–Meu nome é Clara. E o seu? –Disse em um tom agradável.

A irmã de Ethan ergueu o olhar e ficou em silêncio, quase que dizendo “não estou de papo”.

–Ellen. –Ela respondeu finalmente.

Ethan então se aproximou de mim, prestes a dizer algo em meu ouvido, mas a Ellen interrompeu.

–Caso precise de mim. –Ellen me deu um olhar sério. –Estarei sentada naquela cadeira.

–Tudo bem. Hoje terá que limpar a piscina. –Suspirei. –Duvido que se sua irmã possa ficar sabendo disso.

–Tem razão, me desculpa. Eu não tinha ninguém pra ficar com ela...

–Já disse, que esta tudo bem. –Falei um pouco irritada. Ethan ergueu as sobrancelhas dizendo “Será que esta mesmo?”, mas por fim ele sorriu e eu também. –Esta tudo naquela casinha. –Apontei o dedo, para onde deveriam estar tudo aquilo que eu nem sabia o nome, para se limpar uma piscina.

–Então ta. –Ethan deu de ombros.

Enquanto Ethan faria o serviço, tentaria convencer Ellen que eu era legal. Se é que eu era legal. Para isso me sentei de frente dela, na cadeira de praia, que Ethan e eu deveríamos estar conversando sobre minha vida. Talvez até do meu provável relacionamento com Edgar, se não fosse por Ellen que parecia que não tinha gostado de mim de “cara”, pois quando me sentei tudo que ela fez foi pegar a mochila e retirar um livro.

Mas espera... Não era qualquer livro, era “Crepúsculo”.

–Então quer dizer que gosta de vampiros? –Puxei assunto, feliz da vida por ter arranjado um, e mais feliz ainda por ter assistido apenas o primeiro filme.

Ellen tirou os olhos das paginas e me avaliou.

–Na verdade prefiro os lobisomens. –Ellen voltou para as paginas. Tenho certeza que ela disse isso só para acabar o assunto, não me dei por satisfeita e decidi continuar.

–Te entendo já que o Taylor Lautner, que faz o Jacob Black é um gostoso. –Dei uma olhada para Ethan, ele estava rindo e balançando a cabeça, sorri também com a minha vitoria, Ellen parecia concordar.

–Oh, por favor. –Ellen riu. E eu também, quando na verdade em meus pensamentos eu gritava “Vitória!”

Ellen riu tanto que embaraçou os pés na cadeira e acabou caído na piscina. Naquele momento só se passou uma coisa na minha cabeça: E se Ellen não soubesse nadar?

Então pulei rapidamente na água. Aguarei o braço de Ellen e a puxei para cima, e como eu pensava, ela não sabia nadar, e estava se afogando. Passei a mão no meu rosto para melhorar a visão, e percebi que Ethan segurava o braço direito de Ellen e eu o esquerdo.

–Esta tudo bem. –Ellen controlava a respiração. –Podem me soltar.

Ethan e eu soltamos imediatamente mais pode sentir meu coração acelerado ainda, preocupada com Ellen mesmo ela dizendo que estava bem. Nós três olhamos um para cara do outro.

–É... –Ethan passou a mão nos cabelos molhados. Até mesmo ele tinha perdido as palavras.

–É melhor sairmos, né? Ou preferem ficar aqui parados? –Resolvi tomar alguma atitude em meio ao silêncio.

–Tem razão. –Os dois responderam juntos.

Saímos então da piscina, Ethan rapidamente se sentou na cadeia que tinha restado e tirou a camisa, depois torcendo para que ela se secasse.

–Se quiser devo ter alguma roupa que não serve mais para mim. –Ofereci para Ellen. Ela só assentiu. –Me siga.

Entrei em casa quase nas pontas dos pés, para que Denise não me visse já que eu estava cansada explicações por hoje. Quando chego ao quarto, convido Ellen para entrar.

–Uau! Seu quarto é muito grande. –Ellen admira. E assim que tenho a certeza que Ellen nunca foi ao quarto de Rebeca. –Costumo comparar o tamanho do meu quarto ao de um banheiro.

Abro o guarda-roupa e pego um vestido simples para mim, e depois procuro uma roupa para Ellen.

–E então? Vai querer o Spoiler de Crepúsculo? –Brinco enquanto reviro o guarda-roupa.

–Não, eu já li quatro vezes a série. Estou decorando até as falas. –Ellen se olha no espelho.

–Tem uma toalha atrás da porta, pegue para secar o cabelo. –Digo dando de cara com um dos meus conjuntos preferidos de saia e blusa que mostram um pouco da barriga, de cor branca. Talvez servisse já que estava apertado para mim. –Vê se fica bom. –Jogo o conjunto na cama, e vou para o banheiro me trocar.

Quando volto me pego sorrindo, olhando para Ellen.

–Minha Nossa!

–Ficou muito ruim? –Ellen se olha no espelho mais uma vez.

–Não. –Praticamente gritei. –“Minha nossa!” porque ficou muito bom.

Ellen riu da minha cara, se olhou no espelho da penteadeira novamente, pegando um pente, para desembaraçar os fios. Até ser interrompida pela batida na porta.

–Ta aberta. –Gritei.

Ethan abre a porta, e depois fecha atrás de si, Agora com a camisa um pouco mais seca.

–Sua patricinha! O que fez com minha irmã?! –Ethan anda furioso na minha direção.

–Nada. –Ri da cara dele. –Só fiz um favor.

Ethan suspirou.

–Quando chegarmos em casa. Tire a roupa para devolver. –Ethan olhou a irmã, eu tinha certeza que ele também tinha gostado, só era um ciúme besta de irmão.

–É sua. –Impliquei. Ellen sorriu agradecendo.

–Então vamos tacar fogo. –Ethan rebate.

–Não, seu bobo. –Ellen ri. –Clara é legal, e eu gostei do vestido.

Joguei as mãos para cima, empolgada. Enquanto eu gritava:

–É... Eu só legal!

–Tem certeza? –Ethan riu debochando. Fiz uma careta para ele, mas ele ignorou.

–Certo... –Mudei de assunto. –Se já terminou...

Fui até a mesinha de cabeceira, e tirei o envelope com o salário de Ethan, de dentro da primeira gaveta. E o entreguei.

Ethan abriu e olhou para dentro como se fosse fundo quase como um baú. E arregalou o olho depois sorriu.

–E assim continuamos. –Ele disse.

E assim foi feito, se passaram quase duas semanas. Onde minha vida era basicamente ir para escola e tentar ser a melhor aluna possível, voltar para casa e ter minhas conversas com Ethan, que foram apelidadas de “Diário”. Não dar muito “assunto” para Rebeca e Beatriz, como sempre faço. E o mais estranho não falei mais com Edgar nem mais uma vez depois daquele beijo, estranho pelo motivo que ele era meu vizinho, acho que minha vida estava um pouco corrida demais, e talvez ele tivesse me ligado, o problema era que eu tinha perdido meu celular, então tive que comprar outro.

–E então? Quem vai para festa hoje? –Beatriz disse toda empolgada, enquanto se sentava na minha cama, em um belo dia de sábado.

E foi assim que resolvi apresentar Edgar para minhas amigas.

–Eu vou, só que com uma pessoa. –As duas arregalaram os olhos, procurando qualquer pista de quem era. Pego o celular só depois me lembro que perdi o número. Teria que convidá-lo pessoalmente.