Hunted escrita por Hikary


Capítulo 3
Alma corrompida


Notas iniciais do capítulo

Sobre o cap. de hoje, tem coisa legal acontecendo,
e um personagem importante aparece pela primeira vez, eu sei que vcs vão matar mt de cara quem é, haha

Então bom cap. pra vcs, espero mt q gostem!!!!
Nos vemos nas notas finais :*



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“No, I've never been, I've never been free
No, I've never been, I've never been free
No, I've never been, I've never been free”

Under The Water, The Pretty Reckless

A viagem, que supostamente deveria durar três horas e meia, se estendeu por apenas duas. Itachi sempre fora um ótimo motorista, mas sempre em velocidade alta demais. O trajeto se mostrou sem problemas, nenhuma palavra fora proferida por nenhuma das partes. Ambos sabiam que qualquer conversa seria desnecessária naquele momento. O único som vinha do rock clássico que tocava. Lá fora a fina chuva que caía era a única coisa que prendia atenção da azulada.

Todavia o percurso passara rápido demais quando, na verdade, Hinata desejava o máximo para que ele durasse para sempre. Uma tentativa falha de adiar o que quer tivesse que passar a partir dali. O prédio de aparência muito antiga logo se tornou visível em seu campo ocular. E foi como se todo o cappuccino, tomado há algumas horas atrás, revirasse o estômago.

À medida que a portaria principal ficava mais próxima, a figura de Pain se tornava mais e mais nítida. Com um pouco mais de concentração a garota pôde finalmente notar o sorriso cínico estampado no rosto do ruivo.

– Controle-se pirralha. – A voz alerta de Itachi se fez presente, já prevendo a raiva que, se não controlada, explodiria na mais nova. – Pirralha. – Repetiu tentando, em vão, conseguir alguma atenção. – Hinata olhe pra mim.

Só então notou que o carro estava parado. Que tinha a mão direita segurando com força o braço da porta do veículo. E que seu olhar não se desviara de Pain em momento algum. Fechou os olhos com brusquidão e inspirou o máximo de ar que conseguiu, na tentativa de achar a calma.

– Estou bem. – Dirigiu-se para o moreno, ainda com um pouco de dificuldade em manter a respiração.

– Não, você não está. – Retrucou sem muita paciência. – Então acho bom tratar logo de ficar calma e não fazer nenhuma loucura por hoje. – Terminou saindo do carro e entregando as chaves ao manobrista.

Antes que pudesse abrir a porta um segurança o fez para logo lhe estender a mão em seguida. A ajuda foi rapidamente recusada. Saiu do carro batendo a porta atrás de si. Caminhou de forma séria ao encontro de Pain com Itachi já ao seu lado.

– O tempo que passou longe pareceu-me uma eternidade Hinata. – Pronunciou-se Nagato, agora com Hinata próxima o suficiente. Oh, como aquele sorriso só fazia sua vontade de mata-lo aumentar.

– Já faz seis meses. – Ponderou pensativa a garota. – Pena eu não ter a mesma opinião que você. – Retrucou por fim, arqueando as sobrancelhas por um instante, sem desviar o olhar daqueles olhos violetas. E pôde jurar que, se tentasse, conseguiria pegar a tensão que se instalou no ar depois disso. O que pareceu divertir ainda mais o ruivo.

Itachi ainda estava parado ao seu lado, calado, mas sempre alerta a qualquer movimento. Como se vigiasse uma bomba relógio sem programação de horário para explodir. E como poderia julga-lo? É assim que se vigia uma cativa. Sentiu os próprios punhos se contraírem ao lembrar-se de sua impotência. Ótimo. Bufou impaciente.

– Quando começamos? – Se fez presente o Uchiha tentando aproveitar a cooperação da perolada naquele momento e enquanto ainda a tinha.

– Começaremos agora. Tudo deverá ser feito o quanto antes. – Respondeu Nagato ao adotar um semblante sério. - E tudo acorrerá bem se não houver nenhum tipo de resistência por hoje, não acha querida? – Direcionou seu olhar para Hinata mais uma vez.

