Hunted escrita por Hikary


Capítulo 1
Alvo


Notas iniciais do capítulo

Ressurgindo das cinzas e revivendo a fic.!
Grassas a um anjo que me iluminou estou voltando com a história.
Boa leitura!



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“All of the lies we bent
Under the weight of the world
Caught beaten by the edge
Of the weight of the world”

Grow, Rae Morris

Era bastante pequena e inteligente para a idade. Sua mãe morreu quando era ainda menor. Pequena o suficiente para não se lembrar muito da face daquela que lhe entregou para a vida. Na verdade a garotinha fazia questão de tentar esquecer nas poucas vezes que conseguia lembrar-se de alguma coisa. Com apenas 10 anos, Hinata morava com o pai em uma casa pequena no subúrbio de Tókio. E, apesar de levar uma vida simples, já se acostumara com a rotina pacata e sem graça.

Vagueava pela calçada com a mente distante, desanimada demais até para segurar as curtas madeixas preto azuladas que o vento insistia em soprar e desalinhar. Seus olhos perolados estavam cobertos pela franja e não se desfocavam do chão de concreto, como se ali existisse alguma coisa interessante demais para deixar que sua atenção fosse desviada. Vez ou outra se permitia chutar uma pedrinha, como que em uma tentativa de acabar, ou pelo menos diminuir o tédio.

Era fim de tarde de uma quinta feira e, como sempre nesse horário, Hinata voltava da escola que não ficava a mais de 5 quadras de casa. Parou em frente à porta de madeira bem escura e começou a procurar as chaves dentro da mochila florida, que de tão grande quase se arrastava no chão. Passados alguns minutos conseguiu finalmente encontrar o chaveiro. Bufou baixinho e adentrou a casa sem muita paciência.

– Pai, já cheguei! – Gritou fechando a porta atrás de si. Jogou, de qualquer jeito no sofá, a mochila pesada demais. Dirigiu-se para a cozinha a fim de tomar água. Tirou os sapatinhos de boneca enquanto andava, ficando só com as meias. Do batente da porta pode perceber um papel pequeno pregado na parte mais alta da geladeira. Depois de beber sua água ficou na ponta dos pés e puxou o papel. Conselho tutelar? Dirigiu seu olhar para a porta pela qual tinha acabado de passar. Estava tudo estranho. Amassou o papel e o jogou no lixo. Era sempre respondida quando chegava. – Pai! Pai, cheguei! – Mesmo depois de voltar para a sala não foi respondida. Será que está dormindo? Mas mesmo assim ele acordaria. Subiu as escadas e parou em frente o quarto. – Pai? – Bateu na porta e quando continuou sem obter resposta alguma resolveu entrar. – Pai, oqu - Seus olhos se alargaram instantaneamente.

– Finalmente princesinha. Já estava ficando cansado de esperar. – Hiashi se encontrava estirado no chão sobre uma possa de sangue. Seus olhos estavam abertos, porém opacos e sem vida. Ele olhava em sua direção, mas não à via. Era como se pudesse ver através dela. Deu um passo instintivo para trás. – Tivemos que nos divertir um pouco com ele para passar o tempo, espero que não tenha se importado. – O homem disse. Vestia um terno de um branco impecável, na verdade a única parte preta de suas roupas eram os sapatos. Se mostrava bastante tranquilo ali, sentado em cima do corpo. No rosto: um sorriso zombeteiro. Na mão direita: uma arma.

Sentiu as mãos grandes e frias do terror cobrir por completo seu rosto. O medo se fez presente junto do desespero e das lágrimas. Não era ingênua como aparentava. Seu pai estava morto. E agora era ela quem estava sob a mira. Acabou. Sabia da realidade. Mesmo assim continuava sendo só uma criança. E como qualquer outra foi estúpida o bastante para tentar fugir.

Com um esforço, que pareceu ser sobrenatural, conseguiu fazer com que os pés se mexessem. Deu uma última olhada para a cena dentro do quarto. Sua mente fez questão de guardar muito bem aqueles olhos brincalhões e cinzas, assim como os olhos mortos do pai.

Quando finalmente se virou para o corredor outro homem apareceu em sua frente. Tentou correr, mas tornou-se impossível sair do lugar quando teve seu braço segurado. Mais lágrimas começaram a brotar e se perguntou de onde é que saíam tantas.

– Você vem com a gente boneca. – disse passando o polegar em uma de suas bochechas. O segundo homem tinha uma expressão diferente da do primeiro. Era mais sério e mais alto também. Agora, em vez de branco, a única cor que viu na roupa elegante foi o preto. Porém o que chamou mesmo sua atenção foi o brilho do olhar. Um olhar sádico.

– Me solta. – Tentou gritar, mas era como se tivesse a garganta bloqueada. Tudo o que conseguiu fazer foi murmurar enquanto tentava a todo custo tirar a mão de seu braço. Sou pequena demais. Fraca demais.

