Eternamente escrita por Mayara


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores!

Olha quem chegou com um capítulo novo e mais cedo. Sim, eu acabei de escrever e já decidi postar, não aguentei esperar até quinta.

Obrigada pelos comentários lindoss e por todos que estão lendo o nosso casal fofo de lindo! Recomendem para todos a história, para que todos possam conhecer o nosso lindo do Gabe e a fofa da Emy.

Ah, eu queria a ajuda de vocês. Preciso de uma música internacional que tenha a ver com o nosso casal, se vocês acharem alguma me falem, pq eles merecem uma trilha sonora, haha...

Sem mais delongas, aqui está o capítulo.

Beijos



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Estávamos sentados em nossos lugares. Gabe estava morrendo de nervoso por causa do avião, já que ele morria de medo de altura, mas ele não gostava de falar muito sobre isso. Assim que o avião decolou, Gabe segurou forte a minha mão, e eu pude perceber que ele estava tremendo. Eu sabia do seu medo, então segurei firme e coloquei a cabeça em seu ombro. Eu senti que o seu corpo estava amolecendo, e a tensão estava indo embora. Olhei para ele e sorri, que me devolveu com um sorriso e um beijo na cabeça. Fiquei conversando com ele a viagem inteira. Falamos sobre asneiras cotidianas. Ele falou sobre como era ser advogado, e como era um julgamento e essas coisas. Depois de um tempo, eu fui sentindo o sono chegando e acabei dormindo.
Acordei com o Gabe dando beijos em minha bochecha, e falando em meu ouvido.
– Acorda princesa, estamos quase chegando.
– Ah, me deixa dormir mais um pouco. falei sonolenta.
– Nada disso. Quando chegarmos você dorme.
– Ah Gabe, por favor.
– Não quer acordar? Então vou te fazer cócegas.
Cócegas? Isso não.
– Já acordei. falei sorrindo.
– Rapidinho né?!
– Sempre.
Ele me olhou e sorriu. Estava nítido o nervosismo e o medo em seu rosto. Até eu estava assim, mas por um tempo eu tentei não pensar sobre isso, já que não teria como voltar atrás.
– O que você tem? perguntei preocupada.
– Não sei. Parece que eu estou com uma sensação de que essa viagem vai ser diferente. Alguma coisa vai acontecer.
– E vai acontecer. Nós vamos mentir para todos. Quer mais coisa diferente do que isso?
– Olha Emy, eu sei que eu te meti nessa encrenca, mas eu juro iremos nos sair bem. E eu prometo nunca mais te meter em nenhuma fria.
– Acho bom mesmo. Eu estou nervosa com isso. Eu nunca menti para os meus pais, quer dizer, não com uma coisa tão séria assim. Não sei como vamos reagir diante de todos, não sei quanto tempo vai durar isso, mas eu espero que dê certo, pra você e pra mim.
– Olha, não vamos pensar sobre isso, ok?! Nós nos conhecemos melhor do que ninguém, e vai dar certo.
Eu assenti e deitei a cabeça na poltrona.
O avião estava pousando no aeroporto, e eu estava sentindo o clima de casa. Fazia muito tempo que não vinha para cá, diferente dos meus pais que iam sempre que dava para a Califórnia. Estávamos descendo do avião, quando uma senhora muito simpática veio falar conosco.
– Desculpem-me interromper, meus queridos, mas vocês são formam um belo casal.
Casal? Agora a minha ficha caiu? Éramos um casal agora, mesmo que de mentira.
– Obrigada, senhora. Gabe respondeu sorrindo.
– Eu vejo o quanto você a ama.
– Vê? Gabe perguntou assustado.
– Sim. Seus olhos brilham quando olha para ela, e você fala com tanta admiração e orgulho sobre ela. Eu era assim com o meu marido. Éramos melhores amigos, mas infelizmente ele se foi.
– Sentimos muito. falei.
– Obrigada. Bem, tenho que ir. Ah, não a deixe escapar belo rapaz, ela parece ser uma menina de ouro, e muito apaixonada também. ela nos disse dando um beijo na bochecha e logo em seguida indo embora.
Gabe me olhou e sorriu, e eu fiquei com uma cara de assustada.
