Patricinha? Será? escrita por Alima


Capítulo 24
Dente por dente, nota por nota.


Notas iniciais do capítulo

Oi, queridos e queridas! Mas um capítulo como prometido, sim eu agora cumpro com minhas promessas... Enfim paramos em: Ethan e sua irmã presenteiam Clara com um diário. Espero que gostem desse capítulo foi divertido escreve-lo! Boa leitura!



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Eu não acredito. Digo sorrindo para os dois. Ethan me olha como se dissesse fala sério é só um diário. Ellen parece feliz em me agradar, talvez eu tenha mesmo conquistado sua confiança. Obrigada mesmo...

Clara... Ethan me interrompeu. Só estou te dando um diário para te implicar, sei que não gosta de escrever em diários, por isso você me... deixa pra lá.

E é por isso mesmo que gostei. Digo com sinceridade, enquanto nem eu mesma estou me entendendo, e como se de tanto não gostar, agora gosto. Em um presente não se deve levar em consideração coisas desse tipo. O importante foi que a pessoa pensou em você. Depois você pensa se gostou ou não. E eu realmente gostei.

Ta, você não entendeu nada. Ri Ethan. Não era para ter gostado. Eu estava te zoando, e também uma forma de agradecer pelo que me deu.

Isso não quer dizer que não vai mais traba...

Vou. Responde Ethan, antes que eu termine a frase. E vou começar agora. Sai ele, rumo a casa de instrumentos para limpar a piscina.

Ellen e eu nos sentamos, ela me olha e depois para o irmão, como se quisesse perguntar algo que Ethan não pudesse escutar.

Será que posso te fazer uma pergunta? Pergunta ela, como eu pensava.

Pode mandar. Digo.

Com que idade devemos... Namorar? Pergunta ela.

Minha primeira reação for rir, tanto da pergunta, como da cara de Ethan que escutava escondido; uma mistura de espanto e incredulidade se formou no rosto dele. Mas eu não ri apenas me virei para ela, tentando parecer madura o mais perto de uma mãe, mas nem tão madura a ponto de assustá-la.

Bem... Começo. Olho para Ethan e ele me olha quase que dizendo Veja lá o que vai dizer. Quantos anos você tem?

Doze. A propósito, vou mudar minha pergunta. Dessa vez Ellen esta mais confortável. Com que idade você deu seu primeiro beijo?

Droga!

Com... doze. Digo. Droga duas vezes! Ethan agora me olha de longe dizendo concerte isso!. Agora você me responde. Suas amigas estão mais adiantadas que você?

A maioria.

Certo já entendi. Disse mais para mim mesma. Ellen, não deve fazer algo só por que as pessoas te acham estranha por não fazer, ou por que te pressionam.

Mas você também...

Essa é a questão não se espelhe em ninguém. Assim como o amor e o beijo eles são algo que sabemos a hora. Por último deixo um conselho... Faço uma pausa para chamar ainda mais sua atenção. A dor de cabeça é algo que quando se sente você sabe que é dor de cabeça. Com o amor é o mesmo. E o beijo... Se não sentir-se preparada não vai saber se é um beijo.

O rosto de Ellen ficou sem expressão. Se ela tinha entendido, eu não sabia, mas aquilo fez sentido na minha cabeça. Ellen não me perguntou mais nada.

***

Ethan não me disse nada sobre meus conselhos com sua irmã. Na escola dessa vez não parecia nada legal, a partir do momento que um professor chamado Mário entrou, ele era alto e tinha cabelos grisalhos, seu sorriso dizia Vocês com certeza, não me conhecem-no mau sentido- só havia dez minutos que ele estava na sala e já havia conquistado toda turma.

Sabe o tipo de professor que faz piadas em que todo mundo ri, e você é a única pessoa que não acha graça, aí você chama a atenção por esse motivo, e ele te olha pela segunda vez no dia com cara de você não me conhece, mas agora você recebe essa olhada sozinha.

Bem, vamos para a prova. Ele diz com um sorriso zombeteiro. A turma tira o sorriso da piada sem graça, e só então posso ver um ponto de exclamação em cada rosto.

Só o que me faltava. Sussurra Pedro com raiva.

Ele não pode fazer isso. Essa é a sua primeira aula aqui. Ou pode? Converso aos cochichos com Pedro, ainda abismada.

Estou ouvindo conversas no fundo. Diz Mário, tenho a impressão que olhou diretamente para mim. Não adianta reclamar a aula é minha e faço dela o que bem entendo. Além do mais é só um teste de conhecimentos, se o antigo professor tiver sido bom. Ele faz uma pausa para enfatizar. ... Provavelmente conseguiram a metade.

