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês em dois dias ;)



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