– Viu só. Até aquela senhora acha que nós somos um casal. Acho que estamos no caminho certo. falou me abraçando.
– Pois é...
O aeroporto estava uma loucura. Pessoas encontrando seus familiares, namorados com suas namoradas, crianças... E nós estávamos esperando um táxi, mas estava demorando muito.
– Porque será que eu não pensei em alugar um carro, hein? Agora estamos aqui há um tempão esperando um táxi. falou nervoso.
– Calma Gabe, logo aparece algum.
E dito e feito. Um táxi parou, e o Gabe correu para pegar na frente. Demos o endereço para o motorista, e assim ele seguiu até a nossa casa.
Durante todo o caminho eu fiquei pensando na minha família, nos meus colegas, e até em um ex-namorado que tinha deixado por aqui. Seria bom reencontrar todas as pessoas que eu convivi durante a minha infância e boa parte da adolescência. Queria saber se todos estavam do mesmo jeito. Estavam-se casados, se tinham filhos, se fizeram faculdade... Eu tinha mudado um pouco. Meu cabelo estava maior, meu corpo tinha mudado, além do meu amadurecimento pessoal e profissional. Pensei em como os meus pais iriam reagir ao saber sobre o meu namoro com o Gabe. Será que eles iam gostar? Será que iriam acreditar? Eles nunca cobraram um namorado, porque sabiam o jeito que eu era em relação a relacionamentos. Comigo tinha que ter muita confiança, e sem aquela coisa de querer levar a pessoa para a cama assim que conhece. Já tinha ficado com poucos meninos da minha adolescência, mas eu tinha noção que não iria passar daquilo, e eu era criança ainda, e eles mais ainda. Apesar de que, foram dois meninos apenas. Já o Gabe, aquele lá era daqueles que passava o rodo em geral. Perdi as contas de quantas meninas eu via suspirar por pelo menos 1% da atenção dele. E quando ficava com alguma garota, era aquilo e só. Muitas pessoas já vieram me perguntar por que ele nunca ficado comigo, e eu sempre dizia que éramos muito amigos, quase irmãos, e eles sempre não acreditavam em mim, até que um dia eu cansei de falar e deixava pra lá.
– O que você tanto pensa? Gabe perguntou, me tirando dos meus pensamentos do passado.
– Nada não. Passado.
– Esqueça o passado, princesa. Viva o presente, o nosso presente. Vamos?
– Aonde?
– Chegamos Emy.
– Já?
– Sim. Eu já até paguei o taxista.
Eu estava viajando legal, porque nem percebi que estávamos em frente ao enorme portão do condomínio.
– Obrigada. agradeci ao taxista.
– Vocês formam um belo casal. ele nos disse sorrindo, e entrou no carro e saiu.
– Outro?
– Acho que devemos virar um casal de verdade, princesa. ele falou sorrindo.
– Nem brinca Gabe, você não faz o meu tipo. falei piscando.
Ele gargalhou, e segurou a minha cintura. Chegamos ao portão, e o porteiro de imediato se lembrou do Gabe. Liberou a nossa entrada, e assim fomos em direção à casa dos Hunter.
– Eu nem lembrava que aqui era tão bonito e grande.
– Nem eu, princesa. Mas eu acho que muita coisa mudou aqui. Muitas casas foram construídas, colocaram mais área verde...
– Verdade. Isso aqui ficou enorme...
– E cansativo. Você sabe qual quadra os padrinhos moram?
– É na última.
E assim andamos, até encontrarmos a placa que dizia que era a última quadra do condomínio. Viramos a esquina, e eu já pude ver a enorme mansão dos Hunter. Ela era a maior de todas as casas do condomínio, e a mais bonita. Quando eu era criança, meu padrinho tinha mandado colocar cerca no jardim, junto com uma piscina, e mais um monte de coisas. Na época não tinha muitas casas, então tinha bastante espaço. Hoje eu não sei se ainda tem a piscina, mas eu vejo o cercado branco de longe.
– Chegamos. Gabe disse em frente a casa.
– Chegamos. repeti.
– Preparada?
– Não, mas estou com pensamento positivo.
– Obrigada de novo, princesa. Não sei o que faria sem você.
– Eu sei. falei rindo.
