Eternamente escrita por Mayara


Capítulo 46
Capítulo 46




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Gabe sorria e não parava de olhar para o George. Espero que ele não apronte com as suas piadinhas, mas eu sei que ele vai apontar de qualquer jeito. Brigar ele não vai, senão ele vai ouvir um monte.

– Ai meu Deus, que gesto fofo, não é, amor? – eu não falei. Já começou.

– Não precisava. – sorri.

– Imagina, Emy. A minha sobrinha disse que você iria sair da escola porque você estava com bebês na barriga. Então eu vim até aqui para parabenizar pelos bebês. Gêmeos, hein! - sorriu

– Pois é. – dei de ombros – Serei mamãe de dois bebês, e de uma vez só.

– E eu serei pai também. Não é a melhor notícia do mundo?

– Claro! Filhos sempre são uma benção na vida de um casal.

– Verdade. – concordei, alisando a minha barriga. – Como eu sou sem educação com você, George. Sente-se aqui no sofá. Quer algo para beber? Comer?

– Não precisa, Emy. Eu vim fazer uma visita rápida. Eu ainda tenho que trabalhar um pouco.

– Eu concordo com você, George. Você tem que ir trabalhar, porque só desse jeito que a gente consegue tudo o que quer, não é? Daí, você terá uma boa aposentadoria quando estiver mais velho.

– Gabe. – sussurrei, pedindo para ele nem começar com as brincadeiras.

– Você tem razão, Gabe.

– Eu sempre tenho, George. Sempre.

– Então, eu vou abrir esses presentes, porque estou ansiosa para ver o primeiro presente dos meus bebês.

– Nossos bebês, meu amor. Até porque você não fez com os dedinhos, né? – sussurrou em meu ouvido.

– Gabe, por favor. – ri, sem graça e morrendo de vergonha.

Peguei os presentes e abri. Abri um enorme sorriso e fiquei emocionada ao ver os macacões na cor branca, mas com detalhes de ursinhos. Era a coisa mais fofa e linda! Meus olhos encheram de lágrimas só de imaginar os meus filhotinhos amados naquela roupinha.

– São lindo, George. – falei, emocionada.

– Você gostou mesmo? Está chorando.

– É emoção junto com os hormônios. – virei-me para o Gabe, e mostrei as roupinhas – Não são lindas, amor?

– Lindas mesmo, princesa. Os meus filhos, que nós fizemos, vão ficar lindos, apesar de que eu acho que será impossível eles ficarem mais lindos, porque terão os nossos genes, Emy. – deu de ombros, e sorriu. – Mas eu agradeço pelo presente, em nome dos nossos filhos.

– Verdade. Muito obrigada. Eu amei!

– Não precisa agradecer. – ele olhou para o relógio, e olhou novamente pra mim – Eu preciso ir. Espero que vocês sejam felizes! Dá para ver o quanto se amam!

– Obrigada, George. É bom saber que eu o tenho como amigo. Logo eu irei te mandar o convite do casamento, e eu espero que você vá.

– Eu irei, com certeza. – sorriu – Bem, até logo!

Despediu-se de mim com um abraço, e estendeu a mão para o Gabe.

– Tchau, George, e obrigada pelos presentes. - agradeci mais uma vez, fechando a porta.

Voltei a minha atenção para o Gabe, que estava com os olhos nas roupinhas dos bebês.

– Não são lindas, Gabe? Não vejo a hora de eles nascerem, e colocar neles. – imaginei como eles ficarão lindos.

– É, podem ser lindas, mas os meus filhos não vão usar.

– Por quê?

– Emy, foi o George que deu. – suspirou – Vai saber se ele não fez nada com essas roupinhas. Eu não confio dos meus filhos ficarem usando roupas dadas por alguém que ainda gosta de você.

– Ficou louco? Gabe, o George não gosta de mim! E, sim, os meus filhos vão usar a roupinha. – peguei da mão dele, e fui guardar no quarto.

– Emily, eu sou o pai. – ele veio atrás de mim, reclamando.

– E eu sou a mãe, e os carrego dentro de mim e vou sentir as dores.

– Vai ficar jogando na cara só porque você tem útero e eu não tenho? Eu não tenho culpa que Deus pênis para o Adão, fazendo com que a gente tenha um pênis e não uma vagina e um útero. Culpe Adão e Eva, não eu. Foram eles que escolheram.

O quê? Ai meu Deus, o Gabe estava piradinho, viu.

– Pelo amor de Deus, não vamos brigar por causa de roupinhas de bebê, né?

– Não! Nós iremos conversar sobre o convite que você fez para o doador de roupinhas de bebê. Porque você o chamou para o nosso casamento?

– Porque ele é meu amigo.

– Então vamos chamar todo mundo que você considera como um amigo?

– Eu não o considero, ele é.

– Ele é o cacete! Ele não é o seu amigo e não irá ao nosso casamento.

– Ele vai, e nem adianta gastar saliva tentando me fazer mudar de ideia.

Fui até a cozinha, e vi o que ele havia preparado para o jantar. Estava tão cheiroso, e eu estava morrendo de fome.

– Então não teremos um casamento.

Virei-me para ele e dei o melhor sorriso sarcástico que eu tinha.

– Ótimo! Então não teremos um noivado, nem namoro... – coloquei a mão no queixo como se estivesse pensando - Apesar de que meu sonho é se casar. Acho que posso arrumar outro noivo e colocar no seu lugar. – sorri.

Ele fechou a cara e chegou perto de mim.

– Está louca? Nem em outra vida! Eu estava brincando, e você vem com esse negócio de outro noivo. – resmungou.

– Eu também estava brincando, querido. – apertei as suas bochechas.

– Não sabe brincar direito. Quase que enfartei aqui.

– Gabe, se não sabe brincar não desce pro play. Não provoca, senão será provocado. – pisquei.

– Mulher provocadora, esse assunto ainda não acabou.

– Pra mim já acabou. Agora eu vou jantar em paz, com o meu noivo resmungão e meus filhotes. Posso, Gabe?

