Eternamente escrita por Mayara


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores!

Cheguei um pouco atrasada, né?Eu não consegui postar antes por causa de alguns assuntos pessoais, mas aqui estou eu.

Quero agradecer a todos os comentários e a leitura de vocês! O Gabe agradece, haha...

Espero que gostem do capítulo de hoje!

Beijos



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Eu estava paralisada ainda, e o maldito ar estava faltando. Todas as vezes que eu ficava muito nervosa ou ansiosa a maldita crise aparecia. A última vez que isso aconteceu foi quando eu estava na faculdade, prestes, a saber, as notas finais. Eu tentava puxar o ar de onde não tinha. Coloquei a mão em meu coração e o outro na perna, e respirava fundo, quer dizer, tentava respirar fundo.Olhei para o Gabe, e ele estava me segurando firme e com o olhar perdido.

– Princesa, pelo amor de Deus! Cadê a sua bombinha? Quer que eu leve para o hospital? Quer que eu chame o médico? Ai, Jesus, o que eu faço? – ele falava desesperado e olhando pra mim.

Apontei para a minha bolsa e ele na hora entendeu que a bombinha deveria estar lá dentro. Eu sei que é difícil eu ter essas crises, mas eu sempre a carregava mesmo assim. Melhor prevenir do que remediar.

Gabe veio em minha direção, e colocou a bombinha em minha boca, pedindo para eu puxar com toda força. Ele sabia me ajudar nesses casos, já que quando eu era criança tinha direto esse problema, e ele sempre esteve ao meu lado.

– Isso princesa. Respira com calma. Tudo vai voltar ao normal. Põe a cabeça nesse travesseiro e relaxa. – ele me falou calmamente, mas eu vi em seus olhos a tensão.

Deitei a cabeça e esperei voltar ao normal. Senti que Gabe estava ao meu lado segurando a minha mão e fazendo carinho. Depois de alguns minutos a minha respiração havia voltado ao normal, e eu conseguia respirar sem problemas.

– Está melhor, Emy? Não quer ir ao médico?

– Não! Eu estou melhor, e você sabe que eu odeio hospital.

Ele apenas sorriu e abalançou a cabeça positivamente.

Fiquei olhando para ele, com esperança de que o que ele tinha me falado era mentira.

– E então, Gabe, eu estou esperando você falar que aquilo é mentira, e que você estava fazendo mais uma das suas brincadeiras.

– Não é brincadeira, mas eu juro que queria que fosse.

– Como você pôde mentir, Gabe? E pior, me colocar no meio de algo que eu nem sabia.

– Princesa, eu sei que não podia fazer isso, mas eu não pensei na hora, e quando eu fui ver já tinha falado.

– Falou demais. Olha, você liga para o padrinho e desmente tudo isso, assim tudo ficará bem.

– Eu não posso.

– Como assim não pode? – gritei nervosa.

– Emy calma, olha a sua respiração.

– Calma o caramba! Gabe Hunter, por qual motivo, razão, circunstancia você não pode desmentir?

– Porque senão eu estarei ferrado.

– Você? E eu? Eu não estarei ferrada se entrar na sua mentira?

– Não. É só você fingir que estamos namorando há pouco tempo, e que nos amamos, o que não será difícil, já que nos amamos mesmo.

– O nosso amor é de amizade, não de namoro. Gabe, eles irão descobrir que isso é uma mentira, e tudo vai virar uma bola de neve.

– Claro que não. É só a gente não ficar dando bandeira.

– Bandeira? Você sabe que casais se beijam? Casais ficam de amasso, trocam carinhos fofos, elogios e mais um monte de coisas?

– Eu sei, mas gente nem precisa ficar fazendo isso. Por favor, Emy. Por mim, pela nossa amizade. – ele me falou implorando.

Aceitar ou não aceitar? Eu sempre ajudei Gabe, mas aquilo era demais. Era uma mentira para a nossa família, e como eu iria agir diante deles?