– Bem, depois deste cercado nós somos namorados. Não sei como vai ser, não sei se vão descobrir a nossa mentirinha, mas eu sei que estaremos juntos, entendeu?!
Assenti nervosa. Ele segurou a minha mão, e eu abri a pequena cerca que rodeava a casa. Paramos no gramado e sorrimos um para o outro.
– Então namorada, vamos entrar?
– Claro. Estou louca para conhecer os meus sogros. falei rindo da cara dele.
– Eles vão amar você.
– Espero.
Gabe tinha a chave da casa, então entramos sem tocar a campainha. Assim que entrei, eu pude sentir o cheiro da infância e de família. Eu estava na casa que eu passei a melhor época da minha vida, e ela não havia mudado quase nada. Só os móveis, mas parecia que a pintura era a mesma. Minha madrinha sempre foi cuidadosa com a casa, e eu tinha certeza de que ela não deixaria estragar a pintura dessa bela mansão.
– Acho que não tem ninguém em casa, princesa.
– Eu também acho, porque ninguém veio em gritos ou lágrimas atrás de nós.
– Minha mãe deve ter saído com a madrinha, e o meu pai deve estar no escritório.
– Ah, é verdade. Meu pai deve estar enfurnado na oficina.
– Com toda a certeza. Eu vou levar as malas para o meu quarto.
– Eu vou levar as minhas para a casa dos meus pais.
– Você não precisa. Pode pegar um quarto aqui, princesa.
– Eu sei, mas eu prefiro ficar por lá mesmo, até porque, a madrinha vai insistir para eu ficar aqui.
– Ela vai implorar, quer dizer.
– Pior.
Gabe subiu para o seu quarto, e eu fui para a casa dos meus pais, que era em um complexo atrás da casa dos meus padrinhos. Meus padrinhos já tinham insistido muito para que meus pais se mudassem para a casa deles, mas minha mãe e nem meu pais quiseram. Minha mãe sempre foi muito amiga da madrinha, mas ela sempre falou que tinha que se colocar em seu lugar. Ela era a empregada, e não poderia dormir na mansão dos patrões. Eu sempre morei com eles, mesmo tenho um quarto para mim na mansão, mas eu tinha vergonha e medo da minha mãe achar que eu tinha vergonha da casa que morávamos, então foram poucas as vezes que eu dormi por lá. Eu ainda tinha a chave de casa, e assim que abri, uma lágrima desceu. Estava tudo do mesmo jeito também. A casa não era tão grande, mas não era pequena. Tinha dois quartos, dois banheiros, sala, cozinha e uma lavanderia. A casa era menor, mas a minha madrinha mandou reformar e está do mesmo jeito. Minha mãe tinha uma TV de plasma? Olha, agora ela podia ver as suas novelas e filmes preferidos em HD. Ri ao lembrar-se dela tentando arrumar a antena da televisão, até esponja de aço ela colocava. Cheguei à porta do meu quarto e abri. Estava do mesmo jeito que eu havia deixado. Minha cama com uma colcha de corujas, minha pequena escrivaninha com alguns livros, cadernos, porta retratos. Meus bibelôs da infância, e minhas corujinhas amadas. Olhei para a parede, e lá estavam os pôsteres de alguns famosos, como os: Backstreet Boys, Justin Timberlake, Britney, Mariah, Christina Aguilera, Aretha Franklin, Michael Jackson, Maroon 5, entre outros famosos. Eu amava colecionar isso, e colocava nos quadros e pendurava na parede. O guarda roupa mediano ainda guardava algumas peças de roupas, e não eram velhas. Eu acho que a minha mãe tinha comprado pra mim. Deitei na cama e fiquei olhando para o teto. Meu quarto não tinha mudado nada, mas eu tinha. Escutei uma batida na porta e eu imaginei que fosse a minha mãe, mas era o Gabe com um sorriso enorme no rosto.
– Posso entrar?
– Claro.
Ele entrou e deitou comigo na cama. Ficou encarando o teto e sorriu.
– Seu quarto não mudou nada. Parece que você cresceu, mas o seu quarto ainda está com a alma da pequena Emy. falou sentando-se
– Eu sei. Minha mãe deve ter limpado aqui, mas não mudou nada do lugar. Olha, nem os pôsteres ela tirou da parede.