Ele concordou, e eu sorri com a careta que ele fez. Gabe me faz querer rir a cada segundo.

***

Gabe não estava mais com aquela cara fechada, pelo menos não demonstrou durante o jantar que, aliás, eu comi mais do que um boi. Comi tudo o que eu não comi da vida toda. Eu nem quero pesar tão cedo. Olhei para a minha barriga, que já estava mostrando um pouco, e acariciei. Não estou preocupada em dietas e essas coisas. Eu só quero que os bebês tenham saúde, e eles dependem de mim. Eu preciso cuidar da minha alimentação, mas sempre vou dar aquelas escapadinhas por causa das vontades.

– O que você está pensando, meu amor? – Gabe saiu do banheiro, e deitou-se ao meu lado.

Ele estava tão cheiroso, mesmo sem o seu perfume, já que ele estava evitando por causa dos meus enjoos.

– Nos bebês. – sorri, colocando as mãos na minha barriga, e a alisei.

Ele sorriu, e deu me deu um beijo. Gabe foi até a minha barriga e começou a espalhar beijos por ela.

– Meus bebês, papai está ansioso para conhecê-los, sabia? Eu os amo muito! Muito mesmo. Papai e mamãe estão esperando por vocês!

– Eu amo tanto vocês! – falei, fazendo carinho em seus cabelos.

– Não mais do que eu, princesa. Acho que a palavra amor é pouco para o que eu sinto por vocês. Nosso amor é tão forte, que foi duplicado. Nossos meninos serão muito amados.

– Ou nossas meninas, ou o nosso casalzinho.

– Então, eu acho que não estou preparado psicologicamente para falar sobre a possível ideia de ter uma menina, ou meninas.

– Então, senhor Gabe, já pode abrir a sua mente e pensar sobre isso.

– Não! Eu converso com Deus todas as noites, e eu sei que ele será bonzinho com o filho amado dele. Ele não quer que eu vá preso por matar o namorado da minha filha.

Eu comecei a rir.

– Gabe, você tem cada ideia, viu! Se forem meninas ou menina, eu sei que será um ótimo pai, mesmo você perseguindo o namorado. – ri.

– Não vamos falar sobre isso, por favor. Eu ainda creio na esperança de serem meninos, porque eu não vou precisar correr atrás de moleques que irão querer as minhas filhas. Meu filho irá se tornar um bom homem, e não irá nos dar trabalho.

– Tudo bem! Não vamos falar sobre isso, por enquanto. – bocejei.

– Cansada?

– Aham. – deite a cabeça em seu peito, e fechei os olhos.

– Dorme meu amor. – ele beijou a minha cabeça, e eu dormi calmamente.

***

– Gabe, eu só vou entregar esse livro, ok?

– Não quer mesmo que eu entre? – perguntou.

– Não precisa, eu já falei que o Steven não dá aulas hoje.

– Tudo bem! Eu vou esperar aqui no carro. – dei um beijo nele, e entrei na escola.

Eu tinha esquecido completamente um livro da escola, e precisava devolver. Pedi para o Gabe me trazer e, mesmo reclamando por causa do Steven, ele me trouxe.

– Emy, decidiu voltar atrás? – Dolores perguntou.

– Não, é que eu me esqueci de trazer o livro didático para entregar para a nova professora.

– Ah, claro! Eu irei levar até ela.

– Muito obrigada!

– Já que você está aqui, faltou um papel para você assinar.

– Que cabeça a minha. – assinei o que ela me pediu.

– Você sabe que pode voltar quando quiser.

– Eu sei, e eu agradeço pelo carinho. – abracei-a – Eu tenho que ir, o meu noivo está me esperando lá fora. Obrigada mais uma vez.

– Sempre que você precisar nós estaremos aqui, Emy.

Eu sorri, e saí.

Estava chegando perto do carro do Gabe, quando encontrei a Joan perto dele. Mais uma para eu resolver.

– Joan? – chamei-a, tentando ajudar o Gabe, que estava assustado.

– Emy? Meu Deus, Emy! – ela correu, e me abraçou. – Como você está?

– Bem! Muito bem!

– Você sumiu.

– Pois é. Aconteceram muitas coisas durante esse tempo.

– Vou querer saber de tudo. E quando volta ao trabalho?

– Então, eu pedi demissão.

– O que? – Jesus, que grito foi esse? – Porque você fez isso?

– É que eu vou passar um tempo na casa dos meus pais.

– Aconteceu alguma coisa com eles?

– Não, graças a Deus.

– Então o que aconteceu?

– É que...

– Joan, a Emy está grávida. Pronto! – Gabe já foi falando na minha frente.

– Grávida? Ai que tudo! – ela olhou para o Gabe, e sorriu. – Agora o Gabe será titio, então? Quem é o pai, Emy?

– Ele...

– Eu sou o pai, Joan.

– Como assim? – perguntou perplexa. – Eu não entendi.

– Meu Deus, você faltou à aula de sexo? Duas pessoas, um pipi e uma pepeca, ok? O pipi entrou na garagem da pepeca, como se fosse um carro. – senhor, eu estou querendo morrer de rir com a explicação dele. - Daí ele decidiu trocar o óleo, mas acabou vazando, e então nascerão a gasolina e o álcool, ou dois álcoois, ou duas gasolinas. Entendeu?

– Eu acho que sim. – ela parecia mais perdida do que cedo em tiroteio. – Vocês estavam juntos?

– Não! Fizemos sexo por um cabo USB. Ela abriu a portinha, e eu coloquei o meu cabo USB, então, começou a fazer o download. Foi enviando sêmem através do cabo, até que deu transferência completa. Agora a gente está esperando o download da nossa transferência. Entendeu?

– Gabe, para! – pedi, querendo morrer de rir. – Joan, eu e o Gabe estamos juntos, e seremos pais. Não planejamos, e nunca imaginamos que iria acontecer, mas aconteceu. A gente se ama.

– Emy, não dá para acreditar, mas eu fico feliz por vocês. O Gabe é realmente um homem maravilhoso, mas ele é pra você. Eu espero que sejam felizes.