– Eu não posso Gabe. Eu te amo, mas dessa vez eu não posso cabular com esse plano. Eu vou falhar assim como isso tudo vai. Tente arrumar outra pessoa.

– Não posso princesa. Você é perfeita pra isso, e me conhece como ninguém, por favor, faça isso por mim. É a última coisa que eu te peço.

– Gabe você pode me pedir o que quiser, menos isso. Eu não consigo fingir ser o que eu não sou, o que não somos. Eu não consigo mentir para a minha família.

– O que eu vou fazer?

– Desmente, simples assim.

– Se eu fizer isso meu pai me mata, e eu vou ter que aturar a minha prima chata no meu pé.

– Gabe, eu queria te ajudar, mas isso é demais pra mim, me desculpe. Ele parece que pensou um pouco e soltou o ar que estava prendendo.

– Tudo bem, Emy. Eu vou ligar para o meu pai, e falar toda a verdade. Acho que exagerei nesse pedido mesmo. Desculpe-me por tudo isso, principalmente por fazer você passar mal.

Ele me abraçou e beijou a minha bochecha de leve. Eu vi que ele não estava bem com aquilo, até eu não estava bem, mas não poderia compactuar com essa mentira, mesmo que algo dentro de mim está gritando para eu mudar de ideia.

– Eu vou embora. Amanhã tenho que acordar cedo e ir ao escritório. Passo aqui no mesmo horário.

– Ok.

Ele me deu outro beijo e saiu. Uma angústia bateu dentro do meu peito. Eu sabia o que era, porque eu sempre ajudei o Gabe, e ele sempre estava ao meu lado para tudo. Mas porque será que eu não poderia compactuar com o plano? Eu sabia que o padrinho iria arrancar a cabeça do Gabe, fora as poucas e boas que iria ouvir da madrinha. Eu sabia como era a prima do Gabe, quer dizer, prima por consideração. Ela era atirada igual ao irmão Daniel. Uma vez brigamos por causa do Gabe, porque aquela louca queria a todo custo a atenção dele, querendo que eu me separasse um pouco dele, mas é claro que eu não deixei. Ela poderia irritar até a pessoa mais calma do mundo.

Fiquei sentada pensando mais um pouco, até que percebi que já era tarde e eu precisava de um banho bem relaxante.

O despertador tocou, mas eu já estava de pé. Mal consegui dormir a noite. Fiquei rolando de um lado para o outro com um sentimento de culpa. Tomei o meu café e fiquei esperando dar a hora para eu descer. Assim que cheguei à calçada, Gabe estava me esperando, e pude perceber que ele também não tinha conseguido dormir direito.

– Como você está? – ele perguntou.

– Bem. A crise não voltou. E você?

– Se eu disser que estou bem estarei mentindo, mas vai ficar bem, princesa.

Droga! Aquele sentimento de culpa apareceu de novo.

– Gabe, eu queria pedir desculpas de novo. Eu queria te ajudar, mas não dá, de verdade. Não fica chateado comigo.

– Eu entendi princesa, e eu não vou ficar chateado com você. Até eu acho que exagerei com essa história, falei sem pensar em você.

– Nós vamos dar um jeito de contar, sem que o que padrinho queira arrancar a sua cabeça. Ele gargalhou, e assim seguimos com um clima mais agradável até a escola. O dia

passou voando, assim como essa semana, já que as aulas iriam só até na quarta. Estava ansiosa para poder descansar, e não ter eu escutar o despertador tocando logo de manhã. Gabe estava me esperando como sempre, mas ele dessa vez não pôde ficar para jantarmos, porque ele disse que tinha um compromisso com alguns advogados e era de extrema importância.

Cheguei a casa e fui direto para um banho relaxante. Preparei um jantar rápido e leve e fiquei vendo televisão. Lembrei-me de ligar para a minha mãe, para informar o dia que eu iria visitá-la, ou será que eu faço uma surpresa? Isso! Meus pais iriam amar a surpresa. Fiquei trocando mensagens com o George até tarde. Ele estava fazendo uma viagem de negócios, e até se desculpou por não avisar, mas ele disse que foi em cima da hora. Fui deitar e já era tarde, bem tarde.

