Hunted escrita por Hikary


Capítulo 2
Aceite o que o mundo lhe dá ou pereça


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!!



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“Hey! Kid, do I have your attention?
I know the way you've been living
Life's so reckless, tragedy endless
Welcome to the family”

Welcome to the family, Avenged Sevenfold

Fazia exatamente duas horas desde que o avião aterrissara no aeroporto de NY. Exatamente uma hora e meia desde que conseguira deixar o local. Exatamente dez minutos desde que chegaram ao apartamento onde ficariam por tempo indeterminado. E nem vinte segundos desde que a porta batera atrás de si.

Se encontrava sozinha dentro do quarto que passaria a usar a partir daquele momento. Parada de costas para a porta, Hinata olhava pra todo o cômodo sem prestar atenção em nada exatamente. Seus olhos opacos demais para focar em qualquer coisa. Sua mente nebulosa demais para trabalhar em qualquer pensamento. Simplesmente ficou ali, de pé e parada. E, ao encontrar seu próprio reflexo por meio da janela a sua frente, conseguiu distinguir seu rosto. Foi então que se permitiu cair de joelhos no chão, com uma expressão completamente assustada. Não conseguira enxergar seus olhos no vidro.

Ao invés disso, os olhos que encontrou eram os de seu pai, exatamente como os tinha visto da última vez que olhara para eles. Arregalados, nublados e sem vida.

...

Não saberia explicar, mas acordava deitada sob a cama, agora com o dia já claro e o relógio ao lado despertando. Virou-se no colchão, a hora marcava seis da manhã. Desligou aquele barulho chato e continuou deitada.

Cinco minutos depois a porta foi aberta sem aviso prévio. Por ela pôde ver Itachi entrando com duas malas nas mãos, vestindo uma calça jeans clara junto de uma camisa social azul escuro e tênis nos pés.

– Bom dia garota. – Disse de forma séria ao colocar as malas no chão e abrir as cortinas. – Na verdade quando esse carinha toca quer dizer que é hora de levantar. – Falou, agora voltando sua atenção pra ela e apontando o relógio.

– Certo. – Respondeu a pequena, tomando cuidado para evitar qualquer tipo de conflito. Esfregava os olhos ao tentar acostumar-se com a claridade.

– Tudo bem. – Suspirou Itachi, como se estivesse cansado demais para aquilo. – A partir de hoje você tem deveres. Aquela é sua carga horária semanal. – Disse apontando para um quadro pendurado em uma das paredes. – Arrumei roupas, sapatos e tudo que você pode precisar por enquanto. – Agora apontava pras duas malas no chão. – O café será servido em quinze minutos, então esteja pronta a tempo, estarei te esperando na mesa. – Finalizou ao sair e fechar a porta.

Hinata sacudiu a cabeça pra afastar o sono e levantou. Observou o quarto pela primeira vez desde que entrara ali. O cômodo era completamente branco, tanto as paredes como os móveis ali presentes. Possuía, além da cama, um guarda roupas, uma penteadeira com espelho e uma escrivaninha acompanhada de uma cadeira de rodinhas. Em um dos cantos tinha uma porta que deduziu ser um banheiro. Estremeceu ao colocar os pés no chão frio, se dirigiu até as malas e abriu ambas.

Depois de fazer uma rápida higiene pessoal, Hinata voltou-se novamente para as malas e tirou de lá uma saia rodada azul claro e uma blusa branca simples. Vestiu as peças e calçou o primeiro par de sapatos que encontrou.

Por curiosidade voltou sua atenção para o quadro pendurado sobre a mesinha. Ele marcava nove horas diárias de aulas particulares. Sua face ficou pasma e a única coisa em que conseguiu pensar foi em como aquilo só podia ser loucura. Foi então que sua ficha caiu, sua vida na verdade não tinha mais nada de sua. Por fim achou melhor sair logo.

Ao se dirigir para a sala, Hinata encontrou sentados à mesa, além de Itachi, mais dois homens. Parou no batente da porta observando-os com cautela e atenção.

– Não precisa ficar acanhada boneca, pode se sentar. – Disse o loiro. Tinha um ar meio brincalhão que a fazia lembrar um pouco de Hidan. O mesmo vestia calças rasgadas com uma blusa preta e tênis surrados. Metade do cabelo preso em um rabo de cavalo engraçado.