– Obrigada, Joan.

– Eu preciso trabalhar. – ela chegou perto de mim, e me abraçou. – Não suma, por favor. Apareça quando puder.

– Pode deixar.

– Gabe, até logo. – ela estava vermelha de vergonha. Gabe acenou, e ela saiu.

– Que mulher louca? Não entendia nada. – deu de ombros.

– E você com as suas explicações, né?

– Eu fiz o meu melhor. Expliquei de uma forma pedagógica e moderna.

– Bem moderna. Quando os nossos filhos perguntarem sobre sexo, vou pensar bem antes de ir pedir para você explicar.

– Darei a melhor resposta.

– Nossa, com certeza!

– Vem, vamos embora. Essa mulher quase me atacou.

Eu gargalhei. Gabe sendo coagido pela Joan seria uma cena bem legal de se ver.

***

Finalmente estávamos voltando para a casa dos nossos pais. Iriamos nos casar e aproveitar esse momento com a nossa família e amigos. Gabe estava feliz, não necessariamente neste exato momento, porque eu sei que ele está morrendo de medo do avião, mas ele está feliz por ter conseguido terminar todos os casos do escritório, deixando tudo mais tranquilo.

– Ei, não precisa ter medo. – segurei a mão dele, que estava gelada.

– Quem disse que eu estou com medo? – desconversou.

– Gabe, eu te conheço, querido. – beijei-o, mostrando que eu estava com ele.

– Se Santos Dumont estivesse vivo, eu mesmo o mataria. Porque raios ele foi inventar o avião? Como dá para confiar em algo que fica suspenso no ar?

– Gabe, deixe o coitado em paz. – ri – Não precisa ter medo, meu amor, eu estou aqui. Eu e os bebês.

– Isso me tranquiliza, ou não. E se esse treco cair? Deus me livre! Da próxima vez eu irei de trem, igual ao Harry Potter. Ele sim sabe viajar. Vai a um trem, que é bem seguro.

– Que exagero, Gabe.

– Não é. – resmungou.

De todos os medos que ele tinha, de avião era o pior. Não sei se chegava a ser uma fobia, mas todas as vezes que agente viajava, ele ficava desse jeito. Conversei com ele todo o caminho, o que o ajudou muito. Ele quase esqueceu que estávamos em um avião.

Finalmente estávamos em frente à casa dos meus padrinhos. A última vez que eu estive aqui foi doloroso, momento que eu quero esquecer para resto da minha vida. Eu quero paz e muito amor a partir de hoje.

– Vamos?

Eu assenti, e ele entrelaçou as minhas mãos na dele. Carregávamos as nossas malas, e entramos em casa.

– Família? – Gabe gritou.

– Tio Gabe! – uma Vic desesperada veio correndo até nós.

– Vic, meu amor! – Gabe a pegou nos braços, e a abraçou.

– Ah, isso é lindo, mas eu não ganho abraço? – agachei, e ela correu para os meus braços. – Eu estava morrendo de saudades de você, pequena.

– E eu de você, titia. O príncipe está se comportando direitinho.

– Uau! Então você está cuidando muito bem dele, não é?

– Com todo o meu amor, titia.

– Ai, sua linda! – beijei aquelas bochechas fofas, morrendo de vontade de apertá-las.

– Meus filhos, que saudades! – minha madrinha nos cumprimentou.

– Como a senhora está, madrinha?

– Feliz em tê-los novamente por aqui. Vem, vamos levar as malas para o quarto. Nós estamos lá na piscina, e estávamos esperando por vocês.

– Nós já vamos, mãe. – Gabe falou, sorrindo.

– Estaremos esperando. Não demorem! Vamos Vic?

– Não iremos demorar, madrinha.

Nós levamos as malas para o quarto do Gabe, mesmo eu insistindo que ficaria no meu quarto. O homem é teimoso, viu!

Troquei de roupa, colocando um vestido leve, enquanto o Gabe colocou uma bermuda e camisa. Descemos, e fomos até a área da piscina. Praticamente estava todo mundo, só a vovó que não, pois ela estava em mais uma das suas viagens. Cumprimentamos todo mundo, e todos nos parabenizaram pelos bebês e eu preciso dizer que a Vic ficou em êxtase por saber que terão bebês na família. Ela acariciava a minha barriga, e não parava de falar com ela. A manhã passou correndo, e nós nem percebemos. Era tanta bagunça, misturada com risadas, que vimos que já estava à tarde. Vic e eu brincávamos com o príncipe, que não parava de pular.

– Eu vou até a cozinha tomar água, e depois colocar um biquíni. – falei para o Gabe.

– Não demore, senão irei morrer de saudades.

– Não irei, amor. É rapidinho! – levantei-me, e lhe dei um beijo.

Ao chegar à cozinha, peguei um copo de água. Ao me virar, deparei-me com a última pessoa que eu queria ver.

– Patrícia. – chamei-a com desgosto, olhando para a minúscula roupa que ela usava.

– Emily, quanto tempo! Como você está? – disse, indo até a geladeira, pegando um copo com suco.

– Eu estou ótima!

– Soube que você e o Gabe largaram. É uma pena!

– Nossa, você está muito desinformada, querida. Tem que se atualizar. – sorri – Nós voltamos Pat. E sabe da melhor? Ah, é claro que não sabe. Eu estou grávida, e de gêmeos! Não é maravilhoso?

Ela calou-se, e ficou vermelha de raiva. Adoro!

– Você está grávida? Isso é mentira?

– Se não quiser acreditar... – dei de ombros.

– Você conseguiu tudo o que queria, não é, Emily?

– Claro que sim. Eu consegui ficar com o homem que eu amo, e eu não tenho culpa que você é uma é invejosa e que vive atrás dos homens dos outros.

– Eu tenho pena de você.

– De pena você entende, já que é uma galinha.

– Vocês não serão felizes! O Gabe não nasceu para você.

– Eu gargalhei com essa conclusão absurda.

– Nós já somos felizes, sempre fomos. E você acha que ele nasceu pra você? Ai, pelo amor de Deus, para de ser cabeça oca.