– Hai. Poupará tempo para ambos os lados. – Respondeu a garota já passando por ele e abrindo a enorme porta do edifício. Quanto mais rápido começassem mais rápido terminaria.

Nunca tinha estado na sede de Washington antes. Era como se sentisse a própria sorte finalmente acabar. O saguão de entrada era de total contraste com a fachada do lado de fora. O prédio era todo marrom e de aparência velha do lado externo. Já por dentro era completamente branco, sofisticado e tecnológico. Seu interior era exatamente o que se esperaria de uma clínica ou algo assim. Um sorriso brotou no canto de sua boca. É claro que devem ser discretos com coisas desse tipo. Pôde notar um balcão com duas recepcionistas mais a frente. De um dos corredores do lado direito saiu Hidan. E, para a sorte dele, estava sem aquela cara feliz. Os dois se encararam por um momento antes de Nagato e Itachi chegarem.

– A equipe me mandou avisar que os preparativos estão todos prontos e a sua espera, Nagato-sama. – Comunicou Hidan, direcionando um sorriso de escárnio em direção à morena.

É claro que não se dava bem com ele. Nos anos que havia passado com a Akatsuki inevitavelmente criou certa reputação ali dentro. Hinata não era incomodada pela maioria deles e todos reconheciam a importância da garota. E lógico que no meio de tudo existiram três ou quatro desavenças com Hidan e Kakuso. Os odiava e sabia que tal sentimento era recíproco, mas era reconhecida o suficiente para que, agora, as afrontas não passem de implicâncias a pelo menos meio metro de distância.

– Ótimo, vamos. – Disse Nagato seguindo para o elevador com os três logo atrás.

Pararam no quinto andar. O corredor se mostrou cheio de portas brancas, assim como as paredes. Cada uma das portas possuía um quadrado de vidro que permitia ver o que tinha dentro da sala. Pessoas vestidas de branco transitavam para todos os lados. Nagato e Itachi tomaram a dianteira. Conversavam sobre alguma coisa que, pela expressão de ambos, pareceu-lhe importante. Hinata ficou um pouco atrás, os seguindo com Hidan em seu encalço. Andava sem nenhuma pressa. Estava cansada de tudo. E aquele ar doentio não era exatamente um tipo de motivação.

Na tentativa de se distrair passou a observar as salas através dos vidros à medida que andava. Todas elas possuíam uma cama, um armário pequeno e alguns equipamentos específicos. Exatamente como quartos hospitalares. A maioria dos cômodos guardava uma pessoa dentro. “Pacientes.”

De repente a garota teve sua atenção presa a uma daquelas salas repetitivas. Parou em frente à porta. Dentro havia quatro médicos. Sentado na cama um homem, aparentando dezenove ou vinte anos, vestia uma calça branca e larga. O tronco do mesmo estava descoberto e a cabeça permanecia abaixada. Os cabelos extremamente vermelhos e o porte bastante atlético eram notáveis. Hinata pendeu a cabeça um pouco para o lado, prestando toda a atenção.

Um dos médicos parou de frente para o paciente e disse alguma coisa. E depois disso foi tudo rápido demais. No segundo seguinte o ruivo suspendeu o homem de branco no ar, segurava-o pelo pescoço usando apenas uma das mãos. Sua expressão era maléfica e de pura raiva. Os olhos da morena se arregalaram com a cena. Isso é humanamente impossível.

O homem arremessou o médico contra a parede provocando um som relativamente alto. O segundo especialista estava desacordado no chão quando o terceiro teve a face acertada por um único gancho perfeito de direita. Porém, na hora exata do golpe o quarto chegou por trás e aplicou-lhe uma injeção direta no pescoço alvo. E foi nesse instante que os dois olhares se cruzaram. E, por uma fração de segundos, Hinata pôde ver a dor mascarada pelo ódio através daqueles olhos verdes e profundos, para logo depois eles se apagarem e o ruivo cair desacordado.

