Patricinha? Será? escrita por Alima


Capítulo 2
O primeiro passo para a loucura.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi... Aqui estou eu para o segundo capítulo da fic, da nossa amada Clara que de patricinha não tem nada. Esse é capítulo é bem rapidinho, mas vale a pena conferir.
Espero que gostem...



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Nada que uma boa noite de sono não pudesse resolver, minha tristeza havia diminuindo em relação à ontem à noite, alias já estava acostumada. Na verdade não havia muita coisa a ser contada, já que não acontecia muita coisa na minha vida, mas adoraria compartilhar meus pensamentos, já tentei fazer isso com um diário, mas não deu certo, não sou muito boa em escrever, prefiro me expressar.

Rebeca, Beatriz e eu, caminhávamos em direção a sala, sob os famosos corredores da escola, corredores que como câmeras registraram vários fatos, de muitas pessoas. Só comigo a maioria deles. Foi aqui nesse corredor, que deu meu primeiro beijo, tinha doze anos na época. Pedro nem mora mais na cidade. Foram também aqui que Rebeca e Beatriz brigaram uma vez, não uma discussão, elas se estapearam. E em minha opinião uma das brigas mais sem graça que já vi aqui também aqui uma garota morreu, ela tinha onze anos, eu dez, mas nem me lembro do que mesmo ela morreu só me lembro de ver um circulo de pessoas em volta de uma garota que estava caída no chão, e depois três dias de luto na escola.

Bem e agora mais um momento, eu perdida em meus pensamentos, enquanto escuto Rebeca dizer algumas palavras, que não consigo decifrar a frase toda. Liquidação. Ao contrário delas minha maior preocupação não era se a liquidação iria acabar, morria de medo da solidão. Perder-me em minhas fantasias, era como me esquecer que todo mundo existe, era andar naquele corredor sozinha, apenas eu e o barulho dos meus saltos e se ser solitária era isso, então talvez eu fosse, mas se para não ser solitária teria que escutar Rebeca e Beatriz então era melhor ficar do jeito que estava.

Chegamos então na classe, só faltávamos nós, que entramos junto com o professor Dias. Sentei na fileira do meio, na primeira carteira como de costume, do meu lado direito Rebeca, e atrás de mim Beatriz. Lisa e Ethan na fileira do lado esquerdo no terceiro e quarto lugar, onde o quinto era ocupado por Rafa.

–Bom dia! –Dias tinha uma maneira estranha de dar bom dia. Ele sempre olhava para cada rostinho sorrindo, como se tivesse comido algodão doce no café da manhã.

–Bom dia! –Respondemos em uníssono.

–Bem, gostaria de começar a aula de hoje, de uma maneira diferente. –Ele continuou. –Quero que busque em vocês, seu assunto favorito, e me digam sobre ele. Quero ouvir a opinião de cada um. Quem vai começar? –Sorriu entusiasmado.

Bem, eu gostaria muito de dizer sobre música, não é o meu favorito, mas não consigo viver sem. Ela me move.

Levantei a mão, finalmente uma forma de expressar.

–Não, não e não. –Rafa disse, me assustando. –Por favor, professor, não deixe que ela fale. Não quero saber sobre roupas e maquiagem.

Sentir meu rosto esquentar de raiva, todos riam da palhaçada de Rafa, alias riam de mim.

–Na verdade. –Me virei para ele. –Eu ia falar de música. Ao contrário de você, que prefere falar de circo.

Ouvi todos na sala, dando gargalhadas dessa vez dele.

–Tudo bem, tudo bem. Lisa... –O professor prosseguiu me pulando, sem perceber que na verdade nem tinha falado.

Definitivamente as pessoas não me ouvem nem pagando, ou ouvem?

Depois disso, não ouvia mais nada que se passava na sala. A idéia me rondava avisando que era uma loucura, mas podia dar certo.

Pagar uma pessoa para me escutar. De onde tirei isso? Fiquei repetindo isso até chegar em casa. Desistindo de abandonar essa loucura, resolvi me render a ela. Mais se era pra cometer um crime não ia roubar uma moeda, compensaria um banco, isso significa que teria que fazer isso bem feito.

Não poderia ser qualquer pessoa, eu falaria dos meus problemas, fantasias, alegrias e até o que eu penso que é minha especialidade. Mais é claro que não poderia ser uma pessoa intima a mim - como se tivesse uma - imagine só Rebeca escutando que uma vez sonhei que estava tomando chá com o chapeleiro de Alice no país das maravilhas, alguns casos ela daria gargalhadas sem dó nem piedade, o mais difícil seria arranjar alguém qualificado. E o pior não poderia sair na rua perguntando “quem quer trabalhar pra mim me ouvindo? Pago bem!”.

Joguei-me na cama, ao mesmo tempo em que tive uma ideia, podia ate senti uma lâmpada se acendendo por cima da minha cabeça.

E se eu colocasse um anúncio no jornal, que precisamos de um limpador de piscina, se a tal pessoa não me agradar dispenso, se sim falo que na verdade não e um emprego de limpador de piscina.

Corri para falar com Denise para por o anúncio no jornal.

–Mais o motorista já faz esse serviço, a não ser que não esteja satisfeita. –Denise me avaliou por um momento, a essa altura já sabia que eu tramava algo, ou por que eu me interessaria em procurar empregados?

–Não é isso. Cesar é um ótimo motorista mais pelo cansaço que ando percebendo dele... –Menti. E como minto mal. –Não acha que seria melhor se tivéssemos uma pessoa só para limpar a piscina?

Denise me analisou desconfiada.

–Se assim prefere. Só acho curioso se preocupar com isso, mas que sou eu para achar alguma coisa? –Ela concordou. Oh meu Deus ela concordou! Agora não tinha mais jeito, não poderia mais voltar atrás.

–Quem é você? E um anjo que surgiu na minha vida. –Sorri e a abracei carinhosamente.

Daqui a alguns dias minhas tardes não seriam mais vazias, alguém me escutaria, o triste que a pessoa não me escutaria por bem, ela seria paga para aquilo. Isso me deixou infeliz de certo modo. Pagar? Parecia tão fingido, nada do que realmente eu planejava, queria que as pessoas me ouvissem e achassem legal o que penso do mundo. Mais nada na vida é perfeito.

–Só avisarei sua mãe, afinal o salário e ela quem paga. –Denise acrescentou. Ninguém poderia saber então, imagine se Denise descobre, me acharia uma garotinha infantil e mimada.

Subi para o quarto com um propósito, arranjar algo para fazer naquela tarde. Deu uma olhada no meu guarda-roupa. Shopping.


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Notas finais do capítulo

Bom se vocês já estão no segundo capítulo, então é porque estão gostando, Obrigada e por favor não deixem de COMENTAR.
Até o próximo capítulo



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