– Você... Merda! O que foi? Não eu ainda estou na casa do Gabe. – ela saiu para atender ao telefone.

Essa era a hora de dar um troco nessa Patrivaca. Ela acha que eu me esqueci de quando eu tive o ataque alérgico, e eu sei que foi ela que o provocou. A vingança tarda, mas não falha. Fui até o armário, onde a minha madrinha colocava os remédios. Assim que eu achei o que eu queria, eu corri para colocar o meu plano em ação. Na caixinha dizia poucas gotas, mas eu coloquei quase a metade. Iria fazer uma limpeza geral por dentro dela. Quem sabe não lavava a alma também. Era um laxante forte, e dessa ela não escaparia.

Coloquei o remédio no lugar, e subi para poder me trocar. Decidi tomar um banho, e demore o máximo que eu podia. Escolhi um biquíni na maior tranquilidade, penteei os cabelos e fiquei esperando alguns minutos. Não estava nem um pouco preocupada. Mandei uma mensagem para as meninas, avisando que eu estava em casa. Olhei para o relógio, e vi que era hora de descer e ver o show acontecer.

Desci as escadas, e quando eu cheguei à cozinha, eu quase gargalhei.

– Foi ela, Gabe. Ela fez alguma coisa comigo.

– O que aconteceu? – fiz uma de desentendida.

– Você... Ai... Você fez alguma coisa. Ajude-me, Gabe? – ela pedia, com as mãos na barriga.

– Eu? Vou nada! Vai que você caga me mim. Eu estou fora! – fez cara de nojo.

– Gabe... Ai... – ela olhou para as pernas, e viu algo molhado. O príncipe tinha acabado de fazer xixi em suas pernas, e a Vic ria sem parar.

– Eu não acredito que esse cachorro fez isso em mim.

– Eu não posso fazer nada. Ele estava com vontade, e fez no primeiro poste que viu, ops, na primeira pessoa. – Vic falou, rindo sem parar.

– Vocês são uns idiotas! Eu odeio vocês! – ela gritou, saindo desesperada.

Eu comecei a rir sem parar, sendo acompanhada pelo Gabe e a Vic.

– Vamos príncipe, você merece uma recompensa pelo xixi. Vamos deixar o titio e a titia, eles vão se beijar. – sussurrou, mas nós acabamos ouvindo.

Assim que ela saiu, Gabe me agarrou pela cintura, e me beijou apaixonadamente.

– Você foi sensacional, meu amor.

– Por quê?

– Eu vim atrás de você, e encontrei com a Patrícia. Ela tomou aquele suco, e começou a sentir dores. Eu sei que você fez alguma coisa, e eu achei sensacional.

– Eu só fiz o necessário para ela aprender a não mexer comigo e com o meu homem. Da próxima vez não a deixo sair daqui, deixando-a passar vergonha.

– Que mulher ciumenta que eu tenho, mas eu amo demais! Sabe o que acontece comigo quando você fica no modo ciumenta?

– O que? – sussurrei.

– Eu fico louco de tesão, e morrendo de vontade de arrancar a roupa desse corpo delicioso. – ele apertou de leve um dos meus seios, e eu mordi meus lábios.

– E eu quero que você arrance toda a minha roupa.

– É o que eu mais quero nesse momento. Arrancar esse biquíni enlouquecedor.

– Gabe... - ele me beijou ferozmente, fazendo-me enlouquecer.

– Eca! – ouvimos a voz da Vic, e nos separamos correndo. – Vocês adultos só sabem fazer isso?

– Vic, o que você veio fazer aqui?

– Eu vim chamar vocês. A titia está chamando para comer.

– Nós já estamos indo, querida. – falei, sorrindo.

– Não demorem, e nada de beijos melosos. – falou, saindo.

– Ai meu Deus! – eu e o Gabe caímos na risada pelo nosso quase sexo na cozinha. – Acho melhor nós irmos comer.

– Você tem razão. Vamos alimentar os nossos filhos, porque depois eu quero alimentar a mãe deles. Alimentá-la por inteira.

– A mãe deles vão adorar.

– Eu sei que vai, Emy. Ela vai amar o prato do dia.

– E qual seria esse prato? – perguntei, imaginando a besteira que viria em seguida.

– Salsicha. E eu sei que você adora.

– Ai, Gabe, só você mesmo. Vamos comer logo. – dei-lhe um beijo.

– Mais tarde você não me escapa, Emy. – sussurrou.

E nem quero fugir desse homem. O meu homem perfeito!

Gabe

Se o meu olhar matasse, esse cara já estava morto há muito tempo. Mas eu iria me controlar. Estava mantendo meu mantra de respirar com calma, e contando até mil, porque até dez eu queria matar.

– Ai meu Deus, que gesto fofo, não é, amor? – controle, Gabe. Controle!

– Não precisava. – ela sorriu.

– Imagina, Emy. A minha sobrinha disse que você iria sair da escola porque você estava com bebês na barriga. Então eu vim até aqui para parabenizar pelos bebês. Gêmeos, hein! – sorriu pra ela. Essa porra acha que aqui é propaganda de pasta dental, ou dentista? Vou arrancar esses dentes com o alicate.

– Pois é. – ela deu de ombros – Serei mamãe de dois bebês, e de uma vez só.

– E eu serei pai também. Não é a melhor notícia do mundo? – eu os coloquei ai dentro. Eu!

– Claro! Filhos sempre é uma benção na vida de um casal.

– Verdade. – concordou, alisando a sua linda barriga. – Como eu sou sem educação com você, George. Sente-se aqui no sofá. Quer algo para beber? Comer?

Como que ele vai comer? Eu vou quebrar os dentes dele, e a única maneira de ele comer será por sonda.

– Não precisa, Emy. Eu vim fazer uma visita rápida. Eu ainda tenho que trabalhar um pouco.

– Eu concordo com você, George. Você tem que ir trabalhar, porque só desse jeito que a gente consegue tudo o que quer, não é? Daí, você terá uma boa aposentadoria quando estiver mais velho.