Mário distribuiu a folha da prova, e meu queixo caiu quando vi.

Isso só pode ser brincadeira. Sussurro para Ethan. Ele apenas ri do meu desespero e pega a caneta, vejo que ele esta conseguindo responder, olho para Pedro do outro lado e seu rosto parece dizer o mesmo que o meu: Indignação.

Então como se a prova fosse jogo de futebol, chuto todas as questões, é claro que estou muito ferrada. Vejo que Mário pega as provas e já começa a corrigi-las, em menos de dez minutos, ele já esta entregando as provas.

O que?! Praticamente grito ao ver minha nota, no fundo eu tinha esperança que todo mundo se desse mal, mas só o que eu via era nove, oito, sete. Enquanto eu um miserável dois, pelo menos Pedro tinha tirado um, com isso a minha nota não era a menor. Ethan com seis, mas nem um dos dois estava insatisfeito.

Se você quiser, depois daqui as notas vão para a secretária, é só vim à noite e mudar. Brinca Pedro, tenho a impressão que cada dia que o vejo as olheiras ficam mais escuras. Já fiquei sabendo de alunos que conseguiram.

Esta falando sério? Olho para o garoto que tem cara de garotos com 14.

Claro que estou. O guarda não aparece nas quartas. Dessa vez Pedro é mais convincente.

Se quiser posso te ajudar... Ethan se oferece.

Pode? Me viro para Pedro temendo que aquilo fosse alguma brincadeira.

Estou falando sério, a chave fica junto as outras chaves da escola. Só precisam pegar hoje e então a noite...

Pedro deixa que a frase fique no ar.

***

Ethan e eu olhávamos para a escola sob a luz da lua e todo o escuro da noite que esta em volta. Acho que ele pensava o mesmo que eu: Será que isso é o certo a se fazer?

Com certeza não é. Digo pensando alto demais, Ethan acaba escutando.

Não é o que?

Entrar na escola, para trocar minha nota. Mas uma vez demonstro como sou egoísta, e mais uma vez você esta metido nisso. Digo desistindo.

Espera, Clara. Ethan sorri. Não estou fazendo isso só por você. Entrar na escola à noite, escondido acho isso legal.

Fico em silêncio reconsiderando.

Tudo bem. Vamos?

Pegou as chaves na diretoria mais cedo? Ethan me pergunta. Eu assenti, entregando o molho de chaves, então caminhamos rumo ao portão do colégio.

Ele destranca o portão, a grande porta da escola que tem três cadeados, e finalmente estamos dentro da escola, fecho a porta sem trancar. Ethan e eu caminhamos para a secretária, não fazemos questão de aceder as luzes. Ele abre a porta e quase como se tivesse fácil demais, vejo uma pasta, me pergunto o porquê daquelas notas já estarem na secretária. Talvez o destino tivesse repensado melhor, e teve um pouquinho de pena do meu 2,0.

Ethan ri, provavelmente o crime tinha afetado sua cabeça, seu sorriso era malicioso.

Não perco tempo, procuro meu nome, em meio a tantos nomes que nem conheço. E então acho. Pego a caneta e na folha única de notas apago com lápis borracha -que apaga canetas- o meu 2,0, vira um 7,0 por que talvez o lápis não funcionasse muito bem, sete foi o número mais parecido com dois que consegui pensar. E então penso em Pedro que tirara um 1,0, e faço a boa ação do ano, transformo o seu 1,0 em 10.

Pronto. Digo sorrindo para Ethan.

Menos de cinco minutos já tínhamos trancado tudo. E agora era rezar para que ninguém percebesse, ou se percebesse não se incomodasse.

Acho que devo te agradecer. Me viro para Ethan mais grata do que nunca.

Tudo bem. Cantarolou Ethan estranhamente. Tchau...

Tchau. Antes que eu hesitasse, Ethan se aproxima de mim, como se fosse um beijo de despedida, mas me afasto quando ouço a risada de Rebeca e agora ela esta do nosso lado. Seu rosto quase dizia que aquilo era uma vingança, podia ler seus olhos: Atrapalhou meu beijo com Edgar, nada mais justo atrapalhar o seu com Ethan.


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Notas finais do capítulo

E aí??? Meio curtinho, né? O próximo capítulo vai ser bem interessante, que será postado na terça-feira. Não se esqueçam de dizerem o que estão achando... Até terça! Beijinhos!



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