Meio temerosa a azulada sentou-se ao lado de Itachi, de frente para os outros dois. O moreno se encontrava concentrado em alguma coisa no celular.

– Certo, não nos conhecemos ainda, então... Sou Deidara. – Se apresentou o loiro de forma descontraída. Foi então que pôde perceber o par de olhos azuis que o mesmo possuía.

Automaticamente seu olhar se virou para o outro que, até agora, permanecera calado. Ao reparar nele observou uma aparência meio azulada e doente. Viu que estava vestido de jeito mais formal. Com uma calça jeans escura, camisa social preta e sapatos.

– Kisame. – O segundo se pronunciou de forma seca após olha-la por uma fração de segundo.

Depois disso, tudo o que fez foi concentrar o olhar em suas mãos apoiadas no colo.

– Certo. – Itachi se pronunciou pela primeira vez desde que se sentara, guardando o celular no bolso. – Hinata, Deidara e Kisame moram no apartamento da frente e ficarão aqui conosco. Então espero que se deem bem e que você não cause confusões. Será que pode fazer isso?

– Sim. – Respondeu ainda de cabeça baixa. Evitando qualquer tipo de contato visual.

– Ótimo. Agora acho bom comer, suas aulas começam em vinte minutos. – Disse olhando seu relógio de pulso e voltando sua atenção para a xícara de café fumegante.

...

1 ano depois

Já fazia dois dias desde que fora privada de comer.

– De pé! – Exclamou severo, Itachi, pela quadragésima oitava vez naquela manhã.

Pela quadragésima oitava vez, Hinata se encontrava estirada no chão. Suas roupas antes brancas, agora estavam completamente imundas. Alguns hematomas novos decoravam os braços e pernas. E a vontade que tinha era de não levantar daquele tatame e dormir por ali mesmo. Afinal, já estavam naquilo a cinco horas seguidas.

Fazia uma semana desde que se mudaram para uma casa localizada em um lugar mais afastado da cidade. Uma semana desde que começara a ter treinamentos de luta corporal. E a primeira vez que lutava contra um oponente que também se mexia. Era tão mais fácil quando tinha que bater em bonecos...

Ainda caída, Hinata direcionou seu olhar para Itachi, que permanecia de pé ao seu lado. As roupas do moreno, antes de um branco impecável, agora se encontravam num branco impecável. Tudo o que conseguia pensar eram em duas coisas. Primeira: em como seria impossível e inútil, para ela, tentar toca-lo ali no treino. Segunda: em como morreria, sem sequer perceber, ao lutar a sério contra o mesmo.

Porém, apesar do ar ameaçador e assassino em luta, não conseguia sentir nem uma gota de medo. Ao se conviver com uma pessoa durante um ano você acaba se acostumando com seu jeito, mesmo que ele não seja dos melhores. Mesmo que não fosse muita coisa, Hinata reconhecia que Itachi era o que ela possuía de mais próximo.

– Vamos logo com isso Hinata. – Disse mais uma vez Itachi, agora meio impaciente também. A azulada piscou duas vezes como se tivesse sido acordada de um transe.

Virou-se de bruços e, ao apoiar-se nos joelhos e nas mãos, se levantou. Voltou-se para Itachi e ficou em posição de luta. Não sentia tanta dor, mas estava faminta demais. Se encontrava farta de tentar uma coisa que não conseguiria. Aquilo já estava repetitivo demais.

– Pronto. – Disse ao respirar fundo e se concentrar.

Depois disso pela quadragésima nona vez uma chuva de socos lhe foi direcionada. Seu objetivo era desviar e defender e, muito remotamente, tentar um possível contra ataque rápido.

Já completariam cinco minutos quando, propositalmente, Itachi simulou uma brecha. No mesmo instante Hinata tentou um soco de direita. O movimento foi empurrado pra baixo pela a mão esquerda do oponente. No segundo seguinte só conseguiu ver o punho direito do mais velho indo de encontro ao seu rosto. Por instinto fechou os olhos com força, só esperando o impacto. Ao invés disso, tudo o que sentiu foi um peteleco ta testa. Abriu, então, os olhos, completamente indignada.