– Gabe. – ela sussurrou, pedindo para eu parar, mas eu nem tinha começado.

– Você tem razão, Gabe.

– Eu sempre tenho, George. Sempre.

– Então, eu vou abrir esses presentes, porque estou ansiosa para ver o primeiro presente dos meus bebês.

– Nossos bebês, meu amor. Até porque você não fez com os dedinhos, né? – sussurrei em seu ouvido, mas querendo que ele ouça. Sim, eu fiz! Nós fizemos, e ela amou.

– Gabe, por favor. – riu, sem graça e morrendo de vergonha.

Assim que ela abriu os presentes, seus olhos se encheram de lágrimas. Eu até poderia me emocionar ao ver as roupinhas, mas eu estava ocupado demais pensando em quantas formas eu posso acabar com o George, e onde eu posso esconder as roupinhas para que eles nunca usem.

– São lindo, George. – falou, emocionada.

– Você gostou mesmo? Está chorando.

– É emoção junto com os hormônios. – virou para mim, e mostrou as roupinhas – Não são lindas, amor?

– Lindas mesmo, princesa. Os meus filhos, que nós fizemos, vão ficar lindos, apesar de que eu acho que será impossível eles ficarem mais lindos, porque terão os nossos genes, Emy. – dei de ombros, e sorri. – Mas eu agradeço pelo presente, em nome dos nossos filhos. – mentira, eu havia odiado esses presentes.

– Verdade. Muito obrigada. Eu amei!

– Não precisa agradecer. – ele olhou para o relógio, e olhou novamente pra ela. Como eu queria ser o Ciclope, só para acertar o laser bem na cara dele. – Eu preciso ir. Espero que vocês sejam felizes! Dá para ver o quanto se amam!

– Obrigada, George. É bom saber que eu o tenho como amigo. Logo eu irei te mandar o convite do casamento, e eu espero que você vá.

O que? Convite nenhum! Eu sou o noivo, e ela vai chamar o babaca para ir ao nosso casamento? Nem brincando.

– Eu irei, com certeza. – sorriu – Bem, até logo!

Despediu-se dela com um abraço, e estendeu a mão para mim. Essa é a hora de dar um mortal duplo, com direito a pontapé no saco, mas eu mantive o controle.

– Tchau, George, e obrigada pelos presentes.

Peguei as roupinhas dos bebês, e pensei correr para esconder, mas não deu tempo.

– Não são lindas, Gabe? Não vejo a hora de eles nascerem, e colocar neles.

– É, podem ser lindas, mas os meus filhos não vão usar.

– Por quê?

– Emy, foi o George que deu. – suspirei – Vai saber se ele não fez nada com essas roupinhas. Eu não confio dos meus filhos ficarem usando roupas dadas por alguém que ainda gosta de você. – isso é sério! Vai saber se ele não colocou olho ruim, ou fez um feitiço. Vai saber o que passa na cabeça dele. Ele quer a minha mulher, e vai saber se não quer usar os meus filhos para conseguir. Tenho que manter os olhos abertos.

– Ficou louco? Gabe, o George não gosta de mim! E, sim, os meus filhos vão usar a roupinha. – pegou da mão, e foi guardar no quarto.

– Emily, eu sou o pai.

– E eu sou a mãe, e os carrego dentro de mim e vou sentir as dores.

– Vai ficar jogando na cara só porque você tem útero e eu não tenho? Eu não tenho culpa que Deus pênis para o Adão, fazendo com que a gente tenha um pênis e não uma vagina e um útero. Culpe Adão e Eva, não eu. Foram eles que escolheram.

O quê? Ai meu Deus, o Gabe estava piradinho, viu.

– Pelo amor de Deus, não vamos brigar por causa de roupinhas de bebê, né?

– Não! Nós iremos conversar sobre o convite que você fez para o doador de roupinhas de bebê. Porque você o chamou para o nosso casamento?

– Porque ele é meu amigo.

Amigo é o caralho!

– Então vamos chamar todo mundo que você considera como um amigo?

– Eu não o considero, ele é.

– Ele é o cacete! Ele não é o seu amigo e não irá ao nosso casamento.

– Ele vai, e nem adianta gastar saliva tentando me fazer mudar de ideia.

Eu vou gasta toda a saliva, mas ele não vai. Eu conheço o olhar de desejo de um homem, e ele estava com esse maldito olhar sobre ela. A Emy pode não perceber, mas eu percebo tudo, como se fosse um gavião. O George não é santo, e ele a quer, mas eu não vou deixar.

– Então não teremos um casamento. – brinquei, tentando fazer com que ela mude de ideia. Vai que dá certo, né?

– Ótimo! Então não teremos um noivado, nem namoro, apesar de que meu sonho é se casar. Acho que posso arrumar outro noivo e colocar no seu lugar. – sorriu.

Se ela quer que eu morra agora, ela estava quase conseguindo. Nem nos sonhos que ela irá fazer isso. Eu mato o idiota. Posso ir preso, mas eu mato! Ela é minha noiva!

– Está louca? Nem em outra vida! Eu estava brincando, e você vem com esse negócio de outro noivo. – resmunguei.

– Eu também estava brincando, querido. – apertou as suas bochechas.

– Não sabe brincar direito. Quase que enfartei aqui. – sentindo palpitações no meu coração

– Gabe, se não sabe brincar não desce pro play. Não provoca, senão será provocado.

– Mulher provocadora, esse assunto ainda não acabou.

– Pra mim já acabou. Agora eu vou jantar em paz, com o meu noivo resmungão e meus filhotes. Posso, Gabe?

Ela pode tudo, menos convidar o George babacão. Eu tenho certeza que seu eu chamasse qualquer garota, ela não iria gostar. Custa entender o meu lado? É foda ter que aguentar outro homem desejando a sua mulher, e ainda por cima no nosso casamento.

***

Tive que tomar um banho gelado para poder refrescar o meu temperamento. Não estava tão nervoso como antes, mesmo depois de ver o presente que ele havia dado pra ela. Sim, ele deu um presente pra minha mulher. Um par de brincos. Eu achei ridículo, mas ela disse que eram lindos.