Acordei com o barulho irritante do despertador. Queria tacá-lo na parede, mas eu tive dó do pobre coitado. E afinal, aquele era o último dia de aula. Assim que peguei o celular percebi que tinha uma mensagem do George e eu corri para responder. Ele era tão bom, e me fazia sentir bem ao lado dele. Isso era bom, não era? Eu só me sinto assim com o Gabe, mas ele é meu amigo, então é outra coisa.

Com George poderia se tornar um relacionamento, e eu estava torcendo por isso. Assim que acabei de fazer toda a minha rotina, desci e dei de cara com um gabe carrancudo. Entrei no carro bem quietinha, antes de tentar amansar a fera que estava ao volante.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei com medo da sua reação.

– Estou ótimo. Porque você demorou? – perguntou sério.

– Eu perdi a hora. Estava trocando mensagens e quando fui ver a hora...

– Era com o Geoffrey?

– É George. E sim, era com ele. Ele teve que fazer uma viagem de negócios, e pediu desculpas por não ter se despedido. Pediu até para eu adiar uma semana das minhas férias para podermos viajar juntos, acredita?! – falei sorrindo feito boba.

– Hum... Estou vendo que está sério isso.

– Ainda não, mas eu espero que fique. Eu gosto dele, Gabe. Não sei como, mas eu gosto dele. Ele é diferente de todos os homens que eu já vi ou ouvi falar. Ele é atencioso, inteligente, bonito, engraçado...

– Ah, tá bom. Parou de falar no Geoffrey.

– George. Você conseguiu resolver o assunto de ontem?

Ele bufou e passou as mãos no cabelo, sinal de que estava preocupado ou nervoso.

– Resolvi. Não era tão sério assim, mas eu precisava resolver o quanto antes.

– Hum...

Eu queria muito saber o que era, mas se ele não quis me falar, é porque era algo relacionado apenas ao escritório e os advogados. E até porque, eu não iria entender esses termos e tudo aquilo que eles cuidam.

O último dia de aula estava sendo triste pra mim. Não queria me despedir dos pequenos, mesmo sabendo que logo eu iria vê-los, mas era ruim ficar sem aqueles sorrisos e abraços fofos e apertadinhos. Eu tinha tanto amor por eles!

No final da aula ganhei vários beijos e abraços cheios de amor, fora alguns presentinhos fofos. Despedi-me dele e fui para a casa. Gabe e eu estávamos vendo televisão, quando o telefone tocou. Corri para atender, achando que era alguém da minha família, mas quando atendi escutei a voz horrível do outro lado da linha.

– Oi Emily, sou eu, a Paty.

Patrícia, a irmã do Daniel. Argh! Aquela garota me dava nos nervos com aquela voz enjoada.

– Oi. - falei seca.

– Gabe está ai? Gabe?

O que ela queria com ele? E como conseguiu o meu número?

– Como você conseguiu o meu número?

– Eu tinha o número da casa do Gabe, mas eu liguei e ninguém atendeu, então, eu pensei que ele estive ai. Ele está?

Pensou? Olha, ela pensa! O que era um tremendo milagre pra ela, já que ela mal sabe escrever o próprio nome.

– Está ocupado. Quer deixar recado.

– Eu preciso falar com ele, é rápido.

– Ele não está...

– Anda Emily, eu já disse que é rápido.

Bufei. Não queria passar o maldito telefone, mas sabia que ela não iria desistir.

– Telefone.– falei brava.

– Quem é?

– A Paty. – falei imitando a voz enjoada dela.

– Patrícia? O que ela quer?

Dei de ombros e bufei. Eu também estava curiosa para saber o que a chata da Patrícia queria. Se bem que, com certeza iria dar em cima do Gabe.