Ele olhou e ficou encarando por alguns segundos, e logo soltou uma gargalhada.
– Meu Deus, princesa! Você ainda tem isso? Olha aqui, Britney Spears? Ela ainda era bem magra, tinha o piercing no umbigo e cantava Baby one more time. E o Justin Timberlake com cabelo de macarrão e canta Bye Bye Bye no Nsync.
– Hey, não fale do Justin, ok! Ele foi o meu amor da adolescência, e pelo o que eu estou vendo você ainda sabe até o nome das músicas.
– Isso que dá ter passado muito tempo com você, enquanto você escrevia versos e ficava escutando essas músicas.
– Sei...
– Princesa?
– Oi.
– Backstreet Boys? Jura?
– Parou. Eu os amava, principalmente o Nick. - falei suspirando.
– Eu lembro bem disso, eu até briguei por causa daquele pôster.
– Verdade. O menino tinha roubado, e queria fazer desenhos no meu pôster, mas você me viu chorando e eu te falei o que tinha acontecido. Você arrebentou a cara do garoto, fora que foi para a diretoria.
– Nem me lembre. Fiquei um bom tempo sem o meu vídeo game e o meu jogo do Mário Bros.
– E eu sem o meu pôster, porque a minha mãe escondeu de mim, até que um dia eu achei.
– Verdade. Você chorava implorando pelo pôster. Você falava assim Mamãe, por favor, eu faço tudo o que a senhora quiser, eu imploro, mas devolve o meu pôster. falou tentando imitar a minha voz.
– Eu não falei assim.
– Ah não, foi bem pior. disse gargalhando da minha cara.
– Claro que não.
– Aham, sei...
Ficamos rindo mais um pouco, e ele ficou falando das minhas corujas, corações das estrelas que eu tinha colado na parede. Escutamos um barulho de porta, e saímos do quarto para vermos quem era. Em seguida escutamos uma voz muito conhecida, principalmente pra mim.
– Carmem, vamos colocar as coisas na bancada mesmo. Não sei se teremos jantar hoje.
– Claro dona Agnes.
Era minha mãe e minha madrinha. Minha madrinha sempre pediu para a minha mãe chamá-la de Agnes, mas de vez em quando minha mãe a chamava de dona.
Vimos as duas no jardim da casa com algumas compras, e achei estranho o porteiro não ter falado que estávamos por aqui. Saímos da minha casa pela porta dos fundos e entramos na mansão pela porta da cozinha para darmos um susto nelas. Sentamos na bancada e ficamos esperando elas aparecerem. Escutamos novamente a voz da minha madrinha, e parecia que estava rindo de alguma coisa.
– O porteiro falou que o Gabe e a Emy estão por aqui. Acho que ele se confundiu de novo, Carmem. É a terceira vez que ele fala isso, mas é algum amigo de algum morador.
– Verdade, Agnes. Acho que ele nem se lembra como o menino Gabe está.
– Se ele vir não vai acreditar. Vamos deixar essas coisas aqui na bancada mesmo. Preciso ligar para o Jack e saber se ele vai jantar em casa, ou se vamos sair.
– A senhora me avisa e depois me fala.
Escutamos os passos das duas, e assim que elas entraram nós falamos.
– Olá. falamos em uníssono.
As duas estavam paradas e com os olhos arregalados. A madrinha deixou cair a sacola no chão, e a minha mãe estava com a mão no peito.
– Gabe, eu acho que elas não estão bem. falei preocupada.
Fomos até elas e ficamos esperando alguma reação das duas.
– Mãe, a senhora está bem? Gabe perguntou?
Demorou uns bons minutos quando a madrinha soltou um grito e começou a chorar.
– Gabe, meu menino. Você está aqui mesmo? Isso é real? perguntou chorando.
– Estou mãe. Eu e a Emy estamos aqui.
Minha mãe estava me abraçando fortemente, e só escutava seu choro e soluços.
– Minha menina linda. Que saudades de você!
– Eu também estava mãe. falei a abraçando mais ainda e chorando ao mesmo tempo.