– Vamos embora Hidan. – Se virou para o parceiro que ainda se encontrava no quarto. A voz grossa e autoritária preencheu todo o ambiente. – Ei, fique quieta antes que eu perca a paciência pirralha. – A suspendeu pelo braço para que seus olhos ficassem no mesmo nível, como se ela fosse tão leve quanto uma boneca de trapos.

– ME SOLTA! – A azulada gritou em desespero e o mordeu no nariz com toda a força que conseguiu, caindo num baque surdo logo em seguida. Não deu tempo para que nenhum dos dois armados a segurasse de novo e correu. Correu com toda a coragem que conseguia juntar no momento.

– Grrr, desgraçada! – Uma mão tampou o nariz por causa da dor. Com a outra puxou a arma da cintura assim que viu a petulante de costas para si. – Isso acaba agora. – Mirou e, antes de Hinata conseguir virar para descer a escada, disparou.

Um grito agudo ecoou no corredor.

– Kakusu! Precisamos dela viva seu idiota! – Disse, agora um pouco estressado, o de cabelos brancos. Segurava a mão do parceiro o obrigando a apontar a arma para o teto.

Com o susto Hinata caiu de joelhos com as mãos nos ouvidos e antes que pudesse pensar em se levantar sentiu-se ser erguida como um saco de batatas. O rosto bateu com força em costas grandes devido à brutalidade do ato. A menina fechou os olhos com força para suprimir um gemido.

– Vamos logo. – Resmungou em tom mal humorado o tal Kakuzu, que agora a carregava. Se pondo a andar logo em seguida.

– Você teve sorte princesa. – A pequena escutou a voz que vinha um pouco de trás e quando levantou a cabeça lá estava. O sorriso irritantemente brincalhão.

– Cale essa maldita boca Hidan. – Praguejou Kakusu. Deu um solavanco de propósito.

– Como pode ver – Prosseguiu o mais baixo – nosso amigo aqui não é tão paciente quanto eu. – E mais um sorriso feliz.

Hinata apenas o fitou em silêncio. O encarando e desejando que tal ato estourasse aquela cabeça com cabelos arrumados. Tudo o que conseguiu sentir na hora foi vontade de cuspir na cara do infeliz.

Saíram pela porta da frente e ela pôde deslumbrar sua casa uma vez mais. Ficou tão entretida com a imagem do edifício que quase acreditou ser a primeira vez que o via. E mesmo sabendo que não era a primeira vez, sentiu ser a última. A cor creme das paredes. As janelas e a porta, todas de madeira muito escura. Reparou até na luminária pregada ao lado do batente que, a noite, pouco iluminava a calçada. Olhou pra tudo o que conseguiu, memorizando cada mísero detalhe.

Após longos segundos jogaram-na no banco de trás de um carro caro. Hidan e Kakuso se sentaram nos bancos da frente e ela logo notou o início do movimento. Numa última tentativa de fuga Hinata tentou puxar freneticamente a maçaneta da porta antes que o veículo tomasse velocidade demais. Trancada.

– Não ganhará nada tentando alguma coisa. – Hidan, que se sentava no banco do carona, virou-se para trás. – Tem uma pessoa que quer muito conhecer você. – E, diferente de todas as outras vezes, ele mudou. Não sorria.

Ajoelhada no banco e virada para a parte de trás, conseguiu ver sua rua se afastando. E, aquele pedacinho de cidade, pareceu mais pacato e sem graça do que nunca. Depois da rua finalmente sumir ela sentou-se direito no couro marrom bem trabalhado, olhando a paisagem pela janela. Lembrou-se da sena no quarto do pai e chorou em silêncio.

O trajeto foi quieto e durou em torno de quarenta minutos. Estacionaram em frente a uma casa muito antiga e igualmente luxuosa. Foi tirada do carro aos tropeços e rudemente segurada pelo ombro direito enquanto andavam e adentravam o recinto.

Como já esperava, o hall de entrada se mostrou realmente enorme e de ambiente escuro. Todo o chão era feito de madeira quase negra, assim como a metade inferior das paredes. A metade superior e o teto ostentavam um carmesim forte e quase vivo. Hinata dirigiu seu olhar para cima e, se não estivesse sendo obrigada a estar ali, até poderia ter se maravilhado com o imenso lustre com cascatas de cristal. Foi tirada do devaneio por um puxão no ombro. Quase escorregou no chão liso por ainda estar só de meia. Está calado demais. Pensou.

Os três subiram dois lances de escada e dobraram o corredor uma vez para a esquerda. Pararam em frente a uma porta dupla. E só então sentiu o pavor por se encontrar ali. Kakuzu deu duas batidas na porta, aguardando permissão para entrarem.

– É bom que a partir de agora se comporte, princesa. – Hidan ajoelhou-se para cochichar em seu ouvido. – Não quero que todo o esforço de hoje tenha sido um desperdício. – terminou.

As pérolas se alargaram com o medo que só fazia aumentar. Desperdício?

– Entre. – Uma voz autoritária se manifestou do outro lado da porta.

