A Torre de Babel escrita por Bacon


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

TCHAAARAAAAAANZZ!
Bem vinda, pessoa, a... isso daqui 8D
Bem, eu sonhei (pois é) com essa história há alguns meses, acho que no começo ou metade das férias, e agora finalmente tive o tempo e a coragem para realmente colocar no papel ♥

Espero que gostem e boa leitura!



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"Deus morreu."

Era isso o que todos diziam. A única explicação para o inferno que estava acontecendo. Inferno. Sim, esta é a palavra. Porque o inferno havia subido à terra.

Ninguém sabe quando ou onde exatamente começou, nem por quê. Mas começou. E não pôde ser parado.

No começo, ninguém pareceu prestar muita atenção. Eram criaturas esguias e deformadas, do tamanho de cães de pequeno porte. A pele enrugada, acinzentada ou amarronzada, úmida por alguma espécie de muco; os olhos fundos e sem pupila ou íris, branco cortado pelo vermelho de vasos sanguíneos; as garras e presas amareladas, afiadas, escurecidas pelo acúmulo de sujeira aqui e ali; as protuberâncias em suas cabeças, semelhantes a pequenos chifres ― para os humanos, vaidosos e arrogantes como eram, não representavam muita ameaça. Invadiam propriedades, quebravam janelas, destruíam plantações. Mas as criaturas eram poucas. Eram fracas. Foram logo, logo controladas.

Depois vieram as maiores e mais inteligentes. Estas variavam de tamanho e forma ― bípedes e quadrupedes, terrestres e aquáticos, desde o tamanho de cavalos ao de elefantes. Era um monstro mais horroroso que o outro, todos com a pele de coloração doentia e coberta de muco, além dos olhos mortos, sem brilho, branco cortado pelo vermelho. Alguns eram mais fortes, outros mais rápidos; alguns eram mais ligeiros e outros mais agressivos. Dessa vez, eles invadiam as casas e destruíam famílias inteiras, às vezes até mesmo exterminando todo um vilarejo.

A raça dos Homens tentou resistir. Tentou lutar contra seu mais novo inimigo, mandá-lo de volta para as profundezas de qualquer que fosse o abismo de que tinha saído. Mas logo ficou claro que os Homens não tinham nenhuma chance de vitória.

E foi quando as crianças começaram a desaparecer que o mundo realmente entrou em pânico.

Crianças entre seis e dezesseis anos caçadas incansavelmente por aquelas terríveis bestas, arrancadas de suas famílias pelas criaturas que não tardaram a serem chamadas de demônios. Elas foram levadas uma a uma, deixando todos em um estado de paranoia quase incurável. Ninguém sabia para onde eram levadas, onde eram mantidas ou se ao menos eram deixadas vivas. Tudo parecia perdido.

Até que, um dia, encontraram uma torre.

Era uma edificação horrorosa, tão deformada quanto as criaturas que a construíram. A base, que abrangia facilmente alguns quilômetros quadrados, parecia ter sido feita inteiramente de barro e sujeira, mas, de alguma forma, sustentava toda a enorme construção que parecia se estender infinitamente em direção aos céus. Quanto mais alta ficava a torre, mais parecia tomar a forma de funil, sempre revestida de incontáveis camadas de lama, dejetos, lixo, podridão.

A torre parecia não ter fim. Não importava de que distância fosse vista, sempre estaria estendendo-se infinitamente para o alto, até onde a vista poderia alcançar. Quando chegava à altura das nuvens, sempre negras e densas ao seu redor, sua visão já não era mais tão nítida ― mas o que quer que estivesse escondido ali... era com certeza um mal ainda maior do que qualquer coisa que aquele mundo doente já havia, algum dia, enfrentado.

Ao redor da torre, uma enorme área de terra árida, infértil, morta. Várias árvores secas preenchiam esses arredores, arranhando e cortando todos os que se aventurassem por entre seus galhos, por suas garras. Ossos de animais e homens mortos salpicavam o chão aqui e ali. E é claro que o perímetro era inteiramente habitado por aquelas criaturas monstruosas.

Após repetidas investidas dos Homens contra a torre, tentando destruí-la, invadi-la ou ao menos danificá-la, descobriram uma coisa. Tanto durante o dia quanto durante a noite, um misto de gritos e risadas infantis podia ser ouvido. Às vezes, eram leves risadas ou estridentes gargalhadas que ecoavam pelos galhos das árvores mortas; às vezes, eram gritos altos, assustados, excruciantemente carregados de terror. Todos vindos do que ficou conhecido como a nova Torre de Babel.

É neste mundo moribundo, que pelos demônios fora da noite para o dia jogado às trevas, que o choro de mães e esposas ecoavam pelos bosques, pelas casas destruídas, à procura de alguém a quem se apoiar. "Deus morreu," elas choravam aos céus, agarrando-se ao próprio desespero enquanto lamentavam a perda de seus maridos e de suas amadas crianças, "E não há mais ninguém que nos possa salvar."


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Notas finais do capítulo

EEEEEE é isso! Espero que tenham gostado dessa introdução.
A história em si girará em volta da própria Torre, a partir dos olhares das crianças. Espero que tenha conseguido deixar vocês um pouquinho (ou um poucão, hehe -n) curiosos.

Espero que eu consiga manter as atualizações regulares com essa fic. Me desejem sorte! ♥

Se você quiser deixar um comentário, me incentivando ou mandando críticas construtivas (que não deixam de ser um incentivo em si) ficarei extremamente feliz!

Até o capítulo um~ ♥