Depois de muitas lágrimas, abraços e sorriso, minha madrinha me abraçou e chorou mais ainda. Minha mãe abraçou o Gabe, e ela a levantou e rodopiou pela cozinha.
– Ah, minha madrinha querida. Estava com saudades. Parece que a senhora cresceu. Será?
– Ah, meu menino. Eu estava com muitas saudades também. E lá vem você falando da minha altura.
– Claro que não madrinha. A senhora é pequena, mas com o coração enorme.
Nós quatro nos abraços e rimos do susto das duas. Ficamos sentados no sofá, enquanto tomávamos café. A madrinha queria saber de tudo. Desde a hora que chegamos e tudo que fizemos. Ficamos falando de como estava a nossa vida na Califórnia, dos nossos empregos, mas deixamos de lado o relacionamento. Eu acho que a madrinha tinha se esquecido disso, por enquanto. Fomos até a cozinha preparar um lanche, porque já havia passado a hora do almoço.
– Carmem querida, hoje teremos um jantar. Um belo jantar.
– Teremos? Gabe perguntou.
– Claro. Iremos comemorar a volta dos nossos filhos.
– Mãe, não precisa de...
– Quieto Gabe, ou senão eu vou te dar umas palmadas.
Minha madrinha era hilária. Era a única que deixava o Gabe constrangido com alguma coisa que ela fazia na infância com ele.
– Sem palmadas, mãe.
– Vou ligar para o seu pai. Ele vai amar.
– Queríamos fazer uma surpresa para ele, mãe. Gabe falou.
– Já sei. Vou pedir para ele e Samuel virem embora, daí vocês fazem a surpresa, ok?
– Ok madrinha.
Samuel era o meu pai. Meu amado pai. Ele tinha se tornado um cão fiel do meu padrinho, e com o tempo foram de tornando melhores amigos, e hoje são sócios. Meu pai é ciumento, mas muito amoroso. Ele amava a minha mãe incondicionalmente, e dava para ver o amor dos dois transbordarem.
Ficamos mais um tempo na cozinha, até que escutamos o barulho de um carro. A voz grossa e importante era do meu padrinho. Ele e a madrinha também se amavam tanto, que acho que ambos dariam a vida para ver o outro feliz.
– Querida, o que aconteceu? Você me ligou desesperada. perguntou preocupado.
– Venha até a cozinha e veja você mesmo.
Ela o arrastou até onde estávamos. E assim que ele nos viu, correu e nos abraçou.
– Meus filhos. Que saudades de vocês.
– Nós também, pai.
O padrinho estava chorando discretamente, e estava nítido a saudade que estava sentindo. Ele, assim como a minha mãe e madrinha, quis saber de tudo. Meu pai chegou logo em seguida e escutou as nossas vozes. Ele me viu e correu para me abraçar. Eu estava morrendo de saudades daqueles braços. Os braços do homem que eu mais amava no mundo, os braços do homem que me segurou, que me ensinou muitas coisas, e me ensina até hoje.
Minha mãe, junto com a minha madrinha estavam fazendo o jantar. E pelo o que eu vi, iria vir mais gente. Os homens foram para o escritório, e eu para a cozinha, queria ajudar as minhas amadas. Riamos de tudo, e elas me contavam as fofocas. Assim que terminamos, fui até a minha casa para tomar um banho.
Não sabia qual roupa escolher, mas iria colocar uma simples e delicada. Decidi por um vestido salmão que marcava bastante a minha cintura. Ele era rodado e batia até o meio da coxa. Coloquei uma sapatilha simples mais linda. Fiz uma maquiagem leve,coloquei acessórios delicados e deixei os meus cabelos soltos. Minha mãe já estava pronta e ajudando a arrumar a mesa, assim que me viram começaram a me elogiar.
– Nossa, que filha linda eu tenho.
– Ah mãe, obrigada. A senhora está linda também. Quer ajuda?
– Não precisa querida. Eu já estou terminando.
Minha madrinha chegou e me elogiou mais um monte. Eu me sentia envergonhada com tudo aquilo.
Escutei a campainha tocar, e a outra moça que trabalhava por aqui foi atender. Era a família da Patrícia.
