–mãe?

–e quem pensou que seria?

Ela disse sorrindo pra mim

Eu levantei da cama e corri ate ela que estava de braços abertos e me recebeu com uma abraço caloroso.Eu sempre amei os abraços da minha mãe,são tão reconfortantes.

Eu a soltei e a olhei.Só agora percebi que ela estava de branco também,Eu sorri e a abracei de novo.

–eu senti tanto sua falta

Eu disse a abraçando mais forte quase chorando.

–eu também minha querida

Ela disse retribuindo o abraço apertado.

–espera cadê o papai?

–ele teve que resolver algumas coisas

Ela disse acariciando meu rosto e sorrindo.Senti falta de seu toque de tudo.

–tudo bem

Ela andou ate a cama, se sentou e bateu com a mão no lado vazio da cama pra que eu me sentasse.E assim fiz.

–então como se sente?

–sei La,me sinto estranha

Ela começou a conversar comigo ate que disse...

–eu sinto tanto sua falta desde que morri

Levantei minha cabeça de seu colo e a olhei assustada

–desde que morreu?

–sim querida por que?

–e-espera um pouco,quer dizer que eu também estou morta?

–Bom querida...

–eu estou morta ou não?

Eu disse já num tom mais elevado do que antes.Eu não podia estar morta,eu não posso,eu não sei o que faria sem os meus amigos sem o Austin.Eu estava desesperada por uma resposta pra minha pergunta.Que ate agora não tinha sido respondida.

P.o.v Austin

Todo mundo ficou em silencio pra ouvir o que o medico ia dizer,todos estavam apreensivos.Ja fazia horas que nós estávamos esperando respostas e o medico fazia questão de manter aquele silencio.

–Anda fala logo caramba

Trish sendo Trish.

–bem,a Srat. Dawson estava num estado não muito bom quando chegou aqui,ela tinha respirado muita fumaça e estava com muitos cortes,pelo corpo,inclusive uma corte na cabeça,e La lateral do corpo,e esse foi o que nos preocupou,ele era o maior,e por causa dele Ally perdeu muito sangue,e por isso ainda esta desacordada,e bem se ela não acordar logo vai complicar a recuperação dela.

Era muita coisa pra absorver e naquele momento a única coisa em que eu pensava era que ela tinha que viver.

P.o.v Ally

Eu estava parada em frente da minha mãe,ou eu devo chamar de fantasma da minha mãe? Bem isso não importa nesse momento.

–responde

–não,você não esta morta,só esta “dormindo”

Ela disse fazendo aspas no ar.

–então me faça “acordar”

Eu disse imitando o gesto dela

–eu não posso

–como assim não pode,por que você não pode?

–não faço isso,seu corpo tem que estar pronto pra acordar.

–bem,pelo menos eu ainda tenho você aqui comigo né?

Eu disse indo a abraçar,mas a mesma deu um passo pra trás e disse

–eu sinto muito,eu não sou real

Ela disse e...Puff,Sumiu,evaporou no ar,virou fumaça.ok eu não sei se da pra evaporar e virar fumaça,mas a questão é que ela foi embora.

Aos poucos o lugar foi ficando escuro.e eu provavelmente apaguei.

P.o.v Austin

–e nós podemos vê-la?

Perguntou Becca

–pode,mas não todos de uma vez,quem será o primeiro?

–pode ir Austin

A vó da Ally falou pela primeira vez.

Eu acompanhei o doutor ate uma sala,e assim que entrei vi a minha morena ali,numa cama,ela parecia que estava dormindo tranquilamente,e talvez fosse mesmo isso,só que se ela não acordar desse sono a tempo,não vai ser nada bom.

–eu vou deixar você sozinho com ela

Disse o medico e saiu.Eu caminhei ate o lado da cama e peguei sua mão.Estava fria,assim como o seu rosto aparentava estar.Ela estava mais branca,seus lábios,que um dia eram vermelhos agora estavam quase sem cor,estavam secos,e eu não podia ver seus lindos olhos,não agora.

–eu sinto sua falta,eu sei que faz pouco tempo...Mas eu sinto,e muita.

Disse e beijei sua mão e acariciei seu rosto,e como eu disse ele estava frio,parecia estar sem vida,mas pela maquininha que tinha,seus batimentos estavam estáveis,eu acho.

Eu fiquei mais um tempo,”conversando” com ela,depois eu sai,pois ainda tinha os outros.Assim que pisei na recepção Becca saiu.

Eu ia andando pra porta,mas dez me parou dizendo>:

–vai aonde?

–eu...eu não sei,só quero sair e ficar um pouco sozinho

–ok,qualquer coisa me liga

Ele disse e eu acenti.Continuei a andar pelas ruas movimentadas de Miame,estava perto de uma praia.Como vim parar aqui mesmo?

Eu andava pelo calçadão e via casais de mãos dadas rindo,de algo.aquilo me fez sentir uma pontada no coração,e logo um pensamento veio a cabeça.”poderia ser nós,ali”.Nó0s nem tivemos tempo de ter um encontro de verdade,afinal já pedi a Ally em namoro quando estávamos no acampamento.

E se eu não pudesse mais fazer coisas do tipo com ela,eu nem sei o que faria.

Resolvi ir numa barraquinha,afinal faz um tempo que não como.Eu estava atravessando a rua quando um cara do outro lado falou:

–garoto cuidado

Olhei pra o homem e quando olhei pra lado só vi as luzes de algum farol de carro.Senti o choque que o carro teve em mim,senti como se tivesse sido arremeçado e no fim senti uma pancada muito forte,minha cabeça doía mais que tudo.eu ouvia o barulho a minha volta,só não conseguia decifrar o que era exatamente cada um deles.

Aos poucos tudo foi ficando embaçado.A única coisa que vi depois foi o escuro.