Sai do banheiro, e me deparei com uma cena linda, digna de foto. A Emy estava acariciando a sua barriga, que já estava mostrando que ela estava grávida. Era tão emocionamente poder ver e conviver com isso. Saber que serei pai me fez um homem mais feliz do que eu jamais imaginaria que poderia ser. É um presente divino, o mais belo dos presentes.

– O que você está pensando, meu amor?

– Nos bebês. – sorriu, colocando as mãos a barriga, alisando-a.

Ela ficava tão plena e radiante quando falava dos nossos filhos. Era como se o mundo lá fora não existisse. Eu comecei a espalhar beijos pela a sua barriga, mostrando todo o amor e carinho que eu tinha por eles.

– Meus bebês, papai está ansioso para conhecê-los, sabia? Eu os amo muito! Muito mesmo. Papai e mamãe estão esperando por vocês!

Eu estava louco de ansiedade. Queria carregá-los em meus braços, mostrando todo o amor do mundo.

– Eu amo tanto vocês! – falou, fazendo carinho em meus cabelos.

– Não mais do que eu, princesa. Acho que a palavra amor é pouco para o que eu sinto por vocês. Nosso amor é tão forte, que foi duplicado. Nossos meninos serão muito amados.

– Ou as nossas meninas, ou o nosso casalzinho.

– Então, eu acho que não estou preparado psicologicamente para falar sobre a possível ideia de ter uma menina, ou meninas. – não estou preparado ainda. Não comprei as armas, não tirei licença para tê-las em casa e nem fiz aula de tiro. Preciso fazer isso antes de eles nascerem.

– Então, senhor Gabe, já pode abrir a sua mente e pensar sobre isso.

– Não! Eu converso com Deus todas as noites, e eu sei que ele será bonzinho com o filho amado dele. Ele não quer que eu vá preso por matar o namorado da minha filha. – estou pensando até em fazer promessa, quem sabe dá certo, né?

Ela começou a rir.

– Gabe, você tem cada ideia, viu! Se forem meninas ou menina, eu sei que será um ótimo pai, mesmo você perseguindo o namorado. – riu.

– Não vamos falar sobre isso, por favor. – quase implorei. - Eu ainda creio na esperança de serem meninos, porque eu não vou precisar correr atrás de moleques que irão querer as minhas filhas. Meu filho irá se tornar um bom homem, e não irá nos dar trabalho.

– Tudo bem! Não vamos falar sobre isso, por enquanto. – bocejou.

– Cansada?

– Aham. – deitou a cabeça em meu peito, e fechou os olhos.

– Dorme meu amor. – a beijei, fazendo carinho. Ela dormiu rapidamente, e eu me deitei ao lado, observando a sua respiração.

Eu a amo de uma maneira tão insana. É algo que cresce a cada segundo, e eu não consigo me imaginar sem ela, mesmo com as nossas briguinhas. Deus foi muito bom em colocá-la na minha vida. Sou o homem mais abençoado do mundo por ter meus três amores perto de mim.

Fiquei mais um tempo olhando-a, até que eu senti os meus olhos cansados, e eu me entreguei ao sono.

***

– Gabe, eu só vou entregar esse livro, ok?

– Não quer mesmo que eu entre? – perguntei, imaginando que o senhor mamilos deva estar na escola, e não quero que ela o encontre.

– Não precisa, eu já falei que o Steven não dá aulas hoje.

– Tudo bem! Eu vou esperar aqui no carro.

Saí do carro, e fiquei esperando-a do lado de fora. Meus olhos de gaviões já estavam ativados. Vai que ele aparece de repente.

Eu estava tão distraído, que nem me dei conta que tinha uma pessoa perto de mim. Quando eu levantei a minha cabeça, me deparei com a assombração da Joan. Essa porra surgiu das cinzas?

– Gabe, meu Deus! – ela correu para me abraçar, e eu fui pego de surpresa.

– Joan. – merda, porque essa coisa ressurgiu logo agora. Ficasse no buraco em que havia se enfiado.

– Você não me ligou mais. Por quê?

Porque eu não queria.

– Contratempos da vida.

– Aquela noite foi tão maravilhosa. – grunhiu.

Senhor, o que foi isso? Era um porco, misturado com javali com gato morrendo e espírito demoníaco. Ela é louca, essa mulher está possuída!

– Gabe!

– Sai de ré, satanás! Sai daqui! – ela foi chegando perto de mim, com os olhos arregalados, e com um sorriso amedrontador. Eu estou ficando com medo disso.

– Eu tenho uma cruz e água benta no carro. Sai daqui, senão eu faço uma sessão de exorcismo.

– Tão engraçado, Gabe. – ela não desiste, gente. Mulher louca da porra!

– Joan?- escutei a voz da Emy, e dei graças a Deus por ela ter voltado rápido. Essa louca iria me atacar no meio da calçada.

– Emy? Meu Deus, Emy! – ela correu, e a abraçou. – Como você está?

– Bem! Muito bem!

– Você sumiu.

– Pois é. Aconteceram muitas coisas durante esse tempo.

– Vou querer saber de tudo. E quando volta ao trabalho?

Nunca mais, na graças a Deus!

– Então, eu pedi demissão.

– O que? – Que grito foi esse? Quebrou alguma janela por ai, só pode. – Porque você fez isso?

– É que eu vou passar um tempo na casa dos meus pais.

– Aconteceu alguma coisa com eles?

– Não, graças a Deus.

– Então o que aconteceu?

– É que...

Eu estava recuperado do susto, e me intrometi na conversa.

– Joan, a Emy está grávida. Pronto!

– Grávida? Ai que tudo! – ela olhou para mim, e sorriu. Não olha nos olhos dela! Não olha nos olhos dela! – Agora o Gabe será titio, então? Quem é o pai, Emy?

– Ele...

– Eu sou o pai, Joan.

– Como assim? – perguntou perplexa. – Eu não entendi.

