Capitulo IX

Depois de ouvir tudo o que Vic tinha me falado eu vi que ela estava certa. Eu não entregaria o Thomas tão facilmente para Alice.

– Você está certa ! - Pulei da cama. - Ajuda a me arrumar ? - Fiz cara de cachorro que caiu da mudança

– Claro. - Me sentei e ela começou a arrumar meu cabelo.

Só agora eu reparei em sua fantasia. Ela estava vestida de Mulher Maravilha. A roupa era colada ao corpo e curta, e pra completar uma bota vermelha com salto de cano alto.

– Nossa, você ta linda !

– Graças ao Hugo ! Ele que escolheu minha fantasia. - Disse sorrindo.

Ela acabou de arrumar meu cabelo, deixando-o liso e, cacheado nas pontas. Meus olhos estavam bem marcados pela maquiagem e na boca apenas um gloss.

– Agora vai se vestir, está quase na hora de irmos. - Ela falou saindo do quarto.

A minha fantasia era de Policia, era um vestido curto preto e bem justo. Na cintura um cinto com uma arma, de brinquedo claro, e uma algema, e assim como Vic uma bota de cano longo porém na cor preta.

Estava colocando perfume quando Hugo entrou no quarto. Sua fantasia era inacreditável. Ele estava vestido de Drácula. Ele usava uma blusa de botões e mangas compridas preta, uma calça jeans, eu acho, preta também e um sapato na mesma cor. Uma capa na cor bordô, ou vermelho escuro, amarrada em seu pescoço e para fechar com chave de ouro umas presas falsas, que não pareciam tão falsas assim.

– Nossa ! Você esta arrasando ! - Falei, se ele não fosse gay até que seria pegável.

– Eu sei ! - Falou dando uma voltinha. - Vim te buscar, porque tem alguém na sala que não para quieto. Tava quase mordendo ele.

– Para de drama ! - Dei um tapa em seu ombro. - Mas quem é que está ai ?

– Ava ! Como se você não soubesse. - Ele bufou. - E aliás, a fantasia ficou ótima em você, se eu gostasse de mulher, bem que eu te agarrava.

Corei e ele foi me arrastando para a sala.

– Aqui a única pessoa que faltava ! - Disse Hugo chamando a atenção de todos.

– Ui que gata ! - Disse Gui vindo me dar um abraço. Ele estava vestido de bebê.

– Adorei sua fantasia ! - Eu disse rindo e retribuindo o abraço. Ele usava uma fralda gigante e um colar com uma chupeta e nos pés umas pantufas de ursinho.

– Da pra soltar ela ? - Exigiu Thomas.

– Claro chefe ! - Disse Gui rindo e batendo continência.

–Você está maravilhosa ! - Deu um sorriso malicioso e eu corei.

– Quero pegar prisão perpétua.- Completou ele me abraçando pela cintura falando em meu ouvido.

Eu ri. Ele estava vestido de bandido, com uma blusa de mangas curtas listrada e uma calça de moletom larga também listrada e um tênis preto. Estava simples, porém tudo nele ficava incrivelmente lindo.

Peguei a algema que estava no meu no meu cinto e prendi seu pulso no meu.

– Pronto. Está preso ! - Entrei na brincadeira.

– Então não vai me soltar nunca, porque nem advogado eu tenho. - Sorriu de lado.

– Vamos parar de agarramento na minha frente, vocês sabem que eu traumatizo fácil. - Preciso nem dizer quem falou isso não é ?

– Vamos logo, quero ir a caça ! - Falou Gui já na porta do apartamento.

Fomos pro elevador e nos apertamos ali. Eu, Vic, Thomas, Gui, Alice e Hugo, quando chegamos na garagem os meninos começaram a discutir quem iria com quem.

– Eu, Vic e Alice vamos no meu carro ! - Disse Gui.

– Ok, então vou eu Jenni e Hugo. - Completou Thomas.

Eu e Hugo entramos no carro do Thomas, claro que eu soltei as algemas para ele poder dirigir.

Seu carro era branco, muito bonito e confortável, como não entendo de carros não sei o tipo. Eu sentei no banco da frente e Hugo no de trás. Ele foi indicando o caminho e em menos de 20 minutos nós chegamos.

A festa era na parte externa de uma mansão perto na piscina.

– Hoje a noite promete ! - Disse Hugo saindo todo animado do carro e entrando no local.

Eu também sai e fiquei esperando Thomas.

– Eu já falei que você esta linda ? - Disse me olhando descaradamente.

– Não sei. - Corei.

Ele me puxou pela cintura e me encostou em seu carro.

– Você é linda. - Falou olhando em meus olhos.

Ele foi se aproximando de mim e me puxou mais para junto dele, o que acabou com a distância que existia entre nós, seus braços envolveram minha cintura e minhas mãos foram para seu cabelo.

Seus lábios finalmente encostaram nos meus, foi um beijo simples, porem, pude sentir borboletas na minha barriga.