Hidan segurou o braço da azulada por trás, ato que foi rapidamente repelido com brusquidão. Hinata olhou para a parte superior do batente da porta e guardou o número do quarto. 531. A última visão que teve antes de voltar a andar foi do único médico que sobrara consciente colocando, com certa dificuldade, o paciente de volta na cama.

Finalmente alcançou Itachi e Pain ao fim do corredor.

– Sem mais demora, finalmente poderemos dar início ao seu verdadeiro propósito aqui, Hinata. – Informou Nagato. – E, acredite, isso pode revolucionar os novos tempos.

A sala à frente era um pouco diferente das demais. Havia um enorme vidro na parede que permitia ver todo seu interior. Por dentro, a sala era completamente... vazia? O que é isso afinal?

Dois médicos chegaram. Um deles ofereceu uma camisola branca à garota indicando-lhe um banheiro ali perto. Hinata aceitou o tecido de má vontade para logo se trancar no lugar indicado. Trocou-se e ficou descalço. O espelho que havia ali em cima da pia só enfatizava seu próprio reflexo conturbado. Se acalme Hinata, apertou as laterais da pia, tudo ficará bem. Respirou o mais fundo que pôde. Lavou o rosto na tentativa inútil de se focar e saiu em seguida.

Um dos médicos segurou-lhe pelo antebraço levando-a pra dentro da sala. O segundo entrou empurrando uma mesa com rodinhas cheia de agulhas e seringas. Do lado de fora viu Itachi de braços cruzados e feição impassível.

Foi então que sentiu que tudo desmoronaria dentro de si. Aquilo não era uma coisa que conseguiria suportar. Começou a sentir o desespero e tudo o que quis foi fugir dali. Não importando como, nem pra onde. As pupilas claras fraquejaram, mas ela não daria aquele prazer pra nenhum deles. Não posso. Fechou os olhos com força e balançou a cabeça. A porta se fechou e ela imaginou ter visto preocupação nos olhos negros do Uchiha antes disso. Deu um riso nasalado ao pensar o quão desesperada deveria estar para fantasiar uma coisa dessas.

– Pelo seu histórico e exames anteriores, as chances do procedimento dar certo são bastante altas. – Disse, pela primeira vez, um dos médicos que preparava algum líquido na seringa.

Havia câmeras nos quatro cantos do teto. O vidro da parede não permitia ver o lado de fora. Só a cor negra. Com certeza estão me escutando. Com certeza estão me vendo.

– E qual é o procedimento? – Hinata voltou sua atenção para ele.

– Isso é um vírus. – O homem levantou a seringa que agora continha um líquido verde claro. – Vamos injeta-lo diretamente em sua corrente sanguínea. – Balançou o objeto. – O que queremos é comprovar que, ao invés de sucumbir ao vírus, seu sistema irá imobilizá-lo.

– O que não é a mesma coisa que destruí-lo. – A garota franziu o cenho com a observação.

– Certamente. – Confirmou o outro simplesmente.

De modo instintivo a mais nova deu um passo para trás.

– Você só pode estar brincando. – Riu em ironia. – Essa coisa ficará presa dentro de mim. – A raiva já começava a subir. – Isso se eu der a sorte de não morrer antes, é claro.

– Isso está fora de questão, entã-

– Não me trate como uma idiota. – Interrompeu-o de forma fria. – Qual o percentual de pessoas que saem vivas dos experimentos submetidos aqui? – Riu sem humor algum. – Não se preocupe em responder, foi uma pergunta retórica.

– Como eu disse antes, as chances disso dar certo são realmente grandes. – Insistiu. – E, acredite, isso será feito de um jeito ou de outro.

– E é claro que você não acha que isso me animará, não é mesmo? – Suspirou pesarosa. Recuou mais um passo.

– Muito bem. Usaremos uma dose por enquanto. – Disse se aproximando de Hinata. Ignorando completamente o que a mesma havia dito. – Desconfortos temporários podem surgir de primeiro instante. – O segundo segurou-a por trás, tirando-lhe qualquer chance de reação. – Tonturas ou dores corporais serão comuns no início. – Com a mão esquerda ele tombou um pouco a cabeça feminina.