O que? Ela não entendeu? Serei obrigado a usar os meus métodos de explicações para situações sobre sexualidade. Serei bem pedagógico, pelo menos eu tentarei.

– Meu Deus, você faltou à aula de sexo? Duas pessoas, um pipi e uma pepeca, ok? O pipi entrou na garagem da pepeca, como se fosse um carro. Daí ele decidiu trocar o óleo, mas acabou vazando, e então nascerão a gasolina e o álcool, ou dois álcoois, ou duas gasolinas. Entendeu?

– Eu acho que sim. – ela parecia mais perdida do que cego em tiroteio. – Vocês estavam juntos?

Pergunta idiota, hein! Deus me livre!

– Não! Fizemos sexo por um cabo USB. Ela abriu a portinha, e eu coloquei o meu cabo USB, então, começou a fazer o download. Foi enviando sêmem através do cabo, até que deu transferência completa. Agora a gente está esperando o download da nossa transferência. Entendeu?

– Gabe, para! – a Emy segurava o risada, e eu também. – Joan, eu e o Gabe estamos juntos, e seremos pais. Não planejamos, e nunca imaginamos que iria acontecer, mas aconteceu. A gente se ama.

– Emy, não dá para acreditar, mas eu fico feliz por vocês. O Gabe é realmente um homem maravilhoso, mas ele é pra você. Eu espero que sejam felizes.

Ela se tocou, finalmente! Ainda bem que ela percebeu que entre a gente não iria rolar nada. Nada!

– Obrigada, Joan.

– Eu preciso trabalhar. – ela abraçou a Emy, que retribuiu. – Não suma, por favor. Apareça quando puder.

– Pode deixar.

– Gabe, até logo. – apenas acenei, porque vai que ela acha que estou dando bola, e não olhei em seus olhos.

– Que mulher louca! Não entendia nada. – dei de ombros.

– E você com as suas explicações, né?

– Eu fiz o meu melhor. Expliquei de uma forma pedagógica e moderna.

– Bem moderna. Quando os nossos filhos perguntarem sobre sexo, vou pensar bem antes de ir pedir para você explicar.

– Darei a melhor resposta. – e meus filhos não farão sexo tão cedo, se forem meninas, obviamente.

– Nossa, com certeza!

– Vem, vamos embora. Essa mulher quase me atacou.

Ela gargalhou na minha cara, fazendo-me ficar com cara de palhaço. Ela riu porque não viu a cara que a amiguinha dela fez. Terei pesadelos o resto da vida.

***

Não sei por que inventaram os aviões. Eu sei que são mais rápidos e práticos, mas eles são assassinos. Como dá para confiar nisso aqui? Eu não confio! Eu estava feliz por estar voltando para a casa, mas da próxima eu vou de ônibus, trem, carro, bicicleta, velocípede ou qualquer outro meio de transporte, menos de avião. O que tranquiliza um pouco é saber que a Emy está do meu lado. Ela sempre será a minha paz e porto seguro.

– Ei, não precisa ter medo. – segurou a minha mão, que estava gelada.

– Quem disse que eu estou com medo? – desconversei. Ela não precisa saber que eu sou um medroso por aviões.

– Gabe, eu te conheço, querido. – beijou-me.

– Se Santos Dumont estivesse vivo, eu mesmo o mataria. Porque raios ele foi inventar o avião? Como dá para confiar em algo que fica suspenso no ar?

– Gabe, deixe o coitado em paz. – riu– Não precisa ter medo, meu amor, eu estou aqui. Eu e os bebês.

– Isso me tranquiliza, ou não. E se esse treco cair? Deus me livre! Da próxima vez eu irei de trem, igual ao Harry Potter. Ele sim sabe viajar. Vai a um trem, que é bem seguro.

– Que exagero, Gabe.

– Não é. – resmunguei. Foda-se a porra toda! Eu estou com medo, mas fui rezando até chegarmos a casa. Acho que aprendi todas as orações possíveis.

Graças a Deus estávamos de volta à casa dos meus pais. Esse lugar foi o pontapé inicial para a descoberta do novo Gabe. Foi aqui que eu descobri que poderia ser mais feliz do que já era. Que a Emy é a mulher da minha vida!

– Vamos? – perguntei, entrelaçando a minha mão com a dela.

Assim que entramos, notamos que a sala estava silenciosa. Será que não tinha ninguém em casa?

– Família? – gritei.

– Tio Gabe! – uma Vic desesperada veio correndo até nós.

– Vic, meu amor! – a peguei nos braços, e a abracei. Estava com saudades dessa pequena.

– Ah, isso é lindo, mas eu não ganho abraço? – ela foi até a Emy, e a abraçou. Uma cena linda de se ver. – Eu estava morrendo de saudades de você, pequena.

– E eu de você, titia. O príncipe está se comportando direitinho.

– Uau! Então você está cuidando muito bem dele, não é?

– Com todo o meu amor, titia.

– Ai, sua linda!

– Meus filhos, que saudades! – mamãe nos cumprimentou.

– Como a senhora está, madrinha?

– Feliz em tê-los novamente por aqui. Vem, vamos levar as malas para o quarto. Nós estamos lá na piscina, e estávamos esperando por vocês.

– Nós já vamos, mãe. – falei, sorrindo.

– Estaremos esperando. Não demorem! Vamos Vic?

– Não iremos demorar, madrinha.

Subimos até o meu quarto, que estava do mesmo jeito. Ela queria ficar no quarto dela, mas eu não deixei de jeito nenhum. Meu padrinho sabe que fazemos sexo, até porque ela está grávida, né! Trocamos de roupa, e descemos para encontrar a nossa família. Estavam quase todos reunidos, e todos ficaram felizes e animados com a gravidez, principalmente a Vic, que não parava de falar sobre os bebês. Após o almoço, nós ficamos conversando e rindo das conversas dos meus tios. Eu estava abraçado com a Emy, que intercalava a sua atenção para a Vic e comigo.

– Eu vou até a cozinha tomar água, e depois colocar um biquíni. – falou.

– Não demore, senão irei morrer de saudades.