– Chega por hoje. – Finalizou Itachi de forma divertida.

– Isso não é justo! – Exclamou Hinata – Você teve piedade, não preciso disso, não quero a pena de ninguém, muito menos a sua! – Cruzou os braços e bufou em sinal de irritação.

– Eu te acertei, não viu? – Retrucou ainda divertido com a situação. – Amanhã continuaremos. É só o primeiro dia, pirralha. – Deu uma risada ao visualizar a cara de brava da menor.

– Argh! – Correu na direção do outro com um ataque já armado. No segundo seguinte teve o punho direito imobilizado.

– Eu disse: Chega por hoje, Hinata. – Falou, agora um pouco mais sério olhando diretamente pra ela.

Os olhos perolados se arregalaram. E, com a mão livre, passou o dedo indicador e o anelar na região acima da boca. Os mesmos ficaram sujos em seguida. Quando seu nariz tinha começado a sangrar? Soltou seu braço direito com brusquidão e se dirigiu até a porta.

– A raiva tira a razão, numa luta não é diferente. – Aconselhou Itachi.

– Acho bom você pedir uma pizza para o almoço. – Finalizou a pequena, carrancuda. Tudo o que escutou foi uma risada antes de sair.

...

6 anos depois

Hinata

– Inferno de despertador. – Praguejou dando um tapa no objeto irritante e barulhento. Levantou a cabeça do travesseiro e... seis horas da manhã? Droga. Deixou um bocejo preguiçoso escapar e, em vez de se levantar, voltou a dormir.

Não sabia dizer quanto tempo havia passado até ser acordada mais uma vez.

– Hinata! – Dessa vez era Itachi quem batia de forma frenética na porta do quarto. – Levanta agora pirralha! – Ainda deitada e de olhos fechados a garota pode sentir uma veia soltar de sua testa. Ele sabe o quanto odeio esse apelido.

– Vai pra merda Itachi. – Gritou em resposta e poderia apostar que ele dera seu risinho debochado do outro lado. Insuportável. As batidas cessaram.

De qualquer forma não conseguiria dormir mais naquele dia. O relógio marcava agora 6:30. Obrigou-se a se levantar sem ânimo algum. Tomou um banho rápido e fez o resto da higiene pessoal. De volta ao quarto luxuoso mais que o necessário, escolheu uma roupa qualquer e a vestiu. Uma blusa de manga cumprida branca e de tecido fino com detalhes de tachas nos ombros. Short de um jeans muito rasgado azul e roxo. Calçou seu par de coturnos surrados. Penteou, de qualquer jeito, os cabelos azulados que agora batiam na cintura.

Assim que saiu do quarto deu de cara com Itachi escorado na parede de frete pra ela.

– Satisfeito? – Disse batendo a porta irritada. E só depois disso o infeliz se preocupara em olha-la. Estava particularmente um pouco mais formal naquele dia. Usava uma calça jeans escura, junto de uma camisa social cinza. O par de tênis surrados era a única parte que não condizia muito com o figurino.

– Ficaria se você se dignasse a se levantar na hora. Acho que já passamos do estágio em que eu preciso acordar você todos os dias. – Seu cabelo estava preso como sempre, em um rabo de cavalo frouxo e seus braços cruzados sobre o peito destacava os músculos que possuía. Tudo bem que ele é um canalha, mas o fato de Itachi, no auge de seus 27 anos, ser bonito além da conta é indiscutível. E o cretino sabe disso. – Já cogitou a ideia de se vestir como uma menina normal? – Olhou-a de cima a baixo com seu característico sorriso de lado.

– Foda-se. – Revirou os olhos perolados já seguindo pelo corredor, sentindo-o logo atrás de si.

– Também deveria pensar na possibilidade de falar como uma garota. – O moreno agora caminhava ao seu lado, com as mãos nos bolsos e um olhar despreocupado.

– Pelo que eu me lembre hoje é sábado e, como em todos os sábados anteriores, não tenho nenhuma obrigação nesse dia da semana. Acho que você não se deu ao trabalho de ajustar meu relógio só para discutir minha personalidade no café da manhã. – Pararam em frente ao elevador e ela apertou o botão.

– Ou talvez você esteja errada. – Rebateu o mais velho.