Argh! Eu achei que iria ficar livre deles, mas estou vendo que estava enganada. Os Sullivan eram o tipo de família que tentava ser agradável, mas falhavam. O senhor Hector Sullivan e sua esposa Agatha não mostravam simpatia, assim como seus filhos, quer dizer, eles só eram simpáticos com quem convém para eles.
– Olá Michael. o Sr Sullivan cumprimentou meu padrinho.
– Olá Hector. Que bom que veio para o jantar.
– Eu não perderia por nada. Estamos curiosos para sabermos o motivo do jantar.
– Logo irão descobrir.
Eles foram para o escritório e ficaram por lá até que a minha madrinha chamou todos para a mesa. Eu e Gabe iríamos fazer uma surpresa. Entraríamos depois de todos.
– Bem, eu queria agradecer a presença de todos os nossos amigos aqui presentes. Sei que muitos de vocês devem estar se perguntando o motivo dessa nossa pequena reunião, e logo vocês irão descobrir.
Gabe parecia estar nervoso, assim como eu.
– Porque minha mãe está demorando tanto?
– Calma, daqui a pouco nós iremos entrar.
– Eu ainda não gostei de saber que os Sullivan estão aqui, principalmente o Daniel.
Gabe e Daniel nunca foram muito amigos. Sempre tinham uma desavença aqui ou ali, mas sempre eram quase sérias.
– Podem entrar. minha madrinha gritou da sala de jantar.
Gabe segurou a minha mão e sorriu. Deu-me um beijo na bochecha e me desejou boa sorte. Respirei fundo, e era hora de enfrentar todos.
Assim que entramos, nos deparamos com olhares assustados. Todos da família Hunter estavam sorrindo, meus pais, e alguns amigos da família. O Hector e Agatha pareciam estar assustados, Patrícia não tirava os olhos do Gabe, e Daniel me olhava de cima para baixo.
Ganhamos abraços e beijos de quase todos. Ouvi lágrimas de algumas pessoas e vi enormes sorrisos nos rostos de todos da família Hunter. Quando íamos nos sentar Patrícia começou a falar sobre como o Gabe estava mais bonito a cada dia, e mais forte. Garota chata!
– Obrigada, Patrícia. E então, vamos jantar? Gabe falou, cortando o assunto dela.
– Espera ai. Gabe, você não falou que iria trazer uma namorada? ela perguntou.
Vadia! Filha da mãe! Porque ela foi lembrar-se disso? Tinha que ser essa fofoqueira interesseira. Eu vou voar no pescoço dela.
– Patrícia, está na hora do jantar, por favor. Gabe falou sério e bravo.
– Mas nós queremos saber quem é a sua namorada. ela falou sorrindo.
– Isso mesmo, primo. Quem é a garota que roubou o coração de Gabe Hunter? Daniel perguntou olhando pra mim. Safado!
– Depois nós falamos sobre...
– Estamos curiosos filho. Quero saber quem é a minha nora. meu padrinho falou sorrindo.
Gabe segurou a minha mãe firmemente e olhou em meus olhos. Eu via o nervosismo estampado e via que ele queria fugir de tudo aquilo, mas não tinha mais jeito. Era a hora de falar.
– Bem, eu não estava pretendendo contar agora, mas já que a Patrícia começou com o assunto. ele falou olhando bravo para ela. Eu queria falar que o meu namoro começou há pouco tempo, por isso nós não falamos sobre isso.
– Quem é meu filho? Você a trouxe? Qual o nome dela? minha madrinha perguntou.
– Sim, eu a trouxe.
– Cadê? minha mãe perguntou.
Gabe respirou fundo e continuou. Minhas mãos estavam geladas, e eu estava tremendo.
– Vocês estão olhando para ela.
Todos ficaram sem entender, e olhavam entre si.
– Como assim, Gabe? meu padrinho perguntou sério.
– Bem, a minha querida e amada namorada é a Emily.
– O que? Patrícia gritou.
Meu Deus! Gabe tinha falado, e eu tinha se tornado a namorada dele diante das nossas famílias. Todos ficaram olhando perplexos para nós dois, e eu tremia mais que tudo nessa vida. E como a fala de um filme de terror que eu havia assistido um tempo atrás com o Gabe: Que os jogos comecem. Eu espero não sair machucada nesse jogo, e muito menos machucar alguém.


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