– Não irei, amor. É rapidinho! – levantou-se, e me deu um beijo.

Meu pai e padrinho já estavam babando pelos netos, e faziam planos de férias e festas. O assunto do casamento rolava solto, e todos estavam bem animados com os planos. E, graças a Deus, estava tudo bem adiantado. Não quero demorar muito para ter a Emy como minha esposa. Minha mulher. Os minutos foram passando, e eu comecei a me incomodar com a demora da Emy. Será que ela estava bem?

Pedi licença para todos, e fui atrás dela. Praticamente corri até a cozinha, mas ao chegar, me deparei com a Patrícia, que bebia um suco tranquilamente. O que essa mulher está fazendo aqui?

– O que você quer aqui na minha casa? – perguntei nervoso.

– Gabe, que saudades de você!

– Eu não digo o mesmo. De que buraco você saiu? Pediu licença pro capeta deixar você sair do inferno?

– Ai, como você é grosso, Gabe. – resmungou.

Nem fiz questão de responder. Merda! Cadê a Emy?

Virei-me para ir atrás dela, quando senti que ela me agarrou.

– Ficou louca? Nunca mais faça isso!

– Lembra quando a gente ficou?

– Claro que eu lembro, até porque foi a pior coisa que eu fiz na vida.

– Eu... – ela fez uma careta entranha, e a barriga dela fez um barulho.

Ela se afastou de mim, e a barriga não parava de roncar, ou sei lá o que.

– O que é... Eita porra, que carniça é essa? Comeu ovo pobre? Você peida fedido, hein?!

– Eu não fiz isso. Eu não sei o que está acontecendo comigo.

– Eu sei. Caralho, você vai ficar toda cagada. – ri.

– Gabe, não ria. Eu preciso ir ao banheiro.

– Ah, vai à sua casa. Não venha entupir a privada daqui não. Fora o fedor que vai ficar, nem glade, velas, incensos e perfumes vão tirar essa carniça de dentro de você. Caralho, você tá podre! – tampei o nariz, evitando sentir o cheiro ruim. – A bosta tomou conta do seu corpo.

– Eu não sei o que eu comi.

– Muito capim. Vaca que come muito capim, né?

– Eu só tomei o suco.

– Suco detox de capim.

Ela se virou para a escada, e avistamos a Emy, que descia com uma saída de praia, e estava absurdamente gostosa.

– Foi ela, Gabe. Ela fez alguma coisa comigo.

– O que aconteceu?

– Você... Ai... Você fez alguma coisa. Ajude-me, Gabe? – ela pedia, com as mãos na barriga.

– Eu? Vou nada! Vai que você caga me mim. Eu estou fora! – urgh! Vontade de vomitar. Sorte que não estão sentindo o cheiro.

– Gabe... Ai... – ela olhou para as pernas, e viu algo molhado. Por um momento eu achei que fosse bosta escorrendo, mas era o príncipe com o seu super pipi certeiro.

– Eu não acredito que esse cachorro fez isso em mim.

– Eu não posso fazer nada. Ele estava com vontade, e fez no primeiro poste que viu, ops, na primeira pessoa. – Vic falou, rindo sem parar.

Essa é a minha pequena! Aprendeu com a Emy. Trouxe o príncipe para fazer xixi bem aqui.

– Vocês são uns idiotas! Eu odeio vocês! – ela gritou, saindo desesperada.

A cena foi hilária. Ela saiu correndo, e se demorasse mais um pouco, iria cagar nas calças.

– Vamos príncipe, você merece uma recompensa pelo xixi. Vamos deixar o titio e a titia, eles vão se beijar. – sussurrou, mas nós acabamos ouvindo.

Eu não resisti a mulher na minha frente. Agarrei-a pela cintura, e a beijei sem dó. Eu sei que ela tinha feito alguma coisa.

– Você foi sensacional, meu amor.

– Por quê?

– Eu vim atrás de você, e encontrei com a Patrícia. Ela tomou aquele suco, e começou a sentir dores. Eu sei que você fez alguma coisa, e eu achei sensacional.

– Eu só fiz o necessário para ela aprender a não mexer comigo e com o meu homem. Da próxima vez não a deixo sair daqui, deixando-a passar vergonha.

Cara, eu fico louco quando ela fica desse jeito. Ela consegue ficar mais sexy do que já é.

– Que mulher ciumenta que eu tenho, mas eu amo demais! Sabe o que acontece comigo quando você fica no modo ciumenta?

– O que? – sussurrou.

– Eu fico louco de tesão, e morrendo de vontade de arrancar a roupa desse corpo delicioso. – apertei de leve aqueles seios maravilhosos.

– E eu quero que você arrance toda a minha roupa.

– É o que eu mais quero nesse momento. Arrancar esse biquíni enlouquecedor. – bem aqui na cozinha.

– Gabe... – beijei-a ferozmente, esquecendo-me completamente de onde estávamos.

– Eca! – ouvimos a voz da Vic, e nos separamos correndo. – Vocês adultos só sabem fazer isso?

– Vic, o que você veio fazer aqui?

– Eu vim chamar vocês. A titia está chamando para comer.

– Nós já estamos indo, querida. – Emy falou, sorrindo.

– Não demorem, e nada de beijos melosos.

– Ai meu Deus! Acho melhor nós irmos comer.

– Você tem razão. Vamos alimentar os nossos filhos, porque depois eu quero alimentar a mãe deles. Alimentá-la por inteira.

– A mãe deles vão adorar.

– Eu sei que vai, Emy. Ela vai amar o prato do dia.

– E qual seria esse prato?

– Salsicha. E eu sei que você adora.

– Ai, Gabe, só você mesmo. Vamos comer logo.

– Mais tarde você não me escapa, Emy. – sussurrei.

Mais tarde ela teria um banquete, com tudo o que ela mais gosta. Seria difícil se segurar, mas eu teria que me comportar. Ninguém mandou a Emy ser gostosa e linda desse jeito. Eu fico louco, completamente louco! Ah, essa mulher me mata de tesão!


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