– Com certeza estou. – Direcionou-lhe um olhar debochado.

O elevador chegou e entraram nele. Não eram os únicos ali dentro, havia também uma senhora baixa de óculos, cabelos brancos e bengala. E também duas meninas loiras aparentando 17 ou 18 anos de idade, cheirando a mesquinho, de roupas tão caras e de marcas tão famosas e exclusivas que daria para saber de muito longe, só pelo olhar de suposta superioridade das donas. E é claro que, como a maioria das garotas desse tipo, elas tiveram que ficar cochichando sobre como Itachi era um deus, ou alguma coisa assim pelo que conseguira escutar. E é claro que nem da pra perceber o ego do idiota inflando só pelo olhar. O elevador parou e finalmente pôde sair, o que não quis dizer que conseguiria não respirar aquele ar tão cedo. O hall do hotel estava tão cheio de pessoas como aquelas duas que seria impossível, pra ela, contar sozinha. Pessoas completamente vazias (o oposto de suas carteiras). Todas exalando o mesmo cheiro de falsidade, distribuindo sorrisos igualmente falsos. Enjoativo.

Morava no hotel junto de Itachi fazia cinco meses. Mudavam-se constantemente de endereço. Itachi fora o principal encarregado de ensinar-lhe tudo o que precisaria saber. Não se lembrava ao certo quanto tempo havia levado para que superasse a morte de seu pai, mas não fora pouco. E o fato de fazer parte do grupo que o assassinara não ajudara muita coisa. Alguns deles também moravam ali no momento, além dela e de Itachi. Mas em momento algum nenhum deles foi obrigado a aguentar os dramas de uma criança. Foi quando se viu forçada a amadurecer com certa “ajuda”.

No primeiro ano teve todos os tipos de aulas particulares possíveis. Graças a esse tempo, além do japonês, se tornou fluente em inglês e alemão. No momento, sabia tudo que um aluno formado no ensino médio precisaria saber.

Desde os 11 foi treinada em lutas corporais, manuseios de armas, um pouco de tecnologia, manipulação emocional e controle de personalidade (este último sem muito efeito, por ter criado um gênio forte demais até pra ela mesma controlar em certas situações). Pretendiam fazer de si uma verdadeira arma em forma humana, para poder executar futuros e possíveis propósitos, e para que pudesse aperfeiçoar e aumentar ainda mais suas resistências psicológica e física (o real motivo de tudo). Isso além de tentarem matar a garotinha que um dia existira ali dentro.

Conseguiram.

O dois dirigiram-se até o restaurante do hotel e pararam em frente o balcão.

– Então, vai me dizer o que esta acontecendo? – Perguntou a perolada escorando os cotovelos e esperando o atendente.

– Por que a pergunta? - Itachi rebateu despreocupado.

– Anda logo e acaba com isso de uma vez, droga. – Podia sentir a impaciência crescer com tamanha enrolação. Uma garota baixa e de ar preguiçoso apareceu do outro lado do balcão.

– Um café puro e forte e um copo de cappuccino. – O moreno deu uma olhada rápida para a atendente. – Ele quer ver você. – Direcionou o olhar para Hinata, agora um pouco mais sério.

– Que pena pra ele, porque eu não estou afim. - A garota sentiu a própria face endurecer quase que imediatamente, assim como o tom de voz.

– Você sabe que não é uma opção Hinata. – Suspirou – Então, por favor, tente fazer com que as coisas se tornem mais fáceis que da última vez. – Já fazia seis meses desde a última vez que precisara vê-lo. E a visita não estaria entre uma das dez mais.

– Por favor você Itachi! Não estou nem um pouco me lixando para o que o Pain quer dessa vez. Você sabe muito bem oque tive que passar por causa dele e por causa da última vez que o vi. – Disse sem conseguir conter a irritação.

– Você não precisaria passar por nada daquilo se não tivesse tentado acertar uma faca na testa dele. – Retrucou o outro.

Um sorriso de lado brotou em seus lábios ao se lembrar da cena. Era realmente reconfortante saber que ganhar todos aqueles ferimentos nos treinos seguintes valeu a pena. Depois do ocorrido não era mais convocada com tanta frequência.

– E teria acertado se ele não tivesse se desviado. Pelo menos ele sabe que não sou só mais um fantoche.