Hidan abriu a porta ao mesmo tempo em que empurrava Hinata para dentro com a mão livre. Os três entraram com o som da porta se fechando logo atrás. O cômodo não era tão diferente do hall que tinha visto um pouco antes. Pela janela pôde ver que já era quase noite lá fora. Mesmo assim o escritório estava muito bem iluminado. A sua frente havia uma mesa e a cadeira grande que se encontrava logo atrás estava virada para o lado oposto ao dela.

– Trouxemos a garota que nos pediu. – Anunciou Kakusu de forma firme, após um bom tempo sem se pronunciar.

A cadeira começou a virar-se e, a cada movimento que ela fazia, Hinata escutava seu coração bater mais forte. Quando o móvel se virou por completo um homem de cabelos de um laranja escuro e apagado e olhos incrivelmente roxos ficou a sua vista. Era muito mais assustador que os dois anteriores. Portador de uma aura sinistra.

– Olá, Hinata. – A voz dura e potente pairou no ar. Era como se tivesse a alma exposta apenas com aquele olhar. A pequena por outro lado não foi capaz de fazer nada. Logo tratou de cortar o contato visual e desviou seu olhar para o chão. – Sabe, não gosto que me deixem sem uma resposta educada.

Hinata, ainda de cabeça baixa, fechou os olhos com bastante força. Reuniu toda a coragem que conseguiu. Reergueu a cabeça e olhou para frente. Perguntou antes que perdesse a coragem no segundo seguinte:

– Por que estou aqui?

– Então ela fala. – debochou – Meu nome é Nagato. E é mesmo um prazer finalmente conhece-la. – Ela nada respondeu. – Bom, eu até que gostaria de saber mais sobre sua vida, mas me parece que você quer ir direto ao assunto, não é mesmo? – O ruivo se levantou, deu a volta na mesa e caminhou em direção a ela. – Fiquei sabendo que você tem uma resistência muito fora do comum. O bastante para ser considerada impossível de se existir. É verdade?

A garota só meneou negativamente com a cabeça. No segundo seguinte um estalo alto surgiu. Sentiu a face arder do lado esquerdo. Nagato lhe desferira um tapa que faria com que qualquer outra criança caísse no chão talvez até ficando inconsciente. Mas toda a reação da garota foi jogar o rosto para o lado. Sem nenhuma mostra de dor ou lágrima. Os olhos arregalaram com o susto.

Mas o qu-

– Não minta pra mim! – A voz trovejou no ar. Um meio sorriso de satisfação brincou nos lábios finos. – Parece que minhas fontes estavam certas. Perguntei para seus professores na sua escola e eles me confirmaram. Disseram que tem resistências física e mental fora do normal. Invejáveis. – Prosseguiu de forma mais branda. – E eu adorei confirmar.

Hinata olhou para aquele rosto novamente e deu um passo para trás. Bateu em alguma coisa dura e se obrigou a olhar para cima. Era Hidan atrás dela. Tinha até me esquecido deles.

– Agora que já tenho tudo confirmado vamos resolver isso logo de uma vez. – A voz de Nagato chamou sua atenção novamente. – E é por causa dessa sua diferença dos demais que você esta aqui. Somos uma organização chamada Akatsuki. Trabalhamos muito para o progresso e o desenvolvimento da sociedade, mas não é exatamente isso que importa por agora. – disse – Mande Itachi entrar. – Completou se dirigindo a Kakusu.

O mesmo abriu a porta e por ela entrou um homem alto e forte de cabelos grandes e negros presos em um rabo de cavalo baixo. Seus olhos eram de um ônix com um brilho avermelhado. Tinha a face séria e dura. Vestia uma calça jeans e uma blusa social preta e de manga comprida. Hinata o olhou extasiada.

– O que houve com seu nariz? – O novato perguntou com sarcasmo à Kakusu.

– Vá se fuder.

– Espero que cuide bem dela Itachi-san. Deu-nos um pouco de trabalho. – Hidan mostrava mais um sorriso.

– Como esperado de vocês. Incompetentes. – Retrucou de forma fria.

Kakuzu estava prestes a avançar contra o moreno, porém foi impedido por Hidan. Itachi deu um risinho de lado.

– Sei que seu pai morreu, sinto muito por isso. – Falou Nagato em uma falsa condolência, ignorando os demais. – Sei também que você não tem mais ninguém. Então este será seu novo pai. – Indicou o recém-chegado com a mão. – Uchiha Itachi.

A pequena dirigiu um olhar acanhado para Itachi que a fitou com intensidade.

– Vocês partirão amanhã para a Nova York onde você terá uma nova casa. Lá você começará a fazer parte da nossa corporação. Espero sinceramente que coopere.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, espero que tenham gostado.
Bom, essa é minha primeira fic., na verdade eu tinha começado ela a um bom tempo, agora eu estou reescrevendo a história para dar uma continuação.
E sim, super animada com o retorno!!
Pretendo fazer um enredo bem longo, então a história como um todo será dividida em histórias menores, como se cada uma delas fossem temporadas.
Então, por favor, deixem comentários para eu saber oque vocês acharam do início, da forma como escrevo, enfim, a primeira impressão.
Até a próxima,
Kissus.



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