DOIS ANOS DEPOIS

_Ricardo. - disse Lucrécia. - Ela está chamando por você.

Cobra então se dirigiu até o quarto de hospital o qual Jade se encontrava, estava pálida e muito impaciente.

_Está precisando de alguma coisa minha dama? - perguntou preocupado.

Jade revirou os olhos e lançou um olhar ameaçador na direção do marido. Haviam se casado a alguns meses, e o relacionamento não podia estar melhor, a não ser é claro no exato momento.

_Eu quero ver. - disse a dançarina.

_O médico falou que não vai demorar, calma meu amor.

Bufando, Jade cruzou os braços.

_Eu simplesmente não entendo o porque dessa demora, tem algo errado Cobra? Você viu não viu? Não me esconda nada.

Cobra então riu.

_Ela é perfeita. Nossa filha nasceu perfeita, agora tenta se acalmar, ela é linda. Puxou a mãe.

_Porque não posso ver logo?

_Jade, eles estão cuidando dela.

Alicia tinha nascido a algumas horas, Jade mal podia esperar para pegá-la nos braços mais uma vez, logo apos o parto só conseguiu ver a filha de relance pois desmaiou de exaustão, Cobra no entanto pode vê-la melhor e não conseguia acreditar que aquela menininha linda e delicada era sua filha.

_E pensar que você quase enlouqueceu quando soube que estava gravida em dama? - brincou Cobra ao lembrar do desespero de Jade ao descobrir a gravidez, de fato não foi fácil, afinal ela estava apenas iniciando sua carreira de bailarina, e uma criança complicaria tudo, porém, mesmo grávida ela continuou no mundo da dança, dando aula para crianças durante o dia. Cobra por sua vez não poderia ter ficado mais feliz com a noticia, o que surpreendeu muita gente, a empolgação do rapaz acabou contagiando sua dama e ela enfim aceitou a sua situação de vez, se apegou tanto a sua menininha que a espera para te-la junto de si novamente era praticamente insuportável.

Cobra deitou-se ao lado de Jade na estreita cama de hospital e passou as mãos em seus cabelos com intenção de acalma-la.

_Eu a amo tanto Cobra. - disse a moça.

_Eu também, vocês duas são e sempre serão as mulheres da minha vida.

Ouviram então uma batida na porta, Cobra saltou da cama, afinal era proibido deitar-se ao lado dos pacientes, não que ele se importasse muito com o fato de quebrar uma regra, mas foi puro reflexo. Era a enfermeira com sua filha nos braços.

_Aqui está mamãe, ela é linda e saudável.

Jade então segurou a filha nos braços e jurou nunca mais soltá-lá, mas é claro que logo teve de quebrar a promessa pois a enfermeira teve de levá-la. Cobra achou graça na impaciência de sua mulher ao ver a filha sendo levada pela enfermeira.

Dias depois

Já em casa, com a família completa, o clima não podia estar mais leve, é claro que durante a noite acordavam estressados ao ouvir a bebê chorar, porém ao observar a filha se acalmar e voltar a dormir eles se derretiam todos, combinaram que não tinha essa de um acordar e o outro continuar dormindo, ambos tinham de se levantar para cuidar de Alicia independente do cansaço ou da preguiça.

Ali parados observando Alicia dormir, Jade olhou para Cobra e vice e versa.

_Eu te amo.

_Eu te amo.

Deram as mãos e voltaram para a cama. No escuro, refletiram sobre tudo o que passaram até chegarem àquele momento e sobre o que esperavam para o futuro.

_É a gente tem história pra contar não é mesmo dama?

_Sim vagabundo, nossa história daria um livro.

_É verdade, um livro que ainda está sendo escrito. - disse Cobra. - Não sei o que acontecerá nos próximos capítulos, mas sei o que quero que aconteça.

_Quer um spoiler? - pergunta a dançarina, o lutador faz que sim com a cabeça. - Posso não saber exatamente o final desse livro, mas sei que estaremos juntos, pois não consigo enxergar um futuro sem você e a Alicia.

Jade então se aconchega nos braços de Cobra e ele a beija ternamente.

_Desde o dia em que te conheci minha dama não consigo enxergar um futuro em que você não estivesse comigo. Quando eu me imaginava no ringue, ganhando uma luta, a primeira coisa que eu procurava após minha vitória, era você na arquibancada sorrindo para mim.

_Cobra e Jade. Cobrade. A dama e o vagabundo. É, fomos feitos um para o outro. Não há como negar. - concluiu a dançarina e então beijou seu lutador.