– Opa, nem começou a festa e já tão se agarrando ! - Disse Gui vindo até nós. - Se deu bem, irmão ! - Falou dando um tapinha nas costas do Thomas

Eu corei horrores. E Thomas fuzilou Gui com o olhar.

– Vamos entrar ! - Disse Gui.

– Vem Jenni, vamos ali no banheiro. -Disse Vic. - Se cabelo esta todo desarrumado. - Ela gargalhou.

Entramos no banheiro luxuoso da mansão e ajeitei meu cabelo, havia ali uma meninas também se arrumando. As fantasias eram as mais diversas possíveis, desde princesa até palhaça.

Acabamos de retocar a maquiagem e saímos. Vic foi cumprimentar alguém que ela conhecia e eu segui para a mesa onde os meninos foram.

Quando eu estava me aproximando vi que Alice estava sentada ao lado de Thomas e conversando com ele. E ainda estavam sorrindo.

Eu andei até lá e me sentei do lado de Gui e fiquei de frente para Thomas. Alice vendo que eu estava morrendo de ciúmes dele começou a puxar mais ainda o assunto.

– Quer dançar ? - Falou um garoto chegando perto de mim e me estendendo a mão.

Eu até pensei em recusar, mas lembrei que Thomas estava de papinho com a Alice. Não que esteja com ciúmes, longe de mim isso.

– Claro. - Falei aceitando a mão do rapaz que me guiou ate a pista de dança.

Ele estava fantasiado daquele vilão do Batman, o Coringa. Sua maquiagem bem feita, estava com a pele do seu rosto esbranquiçada, sua boca pintada de vermelha e seus olhos bem marcados na cor preta, e a roupa típica do vilão. Confesso que fiquei ate com um pouco de receio, pois nunca fui fã do Coringa.

– Como se chama a policial mais bonita que já vi ?

– Jenni e você ?

– Hoje sou Paul, amanhã posso ser Marcos ... - Falou dando um sorriso maligno.

Meu Deus, será que ele é um psicótico como o Coringa de verdade ? É melhor eu cai fora daqui.

– Eu tenho que ir ... - Nesse momento começou uma musica bem calma e ela passou os braços pela minha cintura.

– Por que ? Agora que a festa animou.

–É serio, meus amigos estão me chamando. -Tentei tirar seus braços de mim, porém sem sucesso.

–Só solto com um beijinho ! - Falou dando uma risada que me deu ate um arrepio ruim.

– Me solta ! - Falei dando algumas tapas em seu braço.

– Não, porque ...

– Não ouviu ela ? - Disse Thomas o empurrando pra longe de mim. Ele estava irado. - Quando uma mulher pedir pra se afastar, apenas obedeça ! - Disse apontando o dedo na sua cara.

– E quem é você pra me dizer o que fazer ? - Falou o Psicopata empurrando Thomas também.

Thomas ia partir pra cima dele, quando Gui chegou o impedindo. Várias pessoas já olhavam para a cena.

– Vamos embora daqui. - Disse Gui arrastando ele.

Tirou ele do meio da confusão e levou-o até uns bancos perto de uma arvore,eu claro segui os dois. Tinha somente algumas pessoas por lá, a maioria estava na pista de dança e na área da piscina.

– Vê se fica frio e não arruma mais confusão ! - Falou Gui indo embora

Thomas bufou e se sentou no banco com uma cara de poucos amigos. Fiquei em pé na sua frente olhando pra ele.

– Ficou louco ? Você podia ter se machucado ! - Falei cruzando os braços.

– É isso que eu arrumo por tentar te defender. - Disse irritado.

– Não pedi sua ajuda ! - Falei batendo o pé no chão.

– Não foi o que pareceu ! - Falou se levantando.

– Eu sei me defender muito bem, obrigada ! - Bufei.

Ele foi se aproximando com seu olhar preso no meu. Veio até mim, como um leão que se aproxima da presa, que no caso sou eu, lentamente e cautelosamente. Dei um passo para trás e senti o tronco da arvore nas minhas costas.

Ele colocou um braço de cada lado do meu corpo me prendendo ali.

– E como você se defenderia agora ? - Perguntou.

– Gritando... - Falei porém minha voz saiu como um sussurro.

– Então pede ajuda. - Disse debochado.

Eu claro que não consegui fazer nada, nem sequer me mexer. No segundo seguinte seus lábios estavam sobre os meus e seus braços que antes estavam me prendendo ali, agora estavam em minha cintura. Minhas mãos foram para seu pescoço o puxando mais para mim.

Quando nos separamos, cedo de mais, em busca de ar ele me olhou profundamente e me deu um beijo estalado na bochecha.

– Desculpa. - Deu um sorriso fofo. - Só não gostei de ver aquele cara te agarrando!

– Tudo bem. - Falei o abraçando apertado e ele retribuiu.

Ficamos algum tempo abraçados, sentados naquele banco, o silêncio confortável reinava, pois não era preciso dizer nada, apenas sentir a presença um do outro.

...