Tudo que pôde fazer foi fechar os olhos ao sentir a agulha penetrando seu pescoço. Droga...

A morena foi solta em seguida e tudo o que fez foi ficar de cabeça baixa observando os próprios pés. Estavam frios. Mas eu estou bem. Suspirou.

Porém, não demorou muito para sentir a cabeça latejar de forma agonizante. Se afastou escorando-se na parede como se aquele ato fosse ajudar em algo. Sentia tudo crescer dentro de si, sentia que era pequena demais para armazenar tanto, era como se fosse literalmente explodir.

E então apareceu. Uma raiva que nunca sequer imaginou existir. Tão forte que pôde perceber o exato momento em que sua sanidade apagara. Os olhos, antes brilhantes de angustia, agora estavam completamente desfocados. Esbarrou em um objeto e só então percebeu que se encontrava ao lado da mesa. Pegou uma seringa com agulha.

E depois, o caos.

Em um ataque de fúria repentino Hinata empurrou a mesa de rodinhas contra um dos médicos, e a força adquirida foi tanta que acabou por impossibilita-lo. Direcionou a atenção para o segundo se jogando contra o rosto apavorado logo em seguida. A mão direita segurava o objeto pontiagudo com toda força que tinha. O homem vestido de branco tentou desviar do ataque por puro reflexo, porém era tarde demais. A albina já se encontrava a sua frente. Um sorriso demoníaco brincava em seus lábios.

Hinata derrubou o médico no chão de modo a ficar por cima do mesmo. E de um jeito animalesco começou a apunhalar um dos olhos do homem com a agulha. Ato que, a cada estocada, injetava um pouco do líquido verde no corpo convulsionado do homem. O rosto alvo da garota foi ficando cada vez mais sujo com o sangue. E aquelas gotas, quentes e rubras, pareciam lhe extasiar.

O vidro negro na parede soava muito como uma plateia. Porque as pessoas que se encontravam atrás dele com certeza estavam fazendo tal papel. Nagato olhava toda aquela cena, completamente extasiado. Talvez o experimento não estivesse saindo exatamente como ele esperava. Certamente que não. Oh, aquilo era infinitamente melhor. Uma equipe de reforço foi barrada no momento em que ameaçaram intervir na situação. O brilho sádico enfeitava aqueles olhos roxos.

Toda aquela apresentação doentia era assistida de modo impassível pelo Uchiha presente. A face era dura. No olhar uma divisão entre a surpresa e o desgosto existia. Aquilo já não era mais a Hinata. Não podia sequer ser classificado como algo de nível humano.

O corpo, aparentemente frágil da garota, se ergueu dando passos lentos para trás. Os olhos lilases transbordavam lágrimas e deleite. As vestes eram somente sangue. Apertou a própria cabeça com as mãos, num ato do mais puro desespero. Olhou para o vidro à sua frente, e em uma fração de segundos procurou qualquer coisa que pudesse ajudar. Nessa fração de segundos suplicou só com o olhar.

Itachi teve certeza de que seus olhares se encontraram nesse momento, mesmo que ela não soubesse. E o moreno sentiu o corpo se tencionar por completo.

Hinata sentiu a dor lhe consumir de dentro pra fora.

O grito feminino e horrendo percorreu todo o ambiente. O corpo pequeno caiu desmaiado no chão gelado.


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Notas finais do capítulo

Então galero, é isso, espero muito mesmo que tenham gostado.

Pfvr comentem o que acharam pra eu saber o que estão achando e tals.
Queria pedir também a opinião de vocês sobre a escrita, tem horas que eu sinto a escrita meio confusa, e eu queria mesmo saber se vocês estão gostando dela desse jeito ou se eu posso melhora-la de alguma forma. Sério, a opinião de vcs me salvaria muito.

E não sei se perceberam, mas eu tbm coloquei nova sinopse!!!! Aproveitem e me falem o que acharam dela tbm!!!! Realmente n sou boa nessa coisa, kkkk

Efim, é isso. Até a próxima,
BJKS



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