– Seu jeito explosivo ainda vai te condenar. – Refletiu. – E você tem sorte de ser mais útil viva do que morta. O que não muda o fato de que teremos que encontra-lo do mesmo jeito. – Disse passando uma das mãos no cabelo. – E de que você, assim como eu, está sob o comando dele.

– Se eu disser que não...

– Irá mesmo assim. – Completou. – Você é diferente da maioria, aguenta muito mais coisa que os demais, mas suportar quer dizer resistência e só. Ainda sim é mais fraca que um homem, apesar de ser mais ágil e habilidosa do que um. O que, é claro, não me inclui. – Convencido! O que não fazia o que ele disse deixar de ser verdade. Nunca conseguiria fugir dele. Não desarmada. E não sem ajuda.

– Sei que não sou mais forte que você, - falou emburrada - mas se você não conseguir encostar em mim não precisarei ser. – Sorriu triunfante.

– Pode tentar. Porém, você sabe que é inútil, além de não ter nenhum motivo pra tanto. – Pegou a xícara de café recém servida, dando um longo trago em seguida.

– Itachi!! – Apelou, agora em tom de súplica. Seu cappuccino ainda intocado.

– Beba logo. – Apontou para o copo da morena. – São pelo menos três horas e meia de viagem até Washington. – Tomou outro gole do café.

Pain está em Washington? Ele só pode estar de brincadeira!

Uma raiva descomunal começou a corroer por dentro. Não respondeu nada. Bateu no copo fazendo-o cair no chão e saiu em seguida. Era mais do que poderia suportar.

Seguiu para a garagem subterrânea, passou todo o caminho tentando se acalmar enquanto ignorava qualquer cumprimento de qualquer pessoa. Itachi estava certo, eu tenho sorte de ser mais valiosa viva e uma hora meu gênio ainda me cond- ah, dane-se.

Caminhou até a BMW-X6 preta, se sentou no capô e começou a balançar as pernas.

Nagato estar em Washington só pode querer dizer uma coisa. E eu não tinho saída. Nem porque fugir. Querendo ou não, a Akatsuki é o que eu tenho de mais próximo. Não é bom, mas mesmo assim. Bom ou não, eu agora, mesmo que não completamente, sou um deles. Pelo menos até encontrar um jeito de não ser. De uma forma ou outra, me querer na sede de Washington ainda é demais. Droga! Um soco foi desferido no metal do carro e logo em seguida sentiu seu braço esquerdo ser puxado com brusquidão, obrigando-a a ficar de pé.

– Você sabe que isso é uma das poucas coisas que me irrita, pirralha. – E realmente ela sabia, Itachi sempre teve um ciúme quase doentio por seus carros. Ele estava meio irritado e muito próximo. Uma das mãos ainda a segurando com firmeza, a outra sustentando um copo novo de cappuccino. Ela era uma cabeça mais baixa, o que a fez ter que olhar pra cima para encara-lo. – Entra. – Ordenou entregando o copo e desativando o alarme.

Suspirou cansada e entrou, com Itachi entrando logo depois. Suspirou mais uma vez, agora com o olhar concentrado no copo quente em mãos.

– Não demonstre seus sentimentos Hinata. – Disse ligando o carro e dando partida. – Já se esqueceu?

Permaneceu calada sem tirar os olhos do copo ainda intacto. Quase sempre era boa nisso, esconder sentimentos. Mas nunca perto de Itachi. Ele me conhece bem demais. Às vezes até parecia que a preocupação do mesmo era mais que obrigação ou fingimento. Isso tudo é muito, até pra mim. E ele sabe disso. E, parando pra pensar, ele sabia de muita coisa.

– Obrigada. – Disse um tempo depois, bebendo um pouco do líquido ainda quente e passando a olhar a estrada pela janela. Eu sou só mais uma menina no final das contas. E depois disso mais nada seria dito por, talvez, longas duas horas.

Nagato estar na sede de pesquisas e me querer lá só significa uma coisa.

E eu serei a mais nova cobaia de Pain.


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Notas finais do capítulo

É isso galero, espero muito que tenham gostado.
Por favor, não se esqueçam de deixar comentários com a opinião de vocês, isso é muito importante.
Até mais,
Kisses.