– Estou bem, Patrícia. Sim, estou na casa da Emy. Eu não sei se irei. Eu estou com muito trabalho. Patrícia, você sabe que eu não gosto de você. Não venha com essa idiotice de novo. Nós nunca daríamos certo.

Não falei?! Ela deu em cima dele, como todas às vezes.

– Se eu estou namorando?

Nessa hora, ele olhou pra mim e fez uma cara de desesperado. Não sabia o que falar, e muito menos eu. Ela estava dando em cima na cara dura, e se o Gabe falasse que estava solteiro, ela iria fazer da vida dele um inferno, até o meu padrinho tentar juntá-los novamente, já que ele não sabe como ela é de verdade. Meu Deus! Será que eu devo fazer isso? Será que vai dar certo?Eu precisava fazer isso por ele, já que ele me já me ajudou tanto. Eu conheço aquela bruaca, a conheço muito bem. Sabia que não iria descansar até ter o Gabe, mas pelo menos com ele namorando ela poderia desistir.

– Eu não quero saber. Preciso desligar. – ele falou sem se despedir.

Sentou-se no sofá, e ficou passando a mão nos cabelos diversas vezes. - Eu não acredito que a Patrícia ligou aqui. Ela não desiste. O que eu faço com aquela garota? Acredita que ela ficou perguntando sobre a namorada que eu falei, e ficou dando em cima de mim. Estava decidido. Eu tinha que ajudar de alguma forma, senão o coitado ia sofrer nas mãos daquela louca.

– Eu aceito.

– Aceita? – perguntou sem entender.

– Eu aceito ser sua namorada de mentira.

– Como assim?

– Isso mesmo. Eu vou te ajudar.

– Tem certeza? Você sabe que...

– Não fale muito, senão eu acabo desistindo.

– Ai princesa, você é uma caixinha de surpresas. Mas o que fez você mudar de ideia.

– Patrícia. Eu sabia que ela iria fazer da sua vidinha um inferno, então eu decidi tirar ela do seu caminho, por enquanto.

Ele sorriu e me abraçou fortemente. Levantou-me do sofá, e me rodopiou pela sala.

– Ah princesa, eu te amo, sabia?!

–Sei sim. E eu vou salvar a sua pele.

– Como sempre. E então que dia vamos viajar? – perguntou sorrindo.

– Você que sabe.

– Amanhã! Iremos para casa amanhã.

– Ok então, Gabe Hunter.

– Ah princesa, nós vamos nos divertir nessas férias...

– Será? – perguntei, ainda indecisa e com medo dessa minha decisão repentina.

Gabe acabou dormindo em casa. Acordamos cedo, e compramos as passagens. Ele não quis que eu pagasse nada, mesmo com as minhas reclamações. Gabe estava avisando alguns advogados do escritório sobre a viagem repentina dele, e eu fiquei preocupada se não iria atrapalhar, mas como sempre, ele falou que tinha adiantado tudo. Certinho? Sim, Gabe nessa parte era o Sr. Advogado Hunter.

Arrumei as malas, mas não estava levando muita coisa, porque na casa dos meus pais já tinha algumas coisas minhas, e se eu precisasse de algo eu compraria por lá mesmo. Gabe estava com as malas prontas, e estávamos esperando o táxi. Assim que ele chegou, descemos e fomos rapidamente para o aeroporto.

Estávamos na sala de embarque. Eu estava tentando não lembrar muito nesse plano maluco, e ele estava conversando com alguém do escritório, mas parecia que o assunto não era tão sério assim. O nosso voo foi chamado, e Gabe desligou o telefone e sorriu pra mim.

– Preparada para chegar a casa, namorada? – perguntou sorrindo.

– Bem, eu tenho que estar preparado, namorado! – falei sorrindo de volta.

Ele segurou a minha cintura, e assim embarcamos para essa viagem, que eu não sabia como seria e como terminaria. Só sei que eu estava com medo, mas ao mesmo tempo feliz.

E lá vamos nós para casa!


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